A trupe viajava para mais um de seus espetáculos. Bonzor conseguira persuadir um dos membros do conselho da cidade para permitir que eles se apresentassem legalmente na mesma praça em que seria feio o comércio dos escravos. Dessa forma, o público seria maior, teriam crianças e adulos para entreter e, claro, haveriam mais pessoas dispostas a lhes pagarem uns tostões a mais pelas apresentações.
Freyja conduzia a carruagem, guiando os cavalos que a puxavam penosamente. Eram quaro garanhões jovens e em boa saúde, um preto, um marrom e dois malhados. Fora Shilla quem escolhera os animais... e simplesmente os adorava.
A jovem estava agora colhendo maçãs para alimentar os cavalos antes de enrarem na cidade. Alguns peregrinos que encontraram no caminho disseram à eles que o Porto estava fechado, mas isso não era problema para a trupe, afinal escolheram entrar pelos arcos da cidade pelo portão da estrada principal.
O Falcão de Shilla estava acompanhando o grupo observando no meio das árvores ao redor da estrada.
Bella, por sua vez, estava trançando seu cabelo e cantarolando uma doce e suave canção de viagem, levemente distraída de tudo o que acontecia ao redor. Estava sentada ao lado de Freyja, na frente da carruagem que era, afinal, o palco para o espetáculo deles em breve.
Bonzor foi o primeiro a avistar a entrada, e a longa fila que se seguia para entrar na cidade.
Almoçaram ali na estrada, Shilla divertiu algumas crianças que estavam na fila com alguns truques de magia e seu falcão, Feryja aguardava sentada, limpando sua lança, e Bonzor ensaiava com seu sabre e com malabarismos, enquanto Bella enfeiou seus cabelos trançados com flores brancas, para combinar com seu vestido branco e azul marinho que usava.... Cantava para os casais e se preocupava em acertar rimas e versos de uma nova canção.
Por fim, entraram na cidade. Bonzor precisou mostrar o pergaminho da autorização que o conselheiro da cidade lhe dera, pois os guardas da cidade estavam tentando proibí-los de montar a carruagem no centro da praça.
Estavam perto da fonte, com visa de frene para onde seria o palco do leilão. Esperariam a noite para se apresentarem, como de costume.
Shillla saiu com Freyja para olhar as barracas de tecidos e visitar o ferreiro, que Freyja queria. Bella, ficou pero da carruagem, comprou um doce, caminhou entre alguns enfeies simples de pedra anã e jóias élficas, e sentou-se próximo da fonte, onde começou a cantar novamente e atrair certo público... cantava uma canção que narrava o amor de um casal, cada um de uma família, que não podiam nunca ficar juntos... e o amor que eles sentiam os fulminou e os devorou por completo.
Bonzor ficara na carruagem, onde montara o palco que iriam se apresentar mais tarde. Já estava com o roso pintado e com as roupas espalhafatosas e treinava o lançamento de adagas em alvos que posicionou em pontos seguros ali.