Lorra Stone - Makaveli Killuminati ( Personagem em pausa )

O homem encapuzado apenas observava a princesa Targaryen naquele momento decadente. Escondido atrás de um pano que lhe cobria toda a face, qualquer coisa que o homem estivesse demonstrando era algo que Lorra nunca ia saber. O aliado de Lorra quebrou o silêncio após um longo tempo de observação.

- Peço desculpas por te importunar nessa hora, mas creio que é meu dever com você te manter informada. Ainda pretende escapar com a princesa nortenha de Porto Real? Eu não sei qual o seu plano, mas consegui uma ajuda caso vocês passem das muralhas da cidade, então creio que restará apenas a você traçar o seu destino. - Ele fez uma pausa, lembrando-se de outro assunto. - Ahh, quanto a montanha que cavalga, ele se encontra nas Terras Fluviais, mas se vê acuado agora que Robb tomou Correrrio novamente. Creio que em breve ele possa vir até a cidade, assim como todo os homens que o seguem.

O homem apenas pareceu concordar a medida que Lorra mostrava as informações que poderiam ser pertinentes a fuga ao lado de Sansa Stark. Quando ele estava prestes a falar, o gesto com a mão de Lorra pegou-o desprevenido.
Ele ficou em silêncio enquanto a Víbora Platinada se identificava, portando-se como rainha e exigindo que o mesmo jurasse lealdade a ela. Não se passou um segundo sequer, e o homem  já se encontrava ajoelhado no chão. Em sequência, o homem retirou o capuz e revelou sua face.

Spoiler:

Ele era um pouco gordo, a cara era nua e empoada, havia um jeito servil na maneira que ele se apresentava. Foi então que ele tocou uma das mãos na mão da rainha Targaryen. Lorra pôde sentir a suavidade da pele de seu aliado.

- Eu, Lorde Paxter Redwyne, Senhor da Árvore e chefe da Casa Redwyne, A Voz da Campina, juro lealdade a Lorra Targaryen. Que os deuses sejam testemunhas de minha lealdade para com a casa Targaryen e a rainha de direito, Lorra Targaryen.

O homem então beijou a mão de Lorra, um gesto extremamente servil por parte dele.

Spoiler:

Lorra Targaryen conhecia a história da casa e também do lorde.

Paxter Redwyne sentava no pequeno conselho do Rei Aerys II Targaryen como Mestre dos Navios, Permanecendo leal à Casa Targaryen durante a Rebelião de Robert.

A Casa Redwyne da Árvore é uma casa nobre vassala à Jardim de Cima. Sua sede é a Árvore, uma ilha situada ao sul de Vilavelha. Redwyne é uma casa poderosa com fortes laços com os Tyrell, e detém uma parte significativa da frota da Campina, possuindo duzentos navios de guerra e o quíntuplo desse número em galés mercantes.

Seu brasão apresenta um cacho de uvas púrpuro em campo azul, simbolizando as famosos vinícolas da Árvore.  Seu lema é "Maduros para a vitória".

Durante o juramento de Paxter Redwyne a Lorra, a bastarda teve uma intuição muito forte sobre o gesto do homem. A atitude do homem se mostrava bem cortês e servil, mas Lorra tinha a sensação que havia algo extremamente errado naquela situação. Algo não se encaixava, ou então algo do que o homem havia dito se tratava de uma mentira.

O homem pareceu não se importar com a desconfiança que Lorra manifestou, sua fala logo foi ouvida repleta de inocência e doçura na voz.

- Todos aqueles que mentiram e formaram conluio para tirar os Targaryen do poder serão severamente punidos, a Campina vem trabalhando para que isso aconteça, mas de fato, poderemos apenas lhe apoiar quando você conseguir tirar a princesa nortenha da cidade. Isso é muito perigoso, mas creio que a sua chance estará chegando. Se me permite, gostaria de obter a sua permissão para sair, devemos nos apressar com a fuga.

O homem ficou ali, ainda abaixado, enquanto esperava Lorra Targaryen se manifestar.

Algumas semanas se passaram após o último encontro com Paxter Redwyne. Todo esse tempo Lorra Targaryen permaneceu sob a alcunha de Mellina, uma moça recatada e de origem desconhecida, mas que nada tinha de tão interessante a ponto de ter sua vida investigada pelos outros nobres que residiam em Porto Real. A face marcada de Lorra era um chamariz, mas muitos acreditavam que aquilo havia arruinado a beleza da menina, de modo que a figura de uma menina com uma cicatriz no rosto evocava a pena nas pessoas. Com suspeitas ou sem, nada de incomum aconteceu durante todo esse tempo após o encontro com seu aliado secreto.

Lorra Stone havia limpado os objetos de prata, retirando todo o pó inúmeras vezes no mesmo dia. Sua rotina era sempre igual, o dia trazia uma série de tarefas antes mesmo que o sol nascesse, e a noite trazia o cheiro adocicado do descanso. Não que Lorra não aguentasse o trabalho, afinal, ela era uma dornesa acostumada com o clima árduo de Dorne. O que acontecia ali em Porto Real era algo muito mais esquisito e por isso, não poderia deixar de abalar nenhuma pessoa que se infligisse com tal coisa. Lorra Stone passava longos períodos enjoada, muitas vezes vomitando toda a comida que havia ingerido durante as refeições. O corpo da bastarda também havia se tornado um pouco mais frágil, transformando todas as tarefas em algo penoso e de difícil realização. No entanto, a jovem de cabelos platinados resistia em seu papel.

A noite estava límpida e bela, as estrelas brilhavam com intensidade e a lua fazia questão de tornar a noite um pouco azulada. Não estava totalmente escuro, ao menos ao ar livre, mas ainda sim uma pessoa dificilmente seria vista se não fosse por um observador extremamente atento. Lorra estava apoiada em uma das janelas do longo corredor, especificamente sob a janela na qual continha uma parte de seu destino. Alguns metros abaixo, a bastarda podia ver os contornos do caixote de madeira recheado com feno. Não seria uma queda grandiosa até lá, mas certamente alguns hematomas seriam adquiridos. O caixote permanecia sem alteração, como se a madeira sem vida também estivesse se preparando para um grande feito.

Lorra havia sido avisada no começo daquela noite que o dia da fuga havia finalmente chegado. Não fora um aviso aberto, mas sim algo que exigiu um interpretação do cenário. Lorra havia cruzado um corredor e havia visto Desmond, O Bardo, aos beijos com alguma moça. Além de beijar a moça, Desmond havia habilmente mostrado um dragão de ouro para a Lorra. Foi assim que a Targaryen obteve o conhecimento que tudo estava preparado. E agora, enquanto estava apoiada no parapeito da janela, Lorra havia confirmado que tudo estava pronto. Bastava agora ela mesmo colocar o plano em ação, seja lá qual fosse o plano que se passava na cabeça da Targaryen.

Lorra então ouviu som de passos no final do corredor. Não era um passo ritmado, mas sim de alguém que caminha despretensiosamente por um local conhecido. Quando a Targaryen se virou, avistou uma figura conhecida. Kaina Jast, uma das únicas amigas de Lorra em Porto Real, caminhava em sua direção.

Kaina estava vestida com um roupa azul bem simples, mas seu rosto chamava toda atenção para si. Ela era bonita, a pele um pouco curtida era verdade, mas ainda assim, Kaina era uma garota bela. Ela caminhou para perto de Lorra, claramente mostrando o desejo de falar com a amiga em questão.

- Mellina. O que está fazendo acordada? Também veio ver a lua nessa noite? Eu aposto que nesse momento muitos lordes estão enamorando com as suas damas. - Kaina ficou parada de frente para Lorra, o sorriso dela era um pouco pervertido, algo típico da garota. Ela estava em uma posição afastada da janela, de modo que não poderia ver o caixote no chão. - O pátio é muito mais agradável para apreciar a vista.