Setembro, 02 de 1991, Hogwarts - Londres Holly apressou-se em chegar na sala de aula e ocupar um bom lugar, porém parecia que outras pessoas estavam tão ansiosas quanto ela para sua primeira aula em Hogwarts e encontrou Malfoy e seus dois bruta montes sentados na “carteira perfeita”. Aborrecida, sentou-se próxima à parede, pousou seus livros, abriu o livro de Transfiguração na página em que a Professora já havia escrito no quadro negro e começou a copiar em seu pergaminho tudo o que estava escrito.
Holly fora criada entre trouxas a maior parte de sua vida. Mesmo tendo convivido com sua madrinha ainda não conseguira se acostumar com a pena e o pergaminho. Na escola de muggles (trouxas) usavam lápis e canetas que eram perfeitamente mais fáceis. Escrever parecia um esforço maior do que deveria, uma vez que se tinha uma pena de uma ave imensa presa há um bico de metal… Mesmo assim, se esforçou para não borrar todo o pergaminho em cima do colega que sentaria do seu lado.
E esse colega foi Bartholomew. Ele se apresentou e tentou ser educado comentando sobre a aula, mas Holly não parecia estar interessada em conversar. Estava com sua concentração em não derramar o tinteiro, nem apertar demais o bico da pena no papel e vazar tinta por todo ele.
Até mesmo o olhar da professora, quieta ao lado da escrivaninha, a incomodava e a instigava a se esforçar na matéria. Quando ela começaria de fato a explicar o que era Transfiguração?
Leon despertou apavorado com o seu pesadelo. Fora tão real… O que aquilo significava? Por que ele dizia aquelas coisas horríveis para Harry? Levantou-se e foi se lavar… No banheiro, descobriu que um outro estudante também tomava banho, mas não viu e nem procurou saber quem era. Apenas demorou-se mais um pouco para ter certeza que não sairia abatido do banheiro. Se pudesse evitar perguntas seria bom.
Quando finalmente saiu do banheiro, foi até o dormitório que já se encontrava meio vazio. Os estudantes já haviam se dispersado.
Desceu até o salão comunal, verificou o horário, separou seu material e desceu para o Salão Principal onde comeu poucas coisas.
Quase não havia mais ninguém na mesa… muitos já haviam ido para as aulas e Leon não se demorou muito mesmo.
Passou pela mesa da Grifinória para ir até a Sala de Transfiguração e, por um momento, seus olhos se cruzaram com os de Potter e sentiu aquela mesma raiva queimar seu peito.
Se apressou ainda mais.
Na sala de Transfiguração, sentou-se ao lado de Felix que, sem saber, também sofrera com seus pesadelos e também estivera no banheiro logo pela manhã limpando o suor do corpo.
Pediu licença, sentou-se, abriu seus livros e se dedicou à materia, sem querer realmente falar com ninguém.
Bartholomew também teve uma manhã não muito receptiva com Felix, mas talvez tenha sido culpa de seu primeiro assunto com o garoto-dos-pesadelos. Inicialmente Korol tentou ser amigável, mesmo irritado, procurando finalizar o assunto logo de cara, porém os comentários de Bartholomew fizeram jus à sua casa na Sonserina e ele acabou iniciando uma troca de farpas na primeira manhã no castelo.
A Manhã de Felix, por sua vez, poderia ter sido indiscutivelmente melhor.
Acordou suado, enrolado nos lençóis da cama de dossel do seu dormitório. Mesmo com a estranha sensação de conforto após um pesadelo tão medonho, ergueu-se da cama e foi direto lavar-se para limpar o suor do pesadelo. Curiosamente, sua cicatriz ainda queimava em seu peito…
Isso já havia acontecido antes, claro, mas havia muito tempo que isso não acontecia. Mas não dedicou seu tempo pensando nisso… arrumou seu material e foi degustar do café da manhã.
Estava bem, ansioso para seu primeiro dia, falando e cumprimentando todos mesmo quando era ignorado. Não deixou, claro, de acenar para Dumbledore na mesa dos professores… não se importava de que todos haviam achado aquilo estranho na noite anterior. Estava alí para aprender, queria ser o melhor… e se aproximar do Maior Bruxo do Século, como era a fama de Dumbledore, seria um bom começo para ele.
Bartholomew foi o único capaz de fazer seu café da manhã descer atravessado. Ele não pretendia discutir seus pesadelos no primeiro dia… Tinha a esperança de que ninguém o tivesse questionado sobre absolutamente nada, que todos estivessem dormindo tranquilos… Porém seria pedir demais isso.
Após uma troca de farpas com o menino Bartholomew, Felix caminhou à frente e chegou primeiro na sala de aula. Sentou-se em uma mesa inicialmente vazia, afastada em um canto da sala de aula e pegou seu material, dedicando o resto de sua atenção para a aula que se seguiria.
Logo em seguida Leon se aproximou e sentou-se ao seu lado.
~*~
Quando todos os alunos se sentaram e já estavam prontos a professora finalmente pigarreou fazendo todos se calarem automaticamente.
Então começou o seu discurso.
- Como disse na noite anterior, sejam bem-vindos à Hogwarts. Sou a Professora Minerva Mcgonagall, diretora da casa da Grifinória e professora de Transfiguração.“Antes de iniciarmos nossa aula, quero avisá-los que não tolero gracinhas em minhas aulas e que a minha matéria exige extrema atenção e cuidado. Poucos bruxos realmente são capazes de dominar as artes da Transfiguração. O melhor até hoje foi, obviamente, Alvo Dumbledore, diretor desta escola e antigo professor desta disciplina.
“Outrossim, a Transfiguração é uma matéria exigida para inúmeras carreiras bruxas, como verão a partir do seu quinto ano em Hogwarts, incluindo a profissão de Auror do Ministério da Magia. Portanto, dediquem-se ao máximo logo cedo e, com certeza, alcançarão suas metas sem dificuldades.”Ela fez uma pausa, olhando para todos e depois prosseguiu, acenando a varinha agora:
- Muito bem, agora… A Transfiguração é, fundamentalmente, a arte de transformar os objetos ou criaturas. Observem.Havia uma ave azul escura, de médio porte, pousada em um poleiro ao lado da professora. Ela realizou um movimento balanceado com a mão e todos na sala de aula assistiram a ave virar um cálice de cristal perfeito.
- Os bruxos mais talentosos deste ramo da magia são capazes de transfigurar até mesmo os seres humanos, mudando completamente suas aparências.Fez uma pausa, orgulhosa de seu discurso inicial. Deu um pequeno toque com a varinha no cálice fazendo-o retomar a forma de pássaro, e virou-se para a sala de aula:
- Alguma dúvida? Creio que podemos começar com um pequeno exercício da página 6 do livro…