Lorra Stone - Makaveli Killuminati ( Personagem em pausa )

O homem encapuzado soava otimista para Lorra, que ainda se incomodava em ser chamada de "vossa majestade", Lorra pensa em alertá-lo que não precisava manter a etiqueta social com ela, mas ainda não o conhecia o suficiente para julgar se era o melhor, talvez o homem gostasse de chamá-la de tal maneira. - A pressa é sua... - Lorra não tinha a intensão de apressá-lo, até por quê estava preparada para passar um longo período em Porto Real, sua resposta era equivalente a realidade, a pressa do homem encapuzado que seria o medidor de tempo até que ele conseguisse colocar Lorra na posição que desejava para completar as missões que Oberyn destinou a ela.

A jovem de cabelos platinados concordava com o homem encapuzado, balançando a cabeça positivamente, e lhe desejando tanta sorte quanto a que ele desejava para ela. - Boa sorte para nós. - Ambos selavam o acordo, e ao que parecia, Lorra havia conquistado um servo, que pensava que seria melhor tratá-lo como amigo e aliado, ou melhor, como um igual. Enquanto Desmond havia adentrado o salão com a tocha, o homem encapuzado dava tempo para Lorra lhe falar mais algo no pé do seu ouvido, e assim Lorra faz. - Quando eu entregar Sansa para o Norte, Robb ficará em débito comigo... Se o Norte está tão poderoso agora, imagine se o rei deles casar com uma Targaryen... E o quanto isso pode ajudar ambos os lados... - Lorra já parecia ter mergulhado nas ambições daquele homem, sussurrando em seus ouvidos algo que provavelmente lhe arrancaria um sorriso.

Os dois não tinham mais o quê conversar, Lorra deixa o homem encapuzado sumir na escuridão. A bastarda Targaryen acariciava o crânio do dragão uma última vez, antes de seguir as instruções de Desmond e caminhar a sua frente, rumo a saída da casa misteriosa. Os próximos dias de Lorra seriam de muita ansiedade, e mal poderia aguardar o quê a esperava, no máximo desejava sorte a si mesma, pois certamente iria precisar.

O primeiro encontro entre Obara e Lorra nãoa contece, graças a Obara, que por algum motivo não havia aparecido. Lorra duvidava que Obara não tivesse achado ninguém que pudesse ler a carta que havia deixado, havia até mesmo vasculhado o quarto em que elas haviam se alojado durante o último dia em que estiveram juntas, mas o bilhete não estava no lugar, tal como os pertences de Obara. A jovem de cabelos platinados esboça uma preocupação, mas tentava ser otimista quanto ao sumiço de Obara, no mínimo estava tentando ser discreta, assim como Lorra, além do mais, Obara sabia cuidar de si mesma.

Não demorou muito para que os novos aliados de Lorra arranjassem um disfarce para a bastarda Targaryen, de dentro da Fortaleza Vermelha, Lorra viveria o papel de uma jovem que viera de Valdocaso em busca de uma nova vida, o resto da história de seu disfarce preferia manter mais oculto, embora fosse importante poucas pessoas conhecerem a história completa para dar veracidade ao disfarce. A arquitetura dos salões da Fortaleza Vermelha tinham sua beleza singular, diferentes de Dorne, mas igualmente magníficas, a bastarda Targaryen sabia admirar um imponente e belo castelo quando via um, além do mais, precisava se entreter com alguma coisa enquanto limpava as pratarias do castelo. Apesar de fazer um papel de uma nobre de casa menor, Lorra parecia ser tratada como qualquer, e isso era bom, chamava menos atenção desta forma, aquelas pessoas pareciam muito mais focadas em enojar a bastarda Targaryen por conta de sua cicatriz e se afastando por conta deste e outros motivos.

Após um longo dia rotineiro no castelo, entre uma limpeza e uma espiadela, Lorra acabara em seu quarto para o descanso, embora a noite sempre a despertava ainda mais. Lorra conseguia ouvir a patrulha dos guardas nos corredores, o aço de suas armaduras impediam qualquer discrição, e se precisasse, Lorra se aproveitaria disso. Em um momento silencioso no lado de fora, algo batia a porta do quarto de Lorra, ou melhor, alguém. A bastarda Targaryen não tinha o quê esconder até ali, até então, só havia escutado algumas conversas e outras, mas nada além disso, então não teme em responder quem quer que fosse atrás da porta. - Só um momento, estou me trocando... - A jovem de cabelos platinados já estava pronta, vestida com uma calça de couro e uma camiseta branca larga, com um espartilho que lhe apertava a cintura e modelava perfeitamente suas curvas. Lorra abre a gaveta de sua cômoda e alcança sua adaga, embainhando-a e prendendo-a em um cinto que envolvia uma de suas coxas, deixando a adaga escondida por trás de sua coxa caso precisasse utilizar.

Aprontado a posição da adaga, Lorra caminha até a porta de seu quarto, abrindo e observando quem é que estava a procurando. - Pois não? - Responde abruptamente após abrir uma pequena fresta da porta, espiando quem estivesse ali fora.

Lorra não conseguiu reter seu sorriso após notar a euforia de Kaina ao abordá-la na porta. A posição de Kaina Jast era muito parecida com a de Lorra, ou melhor, Mellina, para com os Lannisters, por isso a jovem de cabelos platinados conseguia ter maior empatia com aquela figura. Cheia de juventude, muita energia e ansiedade, Kaina estava louca para contar alguma novidade, e logicamente como de praxe, Lorra estava curiosa com a novidade. - Conta logo Kaina!.. - Lorra abria a porta do quarto completamente, e rapidamente a nobre adentra o quarto de Lorra.

Ansiosa, Kaina falava quase sem espaçamento entre uma palavra e outra as primeiras frases, que Lorra demorava para assimilar. O sorriso da bastarda Targaryen estava se desmanchando vagarosamente, até ficar um sorriso sem graça e artificial, a guerra havia chego em Porto Real muito antes do quê imaginava, muito antes do quê precisava para completar as tarefas que havia sido destinada a ela. Não era só as missões de Oberyn que a preocupava, Obara estava em algum canto da cidade, cujos portões não eram mais seguros. O resto das palavras de Kaina não prendiam mais tanta atenção de Lorra, mas a bastarda Targaryen conseguia identificar as motivações e o convite de Kaina.

Antes de Kaina partir, Lorra a segura por um dos braços com firmeza, olhando-a nos olhos. - Estás maluca?! - A jovem de cabelos platinados sussurrava no corredor com bastante energia bem próximo ao rosto de Kaina. A inocência de Kaina era imprescindível, como aceitava um convite para alguma festa, por mais interessante que fosse, em meio a uma invasão a capital. Quando Lorra havia chego em Porto Real, notou os portões e a muralha que a cercava, assim como a quantidade de guardas que abasteciam sua guarnição, se as tropas nortenhas haviam furado as defesas de Porto Real sem nenhum cerco e tantos guardas da Fortaleza Vermelha haviam sido destacados para proteger a cidade baixa, significava que a situação era muito mais delicada do quê Kaina ou tantos outros poderiam imaginar. - A cidade está sendo invadida pelos Stark's... E se ele conquistar a cidade? Que fim teremos se formos encontradas na corte dos Lannisters? - Lorra tentava raciocinar junto a Kaina, evitando um possível fim trágico a garota em caso de vitória aos Stark's.

A bastarda Targaryen corre até o peitoril de um dos corredores da Fortaleza, espiando de uma das janelas a situação da invasão nortenha ali do alto da Fortaleza Vermelha, tentando analisar as chances dos Lannister's em defender-se com sucesso daquele ataque no meio da noite.

Apesar da preocupação inicial de Lorra, o quê ela via de uma das muretas dos corredores da Fortaleza Vermelha ia contra o quê falara, era muito improvável que a invasão fosse bem sucedida, mesmo com um dos portões penetrados pelo ataque das tropas nortenhas. Uma das figuras no combate chamava atenção, em tantos combates históricos sempre haviam heróis de batalhas, e aquele provavelmente era um dos heróis nortenhos, já que se destacava perante os demais, para o azar dele, aquele dia não deveria ser um dia de glória.

As palavras de Kaina tinham certa razão, mesmo em sua inocência e romantismo. Talvez Lorra devesse confiar a defesa de Porto Real aos soldados Lannisters, pelo menos por enquanto, já que a queda do reinado dos leões incomodariam Lorra naquele momento. - Talvez você tenha razão... Vejo você logo... - Lorra respondia a garota, deixando um sorriso se despedindo momentaneamente de Kaina, que partia em seguida. Lorra esperava pensativa no corredor vazio, de bruços sobre o peitoril do corredor observando a batalha que acontecia em Porto Real, o caos que se instaurava. Apesar de não parecer, o fato dos nortenhos já conseguirem penetrar as muralhas eram um feito considerável, e dali para tomar a cidade não era um passo tão grandioso assim. A bastarda Targaryen parecia combater um duelo em sua mente, talvez aquela fosse uma chance de se mostrar útil aos Lannisters, uma aproximação maior lhe remeteria aos segredos mais profundos dos leões, segredos que não poderiam ser encontrados em uma festinha particular de meninas da corte.

Infelizmente para Lorra, nenhuma ideia brilhante lhe passava pela cabeça, teria que desistir, não poderia causar grandes influências no combate que acontecia com as espadas. A jovem de cabelos platinados adentra seu quarto novamente, fechando a porta e agarrando-se na escova de cabelo e em um espelho, era hora de se arrumar para se apresentar decentemente ao evento que fora convidada. Lorra se veste com um vestido laranja feito em seda, deixava de lado o forte contorno negro ao redor dos olhos que costumava fazer, optando por uma maquiagem mais suave e o penteado trançado combinando em um coque.

Estava pronta, a jovem de cabelos platinados até parecia uma rainha após tanta produção. Lorra sabia que haveria a possibilidade das jovens banhar-se nuas em meio a fofocas, chás e vinhos, então era melhor não levar consigo qualquer arma escondida. Enfim, bastarda Targaryen sai de seu quarto, trancando a porta e partindo pelo corredor vazio, esgueirando-se com cuidado até o local marcado com Kaina e as outras meninas.

Lorra podia presenciar o corredor vazio, como Kaina havia falado, não havia uma alma viva, quem dera se todos os dias fosse assim, a bastarda Targaryen poderia agir com muito mais competência. As portas fechadas dos quartos poderia remeter ao medo dos nobres quanto a falta de proteção naquela noite, Lorra por outro lado não tinha a mesma preocupação, não havia levado uma vida de nobre, pelo contrário, a liberdade das ruas lhe davam a proteção que ela precisava, o encarceramento em um quarto não poderia ser saudável para ninguém, julgava ela.

Não havia com que se preocupar, Lorra se distraia observando as artes arquitetônicas da Fortaleza Vermelha enquanto caminhava calmamente nos corredores vazios, por algum motivo havia pegado gosto em apreciar tais artes, talvez sua vivência em Dorne teria influenciado nisso. Quando não percebera mais nada além da própria construção em si, Lorra esbarra em algo, ou melhor, alguém, uma jovem de avermelhados com o semblante triste e os olhos marejados, não poderia esconder de Lorra seu choro, mesmo que discreto. Sua juventude deveria ser maior do quê aparentava ou queria aparentar, o cheiro de seu perfume acalmava o ambiente e os olhos azuis contrastava com o cabelo, formando uma figura de beleza exótica e admirável. - Oh, perdão... Que desastrada eu sou... Me distrai e não te vi no corredor... - As duas reagiram de forma parecida e simultânea, uma pedindo desculpa a outra, o quê acabara roubando um sorriso de Lorra, que achava graça da situação constrangedora que as duas haviam acabado de passar.

A imagem da garota a sua frente não lhe era estranha, Lorra começava a perceber de quem se tratava, a jovem filha de Eddard Stark, só poderia ser, nenhuma outra garota no mundo se assemelhava a descrição de Sansa Stark. A tristeza no semblante da garota só confirmava o quê a jovem de cabelos platinados já desconfiava, a tristeza estampada no rosto da garota fazia jus a recente perda, não tão recente assim, mas impactante o suficiente para perdurar em uma Lady.

Era surpreendente o fato de Sansa Stark estar caminhando livremente nos corredores da Fortaleza Vermelha durante o ataque a Porto Real, o Rei Joffrey não se preocupava em sequer trancafiar a nortenha para barganhar em uma possível derrota, ou ainda não havia se dado conta do perigo que seu reinado sofria, mas Lorra tinha certeza que aquela era uma oportunidade única para ela e para a própria Sansa. - Lady Sansa? - Lorra indagava a garota em tom de dúvida, embora tivesse certeza que era ela.

Lorra sorria e agarrava as mãos da garota de maneira calorosa e alegre, deixando claro sua amistosidade em relação a ela. - Lady Sansa, Porto Real está sendo atacado pelos nortenhos! Você não pode ficar perambulando por ai! - A jovem de cabelos platinados falava em tom de preocupação, alertando Sansa do perigo que talvez ela não soubesse que passava, ou não se importava. Para Sansa acreditar em Lorra de imediato e deixar ser ajudada pela bastarda Targaryen, teria que ter algum motivo para isso, e Lorra entendia que precisava ganhar a confiança de Sansa naquela hora, imediatamente.

- Lady Sansa, eu sei que vai parecer estranho, mas você precisa confiar em mim. - Obviamente o pedido de Lorra pela confiança de Sansa não seria o suficiente para que Sansa realmente confiasse nela, então Lorra continua. - Houve outro tempo, outra guerra... Onde Porto Real estava sendo atacada também, os soldados que a atacavam na época era os que hoje a defendem, e por onde passavam traziam o caos, matavam e destruíam, mulheres, crianças e idosos, nada resistia a fúria e a traição destes soldados... Temendo pela segurança de seus bebês, os pais escondiam suas crianças onde podiam... Eu fui uma dessas crianças, e graças aos sete o homem que me encontrou não tinha o mesmo coração que os leões... Anos mais tarde fiquei sabendo que o homem que salvou minha vida foi Eddard Stark, seu pai... Sua morte recente me doeu profundamente apesar de nunca ter tido o prazer de tê-lo conhecido pessoalmente para agradecer pelo que fez por mim... - Lorra pretendia se mostrar empática com a história que contava, demonstrar que já esteve na situação da nortenha em tempos passados, e quê Sansa poderia confiar nela perante ao ato de seu pai no passado, como se aquilo unisse as duas. - Mas o destino foi bom comigo, e hoje eu tenho a chance de retribuir o quê Eddard fez por mim... Você PRECISA vir comigo, eu te levarei até seu irmão se confiares em mim... - Lorra esperava que suas palavras pudessem penetrar nos sentimentos de Sansa, para conquistar sua confiança imediatamente.

O diálogo entre as duas jovens mulheres acontecia no corredor da Fortaleza Vermelha de forma perigosa, mas pelo menos parecia evoluir bem. Sansa Stark demonstrava-se inteligente, ou pelo menos atenta a alguns fatos, e valia um elogio, mas não agora. - Podemos falar sobre isso depois... - Lorra falava aparentando se tratar do assalto a Porto Real, como Sansa imaginou ser, mas desconversando. Não havia o quê esconder da filha de Eddard, já que havia contado sua origem de forma bem resumida, mas não o suficiente para ser ligada diretamente aos Targaryen, pelo menos esperava que não, o quê sabia do assalto ao Porto Real era o quê Jon Arryn havia falado para ela, há muitos anos atrás. Lorra esperava que a nortenha não a visse como uma possível Targaryen, lhe entregando seu nome para desfazer possíveis ideias da mente de Sansa. - Meu nome é Mellina Oxford. - Lorra sorri para Sansa, compondo seu disfarce.

Por um momento, Lorra achou que Sansa talvez estivesse inclinada a casar-se com Joffrey de bom gosto, apesar do tom de preocupação. Quem no mundo não aceitaria ser salvo das mãos do sujeito que matou o próprio pai na primeira oportunidade? - Você não quer voltar para casa? - Antes de continuar a entregar um possível plano, Lorra esperava compreender se era do gosto de Sansa ser levada para seu irmão novamente, ignorando as outras questões levantadas, pois só responderia caso a nortenha demonstrasse interesse em voltar para Winterfell.

Sansa parecia desconfortável com a pergunta, Lorra conseguia imaginar do porquê, deveria ser difícil poder confiar em alguém na posição daquela garota. Aos poucos a bastarda Targaryen começava a aceitar que talvez não fosse aquele dia que conseguiria conquistar a nortenha, mas a mudança no semblante de Sansa começava a mudar o cenário que imaginou, e logo vem a confissão da garota, que desabava em frente a Lorra.

A jovem de cabelos platinados começava a se aproximar da jovem de cabelos avermelhados, abraçando-a afim de confortá-la, até mesmo passando seus dedos sobre a pele macia do rosto de Sansa, secando as lágrimas da garota. - Se fosse um jogo do Joffrey, estarias em mal lençóis depois do quê falasse... - Lorra falava próximo ao ouvido de Sansa, enquanto as duas ainda estavam abraçadas no corredor, de certa forma era o quê ela precisava ouvir no momento, quanto as outras perguntas, Lorra não poderia sequer imaginar uma resposta, e não valeria mentir para a garota naquela situação.

- Digamos que eu conheço algumas pessoas que podem ajudar... - Lorra se afasta da garota nortenha novamente, observando seu rosto e o pingo de esperança que apresentava. Ficava a dúvida nos próximos passos que deveria dar, a jovem de cabelos platinados ainda tinha tarefas na Fortaleza Vermelha que deveriam ser completadas, mas a oportunidade de fugir com Sansa poderia ser única, talvez devesse se aproveitar da guerra em plenos portões de Porto Real para capitalizar a fuga da nortenha.

- Continue resistindo minha amiga, e esteja pronta para partir, quando alguém se apresentar a você com a alcunha de "Duas-Caras", você sabe que pode confiar nesta pessoa. - Lorra falava aquela última frase sussurrando nos ouvidos de Sansa, seguindo seu caminho até o local combinado com Kaina e ignorando qualquer ação que Sansa tivesse a seguir. Lorra esperava que Sansa fosse forte o suficiente para resistir ao tempo que precisava para combinar com seus amigos ocultos uma fuga para a nortenha. Era certo que no próximo dia Lorra deveria revisitar a casa antiga acima da ossada do Dragão para compartilhar o quê precisava deles, ou encontrar qualquer outro meio de contatá-los.

Não foi difícil rastrear o local onde as nobres se encontravam, embora isso significasse que Lorra tivera que ignorar os choro contido de Sansa ao deixa-la para trás. O cenário que se apresentou para Lorra quando abriu a porta era caótico, as nobres garotas estavam soltinhas e com suas línguas mais afiadas do quê nunca, bebendo dos melhores vinhos, que sequer Lorra sabia se eram permitidos na ocasião. Uma vez que Kaina contava sobre Mirra Wood e seu suposto interesse por mulheres, Lorra lançava um olhar provocativo para a garota, com o intuito óbvio de provocá-la com o tema e entrar no clima descontraído da turma. Tempos depois outro rumor interessante era solto por uma das garotas, talvez o Capitão do porto da cidade fosse alguém que Lorra precisasse algum dia deste, valeria gravar em sua memória aquele rumor. Outros rumores pareciam verdadeiras mentiras e lendas sobre os mais nobres da corte, como a Rainha Cersei e seu filho Joffrey, e até mesmo sobre Sansa, que nitidamente não parecia ter superado a morte de seu pai pelo que Lorra pôde comprovar minutos ou horas antes.

A oportunidade de Lorra em meio aquele grupo de nobres fofoqueiras era única, de modo que poderia começar a espalhar algum boato utilizando-se daquela ferramenta, no caso as garotas nobres da corte. Em meio a tantos boatos, Lorra arquitetava algo em sua mente, algo que pudesse a ajudar de alguma forma. A jovem de cabelos platinados começava a pensar algo sobre o gigante Clegane, sobre Daemon, e até mesmo algo sobre os Targaryens, embora ficasse em dúvida sobre que tipo de boato começar. Talvez devesse espalhar vários, algum deles deveria cair na graça dos ouvidos das garotas e espalhar-se pela corte e além nos próximos dias.

A bastarda Targarye lembra-se de um dos guardas dos Lannisters que vivia cantando vitórias nos corredores da Fortaleza Vermelha, a jovem de cabelos platinados detestava o homem que sempre fora arrogante e maltratava os pequenos andarilhos que volta e meia invadiam a corte em busca de doações. O nome do sujeito era Umbriac, e a língua afiada de Lorra não teve dó de acusar o homem de estar elevando sua imagem comentando que derrotou Clegane em um duelo em uma taverna das Terras Tempestuosas, se o rumor se espalhasse, talvez Clegane viesse tirar satisfação com o homem e acabar com o rumor, nesse caso Lorra poderia tirar proveito da situação, já que Umbriac estava sempre a alguns passos da porta do quarto de Lorra. Tempos depois, Lorra aproveita-se do parentesco de Danna com Daemon para falar sobre o homem Lannister, a jovem de cabelos platinados espalhava que Daemon era uma figura non-grata em Porto Real, que seu nome era sujo e teria seu sobrenome renegado pelo próprio Tywin Lannister, que seria eternamente grato a pessoa que expulsasse tal homem de Westeros. Lorra imaginava que soltando aquele boato, a vida de Daemon em Westeros seria dificultada em tal ponto que sua permanência em Westeros tornaria insustentável, fazendo-o voltar para Essos, onde teria amarras com o povo de lá.

Diante das situações atuais, Lorra define que seria melhor manter em silêncio qualquer rumor sobre os Targaryens, já que a presença de uma Lannister entre as garotas poderia deturpar completamente o rumor que soltasse naquele momento, além do mais, era melhor manter os Lannisters ocupados com suas guerras, não precisava chamar a atenção dos leões para si.