Os olhares masculinos eram atraídos pela beleza de Lorra, de certa forma a bastarda Targaryen já estava acostumada a lidar com tal coisa, não apenas por ter uma beleza natural agradável, mas sua cicatriz também ajudava a chamar a atenção. Depois de perceber nenhum interesse especial em si por conta do bardo, e também pelos outros que complementavam o local, Lorra deixa um sorriso para Desmond após o elogio, esperando por algum evento durante um longo período.
Lorra estava entediada, a taverna esvaziava pouco à pouco, era inevitável o pensamento de que estava perdendo tempo surgir em meio a tantas dúvidas, mas simplesmente teria que ficar ali até o taverneiro fechar, não era possível que alguém estivesse simplesmente brincando com ela. O evento que tanto esperava tende a acontecer, Lorra bocejava com sono quando percebe o sinal dado por Desmond, não estava claro se era pra ela. A bastarda Targaryen olha para um lado, depois para outro, o sinal de Desmond não poderia ser para ninguém além dela. A jovem de cabelos platinados faz um sinal de positivo com a cabeça, respondendo ao chamado do bardo. Lorra da um último gole no cálice de vinho que tomava, deixando o pagamento de sua conta para o taverneiro do Descanso do Rei, não só um pagamento, mas também um elogio pelo seu estabelecimento, era de fato um bom lugar no meio da imundice que aquela cidade parecia ser
Ao pisar fora da taverna, Lorra se depara com o céu escuro, a brisa lhe toca a face, garantindo uma boa sensação momentânea. A bastarda Targaryen era uma mulher noturna, mesmo o Sol sendo um grande símbolo em Dorne, para Lorra, a noite era ainda mais linda. O brilho da lua resplandecia o prata dos fios de cabelos da bastarda, que balançavam no ritmo do vento. De longe Lorra acompanhava Desmond, que fazia questão de manter em uma distância segura. Ao contrário de Desmond, Lorra fazia questão de fingir não estar seguindo o bardo, sua experiência vivendo como ladra lhe dava uma boa percepção do quê fazer ou não naquela situação, e isso a agradava.
O bardo adentra a casa aos pedaços, muito inteligente da parte dele, esse certamente era um lugar que ninguém faria questão de espiar, caso não fosse um andarilho. Por questão de segurança, Lorra espera alguns minutos no lado de fora, apenas observando a distância se mais alguém adentraria o local por aquela porta, ou por outra, também cuidava para averiguar se estava sendo seguida. Os minutos se passaram, até que a bastarda Targaryen se sente segura para adentrar a casa em pedaços. O visual do interior da casa era intrigante, a sensação que Lorra tivera enquanto caminhava pelos corredores iluminados por velas, e enquanto descia as escadarias, era que a casa era muito maior por dentro que por fora. O cenário começava a ficar ainda mais sinistro com quando a madeira da parede era substituída pelos blocos vermelhos, em certo momento parecia caminhar em um corredor de uma caverna, que logo desemboca em uma sala mais larga, de certa forma grande, provavelmente estaria no subsolo da casa caindo aos pedaços.
As paredes daquele local eram familiar para Lorra, as tochas acesas crepitavam, e Lorra não parava de imaginar quem era que guardava aquele lugar, duvidando que fosse o bardo, pois ele simplesmente não fazia o tipo que moraria em um lugar daqueles. À medida que a jovem de cabelos platinados se aprofundava na exploração a sala, a figura esquelética jazia imponente em sua frente. O crânio de um dragão, Lorra nunca tinha visto um antes, nem sequer imaginava que um dia veria algo como aquilo, as presas afiadas e a grande boa aberta entortavam o pescoço de Lorra, que procurava o angulo perfeito para observar tamanha grandiosidade. Estupefata, Lorra ainda percebe a figura misteriosa do homem ao lado do crânio do dragão. Ficava claro que não era só Lorra quem guardava um segredo, mas aquele lugar também, e sobre os olhares de Lorra, Desmond caminha adentrando a escuridão, sumindo de sua visão.
Lorra esticava suas mãos, tocando a presa do dragão com as pontas macias de seus dedos, temerosa, mas curiosa, precisava ter certeza que aquilo era real. A bastarda Targaryen mergulhava em sua mente, tentando desenhar como era aquele dragão ainda em vida, quais histórias ele contaria se pudesse. A jovem de cabelos platinados estava deslumbrada, o fogo das tochas refletiam no brilho de seus olhos intensamente, nem mesmo aquele homem misterioso era capaz de deter a atenção de Lorra diante da caveira do dragão. - Você conseguiu juntar os dois dragões... - Lorra não olhava para a figura misteriosa, a bastarda Targaryen rodeava o crânio do dragão, acariciando a criatura com as suas mãos. - O quê planeja agora? - O crânio daquele dragão era a tradução da importância de sua legítima casa, e por alguns instantes Lorra sente-se atraída pela história de seus ancestrais, deixando de lado seus interesses pelos Martell.