O discurso de Sankar Nassam seguiu de maneira mais calma em seguida, com o dornês argumentando em sua defesa de maneira convincente. De fato, qualquer um com bom senso saberia que acusar um representando de Dorne ali não era tão simples quanto acusar uma ladra Targaryen. Não era tão difícil imaginar que Lorra estivesse realmente tentando tumultuar o reino como Sankar dizia.
O Rei observava o homem dos Portões do Inferno com atentividade, adorando toda a situação que se desenrolava entre as calunias trocadas. O restante dos presentes voltava comentar com cochichos, sempre ansiosos pela próxima fala do dornês, enquanto Aerys Oakheart parecia apreensivo.
O tumulto de verdade começaria momentos depois, quando, após apontar para a óbvia falta de sérios ferimentos na acusada, Sankar Nassam acrescentou mais um nome a lista de julgados naquele tribunal. Alguns levantaram-se irritados, elevando a voz em discórdia, enquanto outros permaneciam fazendo barulho sentados.
Aerys Oakheart esbugalhou os olhos com a pele perdendo a cor, sua mente ainda tentava processar a reviravolta e tardava em dar uma resposta. Quando seus lábios começaram a esboçar movimento, Sankar continuou.
A dissertação sobre a traição foi feita entre gritos da plateia, alguns poucos dizendo ser um absurdo, mas a grande maioria ofendia Aerys e Lorra. Os elogios à inteligência e percepção da Rainha foram respondidos por ela com um olhar penetrante, talvez até rancoroso, mas ela nada disse naquele momento. Muitos dos Lordes locais caíram na provocação do dornês, mesmo que não da maneira esperada.
- Maldito dornês! Ele mente!!- Gritou Aerys descontrolado, com os olhos em chamas e o rosto vermelho.- Cada palavra proferida por sua língua traiçoeira é uma mentira!!
E o tumulto só cessou quando ao fim do discurso de Sankar, quando este dirigiu-se para o Rei e ele pediu por ordem para que pudesse falar. Joffrey olhou para Sankar, Aerys e observou a expressão de sua mãe, como se buscasse nela algum sinal do que deveria ser feito. O Rei ainda sorria levemente, mas parecia sentir certa pressão e havia traços de incerteza em sua feição. Em pouco tempo o consideravelmente simples julgamento de Lorra Targaryen passou a ser muito mais que isso.
Contudo, o primeiro a falar não foi o Rei ou a Rainha, nem Aerys. O homem que havia apresentado as acusações, Petyr Baelish, levantou-se com seu olhar esperto e um sorriso, pedindo a palavra. Joffrey, claramente perdido com o rumo que a situação havia tomado, cedeu.
- Nosso amigo dornês, Sir Sankar Nassam realmente tem razão ao apontar a falta de alguns ossos quebrados e hematomas mais sérios.- Olhou ao redor com os braços abertos, deixando a expectativa crescer.- Porém, isso obviamente não é uma prova. Seria errado pensar que isso é o suficiente para descartarmos a delação.- Riu encarando o dornês, com o olhar de quem está apreciando o espetáculo e gostaria de prolonga-lo.
Quando Petyr Baelish sentou, comentários fizeram-se ouvir por todo o local e a poeira parecia haver baixado. Aerys Oakheart deu um passo a frente, ainda furioso.
- Vossa Graça, este homem não possui provas do que diz.- Aerys disse com a voz baixa.
- E você tem?- A voz firme interrompeu Oakheart. O ancião Tasoor, o vento que sussurra, levantou-se arrumando as vestes.- De que vale a delação de uma mulher acusada de traição? Ela sequer foi torturada de maneira efetiva. Se é que ela realmente lhe disse algo.
Parecia não haver contra-argumentação efetiva que pudesse vir de Aerys ou até Sankar agora, ambos estavam manchados com desconfiança ao olhos de qualquer um que tivesse bom senso. Sankar acusava Aerys e Aerys acusava Sankar e Lorra, parecia não haver provas que bastassem para uma conclusão definitiva. De qualquer maneira, Lorra era uma ladra e Sankar um traidor ou Aerys era quem mentia. Não havia como saber com base nas evidências e especulações apresentadas até então. O Rei Joffrey já não sorria mais, olhava sério de Sankar à Aerys e de volta, esperando que algo ou alguém surgisse para confirmar a versão de um dos dois. O julgamento estava próximo de seu veredito, e foi então que a Petyr Baelish voltou a pronunciou-se.
- Está claro que encontramos um impasse aqui.- Petyr sorriu com uma expressão cruel.- Creio que a única solução, a menos que algo mais seja apresentado, é um julgamento por combate.
Os gritos da multidão ressurgiram e o Rei voltou a sorrir. Somente a Rainha e Aerys pareceram preocupados.
- OFF:
- Eu li Oarys, mas agora tbm n sei mais ashuaushaus
Falei com o Vinah, ele só tinha esquecido de atualizar. Agora ta lá o/