Daemon Lannister - Thitanios

Daemon olhou a criança imóvel, antes que pudesse fazer qualquer ela sumiu e ele seguiu o seu caminho. Talvez não houvessem muitos órfãos naquela região, o Montanha parecia ter cuidado do problema matando as crianças. Tudo aquilo fazia o sangue dele ferver, não sabia se queria matar Gregor com as próprias mãos ou capturá-lo e torturá-lo. Normalmente pagavam resgates pelos homens de alto nascimento, mas aquele homem não teria tanta sorte, nem todo o ouro de Rochedo Casterly substituiria o prazer do aniquilamento físico e psicológico daquele ser.

O sentimento de ódio contra o Montanha e seus homens ocupou seus pensamentos durante a viagem. Mas logo a satisfação ocupou o seu lugar, pois as evidências da derrota dos Lannisters estavam por toda parte. Eles estavam perdendo a guerra, o desespero logo tomaria conta de Tywin. O ideal seria que Jaime Lannister estivesse morto, seria um a menos no seu caminho, mas provavelmente havia sido capturado. A situação atual era uma faca de dois gumes, com Tywin enfraquecido ele poderia considerar um acordo com Renly, isso minaria a sua pretensão. Entretanto, o velho podia ser cabeça dura, nesse caso ele seria derrotado e a pretensão de Daemon seria reforçada. De todo modo, estava na hora de se encontrar com o jovem lobo, sua estratégia futura dependeria do sucesso ou fracasso dessa negociação. Seguiu o lobo que tremulava ali perto.

Correrrio é um forte castelo de três lados, não especialmente grande. O castelo é rodeado em dois de seus lados por rios. A oeste, o terceiro lado se encontra defronte a um enorme fosso artificial; em tempos de perigo, comportas são abertas e o fosso é preenchido, deixando o castelo completamente cercado de água, tornando Correrrio uma ilha, praticamente inatacável.

O castelo possui muralhas de pedra-de-areia, que se erguem altas sobre a água, e nas diversas reentrâncias das ameias se encontram buracos de flechas; torres comandam as margens opostas. No interior, há uma fortaleza. Devidamente guarnecida, Correrrio pode estocar suprimentos para homens e cavalos por quase dois anos; uma guarnição de duzentos homens é maior do que Correrrio precisa na maioria das circunstâncias.

Sor Brynden Tully, também conhecido como Peixe Negro, foi quem recebeu Daemon Lannister nos portões da cidade. Brynden Tully era alto e esbelto, com uma voz rouca. Seu cabelo, que já fora castanho, agora eraa grisalho. Sua aparência era de um homem vivido, suas sobrancelhas eram espessas e ele possuía olhos azuis claros. O homem viera a pé, mas ainda portava um gibão com o simbolo de sua casa, mas o desenho era ligeiramente diferente, o peixe representado era negro, enquanto a o resto da família utilizava um peixe da cor de prata. O gigante da campina lembrou-se de algumas histórias que seu pai contara sobre aquele homem, de como Brynden havia partido de Correrio e lutara ao lado de grande cavaleiros como Barristan Selmy e muitos outros, obtendo uma fama de bom lutador e de alguém justo.

- O que deseja aqui rapaz? Meus guardas me falaram que alguém estava diante dos portões. Por pouco não me mantive em meus aposentos, pois jamais imaginei que alguém poderia ter essa audácia, ainda mais quando um grande acampamento nortenho está a poucas horas daqui. - Ele fez uma pausa, revelando um sorriso. - Mas creio que você é um aliado certo? Ninguém teria tanta coragem de vir aqui se não fosse, mesmo alguém de seu tamanho. - Ele o convidou para entrar. - Como você é chamado? É o garoto que Renly nos enviou? Ele disse que tem um assunto importantíssimo para tratar. - Sor Brynden Tully o encarava com um sorriso no rosto, apesar das palavras soarem levemente rudes, o tom que ele usava era de brincadeira, mas a curiosidade a cerca de Daemon era real.

Desmontou do cavalo e olhou para Brynden. Daemon era nitidamente muito maior e mais jovem, mas havia algo naquele velho guerreiro que lhe concedia um ar ameaçador e nobre. - Sor, peço perdão por tirá-lo de seus aposentos, sou Daemon. - Fez uma breve pausa, exitando em dizer seu sobrenome, isso só deveria ser dito após uma primeira boa impressão. - Fui enviado por Renly para que pudesse conversar com Lorde Stark. Vossa Graça acredita que os nortenhos e sulistas possuem o mesmo objetivo. Vislumbra a união dos dois exércitos para por fim a esse período conturbado e aplicar justiça aos Lannisters. - Disse entrando e mantendo o tom o mais diplomático possível, ignorando o tom do homem que lhe parecia natural de sua personalidade. - Desejaria uma audiência com Lorde Stark para tratar desse possível acordo.

- Uma aliança? Creio que esse realmente é um assunto importante para ser tratado imediatamente. Normalmente eu diria para você esperar enquanto nós ainda estamos vivendo o júbilo da vitória, mas os Lannister são espertos demais e não podemos lhes oferecer um segundo de paz. - Ele continuou andando com Daemon do lado, conduzindo-o por uma série de entradas. Uma vez passaram por um longo corredor, depois passaram por um riacho dentro do castelo. Correrrio era uma fortaleza muito bem guardada, tendo como sua principal defesa o fato de poder tornar-se uma ilha ao mero cheiro de guerra. - Irei informar a Robb da sua presença, para que ele possa recêbe-lo. Deve esperar aqui, a beira desse riacho. Há algumas frutas ali e caso queira também poderá lavar-se da poeira da estrada enquanto isso. Apenas me diga um coisa. As histórias que contam sobre você são verdadeiras? Um homem de Essos disse que um homem chamado Daemon Peacemaker havia matado um rei e libertado todos os escravos da região. Disse que o rei era tão mal que não permitia que nenhum desafeto vivesse. - Ele riu, esperando a resposta de Daemon. Assim que Daemon respondesse, o homem iria em busca de Robb.

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Se agradou com a urgência concedida ao tema. Robb estava vencendo a guerra, mas também deveria apreciar um acordo, só esperava que as vitórias não tivessem lhe subido a cabeça. Não via a hora de resolver as negociações, mas sentia que poderia ser um problema, era provável que existissem vassalos mais orgulhosos e que poderiam influenciar o rei no sentido oposto ao desejado. Daemon já estava preparado para pegar uma fruta e esperar quando Bryden lhe fez a pergunta.

Sorriu. - As pessoas exageram um pouco. - Ele olhou para o riacho, como se procurasse lembranças antigas. - Windblown era uma espécie de Aegon de Essos, só que sem dragões e com uma força militar imensamente maior. Consegui matá-lo antes que começasse sua empreitada contra as Cidades Livres. Ele era mais um pretenso rei, um projeto de conquistador e não um rei de fato. Os mercenários que integravam o seu exercito foram embora após a morte de seu contratante. Dei a ordem para que os escravos que serviam Windblown fossem libertos, assim o que restou de suas tropas e suas posses se foi também. Pouca coisa restou ao seu herdeiro.           - Daemon era jovem, mas aquilo já ocorrera há alguns anos. Os homens pecavam pelo exagero, ele era apenas uma criança habilidosa que decidiu brincar de guerra, matou um homem gordo e alguns soldados que estavam com ele e deu algumas ordens lógicas para seu pequeno grupo. Os escravos haviam sido libertados por uma decisão puramente estratégica, mesmo que Daemon não mantivesse muito amor pelo instituto da escravidão.

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Brynden Tully observou o gigante contar a sua história com delicadeza. O peixe negro era conhecido por ter um humor ácido, mas naquele momento admirou a franqueza daquele homem a serviço de Renly Baratheon. No início, Brynden pensara em pregar uma peça em Daemon, fazendo ele esperar algum tempo até que Robb pudesse atênde-lo. Porém, depois da resposta do mensageiro, Brynden sentiu-se impelido a interver a favor de Daemon.

Antes de sair, o Tully falou uma última coisa.

- A sorte sempre acompanha um homem honrado. Tuas ações, se dotadas do verdadeiro sentimento da lealdade e da honra, serão retribuídas pelos deuses antigos com um futuro brilhante. Muitos poderiam dizer que se tratou apenas de sorte, mas os deuses sempre vão intervir por aqueles que possuem um ideal nobre a ser concretizado. - Ele caminhou para longe de Daemon, se virando com um sorriso no rosto. - Ou qualquer deus estranho de Essos que você acredite.

Spoiler:

Respondeu Brynden balançando levemente a cabeça e o viu partir. Não havia muito o que fazer ali, então pegou uma fruta e começou a comê-la enquanto observava o local. Ele não estava nervoso, tinha confiança que poderia tratar com Robb e conseguir um bom acordo. Seu medo maior era que o jovem lobo considerasse Stannis o verdadeiro rei, o que seria um problema. O irmão mais velho de Renly tinha uma pretensão maior, mas o seu apoio era efêmero. Daemon continuou imaginando todos os cenários prováveis, preparando suas respostas para convencer o nortenho a se aliar ao veado coroado.

Apesar da urgência que Sor Brynden Tully mostrou diante do pedido de Daemon Lannister, o encontro com Robb Stark só foi possível alguns dias depois. A informação que deram a Daemon é que o nortenho estava resolvendo alguns problemas de guerra, o qual exigiam toda a parte de seu tempo. Daemon fora tratado nesses dias como um hóspede muito bem vindo, aonde ele teria total liberdade para explorar toda Correrrio. Os dias então seguiram-se com uma agenda repleta de descanso para o gigante.

Em certa manhã, uma das aias bateu na porta de Daemon, avisando que Robb Stark estava pronto para recebe-lo. Após algum tempo, Daemon se encontrava perante ao nortenho que já estava sendo chamado de Jovem Lobo. O salão era reservado, não havia nada nele que poderia ser considerado como algo luxuoso, era como se os nortenhos levassem aquela visita a Correrrio como um plano de guerra e não uma viagem de prazer e diversão como teria levado o antigo rei Robert Baratheon. O Jovem Lobo era novo, possuía um cabelo avermelhado e olhos azuis. A idade que ele tinha era a de um jovem que procura conquistar todos os sonhos possíveis em sua vida.

Robb não estava só, ao lado dele estava Rickard Karstark, um homem alto que possuía uma grande barba branca. Os dois estavam sentados em uma pequena mesa, aonde havia uma cadeira livre para que Daemon se sentasse.

O primeiro a quebrar o silêncio fora o próprio Robb.

- Se for de seu agrado, sente-se aqui. - Robb indicou a cadeira vazia. - Espero que não tenha ficado decepcionado comigo, precisei lidar com alguns problemas indigestos da guerra. - Quando Daemon se sentou, Robb voltou a falar. - O que deseja pedindo uma audiência em nome de Renly Baratheon?

A demora da audiência não foi do agrado do gigante. Ele passou os dias tentando descansar, conversar com os homens e conquistar as mulheres do novo castelo, mas sempre sentia que estava perdendo tempo ali. Cada dia era como um dia perdido, uma manhã e uma noite aonde seu objetivo não se aproximava do seu alcance. A única coisa que impediu o homem de voltar foi a promessa de que o encontro com Robb aconteceria cedo ou tarde, como a aliança era algo de extrema importância ele não podia se dar ao luxo de jogar tudo fora depois de tanto tempo desperdiçado.

 O encontro finalmente aconteceu. Ele estava com sua armadura de combate, mas sem elmo. Achou que teriam uma melhor impressão se estivesse como guerreiro, então decidiu não vestir um gibão caro e usar as especiarias das cidades livres que usava em algumas ocasiões. Ele entrou em silêncio e fez uma sutil reverência com a cabeça, se sentando após o comando do Senhor do norte.

- Milordes, com certeza estão cientes sobre a atual situação de Renly Baratheon. Ele foi proclamado rei e possui o apoio da Campina e das Terras da tempestade. Pretende marchar e restabelecer a ordem em Westeros, aplicando a lei aos Lannisters e os demais revoltosos. Nesse sentido, os objetivos de Renly e de Milorde são semelhantes, uma aliança entre os exércitos não só ira garantir a vitória como diminuirá as baixas, assim tudo poderá voltar ao normal e os homens poderão voltar as suas vidas. - Fez uma pequena pausa, analisando o rapaz. - O veado e o lobo se uniram alguns anos atrás e conseguiram derrubar o rei louco e manter o reino unido, a única coisa que Sua Graça deseja é construir uma aliança tão imbatível quanto a de Eddard Stark e Robert Baratheon .

- E por que eu iria aceitar tal aliança? Por acaso Renly baratheon conseguirá trazer Eddard Stark de volta? Isso não se trata apenas de vitória, trata-se de justiça.- Foi Robb Stark quem disse, a voz dele era calma e o semblante pacífico.

- Ninguém pode trazer Lorde Eddard de volta a vida. Mas se deseja justiça ... é exatamente o que Renly oferece. Os Lannisters devem pegar pela morte de Robert e pela execução de Lorde Stark, isso é algo que o rei concorda com todas forças, tem interesse pessoal nisso. Não só Jofrey e a rainha, mas Tywin também sofrerá as consequências de suas monstruosidades. Para fazer justiça, entretanto, é necessário derrotar os Lannisters completamente, esse é um feito muito mais fácil quando se tem 100 mil soldados ao invés de 30 mil. Mesmo que os 30 mil sejam suficientes, os danos serão inversamente proporcionais ao número de espadas, mais homens sobreviverão e menos recursos serão gastos. - Daemon fez com que ele digerisse os números, era apenas uma aproximação, não sabia exatamente quantos soldados cada exercito tinha, talvez o rei pudesse reunir ainda mais homens. - Ademais, Vossa Graça também tem perspectivas interessantes para o futuro.  

Antes que Robb pudesse responder, Rickard Karstark decidiu entrar na conversa.

- Isso tudo é muito interessante. Mas o que será de nós se aceitarmos tal aliança? Podemos ser vitoriosos é claro, mas e nossa liberdade. Talvez você ainda não saiba, mas está diante do Rei do Norte agora. - O Rei do Norte é o antigo título mantido por milhares da anos pela Casa Stark de Winterfell, também chamado de Rei do Inverno. A coroa do Rei do Norte era um aro aberto de bronze, com inscrições de runas dos Primeiros Homens, coberta por nove pontas de ferro na forma de espadas. Foram os últimos reinos dos Primeiros Homens, e continuaram a governar o Norte após a Invasão Ândala, que assumiu os reinos sulistas. O último Rei do Norte foi Torrhen Stark, que dobrou os joelhos perante Aegon, o Conquistador, durante sua conquista, tornando a região parte dos Sete Reinos. - O que me diz sobre isso?

Robb Stark não gostou muito da intromissão de Rickard no assunto, mas por fim, achou a ideia interessante e se dispôs a ouvir o que Dameon tinha dizer quanto a isso.

O homem ficou surpreso com a informação. Aquilo mudava tudo, antes o garoto não tinha muitas possibilidades, alguém se sentaria no trono de ferro e Renly era o melhor pretendente. Agora ele desejava uma coroa. Convencer um lorde a se ajoelhar a um rei é muito mais fácil do que convencer um rei a se ajoelhar a outro. Ele parou alguns segundos, absorvendo a situação e preparando uma resposta.
- Eu entendo que existam diferenças entre os nortenhos e os sulistas que fundamentam tal decisão. Mas suponho que dividir o reino em dois não será solução para nada, só causará mais destruição e morte. - Daemon respirou profundamente para fazer uma analise sobre o provável futuro. - Não importa quem sentar no trono de ferro, acredito que nenhum rei aceitará perder metade de Westeros. É provável que os Lannisters sejam derrotados, totalmente ou parcialmente. Mas isso custará recursos, principalmente do exercito do norte, pois é aquele que se encontra em maior contato com os soldados do Oeste.  Renly e Stannis provavelmente aguardaram o desenrolar disso, não terão motivos para ajudar nenhum dos lados, no máximo tentarão conquistar Porto Real e aproveitarão as brechas de cada exercito para enfraquecer ambos, mantendo seus recursos intactos  - Uma pausa par que pudessem pensar naquilo. - Bem, quando o vencedor do conflito Lannisters-Stark se definir, o rei do sul ira ao seu encontro. Outra guerra ira começar. Seu exercito será menor e estará desgastado, mas podem vencer a maioria das batalhas ainda, não contesto a habilidade de seu povo, mesmo que a balança tenda para o outro lado.
O problema é que o inverno se aproxima. É impossível aniquilar o exercito do sul ao ponto de dar fim definitivo à guerra. Duas hipóteses: - Fez o número com as mãos - Seu exército sobe para o norte e espera o inverno passar, pois os sulistas dificilmente o seguiram; ou seu exército permanece nas terras fluviais. No primeiro cenário vocês recuam e vão ter o inverno para se preparar, mas o sul também terá o mesmo período e a produção de alimentos do norte sofreu com a guerra. Vocês sobreviverão, sempre aguentaram o inverno com firmeza, mas será um fator de importante desgaste, muitos morrerão de fome, frio e doenças. Além disso, as terras fluviais irão sofrer ataques constantes, pouco poderá ser feito sobre isso. No segundo cenário vocês protegerão as terras fluviais, mas continuarão sofrendo com fome e combates constantes, os Lannisters acabaram com a maioria das colheitas dessas terras, enquanto a Campina poderá oferecer boa alimentação aos homens do sul. Nesse meio tempo os homens de Oeste podem ter se restabelecido ou se curvado ao rei do sul, o exercito inimigo e suas provisões aumentam, devido ao dinheiro de Castely Rock. É provável que os homens de ferro aproveitem a vulnerabilidade do Norte, enquanto tudo isso se passa eles atacam o norte desguarnecido. Estou apenas analisando o cenário mais provável, se discordarem de algo podem falar.
Falar tanto lhe cansou um pouco. Aquilo era o que aconteceria, o norte estaria perdido de qualquer jeito, tudo por uma coroa. Ele tinha que convencer o jovem lobo da estupidez daquela decisão.
- Ser um rei, um lorde ou um comandante é mais do que um título, é uma responsabilidade para com aqueles que confiam as vidas nas suas decisões. Torrhen Stark não foi um covarde ao se ajoelhar, foi um líder. Não se ajoelhou devido ao medo, mas porque percebeu que lutar contra Aegon só traria desgraça ao seu povo. Ele percebeu que ceder um pouco da liberdade e de seu poder era melhor do que manchar o norte com o sangue de seus filhos, por isso ele foi muito melhor do que outros senhores de Westeros. Se o norte deseja maior liberdade nos podemos conseguir isso por meio de acordos, Renly já prometeu ajudar o norte no inverno, mas dividir o reino em dois só resultará em uma tragédia para todos, principalmente para aqueles que o senhor almeja proteger. É um preço muito caro para pessoas que só querem viver nas suas terras, se casar, ter filhos e ter um pouco mais de dinheiro e comida na mesa. Um rei do norte pode parecer melhor do que um rei do sul agora, mas nesse panorama a maioria preferiria viver como viveu nesses 300 anos. – A voz de Daemon era calma e sincera, acreditava naquilo que dizia, só esperava que Robb fosse maduro o bastante para entender a verdade naquelas palavras, pois nenhum de seus vassalos estúpidos lhe diria aquilo.

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Robb Stark ouviu atentamente o que Daemon Lannister dizia. Por muitas vezes durante o discurso, ele se remexeu na cadeira e seus olhos brilharam com intensidade, mas ele sempre se mostrou calmo no fim. Já Rickard Karstark, apresentava com um semblante nervoso e impaciente. Era claro que ele não gostava das atitudes do gigante, uma vez que pareciam confrontar e até mesmo ter o objetivo de intimidar o Rei do Norte. Antes que ele falasse porém, Robb Stark assumiu o controle da situação.

- O que você fala tem um fundo muito grande de verdade. Eu não poderia enfrentar Renly sem ter grandes baixas para meu povo. Certamente iríamos sofrer com tal guerra, dividindo Westeros em várias facções. O que acharia meu pai de tal coisa? Acho que ele não ficaria contente com isso, Eddard sempre foi um homem sensato e leal, mas ele sempre me ensinou que vale a pena lutar pelo que é certo. Não vê a lição que ele nos ensinou? Ele foi executado, mesmo podendo ter fugido do local, mas ele preferiu fazer o que tina de ser feito. A morte dele me inspira. - Ele fez uma pausa, dando um sorriso desconfortável. - Os homens me deram o título de Rei do Norte, o dever não foi escolhido por mim e sim imposto. Você acha que marchei para o sul vindo com essa pretensão? Não, no entanto, meus homens desejam tal coisa. Diga-me Daemon, um líder não deve ouvir a sua população? Eles clamam por justiça. - Robb fez uma pausa maior. - É claro que meu desejo é direcionado aos Lannister, como você mesmo disse. Não tenho intenção nenhuma em lutar contra Renly Baratheon, mas agora me sinto inclinado a aceitar tal ajuda, ao menos um pacto de não agressão. Seria péssimo para os dois lados, apesar que eu ainda acredite que o Norte seja algo impossível de se vencer. O que você disse tem muito para ser levado em conta, mas tem uma grande verdade nela. Eu não seria um bom rei se não pensasse no melhor da minha população. Eu estou realmente inclinado a aceitar tal ajuda, mas primeiro gostaria de discutir algumas coisas com você. Não desejo somente o pacto com Renly, mas também quero que a justiça seja feita. Quero o sangue daqueles que mataram Eddard e também minhas irmãs seguras ao meu lado. Pode me oferecer isso?

Antes que Robb continuasse, Rickard entrou na conversa com um argumento feroz.

- Isso tudo é muito comovente, mas há um grande erro. O que lhe da tanta certeza que Renly Baratheon ganhará de seu irmão? Que eu saiba, Stannis Baratheon se autoproclamou rei, exigindo que sua pretensão seja considerada por todos os membros do continente. E se nós nos aliassemos a ele, que chance teria Renly Baratheon então?

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Robb escutou atento a Rickard. Ele não foi convencido, de modo que Daemon ainda estava em vantagem. Porém, foi o suficiente para que ele se interessasse pela resposta que Daemon daria a questao que fora levantada.

Spoiler:

Ele olhou para Rickard, respondendo a sua pergunta com absoluta confiança. - Poderiam se aliar a Stannis, mas o que ele pode lhes oferecer ? O homem praticamente não tem aliados, mil soldados no máximo, Stannis estaria mais próximo de um vassalo do que de um rei. Tudo isso por que é um homem incapaz de causar a mínima motivação em alguém, Stannis é incapaz de manter homens interessados em sua causa, manter o trono de ferro é impossível para ele. Apoiem Stannis hoje e amanhã seus problemas serão maiores do que eram hoje. Seria como se amarrar a um cadáver. Renly tem o maior exercito de Westeros, a nobreza e a plebe lhe adoram. Ser aliado ou inimigo de Stannis é irrelevante. Ser aliado ou inimigo de Renly é ter mais de cem mil homens do seu lado ou do outro.

Achou que aquilo havia resolvido a questão e então se virou para Robb. - As vezes o papel de um líder é deixar de escutar seus homens e pensar no que é melhor para eles. Muitas vezes os homens estão cegos pela glória e pelo entusiasmo, só percebem que erraram quando a desgraça lhes alcança, quando suas tripas estão vazando e pensa nos filhos morrendo de fome. Entendo, milorde, a dificuldade de tal situação. Mas desejo o senhor consiga discernir o melhor para eles se a desgraça se aproximar, mesmo que alguns digam que o melhor é o contrário, por lealdade ou por medo. A coroa se ajusta a cabeça e fica cada vez mais difícil de se retirar. Mas acredito que possamos discutir esse assunto futuramente, uma aliança mais modesta pode ser a melhor opção por agora. Sobre a justiça, pode ter certeza que Renly ira punir Joffrey e a rainha por seus atos. Tywin também sofrerá as consequências de seus atos. Suas irmãs não serão agredidas de nenhum modo e qualquer homem que ousou fazer mal ao sangue Stark será morto. Se quiser, inclusive, posso enviar esses casos para que o senhor mesmo aplique a justiça.