Grey "O Rubro" - Pallando

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A escadaria não era muito grande, de modo que Grey a subiu em um tempo bem rápido. Assim que subiu, Grey se viu diante de um corredor bem decorado e espaçoso. Havia vários painéis que indicavam batalhas que os Branchs haviam lutado, inclusive, um em específico retratava a guerra contra Winterfell. A tela era de um lobo sendo cercado por alguma árvore estranhamente ameaçadora enquanto o lobo tinha um rosto tristonho e desconsolado.

Grey viu que a medida que o corredor se projetava, ele ia tornando-se mais detalhado. Ele teve a percepção que estava em um local nobre do castelo, mas logo ele viu algo que chamou sua atenção. Havia uma porta em meio ao corredor, e claramente havia uma pessoa dentro dela. Tratava-se de outro guarda, mas ele parecia alheio a presença do rubro.

Após subir rapidamente a escadaria, que não era muito grande, Grey viu-se diante um corredor decorado com vários painéis, cada um deles retratando uma batalha em que os Branchs haviam lutado. Uma em especial, mostrava um lobo tristonho cercado por uma árvore estranhamente ameaçadora, obviamente tratando-se da guerra contra Winterfell.

Quanto mais seguia pelo corredor, mais detalhado o mesmo se tornava. Parecia ser um local nobre do castelo, por alguns momentos pensou que poderia ter problemas se fosse pego andando por ali, mas logo algo chamou sua atenção. Uma porta aberta em meio ao corredor, onde havia um guarda que ainda não havia percebido a presença do rubro.

Grey aproximou-se mais, andando vagarosamente para não ser notado e tentando obter melhor visão do lugar e do que o guarda estava fazendo ali.

O quarto era pequeno e tinha apenas uma cama e uma bancada como conteúdo. O guarda parecia beber alguma coisa em uma caneca de madeira, alheio a tudo que se passava a sua volta. Ele estava de costas para a porta, de modo que não conseguia olhar o que se passava no corredor, mas ainda sim, poderia escutar algum barulho possível.

Tendo visão do pequeno quarto, Grey pôde observar uma cama e uma bancada, além do guarda que bebia algo em uma caneca de madeira. O soldado parecia alheio a tudo a sua volta e estava posicionado de costas para a porta.

Com certeza não era um guarda qualquer, já que tinha acesso ao castelo e àquela área, logo Grey optou por apresentar-se.

- Meus cumprimentos. Posso saber quem é o senhor?

Ao ouvir a voz de Grey o guarda fica assustado, dando um pulo enquanto entornava um pouco de vinho no chão. Quando ele finalmente olha para o rubro, o homem fica de certa forma aliviado, mas logo olha com curiosidade a figura de Grey.

- Sou Sor Oramand Snow, membro da guarda pessoal de Lorde Branch. - Ele faz uma pausa, parecendo pensativo por alguns momentos e então continua. - E quem é você? O que faz aqui? Por acaso não sabe que Lorde Branch não gosta de ser incomodado nessa hora?

O homem assustou-se ao ouvir a voz de Grey, realmente não esperava ser incomodado. Mas quando olhou para o rubro pareceu aliviado, mesmo que com um olhar um tanto curioso direcionado a figura a sua frente.

Tratava-se de Sor Oramand Snow, um bastardo membro da guarda pessoal de Lorde Branch, e logo pôs-se a questionar o rubro.

- Perdoe-me. Sou Wallace, novo guarda do castelo. Estava patrulhando os corredores que acabaram me trazendo aqui, mas só estava a vasculhar toda essa região.- Grey respondeu em tom cortes, já que falava com alguém de alto posto.- Lorde Branch encontra-se por aqui?...Sinto muito, eu realmente não sabia por onde estava andando.

O guarda deu como resposta um olhar reprovador, ficando em silêncio enquanto encarava o rubro.

- Sor Wallace, este lugar é proibido para ser explorado. O seu dever é ficar aonde foi designado, não ficar perambulando pelo castelo a essa hora. Não se preocupe quanto a presença do lorde, esse não é o seu dever. - Ele fez uma pausa, claramente irritado. - Agora volte para o seu posto e só saia de lá quando for chamado.

O guarda mantinha um rosto sério, apesar de mostrar sinais de embriaguez. No entanto, ele parecia intrigado com a presença do rubro naquele lugar.

Spoiler:

Sor Oramand encarava Grey com um olhar reprovador, parecia não ter aceitado aquela explicação muito bem. Falou irritado e ordenou ao Rubro que retornasse ao seu posto, mantendo sempre o rosto sério mesmo com os sinais de embriaguez.

Grey permaneceu parado alguns instantes, não sabia ao certo o que fazer. Pensou em tentar matar Ormand e depois fazer o mesmo com o Lorde Branch, eliminar a ameaça de uma vez e depois arriscar uma fuga de volta para Winterfell. Seria extremamente arriscado e mesmo que desse certo, nada impediria o restante da família prosseguir com o plano de ataque. Grey optou pelo seguro.

- Compreendo senhor.- Respondeu em tom educado, como um verdadeiro soldado.- Vou me retirar. Mais uma vez peço desculpas pelo engano.

Grey retirou-se e pôs-se a caminho da escadaria para desce-la. Caso descesse sem encontrar alguém, seguiria pelo outro corredor que antes havia ignorado.

Grey deixava a parte nobre do castelo, indo em direção ao outro caminho. Não havia guardas no novo loal, de modo que o rubro caminhou por uma série de corredores. Varias portas parecidas foram cruzadas, e ainda não havua sinal de nenhum guarda e nem mesmo de Lorde Branch.

O caminhou se transformou em um espaço largo, as paredes aos poucos eram cobertas de planta e o som de agua se movendo foi escutado. Grey se viu adentrando no bosque sagrado do castelo. Havia um lago no meio do local e uma arvore coração na margem. Um olho da arvore estava vernelho e o outro seco, mas era o olhar vermelho que parecia fitar o guarda de Winterfell. A arvore rubra o observava.

No meio do lago, uma figura se remexia como se estivesse nadando.

Como não haviam guardas no local, Grey prosseguiu por uma série de corredores, vasculhando com o olho cada centimetro daquela região do castelo. Porém, após passar por várias portas parecidas não encontrou nenhum sinal de mais guardas ou de Lorde Branch. As vezes pensava que talvez devesse ter tentado matar Sor Ormand, mas logo convencia-se de que seria loucura.

Após algum tempo o caminho que seguia transformou-se em um espaço largo, aos poucos percebia as paredes cobertas de plantas e som de água se movendo. Estava adentrando no bosque sagrado do castelo, e mais uma vez não sabia se tinha acesso para andar por ali, mas obviamente isso não o impediria.

Havia uma árvore coração na margem do lago localizado no meio do bosque, com um olho vermelho e o outro seco. A maldita árvore parecia observa-lo e Grey lembrou-se imediatamente da vez em que estivera com Bran,Rickon,Osha e Hodor no bosque sagrado de Winterfell. Talvez seu lugar não fosse em bosques sagrados, já que não conseguia entrar em um sem ter uma sensação desconfortável.

Mergulhado em suas lembranças de Winterfell, o Rubro só foi despertado ao notar uma figura que se remexia no meio do lago, como se estivesse nadando. Grey não pensou nem por um segundo antes de começar a aproximar-se abaixado e com cuidado, afinal não tinha a intenção de ser pego em mais um lugar onde não deveria estar. Assim que estava perto o suficiente para observar sem ser visto, mesmo que para isso tivesse que se esconder atrás da maldita árvore rubra, Grey olhou para a figura no lago.

Não foi nada difícil para Grey se manter furtivo até uma posição que lhe fornecesse a visão de quem se banhava em meio ao lago. O local que oferecia a maior proteção ao rubro foi justamente a árvore coração. Nenhum vento agraciava o local, as paredes de madeira que cercavam o bosque parecia conter grande parte dos ventos gélidos da região. Grey estava encostado na árvore, observando com clareza a cena que estava se desenrolando.

No lago, uma criança nadava à braçadas e a cada dois minutos fazia uma pausa, onde ela deixava de ser um menino de dez anos para ser um grande lutador que enfrentava dragões e outros perigos. O menino tinha a pele clara e o cabelo batia nos ombros, era magro e esguio. Em certa hora, ele se levantou e disse animado.

- Sou Sor Frederik Branch, filho do grande Lorde Branch e essa minha espada é a matadora de dragões. - O garoto então realizava uma série de estocadas imaginárias e depois de muitos golpes ele parou e continuou a falar. - Você me derrotou dragão, mas os Branch tem raízes indestrutíveis. - O garoto então mergulhava na água.

Enquanto o rubro assistia aquela cena, um farfalhar de folhas da árvore coração chamou atenção do guarda de Winterfell. As folhas balançavam suavemente e algumas se desprenderam dos galhos brancos e dançaram no ar até que pousaram nos pés de Grey. Uma dessas folhas estava tingida da seiva vermelha da árvore, a qual ganhou destaque enquanto se movia pelo ar. O trajeto dela foi diferente, o vento levou-a até as costas de Grey. E então, ao observar a folha, Grey viu que um homem estava a poucos metros de onde ele estava.

O rosto do homem era conhecido, seu semblante agora estava límpido do alcool. Era o comandante da guarda dos Branchs, o homem que Grey havia visto na taverna e o qual lançara um olhar estranho para Grey. Agora ele estava ali, no bosque sagrado, com olhos intensos focados sobre o rubro. Ele se ajoelhou no chão quando percebeu que fora percebido por Grey.

- Príncipe. - A voz saiu rouca e irregular. - É você mesmo?

Grey conseguiu posicionar-se atrás da árvore coração para ter visão da pessoa que se banhava no lago. Podia ver com clareza o lugar ao mesmo tempo que mantinha-se escondido de quem quer que fosse.

E lá encontrava-se uma criança nadando à braçadas entre algumas pausas, onde fingia enfrentar dragões e outros perigos. Era magro e de pele branca, com o cabelo nos ombros, o filho de Lorde Branch, "Sor" Frederik.

O Rubro riu do garoto, era apenas uma criança brincando. Mas um farfalhas de folhas da maldita árvore chamou sua atenção, observou enquanto algumas folhas desprendiam-se dos galhos brancos e dançavam no ar até caírem aos seus pés. Uma das folhas em especial estava tingida da seiva vermelha da árvore, esta fez um trajeto diferente indo até as costas do Rubro, foi o que lhe deu ciência da presença de Sor Ormand.

O guarda pessoal de Lorde Branch não aparentava mais estar sob efeito de álcool, estava logo ali com os olhos focados em Grey, que instintivamente já começava a preparar-se para sacar a espada. Mas assim que percebeu que o Rubro sabia que estava ali, ele ajoelhou-se falando sobre "Príncipe".

Sem mais razão para se esconder, Grey levantou-se encarando Sor Ormand com estranheza. Não entendeu ao certo a reação do guarda, que provavelmente não direcionava todo aquele respeito a Grey. O Rubro permaneceu em silêncio, somente olhou para ver a reação do garoto àquela situação e depois voltou a observar Sor Ormand, aguardando algo de um dos dois.

O garoto que nadava tranquilamente havia percebido a entrada do guarda e do forasteiro no castelo. Assustado, o garoto se levantou e caminhou até a margem, mas ainda exibia aquele ar real que todas as crianças mimadas e filhas de nobre possuíam. O menino seria um nobre valente quando crescesse, pois mesmo diante de uma situação que não compreendia, ele manteve-se com uma voz suave.

- O que está acontecendo aqui? Meu pai por acaso não disse que eu gostaria de ficar em paz? - A voz do menino era autoritária, era um versão menor do Lorde Branch, pelo menos a descrição se encaixava perfeitamente. Ele olhava para Grey, mas logo se focou no capitão da guarda. - Edmund, porque esta ajoelhado?

O capitão da guarda, o qual era conhecido como Edmund, virou o rosto em direção ao menino. O semblante que exibiu era triste, mas havia um fino sorriso em sua boca. A voz do capitão soou bela em meio ao bosque sagrado.

- Saia daqui pirralho. Esse lugar não é para você. - O menino ficou assustado e seu rosto se tornou juvenil novamente, ele deu dois passos para trás, ficando longe da dupla. Edmund ainda permanecia ajoelhado, mas se levantou quando voltou a falar. - Devemos sair daqui o mais rápido possível, esse local não será seguro para você príncipe. Quando te vi caminhar pela taverna, acreditei que se tratava de um sonho causado pela bebida, mas quando o vi novamente durante a apresentação da Guarda, vi que tudo era real. Não podemos perder tempo! - Os olhos de Edmund estavam intensos, fitando Grey com paixão.

O filho de Lorde Branch nadou até a margem assustado assim que notou os dois homens, mas sem perder a atitude de criança nobre e mimada. Falou com suavidade e autoridade, um lorde em miniatura.

O capitão da guardar, Edmund, virou-se ao garoto com um semblante triste, porém com um fino sorriso. Ele tratou o menino com desrespeito, o que surpreendeu Grey e o garoto, que já mostrava o rosto assustado novamente e deixava toda a autoridade de lado.

Edmund levantou-se para falar novamente, e Grey ficava mais confuso com cada nova palavra que saia da boca do capitão. Só podia imaginar que o homem havia enlouquecido ou estava zombando-o, mas assim que encarou os olhos do guarda soube que não se tratava de uma brincadeira.

Obviamente não abandonaria seus planos assim, mas demorou para reagir àquilo. Do que aquele homem estava falando? O que Grey deveria fazer naquela situação? Não encontrava uma resposta para estas perguntas sozinho, então resolveu afrontar o capitão.

- Não sei que tipo de bebida você andou tomando, mas posso te garantir que não sou nenhum príncipe.- Grey respondeu com seriedade, encarando Edmund com curiosidade.- De onde tirou todas essas coisas? Quem é você e o que te faz pensar que sou alguém importante? Responda-me porque eu deveria segui-lo para algum lugar.

Sor Edmund ficou em silêncio por alguns segundos, o cenário a volta da dupla estava imóvel. Não havia nenhum vento, nem a mais leve brisa. Quando Edmundo falou, ele balançou a cabeça e deu uma risada, como se houvesse compreendido algo óbvio.

- A minha emoção foi tão grande ao te encontrar que eu acabei me esquecendo que talvez você ainda não saiba sobre sua verdadeira linhagem. - Ele parou de rir, voltando ao semblante sério de anteriormente. - Os espiões Branch que estavam em Winterfell interceptaram um corvo cujo remetente era o Lorde Karstark e o destinatário era Eddard Stark. A carta continha informações cruciais sobre quem fora os seus pais, por isso Eddard achou sensato que você fosse mandado para Winterfell. Infelizmente, Eddard acabou sendo assassinado em Porto Real, por isso, Robb agora é uma das poucas pessoas que conhece o segredo de tua linhagem. Me admira que ele não o tenha convocado para o sul até esse momento. - Os olhos de Edmund brilhavam com intensidade, até mesmo uma lágrima escapou de seus olhos marejados. Quando ele continuou a falar, a voz era cheia de sentimentos. - Sou Edmund Torvald, minha família devia lealdade ao princípe de gelo, e agora, aqui estou eu oferecendo minha espada a ele. Peço que me perdoe por servir aos Branchs até hoje, mas posso compensar tal ato hediondo lhe contando sobre quem foram seus pais e de que linhagem você provém. - Ele estava em pé, o orgulho agora estava estampado no rosto do homem. - Você é filho e herdeiro da...

As folhas da árvore coração farfalharam com uma brisa suave e doce. O olho rubro do represeiro derramou uma grande gota de seiva avermelhada. Foi nesse momento que Grey avistou um homem caminhando furtivamente em direção a Edmund. O homem tinha uma aparência igual a do menino que estava nadando, certamente era Lorde Branch. Ele carregava uma adaga afiada e mantinha olhares pervesos em direção ao pescoço de Edmund.

Spoiler:

O estranho guarda ficou em silêncio após ouvir Grey, mas depois finalmente pareceu compreender a tamanha loucura que estava dizendo e deu uma risada balançando a cabeça.

Grey pensava que o homem estivesse brincando, mas ele não só insistiu naquilo como contou-lhe uma história. Era tudo muito incrível para o Rubro, até onde sabia o único sangue que corria em suas veias era de plebeu, mas a convicção com que Sor Edmund falava dificultava julgar tudo como uma bobeira, pois não só estava sentimental mas havia intensidade em seus olhos.

A cada palavra Grey se interessava mais pela história que ouvia, mesmo não acreditando nela. Foi quando notou um homem caminhando furtivamente, carregando uma adaga afiada que tinha como destino a garganta de Edmund. Tratava-se de Lorde Branch.

Qual era sua missão ali? Naquele momento nem lembrava-se mais. Algo estava estranho, muito estranho. Por que Lorde Branch mataria Edmund? O que aquele maldito capitão de guarda estava querendo com aquela história? Não teve tempo de pensar em nada.

Grey tirou Edmund de sua frente com violência e sacou a espada. O Rubro então tomou aquela que talvez fosse a decisão mais precipitada de sua vida, matar Lorde Branch. O infiltrado atacou o lorde da casa com uma ferocidade que reservava somente para os mais odiosos inimigos, mirando a parte acima da testa com um ataque vertical.

Agilidade dif 12 e tbm role iniciativa.