Daemon Lannister - Thitanios

A espada fez um arco perfeito, não dando uma chance de defesa real para Daemon. O aço fino e perigoso acertou o peito do gigante, fazendo um rasgo em toda a extensão do peitoral. O sangue escorreu pela pele branca de Daemon e a multidão gritou enlouquecida.

Emmom Cuy deu outra risada e cuspiu em direção a Daemon.

Spoiler:

Emmom era rápido e sabia lutar, mas seus golpes estavam longe de ser uma ameça ante a constituição física de Daemon. Se sua habilidade com a espada e com o escudo se aproximava da do gigante, sua força e seu vigor estavam a uma distância abissal se comprada a do Lannister.

Ele então olhou o ferimento, que não era nada mais que um arranhão para seus padrões, e então avançou com beligerância contra o cavaleiro. Estocando na barriga do mesmo e depois atacando com um corte em seu pescoço.

[Tenho fúria, o que me da a possibilidade de fazer um ataque toda vez que perco vitalidade].

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Daemon se moveu com habilidade e graça. Seu corpo, um montante de músculos poderosos, exibiu uma velocidade enorme. O golpe desferido pelo leão foi letal. Primeiro. a Pacificadora encontrou a barriga de Emmom Cuy, rasgando carne e couro com mesma facilidade.

A multidão ficou em silêncio enquanto aqueles segundos se desenrolavam. Alguns pareciam esperar que Emmom Cuy se livraria da espada e retornaria ao combate, mas logo o guerreiro gemeu, e de sua boca, um sangue espesso e escuro procurou o ar livre. Os olhos de Cuy estavam injetados de medo.

Daemon teve que fazer força para retirar a espada de dentro de Emmom. Foi preciso torce-lá, fazendo com que Emmom gemesse ainda mais, para só assim retirar a espada. O homem ainda ficou de pé, com a mão sob o ferimento. Foi então que A espada de Daemon deu outro golpe brutal, separando a cabeça do corpo do homem.

A multidão ficou em silêncio, todos observando Daemon Lannister. Até mesmo o Conselho ficou surpreso com o resultado do combate. Foi Lorde Meadows que rompeu a mortalha que caía sobre a Campina.

- Daemon fala a verdade! Daemon Lannister não assassinou o rei, isso está provado! O julgamento por combate é claro! Viva Daemon.

O viva Daemon foi dito com muito empolgação, e alguns gritos de júbilo surgiram em meio a multidão. A maioria que comemorava eram soldados que haviam marchado com Daemon e o falecido rei para a guerra. Em meio ao sol ofuscante, a campina se tornou agitada com a aclamação a Daemon.

O conselho por si só ficou em silêncio, mas certa hora um dos representantes pediu silêncio e disse rapidamente que Daemon estava livre.

- Não há crimes aqui, os deuses são claros. Felicito a Daemon pela vitória, mas ainda sim continuaremos a buscar o verdadeiro assassino de Renly. - Ele disse em um tom resignado, como se ainda estivesse engolindo aquela vitória do gigante. - Como você foi absolvido da acusação, poderá voltar os seus afazeres e permanecer quanto tempo quiser por aqui. Este conselho termina por aqui, não há mais motivos para continuar. Deseja falar alguma coisa Daemon?

Nesse instante, Daemon já se via cercado de entusiastas e abraçado por Lorde Meadows e por Lorde Orme, o mais novo dos lordes chorava e dizia que iria sempre defender as causas de Daemon.

Sor Emmom morreu, como não podia deixar de acontecer. Foi estúpido ao querer combater um gigante em seu jogo, achou que sua velocidade poderia lhe dar a vitória, não julgou que Daemon também fosse rápido, um erro comum e que já custou a vida de muitos homens, provavelmente ainda mais serão ceifados pela mesma estupidez.

Para ele, a morte do adversário não foi um surpresa, estava embriagado pela fúria e pelo sentimento de invulnerabilidade, mas mesmo um julgador imparcial poderia chegar a mesma conclusão, a habilidade de ambos podia ser semelhante, mas um era muito mais forte e resistente do que o outro. O homem parecia uma criança perto dele, o corte que estava em seu peito era semelhante a um feito por unhas infantis, pelo menos para um guerreiro experiente. Daemon chegou a sentir uma ponta de culpa, como alguém que mata violentamente uma barata desesperada, mas logo esse sentimento passou, como também ocorre com o assassino de baratas depois de alguns segundos.

Lorde Meadows falou e os gritos romperam o silêncio inicial, Daemon se limitou a erguer o braço, como demonstração de uma vitória que estava melhor representada pelo cadáver sem cabeça ao seu lado. Ainda existia impeto nele, não é algo que passa de uma hora para outra,

Sor Emmom morreu, como não podia deixar de acontecer. Foi estúpido ao querer combater um gigante em seu jogo, achou que sua velocidade poderia lhe dar a vitória, não julgou que Daemon também fosse rápido, um erro comum e que já custou a vida de muitos homens, provavelmente ainda mais serão ceifados pela mesma estupidez.

Para ele, a morte do adversário não foi um surpresa, estava embriagado pela fúria e pelo sentimento de invulnerabilidade, mas mesmo um julgador imparcial poderia chegar a mesma conclusão, a habilidade de ambos podia ser semelhante, mas um era muito mais forte e resistente do que o outro. O homem parecia uma criança perto dele, o corte que estava em seu peito era semelhante a um feito por unhas infantis, pelo menos para um guerreiro experiente. Daemon chegou a sentir uma ponta de culpa, como alguém que mata violentamente uma barata desesperada, mas logo esse sentimento passou, como também ocorre com o assassino de baratas depois de alguns segundos.

Lorde Meadows falou e os gritos romperam o silêncio inicial, Daemon se limitou a erguer o braço, como demonstração de uma vitória que estava melhor representada pelo cadáver sem cabeça ao seu lado. Ainda existia impeto nele, não é algo que passa de uma hora para outra, poderia passar a tarde cortando e matando homens com toda aquela agressividade que corria em suas veias, mas sabia que alguns minutos sem ação acabariam com essa sensação.

- Primeiramente, desejo que os senhores do conselho possam me garantir uma reunião com Lorde Tyrell, pois depois dos últimos acontecimentos eu preciso resolver como ficará minha situação com a Campina. - Quase acrescentou um comentários mais insolente no meio, mas conseguiu se conter. Se virou para a a multidão então - Além disso, planejo dar uma festa hoje em comemoração a minha liberdade. Estão todos convidados e qualquer um que me achar um traidor, ou quiser me chamar de "merda de Essos" e "cavaleiro da desonra", poderá falar na minha frente. Estou pensando em adquirir um Castelo e os muros irão precisar de decoração.   - Um risinho desafiador surgiu em seu rosto, depois daquilo ninguém mais lhe insultaria, pelos menos não na sua frente, e aqueles que lhe insultassem pelas costas ficariam olhando para os lados, temendo sua aparição repentina, como crianças temendo monstros em suas camas a noite.

Alguns homens assentiram com o comunicado de Daemon Lannister, outros gritaram em júbilo. Os homens tendem a amar aqueles que provam seu valor, e poucos são aqueles que vencem um desafio enorme se não o merecer. Por isso, os homens da Campina pareciam satisfeitos com o discurso feitos por Daemon.

O conselho deliberou enquanto Lorde Meadows e Lorde Orme davam ordens para homens em meio a multidão, informando para preparar um banquete a noite. Logo após isso, um homem do conselho se aproximou e disse que o encontro seria realizado na hora do banquete em comemoração a vitória de Daemon, uma vez que Lorde Tyrell tinha outros assuntos a tratar.

Daemon então foi conduzido a um pequeno castelo ali perto, onde Lorde Meadows possuía alguns criados e tinha uma pequena fazendo com alguns porcos e vacas. Durante o dia, foi feito um tratamento a base de vinho quente com mel sobre o ferimento de Daemon, afim que ele não expelisse pus e sua situação piorasse.

Logo então, a noite chegou.

Spoiler:

Daemon Lannister estava sentado em frente a uma fogueira, em sua mão repousava um copo de madeira repleto de vinho dornês, e ao seu lado estava inúmeras figuras conhecidas da Campina. No entanto, de início, Daemon não conseguia observar o que ocorria ao redor, pois as chamas da fogueira pareciam dançar a sua frente. Havia um cordeiro sendo assado ali, e suas gotas de gordura escorriam e caíam com um chiado sobre o fogo, alimentando-o mais ainda. Havia um padrão estranho ali, no modo como o fogo se mexia e captava a atenção de Daemon. Seja como for, em certo momento dessa cena, o rosto de Melisandre pôde ser visto no fogo. Era um rosto ardente, e os olhos de Melisandre eram duas gotas de gordura que haviam pingado em meio ao fogo, e assim, eles fitavam Daemon. E de repente, como se tudo fosse apenas fruto do vinho, a cena sumiu rapidamente e o som normal do ambiente retornou.

Daemon Lannister ouviu um homem dizer ao seu lado, a voz embriagada pelo vinho forte daquela noite. Era lorde Orme, o jovem companheiro do gigante.

- O que vai pedir Daemon? Pedirá um castelo, tenho certeza que nenhum Tyrell poderá lhe negar isso. - Ele riu, satisfeito com seus próprios pensamentos a cerca disso.

- Eu sabia que isso um dia poderia acontecer, Daemon sempre se mostrou capaz de dirigir homens, foi o que ele fez em minhas tropas. - Lorde Meadows colocou uma das mãos nos ombros do gigante, como se houvesse uma felicidade genuína em seu ser por ele ter sido o homem que havia "descoberto" Daemon e trazido ao cenário da guerra um homem como o gigante. - E o fez muito bem, mas acho que é hora de ter seus próprios homens.

- Ele precisa é de uma bela mulher, capaz de aguentar esse peso todo na cama. - Algum homem que estava em volta do fogueira disse isso, a voz arrastada pela bebida. Todos os homens rirão desse comentário, e todos ali pareciam felizes com o rumo que tudo estava tomando.

Daemon ainda estava sentado, sabia que ali era bem recebido agora, mas também sabia que logo mais teria um novo embate, certamente Lorde Tyrell estaria apto a chegar ali a qualquer momento. De qualquer maneira, ali, naquele momento, os homens que se aproximavam em volta daquela fogueira partilhavam uma alegria, um alegria que somente a luz pode fornecer, havia algo de belo em vencer.

Seus olhos se perdiam nas chamas e sua mão segurava o cabo da espada com firmeza. Por um momento, pensou que a mulher de vermelho sairia do fogo e agarraria seu pescoço, mas foi apenas uma ilusão devido a sua vista cansada pelo brilho das chamas, pelo menos era nisso que queria acreditar, mas não duvidava de nada depois dos últimos acontecimentos.

Orme interrompeu a divagação. Não contaria o que havia acontecido para ninguém. Parte dele desejava compartilhar a verdade, pois guardar algo como aquilo lhe era muito penoso, era como ver um dragão e não poder conversar sobre isso com ninguém, ao mesmo tempo, a descoberta de um segredo como aquele lhe dava uma sensação de poder indescritível, como se apenas ele soubesse a verdade sobre o mundo e todos os outros fossem crianças tolas. De qualquer modo, passaria por idiota se dissesse qualquer coisa sobre o assunto, então aquele conflito era facilmente resolvido por aspectos fáticos.

Sorriu para o jovem Orme - Creio que não existam tantos castelos em Westeros para que os Tyrell possam me indenizar pelo ocorrido. De todo modo, somente um Castelo me interessa de verdade, os Tyrell não podem me dá-lo no momento. - Foi então que Meadows chegou, ouviu seu comentário e o do homem após ele, riu com eles. - É ainda muito prematuro para qualquer previsão, me encontrarei com o Senhor da Campina e veremos qual será o resultado disso tudo. Mas acho que será necessária mais que um mulher para aguentar meu peso, se Aegon teve duas, posso ter três. Talvez o septão não concorde, mas tenho certeza de que se convidá-lo para perguntar a opinião dos deuses em combate, ele aceitará me casar até mesmo com a própria donzela.

Os homens deram risas estrondosas da piada proferida por Daemon Lannister naquela noite. O vinho sempre fazia os homens se soltarem mais, e a situação de comemoração impelia ainda mais aquele tipo de brincadeira. Os homens ali reunidos, todos pareciam unidos em uma só causa, e todos pareciam satisfeitos com os rumos dos acontecimentos. Alguma brincadeiras seguiram-se nos minutos posteriores, e logo Daemon viu de relance alguém caminhando para o círculo de homens.

Sor Loras Tyrell usava uma roupa leve, mas trazia sua espada consigo, algo normal para um homem de armas. Suas roupas eram esverdeadas, mas ganhava um tom mais neutro enquanto ele ainda se encontrava nas sombras. Então, ele pareceu reconhecer Daemon, e seus passos se tornaram mais rígidos, e dessa forma, Loras caminhou em direção a Daemon Lannister.

Assim que estava no círculo de homens, os companheiros de Daemon pararam de rir, e Lors se inclinou, dando uma saudação forçada.

- Senhor Daemon Lannister, fico grato por ter provado sua inocência. - Ele ainda fica de pé. - Estou aqui representando meu pai e todos os senhores que apoiam minha casa. Como requisitado, aqui está a sua reunião. Espero que não se incomode que ela aconteça aqui.

E assim que Loras falou, Lorde Meadows fez um gesto para que seus homens saíssem, ou ao menos ficassem onde não poderia ouvir a conversa. Mas mesmo assim, ele esperou de Daemon uma resposta sobre o que deveria fazer.

Olhou para Loras por alguns segundos em silêncio. O cordialismo forçado do jovem era palpável, escondia uma ira muito mal ocultado. Obviamente, aquele homem não gostou nem um pouco do resultado do julgamento, não acreditava na inocência de Daemon e o atrapalharia o quanto pudesse. Ele também não estava feliz com aquele encontro, desejava se reunir com o próprio Lorde Tyrell, não com o seu filho que nem mesmo era seu herdeiro, naquele lugar que nem mesmo era um aposento digno para uma conversa daquela importância.  

O clima de tensão começou a tomar o lugar, o gigante percebeu que o silêncio já estava incomodo o suficiente e então se manifestou - Senhores, acredito que Sor Loras e eu tenhamos muito o que conversar. Bebam e divertam-se em meu nome, encontro os senhores mais tarde para continuarmos com as comemorações. - Aguardou que os homens entendessem o recado e deixassem ele e o Tyrell sozinhos. - Julgando as condições desse encontro, Sor, e também o fato de que vocês tentaram cortar minha cabeça mais cedo, me parece que a Campina não tem apreciado muito meus serviços. Espero que me digam se estou sendo um incômodo, posso ser o incômodo de outro se esse for o caso. - Já estava impaciente desde que lhe acusaram de regicídio, havia optado por um discurso mais ofensivo desde então. Não pretendia permanecer na Campina se não lhe entregassem o que queria, naquele momento, eles precisavam mais do gigante do que ele precisava deles.

Sor Loras Tyrell encarou Daemon Lannister com cautela, e pôs-se a falar depois do gigante.

- Como foi determinado, você está livre para andar e exercer qualquer cargo aqui na Campina. - Ele fez uma pausa, perdido em pensamentos. - Eu sei que você não tem culpa do que aconteceu, mas Daemon, percebe que a Campina está fragilizada por causa dessa situação? Os homens não querem saber mais da liderança dos Tyrell, e com isso, nossa guerra contra os leões e Stannis fica muito arriscada. Talvez, em um futuro, eu posso mudar minha opinião em relação a você, mas agora, não posso te olhar com bons olhos, pois os que ainda apoiam os Tyrell, são conservadores e por isso, suas opiniões demoram um tempo para mudar. Espero que entenda isso Daemon. - Ele fez outra pausa, pegando um copo que havia sido deixado, e com isso encheu-o de vinho. - O que fára agora Daemon? O que pretende fazer, uma vez que está livre? Olha... eu sei que você tem alguma coisa a me pedir, mas saiba também que eu irei pedir algo a você. Algo que, se feito, pode restaurar essa história delicada.

Spoiler:

Levantou-se e começou a andar pelo cômodo, permanecendo pensativo e intrigado. Ele já havia refletido sobre algumas exigências, mas todas dependeriam da função que os Tyrell lhe delegassem, a única que deveria ser mantida em qualquer situação seria Casterly Rock.

O problema principal era a ausência de um monarca, de nada adiantaria lutar e não ter ninguém para colocar no trono de ferro. Seu maior temor era que os Tyrell acabassem se ajoelhando aos Lannisters, o que fulminaria sua pretensão. Nesse caso, se conseguisse sair vivo, teria que fugir para Essos ou se aliar ao Norte, as duas situações lhe pareciam insatisfatórias. - Continue, Sir. Mas antes, me diga qual é o plano da Campina, por quem estamos lutando agora? Quem será nosso rei?

Sor Loras Tyrell respondeu com a voz calma e límpida.

- Nós ainda estamos pensando em quem irá suceder Renly Baratheon na pretensão pelo plano. Talvez, seja alguém aqui da Campina. Ora, é certo que alguns podem dizer que não temos direito ao trono, mas ao menos, a Campina não se dobrará a ninguém e se precisar, iremos nos rebelar contra o Reino, e fundarmos um próprio. - Ele riu. - O que me diz sobre isso Daemon? Acha que seria sensato da nossa parte em tornar-se um Reino Independente? - Outra pausa. - O que eu vou lhe pedir, é algo pessoal, mas creio que talvez você tenha uma chance de realizar o que deve ser feito. No entanto, antes disso, preciso saber o que você pretende fazer e qual sua pretensão para com a Campina.

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Pensou um pouco sobre a pegunta de Loras. Se tornar o reino independente resolvia o problema de pretensão, caso não conseguissem ninguém para substituir Renly. Todavia, governar os sete reinos era um situação muito mais agradável e segura para a Campina. - Bem, nos temos recursos suficientes para nos tornamos independentes. Poderíamos manter nossa independência enquanto o reino permanecer divido e caótico. Mas quanto tempo isso ira durar ? Basta que alguém suba ao trono de ferro e tente unificar Westeros novamente e teremos sérias dificuldades. Sinceramente, acredito que seja uma posição que pode durar meses ou décadas, mas que historicamente estará fadada ao fracasso. Se essa guerra não acabar até o inverno, é provável que Westeros se divida em quatro reinos. Os Lannisters vão atacar a Campina e as Terras fluviais em primeiro lugar, podem fazer isso ainda no inverno, se ficarem desesperados pela falta de provisões. - Daemon percebeu que já estava se delongando numa pergunta que poderia ter sido meramente retórica. Então decidiu terminar suas reflexões e deixar que Loras prosseguisse.

Foi então que ele lhe perguntou sobre suas pretensões. Ele não precisou pensar muito, já sabia o que desejava - Pretendo lutar pela Campina, desde que ainda sustentem minha demanda por Casterly Rock. Quero uma posição de comando e de destaque, pretendo reunificar a região. Deverei ser eu a julgar os Lordes rebeldes e decidir o que fazer com as terras deles, podendo, inclusive, me tornar senhor dessas terras, obviamente jurado aos Tyrell como um senhor qualquer. Depois, pretendo negociar com o Jovem Stark, mandar uma carta a Companhia Dourada e ao meu pai em Essos e visitar meus parentes em Dorne, precisamos nos informar sobre a situação das Terras da Tempestade também, poderíamos legitimar um bastardo de Robert e teríamos o apoio de todos os Lordes da tempestade de bom grado. Formaremos um exercito com o apoio que conseguirmos e marcharemos contra Porto Real e os Lannisters. Das terras conquistados, desejo poder distribuir grande parte delas entre os homens da Companhia, que terão a permissão de se estabelecer em Westeros, seus líderes receberão títulos de nobreza e serão jurados a mim. - Fez uma pausa e encarou Loras com seriedade. - Basicamente, é isso que pretendo. Agora é a sua vez, milorde.

Sor Loras Tyrell, que outrora fora um cavaleiro cheio de energia e disposição quando Renly estava vivo, agora escutava o que Daemon Lannister dizia com um aspecto soturno e desanimado. Após todo o discurso de Daemon, Loras tomou a palavra para si.

- Tornar-se um reino ou lutar pelo trono de ferro ainda está sendo discutido pelo conselho, mas creio que isto não é da sua alçada no momento. - Loras desferiu as palavras em um tom cortante, mostrando que estava resignado e preocupado com o futuro da Campina e dos Tyrell. Após essa frase, ele voltou a falar com seu modo cansado e soturno. - Está feito então. Lhe concederei o título de Campeão da Campina e líder de 1/4 da força dos Tyrell e dos seus aliados. Não posso lhe fornecer nem mais uma espada, pois preciso demonstrar força frente a meus inimigos. - Ele faz uma pausa. - Você Daemon, considere-se um cavaleiro de alto grau agora, e pode trazer a justiça dos Tyrell a quem você desejar, além de decidir o que fazer com as terras. No entanto, não permitirei que os membros da Companhia ganhem terra aqui, isto está proibido. Se eles quiserem a terra, que capturem a terra suja e ríspida das Terras das Tempestades, mas esta terra florida e bela, não pode pertencer a ninguém de Essos. - Ele olha para Daemon. - Você é de Essos, mas seu sangue é Westerosi.

Sor Loras Tyrell se levanta, enche um caneco com uma cerveja espessa e grosa. Ele bebe o conteúdo, saboreando o gosto do trigo. Enquanto isso, Loras anda em volta de toda a fogueira, olhando para seu interior.

- Não, nada de membros da Companhia aqui em nossa terra. Você tem todo o direito de nomear as pessoas para as terras, mas com uma única condição. Eles devem ser Westerosis, e se forem, você estará livre para que eles jurem a espada em sua causa. Estamos de acordo? - Ele espera Daemon responder, mas logo já encaixa o outro assunto. - Meu pedido é muito simples, e pouco se pode fazer para mudar o que lhe peço. Hoje, após o combate em que você saiu vencedor, recebi a notícia de que Brienne de Tarth está viva, e ela encontra-se nesse momento, presa. Ao que tudo indicado, o líder dos rebeldes, o Sor Farek SwordFlowers, mantém ela como refém. Quero então, que você resgate-a em nome de Renly e ao meu pedido. Brienne era estimada por meu irmão, e por isso possuo o mesmo apreço por ela. Está de acordo? Resgate-a, e você resgatará a confiança que a Campina tem por você.

O gigante permaneceu de braços cruzados enquanto ouvia a contraproposta de Loras. Pensou em informar ao cavaleiro que a Companhia Dourada, mesmo nascida em Essos, era composta de weterosis exilados desde a Rebelião Blackfyre, desse modo, seus membros possuíam tanto sangue weterosi quanto ele. Entretanto, achou que não valia a pena discutir com o cavaleiro. Poderia distribuir as próprias terras quando conquistasse Rochedo Casterly. Balançou a cabeça levemente em aceitação aos termos quanto a Companhia Dourada e a porcentagem das forças da Campina que teria direito.

   Ouviu então o pedido do homem, foi quando deu um sorriso sarcástico que poderia ser traduzido como " vocês estavam ansiosos para nos enforcar, agora somos estimados pela Campina? ", não pôde resistir à um riso abafada e breve diante daquilo.

   Obviamente, não se negaria ao serviço, motivado mais por uma vontade de ajudar Brienne de que de agradar o Tyrell. - Partiremos amanhã, precisarei de todas as informações sobre as forças que estão a minha disposição no momento e sobre os rebeldes. - Pensou por alguns segundos e decidiu fazer a última exigência. - E quero uma resposta sobre qual será nossa posição em relação ao trono de ferro, ou pelo menos ser ouvido e participar da decisão quanto voltar.

O céu estava nublado, e o dia havia amanhecido cinzento e silencioso. Os camponeses haviam acordado de mau humor, rogando pragas dizendo que aquilo poderia ser um presságio do Estranho, e que por isso, teriam que trabalhar em condições que poderiam adquirir doenças, e vindo a falecer nessas ocasiões. Já os senhores mais ricos, donos de terras largas e bem cuidadas, estes encontravam-se felizes, pois chuva era um fator chave na questão de produção de alimentos. Aliás, o comércio de alimentos e tudo que a englobava esse setor, era a própria riqueza da Campina. Era esse setor que movimentava ouro, que fazia a Campina ser quem era, e era justamente aquele setor que havia dado a chance de Daemon de conduzir homens bem armados e experientes. E todas as conquistas, desde a estabilidade do local e da própria segurança do Leão da Campina, tudo dependeria de como Daemon exorcizaria aquele fantasma do Estranho que ameaçava destruir tudo aquilo que a Campina possuía.


Daemon Lannister estava parado no alto de uma colina, montado em um garanhão de guerra. Suas vestes traduziam a sua nova importância que havia adquirido. Agora, além de Daemon possuir uma espada de grande valor, também possuía uma armadura de ótima qualidade, digna de grandes heróis de Westeros. O gigante então trajava a armadura completa, exceto o elmo. Apesar de ser claramente desconfortável, Loras Tyrell havia sugerido que Daemon se vestisse daquele forma, pois serviria para mostrar e dar força ao seu novo posto, não só com os homens que lideraria para a guerra, mas sim para com os membros do Conselho da Campina. Seja como for, Daemon formava uma figura gloriosa enquanto montava o garanhão no alto daquela colina.

Ao lado de Daemon Lannister, encontrava-se dois de seus maiores aliados até então. Lorde Orme, um jovem que Daemon havia poupado da morte por traição, agora encontrava-se jurado a Daemon, e com isso, haveria de marchar ao lado do gigante nessa conquista. Orme ainda era novo, mas seu rosto era determinado, e ele claramente gozava da companhia e dos ensinamentos de Daemon Lannister. Já no outro lado do gigante, havia um nobre conhecido como Lorde Meadows. Este, não era preciso perguntar se era rico ou possuía várias faixas de terra, pois sua fama já suplantava qualquer atributo que possuía. Lorde Meadows fora o responsável por introduzir Daemon em Westeros, especificamente na Campina, dando raízes para que o jovem lutasse pelo local. Esta fama, Meadows tratava de mostrar a todos, tal como um bom nobre faz em relação as suas conquistas. Seja como for, Lorde Meadows era um aliado importante, mas diferente de Orme, Lorde Meadows se via no cargo de administração, tendo então a missão de organizar a alimentação, as condições dos equipamentos e assuntos ligados a nobreza do local.

Daemon Lannister não estaria sozinho naquela epopeia, contaria sim com seus aliados, e por isso, sua tropa teria ainda mais responsabilidades do que um dia havia sido previsto. Aquela tropa que Daemon agora comandava transformara-se da noite para o dia, uma espécie de esperança para a população, e por isso, a vitória e a derrota mudaria a vida de todos ali, inclusive do gigante.

Dali de cima da colina, Daemon Lannister podia ver toda a sua tropa, eles esperavam uma ordem ou algum discurso, para no fim, partir em direção a guerra. A tropa que Daemon liderava era uma força grande da Campina, e por isso, eram homens preparados e imagem que eles projetavam na Campina era intimidadora.


Havia batedores montando cavalos velozes, arqueiros bem dispostos, além da grande infantaria composta por sua maioria de guerreiros experientes e com a presença de alguns camponeses. Além disso, Daemon Lannister possuía uma cavalaria formada por uma centena de homens, cujos cavalos era bem protegidos e cujas espadas era de aço nobre. Se não bastasse tudo isso, Daemon Lannister ainda contaria com uma Guarda Pessoal para utilizar na batalhar e lhe proteger, isso se fosse necessário.

Foi então que, em meio ao exército de Daemon Lannister, uma figura surgiu. Era o próprio Sor Loras Tyrell, e todos os homens observaram o que ele iria fazer. Loras subiu a pequena colina e parou ao lado de Daemon. Com um breve cumprimento, ele virou-se para o exército que estava prestes a marchar.

- Sei que a Campina passa por um momento conturbado, mas não podemos nos desesperar. Nós somos filhos da Campina, e nossas raízes são fixadas ao solo. - Ele levantou o braço, tomando toda a atenção do exército para si. - Nós, filhos desta terra, iremos lutar para reconquistá-la. Não chegamos até aqui para no fim, desistir de tudo. Regaremos a próxima colheita com o sangue de nossos inimigos. - Ele parou por um tempo, e então fez menção a Daemon Lannister. - Esse homem, Daemon, foi acusado de traição, mas os deuses comprovaram a sua inocência. E agora, ele é um verdadeiro cavaleiro, e conta com a minha plena confiança. Daemon os liderara para vitória, e aqueles que lutarem ao seu lado vão ter uma colheita farta e feliz.

Os homens gritaram em júbilo em resposta ao pequeno discurso de Loras. Eles então, esperavam e olhavam para o seu novo líder, Daemon Lannister.

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