Sankar & Lorra- Melroc/ Makavalli Killuminati

O golpe vertical de Arys chega ao seu destino, mas o resultado é somente mais uma marca de batalha na já antiga armadura de Sankar. A reação do Guarda Real foi tentar recuar alguns passos, ainda abalado naquele inicio de combate, enquanto o público gritava por mais.

OFF:

Quando acertou o primeiro golpe em Arys, Sankar ficou feliz em sentir a sua lança cortando a carne do Guarda Real em meio a sua armadura reluzente.

A espada do Guarda Real desceu com rapidez sobre o pescoço do Dornês. Não houve tempo para levantar o escudo, mas por reflexo ou pura sorte, o golpe pegou em sua ombreira, desviando o golpe.

Sankar, velho de batalha que era, aproveitou-se do recuo do Guarda Real e finge uma tentativa de bater seu escudo contra o escudo de seu adversário, mas o golpe esconde uma armadilha. A escudada tinha o intuito de deslocar o escudo de Arys para o centro e para cima, abrindo caminho para uma estocada da lança do dornês na altura do rim de Arys.

Ação: Distrair (menor)
Teste de Astúcia 5
Melroc efetuou 5 lançamento(s) de dados (d6.) :

5 , 4 , 6 , 2 , 3

Ação: Ataque padrão (menor)
Teste Luta + Lança 4+3B+1
Melroc efetuou 7 lançamento(s) de dados (d6.) :

6 , 2 , 4 , 6 , 6 , 2 , 2

Mais uma vez o sangue jorrou e o público gritou junto do Guarda Real. Arys ainda cambaleava quando o dornês avançou pela segunda vez, ciente da vantagem que tinha ao fazer o oponente recuar, e novamente caiu na armadilha ao aceitar o choque direto dos escudos. No momento que as forças postas nos escudos colidiram, Arys recuou mais ainda e sequer viu a estocada que veio em seguida.

Sankar, com toda sua experiência em combate, sabia que havia acertado o golpe que poderia determinar sua vitória. A ponta da lança estava firmemente enterrada na região dos rins, talvez um pouco abaixo ou um pouco ao lado, mas com certeza os órgãos haviam sido atingidos.

- Ma-maldi...maldito dornês...você cairá...- Arys rosnou quase sem folego, sentindo o gosto do próprio sangue na boca. Ainda não havia desistido.

O recuo abrupto de Arys, que voltou a banhar a arena com seu sangue ao faze-lo, foi seguido por um avanço feroz e um grito de guerra, de uma maneira que muitos pensariam ser impossível depois de sofrer tanto.
Ele simulou golpes a frente com a espada, como se estivesse com as forças se esgotando, e nada acertou além do ar. A ideia, talvez fatal se não fosse como planejado, era incentivar o ataque de Sankar, faze-lo pensar que o inimigo estava fraco e sem forças, e depois em uma investida com o escudo para barra-lo ou empurra-lo devolver o golpe de Sankar na mesma moeda, afastando o escudo e atacando com a espada no momento certo.

OFF:

Arys Oakheart - Distrair
(Teste de Astúcia - 1)
Pallando efetuou 4 lançamento(s) de dados (d6.) :

3 , 6 , 3 , 1

Arys Oakheart - Ataque
(Teste de Luta + 2B - 1)
Pallando efetuou 5 lançamento(s) de dados (d6.) :

3 , 1 , 5 , 5 , 5

A tática de distração com o escudo deu certo, o golpe atravessou as defesas de Sankar e a espada chegou onde deveria, mas mais uma vez a armadura do dornês prevaleceu sobre o ataque enfraquecido de Arys.

Ainda cambaleante, Arys dava passos para trás, com a mão do escudo sobre a ferida em frente ao corpo. Seu estado incentivava o ataque, mas seu olhar feroz dizia que o combate ainda não havia terminado.

OFF:

A lança enfiada nas entranhas de Arys deu confiança ao dornês, sabia que aquele golpe poderá matar o Guarda Real de tanto sangrar, mas os golpes seguidos de espada fez Sankar recuar. já era tarde para uma defesa efetiva quando os escudos dos dois combatentes se chocam e o Oakheart usa da mesma tática do Nassam, estocando as suas vísceras. Mais uma vez os Sete estavam ao lado do dornês, pois aquele golpe também resvala em sua armadura.

Sankar recua alguns passos com a força do golpe. Ele ri daquilo e falou para si mesmo, "Ora, o desgraçado está aprendendo!". Então resolve não atacar, abaixa-se por trás do escudo e segurando na ponta do cabo de sua lança, pousou-a sobre os ombros de modo a apontar sua lâmina para Arys por cima de seu corpo e escudo.

- VENHA ME PEGAR FAZENDEIRO! - Gritava tentando provocar Arys - FRACO, NÃO ÉS DIGNO DO MANTO QUE USAS. TENS O CORAÇÃO DE FENO, SEU COVARDE! - E questionava o mérito do Guarda Real e ligava a sua covardia a dignidade da casa Oakheart


Teste de Persuasão (Incitar) 4 -> para incitar Arys á atacá-lo (de preferência com uma carga  8) ) e permitir seu contra ataque.
Melroc efetuou 4 lançamento(s) de dados (d6.) :

1 , 6 , 3 , 2

OFF:

Cada ataque seu havia sido repelido e cada golpe do inimigo penetrara profundamente em seu carne, o último em especial deixando uma lesão que, caso sobrevivesse àquilo, poderia jamais deixar de incomoda-lo. A moral do Guarda Real era abalada a cada segundo em que permanecia sem ferrir Sankar, podia ouvir cada vez menos o grito do público, pois aqueles que torciam pela morte do dornes e da Targaryen começavam a perder as esperanças.

Arys Oakheart permaneceu firme, apesar da evidente instabilidade na respiração e o sangue que escorria em sua coxa, esperando pelo ataque de Sankar Nassam. O escudo tremia em alguns instantes, pois a força do braço começava a vacilar, talvez querendo ceder ao impulso de pôr a mão sofre a ferida recentemente feita. Mas, para sua surpresa, Sankar abaixa-se por trás do escudo, posicionado com a lança apontada ao inimigo, e não atacou.

O Dornês taticamente havia optado por deixar o inimigo cansado vir até ele. As provocações que vieram a seguir, principalmente a insinuação de que não era digno do manto, com certeza deixariam Arys furioso, porém talvez não o suficiente para faze-lo esquecer de que aquilo era parte da tática de Sankar.
Mas, como os gritos do público haviam diminuído consideravelmente a sonoridade, as palavras do dornes fizeram-se ouvir por todos. A Guarda Real, o Rei, os nobres amigos de Arys e até sua esposa ouviam os insultos de Sankar, e não demorou para que muitos voltassem a se pronunciar querendo a cabeça do dornes.

Ciente sim, de que estava correndo direto para a armadilha, Arys vestiu toda sua coragem e, incentivado pelos gritos daqueles que considerava, ergueu sua espada mais uma vez e avançou em um único impulso, com o escudo à frente e a ponta da espada atrás, mirando na região do tórax.

OFF:

Arys Oakheart - Atacar
(Teste de Luta + 2B - 1)
Pallando efetuou 5 lançamento(s) de dados (d6.) :

4 , 2 , 1 , 4 , 2

OFF:

Apesar de Arys aceitar a provocação de Sankar, ela não surtiu o efeito desejado e seu inimigo o atacou de forma controlada.

Não importava mais, o contra-ataque já estava montado. Quando o Guarda Real ataca, Sankar dá um passo á frente e estoca o ombro de Arys, usando os seus próprios ombros como guia para o caminho da lança, procurando uma abertura entre a ombreira e o peitoral de seu inimigo.

O Dornês realiza um segundo ataque idêntico, mas desta vez visando enganar seu inimigo e forçá-lo a usar o escudo para defender seu flanco direto, desprotegendo mais uma vez o flanco esquerdo. O golpe verdadeiro era um giro lateral de 360° da lança, visando mudar o ataque da esquerda para a sua direita, passando a lança por trás de seu corpo e usando toda a extensão da lança em um corte poderoso.

ATAQUE:

1° Ataque
Ação: Ataque padrão (menor)
Teste Luta + Lança 4+3B+1
Melroc efetuou 7 lançamento(s) de dados (d6.) :

1 , 1 , 4 , 2 , 6 , 1 , 6

2° Ataque
Ação: Distrair (menor)
Teste de Astúcia 5
Melroc efetuou 5 lançamento(s) de dados (d6.) :

6 , 3 , 1 , 6 , 1

Ação: Ataque padrão (menor)
Teste Luta + Lança 4+3B+1
Melroc efetuou 7 lançamento(s) de dados (d6.) :

4 , 4 , 6 , 3 , 3 , 2 , 2

Quando Arys avançou com a lâmina erguida para o que poderia ser seu último movimento, os ânimos do público, já exaltado, fizeram com que alguns se levantassem para ver o desenrolar da troca de golpes que estava por vir. E para maior espetáculo geral o dornês não se defendeu. Ele atacou.
O contra-ataque que já esperava pelo adversário foi executado com perfeição, em uma estocada firme que buscava uma abertura nas defesas do inimigo. Sankar havia dado um passo a frente e o contra-ataque, de primeira, só servira para frustrar o avanço de Arys e cutucar-lhe o ombro, mas foi o suficiente para que o ferido guarda real se atrapalhasse. Naquele momento, Arys encarou firmemente o inimigo com o olhar de um homem morto.

Entre o primeiro movimento e o que viria a seguir, os instantes pareceram minutos na arena repleta de pessoas daquela manhã fria, todas reunidas para ver se a última Targaryen sairia com vida do julgamento. Todo o duelo até ali fora uma verdadeira provação para os que torciam pela morte da prisioneira de cabelos platinados, com cada golpe bem sucedido de Sankar Nassam no respeitado Arys Oakheart tendo deixado-os mais apreensivos, ao mesmo passo que poderiam estar a encher Lorra Targaryen de esperança.

Desde sua captura, a vida da mulher crescida no Ninho da Águia se resumira em isolamento e torturas, desprezada e não poupada da dor mesmo grávida. Nas celas e salas pelas quais havia passado, só pôde ouvir pessoas trocando histórias sobre a "criatura" que ela carregava na barriga e por muitas vezes poderia ter suspeitado que seria morta sem sequer ser julgada antes. Ironicamente, o mesmo homem que a havia torturado e a ameaçado, Arys Oakheart, estava prestes a receber aquele que poderia ser seu beijo da morte, bem à sua frente.

E o combate continuou. Com pouco menos de um segundo depois do primeiro golpe, Sankar deu sequência ao contra-ataque e prosseguiu com a lança que, graças aos reflexos desesperados de Arys, encontrou um belo escudo em seu caminho, fazendo o guarda real andar alguns passos para trás pela força do ataque, e então, elevando os berros do público à níveis estrondosos, o dornês realizou um ataque rápido e imprevisível que passava por trás do próprio corpo, girando a lança em 360º e desferiu um corte poderoso que em um piscar de olhos encontrou o alvo.
Da região acima da cintura, próxima à costela esquerda, até quase o ombro direito de Arys, passando pelo tórax e uma das feridas anteriores, o golpe atravessou a parte lateral da armadura e seguiu pressionando-a para longe do seu caminho, fazendo o sangue voar nos olhos e na testa do dornês.

Houve silêncio por um tempo, segundos em que Sankar pôde ver a vida deixando os olhos do inimigo. Então Arys Oakheart caiu de costas como um saco de carne revestido com aço, completamente imóvel, morto. Os berros cessaram à principio, os que estavam assistindo de pé sentaram-se e somente alguns poucos cochichos podiam ser ouvidos na arena, muitos perplexos pela maneira como tudo acontecera. O combate que, pelo que todos esperavam, tendia para o Comandante da Guarda Real, fora completamente dominado pelo lanceiro de Dorne. De qualquer maneira, estava terminado e Sankar Nassam era o vencedor.

- Vejam só...parece que os Deuses fizeram sua escolha.- Debochou o Rei dos muitos que pareciam decepcionados, ainda que com alguma raiva perceptível no tom da voz. Com isso, o choque da derrota que paralisou alguns terminou e os olhares insatisfeitos miravam o dornês.

Tywin Lannister levantou-se e tomou a palavra.

- Sir Sankar Nassam e Lorra..Targaryen. Em nome do Rei Joffrey da Casa Baratheon, primeiro de seu nome, vocês estão absolvidos.- Decretou sem rodeios, formalmente firme e sempre indiferente.- Soltem os ferros.- Ordenou.

A Rainha levantou-se de cabeça erguida e após um breve olhar repleto de desprezo direcionado à Lorra, iniciou sua caminhada para sair dali. Depois disso, o soldado à direita da ex-prisioneira, um homem de meia-idade cuja repugnância não conseguia esconder, obedeceu às ordens e aproximou-se mais de Lorra com chaves velhas em mão. Ele parou ao lado dela por alguns segundos e hesitou por algum tempo, mas por fim abaixou-se e abriu a tranca. Durante esse tempo, a bastarda, mesmo sendo o centro das atenções e alvo de ofensas timidamente ditas, podia ouvir claramente cada som de destrave feito pelo movimento da chave como se contasse os segundos. Ao fim de tudo, pela primeira vez em muito tempo, Lorra não sentia o ferro ao redor dos pulsos e como talvez houvesse pensado não ser mais possível, estava livre.

Ainda no centro da arena, Sankar pôde ver o lacaio de confiança de Tasoor de pé, assentindo com a cabeça em sinal positivo ao acordo feito.

OFF:

O combate terminou, Sankar Nassam do Salão dos Portões do Inferno venceu mais uma batalha e esta traria fama e glória para sua casa, pois vencera um Guarda Real. Além disso, Arys não era qualquer guarda, era um membro de uma Casa importante da Campina e sabia que seria prestigiado em Dorne, mas amaldiçoado no reino do extremo.  Como muitos Dorneses, Sankar desprezava aquele reino e a morte de um Oakheart nas mãos de um Nassam acirraria os ânimos dos povos dos dois reinos.

“Os deuses sorriram para mim!” Pensava Sankar, sua vitória retumbante e sem arranhões mostrou que o Estranho ainda não queria a sua companhia. Com seus braços abertos, gritou alto para o céu como um sinal de alívio enquanto a plateia demonstrava seu silêncio com a morte de seu campeão.

O Dornês fez uma reverência à sentença dada pela Mão do Rei e observou atentamente ao guarda liberar os grilhões que prendiam Lorra, seus objetivos em Porto Real estavam quase alcaçados.

Com sua lança em pé ensanguentada e escudo preso ao braço, Sankar era um guardião e assim lembrava a todos que para chegar á Targaryen teriam que desafiá-lo. Esperou a pequena dragão se aproximar e viu nela a realeza de sua linhagem. Mesmo depois da tortura e da humilhação sofrida, ainda demonstrava força, seu espirito não havia sido quebrado.

- Não milady, a honra é minha por representá-la – O Nassam respondeu ao agradecimento de Lorra com uma reverência. Percebeu que sua protegida usava trapos sujos e rasgados que mal cobriam seu corpo, foi até a lateral da arena e pegou a capa vermelha que Arys havia deixado cair no chão antes de seu duelo e cobriu a Targaryen.

Sankar ouviu as preocupações de Lorra e mesmo concordando com ela, tentou logo acalma-la:

-  Tens razão minha senhora! Nosso inimigo é astuto e traiçoeiro, mas hoje os deuses estão conosco e os Leões sabem disso.

O rei já havia declarado sua inocência e Sankar ainda era o representante de Dorne, mesmo que os Lannister quisessem causar algum mal, não estavam em posição de cometer erros. Já tinham as tropas nortistas em seus portões e as Terras da Tempestade mergulhadas no caos, não gostariam de ter Dorne a sua lista de inimigos também.

- Mas não vamos esperar até amanhã, vamos embora imediatamente - Sankar conduziu Lorra até o guarda de Tasoor e pensava que se o ancião fez sua parte do acordo, logo estaria em casa. Segurou no ombro do lacaio do ancião e o questionou:

- Está tudo Pronto? Já podemos partir? ... - Também gostaria de pegar suas coisas e seu Corcel, mas não poderia buscá-los sem correr o risco de colocar a Pequena Dragão em perigo - Se você já não fez, peço que pegue meus pertences em meus aposentos e meu cavalo no estábulo.

Provando que a difícil temporada como prisioneira grávida não abalara em nada seu espirito, Lorra Targaryen retribuiu cada olhar odioso direcionado à ela pelos Lannisters ali presentes. Corajosamente encarava o perigo que certamente viria, disso poderia ter certeza apenas por observar o Rei, que mesmo após a saída de Cersei e Tywin, permaneceu algum tempo sentado com a ira contida no olhar e nos mãos ansiosas que não paravam de se mexer. Provavelmente sua vontade era ordenar que a matassem ali mesmo, mas não tinha coragem para tal.

No centro da arena, o forte grito de Sankar ao céu parecia ainda ecoar nos ouvidos daqueles que torceram fervorosamente por sua morte. Era fácil encontrar ao menos meia duzia de indivíduos que andavam focados no dornês, com destaque especial à mulher que provavelmente era a esposa de Sir Arys Oakheart, uma jovem e bela dama de seios fartos com o cabelo castanho cacheado preso. Se Sankar Nassam tinha alguma dúvida quanto ao desejo de vingança da nobreza da Campina, ela desapareceu naquele momento.

Mas não houve tempo para lidar com os rancorosos, pois logo Lorra timidamente aproximou-se de seu campeão para parabeniza-lo. Estavam ambos, sem dúvidas, aliviados por não terem perdido a vida na arena, mas também sabiam que ainda não havia terminado. Pelo contrário, aquilo tudo estava longe de chegar ao fim. Ciente disso, após providenciar a capa vermelha de Arys para que  Lorra se cobrisse, Sankar conduziu-a até o fiel lacaio de Tasoor.

- Ótimo combate Sir Sankar. Descano feliz por saber que o Oakheart já não está mais nesse mundo.- Parabenizou o dornês com calma, sem nenhum um pouco de pressa.- Podem ficar tranquilos. Seus pertencer devem estar sendo carregados em um navio com destino à Dorne agora, o mesmo em que vocês dois estarão muito em breve.- Parou após tranquilizar Sankar, e então virou-se para Lorra e a reverenciou.- É um privilégio conhece-la, Milady. Meu senhor lamenta não poder cumprimenta-la pessoalmente, ao menos não por agora.

O lacaio pôs-se a caminhar devagar, completamente indiferente aos poucos que o observavam por estar a conversar com o dornês e a Targaryen.

- Muito provavelmente seremos seguidos, mas isso não importa. Não é segredo algum que retornariam à Dorne e já não há nada que possam fazer para impedi-los de embarcar. Por favor, sigam-me.

Ao ser parabenizado pelo servo de Tasoor por ter matado o Guarda Real Sankar sorri e concorda como suas palavras - Eu também Soldado! - Estava aliviado com a agilidade das ações de Tasoor e por saber que o navio já os esperava.

Seguiu o lacaio, mas aquele passo devagar e despreocupado irritava o Dornês que para não perder a paciência começou uma conversa despretensiosa com o seu guia enquanto caminhavam. Queria saber seu nome, o nome do navio, quem era o capitão e principalmente se era de confiança. Sempre ao lado de Lorra, buscado protegê-la de qualquer injuria que pudesse ocorrer.

Quando perguntado sobre a garota Stark, respondeu:

- Lady Sansa está segura agora, saiu de Porto Real pela porta da frente – não havia tempo nem ocasião para Sankar contar o que sabia para a Tagaryen – Deixarei os detalhes para outra hora, mas por enquanto saiba que ela está em um navio com destino a Dorne e na companhia de Obara Sand. Se nosso navio for rápido, ainda podemos alcança-los – Tentava ser agradável naquele momento de tensão.

OFF:

Deixando a arena juntamente a várias outras pessoas que haviam assistido ao combate, o trio atravessou o cenário de folhagens que cercava o exterior da área do julgamento sem ser abordado ou encontrar problemas maiores do que olhares desconfiados e curiosos, seguindo guiados pelo leal servo do intrigante ancião. Ele não possuía sangue nobre, isso era certo, mas seus modos e sua postura indicavam que tivera uma boa educação, requisitos básicos para os subordinados mais próximos de alguém como Tasoor.
Quando questionado por Sankar, ele disse de maneira breve e educada chamar-se William , mas fez questão de ser prestativo em esclarecer os detalhes sobre a navio e seu capitão para tranquilizar o dornês. Disse, provavelmente para a surpresa de Sankar, que o navio não possuía um nome, era um antigo barco pesqueiro recém-reparado e preparado para abrigar vários passageiros, tendo origem nas Ilhas de Ferro. O capitão, Waymar Bearson, era conhecido por ser um experiente imediato de navios transportadores no lar dos Greyjoys, um dos últimos membros de uma antiga linhagem que um dia fora nobre. Seu único herdeiro estava preso em algum lugar do Tridente por estupro e Tasoor prometera agir para livra-lo da Muralha e da morte, mas para isso Waymar precisava transportar Lorra e Sankar à Dorne, e por isso o velho Bearson era confiável.

O resto do caminho, inclusive o percurso feito à cavalo após deixarem a Fortaleza Vermelha, fora de silêncio por parte de William. Houve um curto dialogo entre a dupla de Dorne sobre a garota Stark, Sansa, que Sankar acreditava rumar para o mesmo lugar que eles. Se tivessem sorte voltariam a vê-la em breve, era o que pensavam.

Assim que chegaram ao porto, um local bastante movimentado até em suas partes mais estreitas, o navio de tamanho médio, bandeira branca e aparência padronizada esperava por eles. Era visível, mesmo com a falta de arranhões e sinais de velhice, que o navio realmente já vira dias melhores. Nele haviam não mais do que meia dúzia de homens, a maioria já estava à bordo e o restante terminava de carregar mantimentos, enquanto os pertences de Sankar com certeza já o esperavam em seus aposentos.

Antes que subissem à bordo, William despediu-se apropriadamente, desejando poder voltar a ver os dois, e deixou-os para sumir em seu cavalo levando qualquer mensagem que Sankar ou Lorra quisessem enviar ao seu mestre. Não apresentou-os ao capitão Bearson, na crença de que ele mesmo fosse apresentar-se ou talvez desprezando a importância disso, de qualquer maneira descobrir qual dos tripulantes era Waymar não fora difícil.

- Sir Dornês e Lady Stone, subam por favor.- Disse o velho homem que saia da cabine de comando. Era um homem extremamente magro, difícil de definir definir se sua pele escura ou só estava muito suja, barba cinzenta na altura do tórax e emaranhada e mais alto que Sankar, o que conferia-lhe um aspecto intimidador para os serviçais do navio- Vamos deixar esse porto desprezível agora mesmo. Encontrarão seus pertences em seus aposentos, descendo as escadas ao lado da porta da cabine de onde eu vim. Creio que os acharão bem aconchegantes, apesar de tudo.

Sir Dornes e Lady Stone, como citados pelo capitão, era uma maneira dele ou do próprio Tasoor alerta-los que nenhum dos tripulantes, talvez com excesão de Waymar, sabia quem realmente estavam transportando. Uma discrição que, para a segurança de ambos, devia ser mantida.

Zarpariam assim que os dois estivessem no navio.

Sankar estava satisfeito em saber as motivações do capitão Bearson. a influência de Tasoor começou a se revelar um suporte valoroso.

O dornês agradece ao lacaio:

- Obrigado pela ajuda William. Diga a seu senhor que os Príncipes de Dorne saberão recompensá-los.

Ao ouvir o convite do capitão do navio sem nome, Sankar ajuda sua companheira a subir no navio e a acompanha até seus aposentos, mas antes para, cumprimentar o velho Waymar e aproveita para questioná-lo - Obrigado capitão. Qual o nosso itinerário e destino?

Mais tarde, após estar instalado, Sankar Nassam pensava em visitar as acomodações de seu Corcel da Areia, o mar nunca era prazeroso para esses animais e a presença de alguém de confiança com certeza o acalmaria.

Com ambos no navio, os tripulantes apressaram-se em terminar o carregamento para que pudessem partir o quanto antes, assim como o capitão desejava para que, como havia respondido à Sir Sankar, chegassem à praia a menos de um dia à cavalo de Lançassolar. Em meio ao vai e vem dos homens, Sankar e Lorra seguiram para a escada indicada por Waymar Bearson até, após constatarem que o navio realmente fora reformado por dentro também, pelo estado do material que o compunha, chegarem aos quartos. Não eram acomodações distantes do local onde os tripulantes dormiam, não havia como ser devido ao tamanho do navio, mas cada um dos três disponíveis eram acolhedores, dando a impressão de serem maiores do que realmente eram devido a falta de mobília e completamente inodoro. Havia uma cama para uma pessoa em cada quarto, com lençol, cobertor e travesseiros padronizados na cor branca, e um guarda-roupas de madeira, sem cor, não muito maior do que uma pessoa de estatura média. Não haviam retratos ou quaisquer tipos de decorações.

Sankar encontrara seus pertences bem colocados dentro de mochilas de couro sobre a cama e em pequenos caixotes ao lado dela. Em especial, a antiga caixa lacrada que havia encontrado no caminho para Porto Real, no antigo palácio dos Targaryen. Ela estava sozinha, próxima a beira da cama, uma relíquia da família dos Targaryen.

Nada além de várias vestimentas arrumadas de maneira perfeccionista em cima da cama esperavam por Lorra. Muito do que um dia tivera fora perdido assim que tornou-se prisioneira, pouco ou nada foi recuperado, logo era fácil deduzir que muitas das belas roupas que estavam ali eram também cortesias do ancião Tasoor. Sua cama, diferente do que talvez observara nos outros quartos, era maior e mais espaçosa, afinal acomodaria uma gestante.

Ambos teriam tempo para acomodarem-se como bem quisessem. O navio estava pronto para zarpar instantes depois de terem encontrado os quartos, mas só após algum tempo os preparativos finais foram feitos e a ordem foi dada. Quando finalmente o Dornês e a Targaryen sentiram que o velho pesqueiro estava se movendo, o capitão Waymar foi ao encontro deles.

- Sir Sankar Nassam. Lady Lorra Targaryen.- O velho homem curvou-se brevemente, aproveitando para cumprimenta-los longe da tripulação.- Cada homem no navio é bom seguindo ordens, já navegaram comigo, mas nenhum deles tem minha total confiança. Por isso, peço que mantenham suas reais identidades em segredo mesmo quando pensarem que o perigo ficou para trás. Como eu já havia dito, o navio os levará até uma praia deserta, não muito longe de Lançassolar, e lá homens da casa Martell estarão aguardando.- Parou de falar com a chegada de um tripulante, que vinha acompanhado de um pequeno garoto. Waymar dispensou o tripulante e chamou o rapaz que o acompanhava para perto.- Este é Sam. Está encarregado de trazer a comida de vocês no quarto, se assim quiserem, e também de providenciar tudo que precisarem.- O garoto reverenciou os dois de maneira hesitante, como quem não tem o costume de se curvar ou tem medo de errar o simples movimento.

O capitão Waymar Bearson responderia as perguntas e, caso não fosse mais necessário ali, deixaria-os para assumir o comando do navio que já navegava. Sam, o garoto que serviria-os, aparentava não ter mais de 15 anos, branco e de cabelos castanhos e lisos, olhos azuis e rosto repleto de sardas, provavelmente vindo das Ilhas de Ferro assim como os demais. Era magricela e tinha os ombros caídos, mas o olhar duro por natureza e o nariz empinado impediam que qualquer um o visse como um pobre coitado.

- Estarei sempre por perto se precisarem...

Ao entrar no quarto, Sankar viu que seus pertences estavam todos ali. O local onde estava caixa que encontrara em Solarestival chamou a sua atenção, estava separada de outros pertences e provavelmente chamou a atenção. O dornês analisa rapidamente a caixa para identificar qualquer tentativa de arrombamento.

Momentos antes de sua embarcação partir, ele vai até os aposentos de sua protegida para ver se estava tudo bem:

-Milady, como estão suas acomodações?

Quando a embarcação começou a se movimenta, Sankar sabia que a ultima parte de sua missão estava para terminar. Após ouvir as explicações do capitão, apenas agradece mais uma vez pela hospitalidade do capitão, mas para Sam, o garoto nascido do ferro que será seu camareiro, pede um bom almoço – Garoto, traga boa comida para a senhora, a melhor que tiver – Lorra já sofreu o bastante, não deve comer bem à dias e seu rebento deve estar tirando todo a pouca energia que ela ainda possua, precisa se fortalecer – Para mim, traga vinho – Complementou o sedento dornês.

Quando o garoto sai da presença de seus senhores, o Dornê aproveita para conversar com a Targaryen:

- Milady, não me apresentei devidamente. Como bem sabe, meu nome é Sankar Nassam, mas também sou herdeiro do Salão dos Portões do Inferno e fiel súdito dos Príncipes Martell. – Ele faz uma reverência ao modo dornês - Fui irmão de armas do Príncipe Oberyn, de quem ganhei o acunho de Coração Negro. Por anos lutei a seu lado como mercenário em Essos. Lá salvei sua vida e ele a minha, por isso somos gratos um ao outro e é daí que vem minha lealdade. – Falava de forma diretas e sem intriga em suas palavras.

- Recebi de meus senhores a missão de retirá-la de Porto Real e traze-la a salva para Dorne. Entrei na cidade como um Diplomata Dornês com o pretexto de forjar uma aliança entre meu reino e a Coroa. – Neste momento, Sankar pensou no que Tywin Lannister deveria estar pensando sobre o acordo feito e o porquê do Nassam se tornar o Campeão dos Dragões. Já devia desconfiar que fora enganado e que o acordo não passava de um engodo – Foi graças a esse acordo que consegui retirar Lady Sansa Stark das garras dos leões.

Sankar Nassam lembrou-se da primeira vez que viu a Pequena Dragão no pátio, próximo aos jardins da Fortaleza Vermelha e a impediu de fugir com Sansa, momentos antes de ser capturada – Minha senhora, devo agradece-la também, pois se a senhora não tivesse confiado em mim naquele momento de tensão, os Lannisters não acreditariam em minhas intenções e talvez o acordo nunca sairia.

O Dornês tinha muitas dúvidas e precisava de respostas, mas ele não queria ser desrespeitoso. Afinal, aquela menina gravida poderia ser sua Suserana. Além disso, ela provavelmente precisava descansar e teriam uma longa viajem para por seus assuntos em dia.