Agnis Tvarivich
O Início
Agnis nasceu em Hirt, seus pais eram simples camponeses e tinham um pequeno pedaço de terra onde havia uma plantação e algumas cabeças de gado. A cada plantio seu pai levava as mercadorias para Paramet, o centro comercial e com isso eles tinham uma pequena renda que dava para pagar os altos impostos e o que sobrava dava para viver de maneira modesta, mas eram uma família feliz. Agnis lembra muito pouco de seu pai, quase não se recorda de suas feições, pois ele trabalhava muito. Mas a lembrança de sua mãe é a mais forte e a mais dolorosa. Seu nome era Evellyn, era muito amorosa, alguém parecida com a Agnis fisicamente e sempre estava sorrindo e feliz até que a tragédia aconteceu.
Agnis tinha 4 anos de idade quando ocorreu um incêndio na sua casa, ela nunca soube o que causou o fogo, mas estava no quarto dormindo e acordou com a fumaça e os grito de seus pais. O fogo estava consumindo rapidamente a casa de madeira, sua mãe correu para pega-la no berço e juntas saíram de casa. Mas o pai de Agnis não queria perder as poucas coisas que tinham e várias vezes voltou para a casa em chamas em busca de alguns pertences de valor, mas o telhado desabou e acabou o prendendo lá dentro. Ela não se lembra exatamente disso, mas foi o que sua mãe lhe contou, suas únicas memórias eram o calor das chamas e os gritos desesperados de sua mãe. Com isso desde criança ela tem um trauma de incêndio ou chamas altas, ficando paralisada de medo nessas situações.
Logo após o enterro de seu pai e sem lugar para morar, sua mãe foi para Hilydrus tentar buscar algum auxilo do rei, mas foi em vão. Uma simples camponesa e uma criança de colo logo viraram pedintes naquela região, a fome e o frio se fez presente quase todos os dias. Com poucas economias sua mãe não conseguia mais alugar quartos e dependia da boa vontade das pessoas. Existiram algumas pessoas bondosas que aceitavam as duas em sua casa por uma ou duas noites, mas logo elas tinham que peregrinar novamente.
Então sua mãe conseguiu chegar até a cidade de Paramet, mas devido as péssimas condições de vida, começou a adoecer e ninguém queria abrigar uma pessoa doente e uma criança de colo. Elas ficaram algum tempo dormindo nas ruas, mas sempre tinha gente para causar o mal, quando não tentavam rouba-las, sua mãe tinha que fazer alguns "favores" para ter o que comerem. Agnis lembra desses episódios, pois chorava diariamente querendo voltar para casa, pois estava com fome e frio. E na sua ingenuidade infantil, não percebia o quanto isso devia ter machucado sua mãe e quantos sacrifícios ela não deve ter feito pela menina. Por isso hoje em dia, sua atitude é ser gentil com os outros, pois ela sentiu na pele a rejeição e a indiferença da sociedade, ela sabe o que é sentir fome e frio e não ter um lugar seguro para ficar.
Mas as coisas sempre podem piorar e foi o que aconteceu. Sua mãe estava muito doente e não conseguiu sobreviver, nesse momento passava uma caravana em direção a Montanha da Neve Eterna, um homem parou para prestar o socorro mas era tarde demais. Talvez a compaixão tenha falado mais alto nesse momento e esse homem chamado Iran, levou Agnis consigo e também fez um enterro descente para a pobre mulher. Foi o destino ou não, mas a partir desse dia a vida de Agnis mudou por completo.
O Aprendizado
Esse homem chamado Iran era um dos magos da academia e aceitou a menina como sua pupila. Além de ter um local para morar, ela aprendeu a ler e a escrever e com apenas 6 anos já conseguia ler livros de magia básica e tinha uma certa facilidade com elemento Luz. Foram muitos anos de treinamento árduo e demorou mais de 10 anos para que ela conseguisse materializar essa energia nas palmas das mãos e usar como uma arma, mesmo agora ela ainda tem certa dificuldade em controla-lo.
Mesmo sendo uma maga iniciante ela foi para Hilydrus com seu mestre. Eles chegaram a uma caverna num local bem afastado, havia 3 pessoas vestidos de vermelho da cabeça aos pés, Agnis também colocou o Khrumm, a roupa do ritual e a iniciação precisava começar com o eclipse solar. Pequenas fagulhas de fogo começavam a se aglomerar conforme Iran ia recitando os versos da convocação. Quando as portas foram arrombadas e um bando de mercenários entrou no local e começou a atirar nas pessoas. Agnis com os outros magos fizeram uma barreira ao redor de Iran, mas a única magia que ela sabia usar e ainda sem muita precisão era seu raio de luz. Com certa dificuldade ela conseguiu disparar um raio na direção dos atiradores, mas o véu que cobria seu rosto, atrapalhava sua visão. Felizmente na segunda tentativa, ela conseguiu acertar um atirador diretamente e os reflexos dos raios caíram no piso molhado o que ajudou a eletrocutar mais alguns.
Mas isso não impediu que outros atiradores continuassem atirando na direção deles. Agnis conseguiu se esconder atrás da bancada, mas viu seu mestre ser alvejado pelos tiros, mais uma vez ela ficou paralisada sem reação, o fogo começou a tomar conta do local e sem saber o que fazer seguiu o último pedido de seu mestre....fugir.
O Recomeço
O instinto de sobrevivência falou mais alto e ao ver que os atiradores se aproximavam, Agnis fugiu por uma das saídas da caverna, enquanto ela corria os tiros zunia ao seu redor. Sua adrenalina estava a mil e na tentativa de escapar ela começou a saltar pelos telhados das casas, mas sentiu uma dor se espalhar pelo seu braço, o ferimento parecia sério, mas ela não tinha tempo para se preocupar com isso, não enquanto os atiradores tiverem atrás dela.
Com sorte ela conseguiu se esconder num beco, estava sem folego, seu braço latejava e queimava, só então percebeu que havia levado um tiro, ela continuou imóvel aonde estava. Ainda escutava os atiradores falando pelas ruas próximas, sabia que se saísse dali seria descoberta e morta, como todos os outros.
Mais uma vez ela perdeu uma pessoa que amava, se sentia novamente uma menina de 4 anos. Não tinha para aonde ir no momento e ver Iran morrendo na sua frente, só fez ela se sentir fraca e incapaz. Sentia as lagrimas quentes de frustração descendo pelo rosto, porque a única coisa que ela podia fazer no momento era chorar em silêncio e esperar que os atiradores fossem embora logo, mas em algum determinado ela deve ter caído no sono pela exaustão e se deixou perder num sono leve e estava novamente com as pessoas que ela amava a sua volta.