Era início da noite, a taverna Destroços estava começando a encher, como era de costume naquele horário. O músico se posicionava e bebia cerveja para adoçar a voz antes de começar a cantar algo que prometeu ser inédito naquela noite. Os homens bebiam pouco, pediam pratos escaldantes de comida, cordeiro com ervas e cebola era a especialidade da Destroços e, por isso, era o que a maioria ali pedia.
O taverneiro passou ao redor de uma das mesas com um grande prao de madeira, serviu o cordeiro com mais algumas bebidas em uma mesa com umas cinco pessoas, contornou outra anotando seus pedidos e passou pela parede arrancando um cartaz que estava pregado nela, virou-se e deu uma piscadela para Josh Delinger que esava sentado na mesa próxima a parede que esava preso vários pergaminhos com fotos de procurados e os valores das recompensas. Várias pessoas chamavam a parede de Tesouros, porque aqueles anúncios eram o ganha pão de vários mercenários e desesperados.
Naquele dia Archibald, o taverneiro, retirou o cartaz do recém capturado Backer, um comerciane ilegal que fornecia pólvora e componenes alquímicos para facções, exércitos rivais, bandidos e até mesmo, mulheres enciumadas. Foi um trabalho fácil para Josh.
Retribuiu a piscadela de Archibald com um sorriso discreto e depois continuou a conversa com sua companheira de missões, Mashka Perona, a poderosa Ogrun que por outras vezes trabalhou com o ardiloso Delinger e que agora, depois de meses trabalhando separados em missões distintas, se uniriam novamente a partir de um convite de um velho amigo Gustav, ao qual esperavam chegar na Destroços em breve.
Mas aquela noite, era uma noite de comemoração. Afinal Josh havia capturado um bandido.
Archibald se aproximou, serviu o whisky de Josh e a forte cerveja preta para a Ogrun, pousou o cordeiro fumegante, cheio de temperos, caldos, cebola e batatas e se afastou da mesa para atender aos outros clientes ruidosos dando à Mashka e à Josh um aceno de cabeça quando Gustav adentrou a taverna.
Ele estava exatamente como sempre fora, empoeirado graças ao clima quente e à poeira do solo seco que subia a cada corrida de cavalos que passava na rua, o cabelo grudado no suor em sua testa.
Ele caminhava até a Tesouros, passando por seus convidados e amigos quase os ignorando, olhou a parede por um tempo e deu falta de um dos cartazes que estava na parede a algumas noites anteriores.
Em seguida, virou-se para seus amigos, sentou-se e serviu-se.