Grey "O Rubro" - Pallando

Grey conseguiu empurrar Edmund com brutalidade, fazendo com que o capitão da guarda fosse lançado ao solo, livrando-se de um golpe fatal de Lorde Branch. Fora por muito pouco que a adaga afiada não rasgou o pescoço do comandante, portanto, o segredo da linhagem de Grey fora temporariamente salvo.

O rubro não só foi rápido para tirar Edmundo da mira, mas também mostrou-se veloz na hora de sacar a espada. Antes que Lorde Branch pudesse falar algo ou atacar o guarda de Winterfell, o rubro desferiu o golpe.

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A espada de Grey acerta com uma brutalidade impressionante parte da cabeça de Lorde Branch. Na mesma hora, um grande sangramento aflora no couro cabeludo do adversário, mas ele ainda não estava batido. Lorde Branch tentou um ataque com a adaga afiada.

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A adaga de Branch acerta o braço de Grey, provocando uma enorme rasgo perto de seus ombros. O sangue desliza pela pele do rubro, caindo no solo ao lado do represeiro.

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O inicio do combate favoreceu Grey, que acertou com eficácia parte da cabeça de Lorde Branch, enquanto este somente o acertou no braço, rasgando-lhe perto dos ombros.

O Rubro recuou um pouco, ciente agora de que havia salvo Edmund com sucesso e que tinha em suas mãos a melhor chance possível de eliminar o patriarca da família Branch. Não podia dar tempo ao inimigo, precisava acabar com ele enquanto os efeitos do último ataque ainda deviam estar incomodando. Então prosseguiu atacando, dessa vez empunhando a espada com as duas mãos e desferindo um golpe horizontal, como se fatia-se algo.

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Antes que Grey desferisse o ataque em Lorde Branch, o filho do lorde se interpôs entre o golpe e o pai. Frederik Branch, o herdeiro da casa Branch, tentou um ato desesperado ao ver seu pai em uma situação desfávoravel. Não havia tempo de Grey desviar o ataque, de modo que certamente iria acertar o menino.

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Grey desferi um golpe potente, mas quando percebe que o alvo não era o qual ele esperava, era tarde demais para desviar. O filho de Lorde Branch é acertado em cheio, a espada de Grey arranca a cabeça do menino em um só golpe. O sangue jorra pelo grama, caindo aos pés da árvore coração. Lorde Branch grita de fúria e junta todas as suas forças para um último ataque.

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Lorde Branch acerta novamente o braço de Grey, fazendo com que mais sangue se juntasse ao chão. Antes que Grey pudesse reagir, Edmund entra em combate e acaba de uma vez por todas com Lorde Branch. O homem cai no chão ao lado do filho.

Grey podia ver sua espada suja de sangue e a cabeça do menino que fora arrancada estava a sua frente, os olhos de terror que ficaram naquele pequeno rosto encaravam Grey. A árvore havia parado de farfalhar, todo o som ambiente agora era só a respiração de Grey e a de Edmund. O capitão da guarda esperou que o rubro tomasse a primeira atitude, uma vez que temia pela saúde mental do msm.

Quando Grey percebeu a criança, já era tarde demais. O garoto atirou-se na frente do pai de maneira corajosa, de modo que a espada já não pudesse mais ser detida e o golpe feroz decapitasse a pessoa errada. A cabeça do pequeno foi separada do corpo em instantes, enquanto Grey observava perplexo o que havia feito.

Lorde Branch gritou em fúria, mas o Rubro não ouviu, seu olhar estava sobre sua espada suja de sangue. Sentiu outro ataque atingindo seu braço mas sua reação foi mínima, sentia-se incapaz de prosseguir com a tentativa de matar o pai do pobre garoto, depois deste ter dado a vida para proteger o patriarca Branch.

Para a sorte de Grey, Edmund foi quem finalizou o trabalho. O capitão da guarda eliminou Lorde Branch com velocidade, fazendo com que o homem morto caísse ao lado do filho. Foi quando o Rubro olhou a cabeça arrancada a sua frente, com aqueles olhos cheios de terror encarando-o. A árvore parou de farfalhas, não havia som algum além daquele feito pela respiração de Grey e de Edmund.

Amaldiçoou-se por ter desferido um ataque tão brutal e imparável contra um inimigo que seria derrotado de qualquer maneira, por não ter dado atenção a presença do garoto e por não ter previsto aquilo. Sua mente mergulhou momentaneamente no mar de terror e desespero do passado que o assombrava, agora aquele olhar de terror no pequeno Branch juntaria-se à outras memórias que Grey preferia esquecer.

Quando voltou a si, Grey guardou a espada devagar e desviou o olhar para não ver mais a cabeça no chão. Não podia mudar aquilo e sabia disso, mas também sabia que jamais esqueceria o ocorrido. Agora não lhe restava mais nada além de fugir o mais rápido possível daquele lugar, pois já havia terminado seu serviço por ali e logo alguém iria descobrir sobre a morte do lorde.

- Vamos...temos que sair daqui rápido.

Grey pôs-se a andar apressado, rumaria para fora do castelo e da Mata dos Lobos ou seguiria Edmund, caso este colocasse-se a frente para guia-lo para uma fuga mais segura.

A dupla não teve dificuldades em sair do castelo, pois ainda ninguém sabia do que havia acontecido. Por diversas vezes, Edmundo tivera que usar seu status de capitão para que os homens não lhes importunasse. A saída então fora fácil e rápida, mas logo aquele quadro poderia mudar. Edmund havia ficado quieto durante toda a fuga, de modo que o silêncio só era quebrado pelo vento e pelo barulho dos dois corcéis cavalgando rumo a Winterfell.

Dois dias após a fuga e a pouco tempo da cidade de Winterfell, a dupla cavalgava lentamente naquela manhã. Os corcéis estavam exaustos, por isso era sensato que os mantivessem com energia para uma possível necessidade de maior rapidez. Naquela altura da história, certamente os homens de Branch estariam furiosos atrás dos assassinos de criança e do lorde da casa. Em meio a esse cenário, Edmund começou a falar assim que deixavam a Mata de Lobos.

- Isso tudo aconteceu muito rápido. Não devia ter sido assim. - Ele fez uma longa pausa. - Príncipe, há algo que queira saber? - Edmund olhava para a frente, cavalgando lentamente em direção ao destino de Winterfell.

Sem encontrar grandes dificuldades para sair do castelo e com Edmund usando de seu status como capitão para não ser barrado, os dois deixaram a casa Branch rapidamente. Ambos não voltaram a conversar durante a fuga, os únicos sons que se ouviam eram o do vento e o barulho dos corcéis rumando para Winterfell.

Após dois dias cavalgando já estavam próximos de chegar em Winterfell, mas prosseguiam devagar devido ao cansaço dos corcéis que hora ou outra poderiam precisar correr. Grey tentou afastar a lembrança da decapitação do garoto de seus pensamentos, porém terminava cedendo ao remorso e a culpa na maioria das vezes.

O restante dos Branchs e seus soldados com certeza já estavam a procura daqueles que mataram seu patriarca e seu herdeiro. Grey e Edmund deveriam ser rápidos, não podiam ser atrasados por nada. E em meio a Mata de Lobos, o ex-capitão da guarda Branch quebrou o silêncio.

Grey o ouviu, mas ainda não confiava muito no homem. Era hora de ter respostas e descobrir se Edmund era louco ou realmente dizia alguma verdade.

- Quero saber quem realmente é você, que maldita história de príncipe é essa e o que te faz achar que me conhece. Isso só pra começar.

Sor Edmund estava com o olhar longe, mas assim que ouviu a voz do rubro ele voltou seu olhar ao homem ao seu lado. O semblante dele agora era tranquilo, os dois homens já podiam ver que Winterfell já estava chegando. Era possível as formas do castelo a medida que cavalgavam.

- Sou Sor Edmund Redbeard. Minha família tem um pequeno castelo perto dos Karstark. Hoje em dia nossa força é muito pequena, quase nula, uma vez que os velhos costumes estão quase esquecidos. Por isso fui mandado a Lorde Branch para servi-lo como guarda pessoal. A extinção de minha casa foi provocada pela queda dos Blacktowers. - A voz de Edmund era suave como uma pequena chuva, seus olhos encaravam o céu e o homem parecia perdido em memórias. - Os Blacktowers são uma família de raiz antiga, tão antiga que seus membros descendem do grande herói Uferth BarbaNegra. - Grey conhecia a história daquele homem, o qual era conhecido por ter lutado e vivido entre os gigantes no norte. Uma história tão velha que remontava ao começo do tempos. - Como Uferth tinha um grande poderio em suas mãos, devido a amizade com os gigantes, O Rei do Norte, o qual era um Stark de Winterfell, decidiram forjar uma aliança. Para selar tal acordo, Uferth casou-se com uma Stark com a benção dos velhos deuses. Foi assim que a tradição do Príncipe de Gelo se formou. Desde então, toda vez que há um Rei do Norte em Winterfell, um Blacktower é coroado com o título Príncipe de Gelo, desde que se case com alguma Stark. Assim, o Príncipe de Gelo se torna o segundo na linha de comando do Norte, podendo mesmo até se tornar o primeiro homem do Norte em caso da morte do rei. - Edmund olhava agora para Grey. - Lorde Karstark já desconfiava de sua descendência Grey, ele acreditava que você era o último membro da casa Blacktower. Como não tinha certeza, ele mandou-o para Winterfell, onde acreditava que poderiam achar a resposta para tal questão. Lorde Branch então interceptou um corvo de Eddard para Robb, pois nessa época Eddard já havia sido declarado Mão do Rei. Nessa carta, havia toda a genealogia da casa Blacktower e uma figura de um homem no final. Seu rosto esta desenhado, de modo que na hora que eu vi a marca em sua face, reconheci você imediatamente. O motivo de Karstark ter desconfiado que você era o Príncipe de Gelo também estava na carta, ele havia dito que no mesmo dia que te encontraram quando criança, acharam dois membros assassinados em meio a uma estrada e alguns vestígios de uma criança. E Lorde Karstark descobriu que eram Blacktowers.

Edmund ficou em silêncio, olhando para o homem que acreditava ser o príncipe de gelo a sua frente.

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Quanto mais ouvia mais Grey relutava em acreditar, simplesmente lhe era difícil associar um título tão importante a si mesmo, que nunca pensou ser mais do que um órfão plebeu que tinha dado alguma sorte por sobreviver.

Tudo se encaixava de certa forma, talvez só a convicção com que Edmund contava fosse o suficiente para que pudesse acreditar na história. Se Grey fosse mesmo aquele que pode receber o título de Príncipe de Gelo, tinha um dever maior ainda para com o norte.

O Rubro ouvia em silêncio enquanto cavalgava com o olhar para baixo, parecia focado em seus pensamentos, mas ainda assim não deixava uma única palavra de Edmund escapar-lhe a atenção. Assim que terminou de ouvir, Grey permaneceu quieto, sem sequer encarar Edmund.

Ao fim das contas, resolveu por não preocupar-se com isso de imediato. Assim que chegassem a Winterfell poderia reportar o ocorrido e quem sabe ouvir algum bom conselho de Meistre Luwin, mas por hora não havia o que fazer. Confiaria em Edmund quanto a história, mas não estava convencido de que era mesmo o príncipe da história, precisaria ver a tal carta ou receber a confirmação de Rob para isso.

- Até agora não me deu motivos para não confiar em você, muito pelo contrário.- Grey respondeu-lhe em tom mais amistoso, era sua maneira de dizer que confiava no soldado.- Mas não deposite todas as suas esperanças na ideia de que sou o tal Príncipe, talvez possa se desapontar se fizer isso. Não se ofenda, mas fui só mais um soldado órfão entre milhares durante toda minha vida, então vou precisar de mais do que sua palavra para acreditar nisso.

Grey seguiu a cavalo, tinha que chegar logo a Winterfell.

Após aquela breve conversa reveladora sobre o suposto passado de Grey, a dupla havia finalmente chegado na cidade de Winterfell. Uma fina camada de neve cobria o chão da cidade, um raro momento de fraquejo de um frio que fazia parte daquele ambiente.

A dupla de homens foi vista por um guarda que patrulhava o portão. Era um fato novo, pois antes de Grey partir, Winterfell não teria homem nem para fazer tal patrulha. Quando os dois chegaram em frente ao portão, o homem permitiu que vocês entrassem na cidade e tratou logo de avisar a Bran e aos outros da chegada da dupla.

Osha foi a primeira aparecer para receber Grey. Ela estava com o cabelo desgranhado e seu corpo esguio estava levemente desnudo, fazendo com que seus pequenos seios pudessem ter todo seu formato delineado através da roupa fina que usava. Ela correu até Grey, dando um abraço no rubro sem cerimônia.

O salão onde vocês estavam aos poucos se encheu, Bran chegou montado no gigante Hodor e com o Mestre Luwin ao lado. Foi Bran quem quebrou o silêncio após todos estarem reunidos.

- Grey! Eu não acreditei que você tivesse mesmo partido. Digo, partido para um lugar diferente do que o sul com Robb. Não sei o que você fez ainda, mas já me sinto grato por você ter voltado.

Osha então entrou na conversa:

- O que aconteceu Grey? Você esteve fora há um bom tempo, conseguiu concluir o que desejava? E quem é esse homem ao seu lado?

Após o curto dialogo não demorou muito para que chegassem a Winterfell. O frio natural daquele lugar parecia ter diminuído temporariamente, logo assim que chegou Grey desceu do cavalo e seguiu de a pé, andando sem dificuldades pela fina camada de neve no chão.

Estranhou a presença de um guarda patrulhando o portão, pois a Winterfell que havia deixado para trás mal tinha guardas para proteger os garotos Stark do povo. O homem permitiu-lhes a passagem e foi avisar os outros. Grey sentiu-se feliz por estar de volta e principalmente por não ter encontrado uma cidade tomada.

A primeira a aparecer foi Osha, que correu até o Rubro e o abraçou sem cerimônia. Grey quase sorriu, retribuindo a cortesia com um aceno de cabeça, e logo pôde ver o salão enchendo-se aos poucos. Bran, Hodor e Luwin chegaram juntos, e o garoto Stark foi o primeiro a falar.

- Estou feliz por ter voltado.- Grey respondeu ao garoto, finalmente sorrindo para aqueles que conhecia. Logo em seguida ouviu Osha, que entrou na conversa perguntando-lhe dos acontecimentos, e Grey foi rápido em responder.- Lorde Branch está morto, porém eu não descartaria a possibilidade de o restante da família prosseguir com os planos. Mas não sabem quem sou e duvido que consigam rastrear-nos até aqui.- Fez uma pausa, aguardou para ver a reação de todos e talvez até ouvi-los, para só então apresentar-lhes Edmund.- Este é Sir Edmund, ele ajudou-me a matar o patriarca Branch e guiou-me na fuga.

Osha assentiu com a cabeça e ficou satisfeita com a resposta. Na verdade, não só ela, todos que estavam ali permitiram-se o luxo de dar um sorriso. Até Edmund pareceu contagiado com a alegria que emanava da sala. Quem rompeu esse ciclo vicioso foi o homem mais sensato do lugar, Meistre Luwin começou a dizer com naturalidade.

- Você se saiu muito bem Grey. Não poderíamos esperar um resultado melhor do que esse, se o patriarca da casa está morto e ninguém sabe de onde você, creio que não sofreremos nenhuma retaliação. Espero que matar o Branch não o tenha afetado, sua morte certamente foi necessária e Robb lhe agradecerá por isso, assim como nós fazemos agora. Bom, enquanto você esteve fora, Robb mandou que alguns homens fossem trazidos para cá. Não um grande número, mas pelo menos podemos ficar seguros na cidade. - Luwin olhou para Grey, os olhos brilhando de agradecimento pelo serviço que fora prestado a Winterfell. - Você nos defendeu muito bem Grey, o que pretende fazer agora? Responderá o chamado de Winterfell ou ficará conosco? A guerra ao sul se intensifica cada vez mais, mas Robb vem obtendo progressos importantes.

A sensação de dever cumprido nunca foi tão boa de ser sentida como era agora. Ver a alegria das pessoas ali lhe deu a certeza de que tinha feito a escolha certa ao dispensar o primeiro chamado para guerra. Também ficou feliz em saber que Robb havia enviado mais soldados para proteger Winterfell, todos ali estavam seguros agora.

Grey ouviu Meistre Luwin e acenou com a cabeça em cumprimento assim que viu o olhar do velho, mas ainda assim aquilo lhe levou novamente a questão de antes. Ficar ou partir? Desta vez Winterfell estava melhor protegida e a ameaça Branch havia sido temporariamente neutralizada, além de que todos estavam felizes, as coisas haviam melhorado.

Atender ao chamado do Rei do Norte deveria ser necessário agora que havia deixado Winterfell em relativa segurança, além disso, tinha perguntas a fazer. Robb poderia confirmar a história contada por Edmund, e isso interessava muito ao Rubro, que desejava ver isso resolvido de uma vez. Não havia outra escolha sensata, era seu dever.

- Vou deixar Winterfell amanhã de manhã. Devo atender ao chamado de Robb agora que Winterfell está segura, mas voltarei assim que puder.- Disse com calma cada palavra, para que deixasse clara sua decisão e que todos, principalmente Bran e Rickon, entendessem que não estava abandonando Winterfell por muito tempo. Em seguida, virou-se para Edmund.- É estranho confiar em alguém que conheço tão pouco, mas este é o caso aqui. Se acredita mesmo que eu seja aquele de quem tanto fala, peço-lhe que fique aqui e defenda esse lugar e os dois garotos Stark enquanto vou até o Rei do Norte. Preciso que me dê sua palavra, Edmund.

Caso ouvisse uma resposta positiva de Edmund, o cumprimentaria e deixaria o lugar rumo a seus aposentos, a menos que fosse convocado. Mas se ouvisse uma resposta negativa do ex-guarda Branch, pediria de maneira não tão educada que ficasse longe dos garotos Stark, ameaçando-o se necessário.

Passaria o dia em descanso caso nada ocorresse nesse tempo, preparando-se para a partida. Pela manhã, montaria em seu cavalo com os suprimentos necessários e deixaria Winterfell antes que tivesse que despedir-se. Iria ver todos ali de novo, não abriria espaço para despedidas por esta razão.

Edmund deu uma resposta entusiasmada para quem ele acreditava ser o Príncipe de Gelo. Ele havia dito que "Todos os seus desejos são os meus desejos." Por isso, coube a Grey que descansasse até o outro dia para partir. Houve uma série de banquetes nesse dia, afim de comemorar a falta de ameças nos últimos tempos. Outro fato importante que aconteceu foi que Grey ouviu as novidades da guerra que o norte estava lutando. Robb Stark havia formalizado uma aliança com a Campina que era liderado por Renly Baratheon, tornando o norte um forte candidato a vencer os Lannister e trazer justiça aos leões.

O dia de partir chegou, com Grey saindo a cavalo pela manhã. Os alforjes haviam sido recarregados, então todas as noites seguintes foram repletas de fartura e do vinho amargo nortenho. O caminho para o sul foi tranquilo, a estrada do rei estava vazia e logo Grey se viu passando pelo Gargalo sem problemas. Não houve sequer nenhum contratempo, de modo que o rubro fez a viagem em apenas duas semanas. O destino do guarda de Winterfell era Correrrio, onde Robb estava reunido com suas tropas. Para chegar até lá, Grey teria que atravessar as Gêmeas que eram protegidas pelos Frey ou então atravessar o Tridente, um caminho que seria mais longo.

Os Frey não permitiram que Grey passasse pelas Gêmeas, alegando que o senhor Walder Frey estava ocupado para julgar se Grey poderia passar e ainda falando que Robb já havia atravessado todo um exército, de modo que não faria importância nenhuma um homem atravessar sozinho. Seja como for, a outra passagem para Correrrio foi facilmente trespassada.

Era de manhã, o brilho do sol transformava o gramado em um verde bem forte, fazendo com que todo o lugar adquirisse uma beleza muito diferente da brancura da neve que estava sempre presente no norte. Os rios que eram pequenos borbulhavam de vida naquela hora do dia, inúmeros animais passavam pelo solo, pelo rio e também pelo ar. A vida florescia ali. Foi nesse momento, onde Grey absorvia toda a imagem belíssima do local, que ele avistou algo que havia esperado por semanas. Na direção da estrada para Correrrio, Grey viu a bandeira do lobo dos Starks tremular no ar. Uma comitiva de duas dezenas de homens nortenhos cavalgavam em direção a Grey.