Queens - Ruas Zona Oeste

Queens é um dos cinco distritos que formam a cidade de Nova Iorque, quase tão grande em área territorial quanto Manhattan, Bronx e Staten Island juntas. Queens é também um dos 62 condados (Condado de Queens) do estado de Nova Iorque.

Queens e os outros quatro condados consolidaram-se em 1898 para tornarem-se a cidade de Nova Iorque, e as opções de transporte para o desenvolvimento de Manhattan. Por volta de 1920, a cidade tornou-se o centro nacional da indústria do cinema mudo

A noite estava fresca quando a Malkaviana deixou seu refugio.

Apesar de ser um bairro boêmio, o Queens, também, sentia na pele a depressão que se anunciava, mordendo seus calcanhares.

As pessoas na rua estavam cabisbaixas, preocupadas com o amanhã. Nos bares de jazz próximos e musica era taciturna.

Mizza Mochiato podia sentir o pesado ar de preocupação e desespero formando uma egrégora negra que pairava pela cidade

Após esperar algum momento, um taxi aparece no limiar da visão da Lunática. Ele para à sua frente permitindo que entrasse.

O sujeito era meio italiano e seu cheiro era de alguém que já vira banhos melhores e uma nuvem de alcatrão impregnava o lugar.

Assim que ele ouve o endereço ele parte.

Entrei no carro como se valsasse com o vento, estava agradável e pesado como um canto misterioso de morte, pesaroso como olhos de mãe no funeral de seu primogênito, era assim que o céu parecia.

- Não acha tão agradável esse clima? - Dirigiu-se à criança, ainda olhando o céu escuro e denso. - É como um velório de gente rica, todo um pesar escondido, uma dor enclausurada esperando o vazio para jorrar, acho tão doce.

Notei então o cheiro chato que o vento trazia do Italiano, parecia de algum modo suspeito, mas não lembrava se isso era importante mesmo, talvez nem fosse, ou era? Cheiros são coisas importantes, o mestre tinha cheiro de Damasco e Mizza cheirava a flores do campo e presságios ruins. Mas quem chamou as nuvens para essa conversa? Será que Apolo tomava muitos banhos? De sol, talvez, isso me fazia concluir que Ártemis devia ser muito branca, imagina ser como Mizza que anda apenas pela noite.

Pensou em lanchar o Italiano que a levava, ele não tinha mesmo uma cara esperta, não parecia que negaria um pedido muito bom da Mizza, mas ele fedia ruim demais para uma refeição digna.

- Não me admira que os italianos inventaram o queijo gorgonzola. - Ponderei na minha lucidez impressionantemente duradoura.

Agora precisávamos chegar logo, o que iríamos encontrar? O que havia lá?

A voz da menina estava quieta, apesar da sua presença ser sentida.

Talvez ela estivesse sentada ao lado da Malkaviana, balançando as perninhas. Mas será que ela tinha pernas? Ou era como naqueles filmes infantis que fantasmas tinham fumacinha na parte de baixa do corpo.

No radio tocava uma musica italiana, que era balbuciada pelo motorista.

Quando a Lunatica comenta sobre queijos, o condutor vira o pescoço

-ma que cosa?

Ele não falava a língua da sua passageira, mas o breve lapso de falta de atenção, enquanto ele olhava para trás, é o bastante para ele não perceber aqueles faróis que vinham na contra mão, em alta velocidade.

O condutor esbugalha os olhos ao ouvir a o barulho do outro carro que se assomava e se volta à direção, mas não é o bastante.

Uma freada brusca.... A lunatica é jogada para frente...

Um milésimo de segundo é o que ela tem para tentar se salvar, mas não é o bastante.

O impacto a arremessa contra a cadeira esmagando-a, mas ali é, ainda, melhor que a situação do italiano.

Os bancos da frente e o próprio corpo do motorista diminuiu o impacto que seria letal a Mizza.

Deixando-a machucada

Rolagem:

O mundo girava em formas desagradáveis, haviam cores estranhas pelo ar e o cheiro inebriante de sangue que adocicava o ambiente.

Não poderia escolher se eu gostava de todo aquele aroma ounse aquilo me causava dor, via o mundo como um grande mix de acontecimentos pela cacofonia provocada pelo acidente.
A lucidez já não andava de mãos dadas com a vaga consciência que me sobrava e aos poucos o mundo se tornará um.ligar estranhamente desordeiro.
Percebi o sangue do Italiano pelo estofado e sujeitas os dedos na viscosa e quente substância, estava sujo de poeira de estofado e suor, eu poderia sentir só de tocar.
Tentei mover um pouco o corpo, mase sentia entalada e preferi esperar que alguém estivesse mais perto e pedir delicadamente que ele me salvasse argumentando que o ápice da nobreza da alma é o salvamento, mas talvez quem bateu no carro não fosse tão inocente e nesse caso experimentaria um pouco da loucura que meu corpo ordenava.

Nem olhei para a minha menina, morta já estava e eu sucumbira a um estado de contemplação e estranhamento.

Desapego a realidade e obinubilação tomam conta da Malkaviana.

Encontrava-se quase em posição fetal, mas aquele útero era feito de estofamento e ferragens

O cheiro de vitae, misturada ao de óleo e ferro permeiam os poucos sentidos que a lunática mantinha.

Sua vida se resumia a isso... Cheiros, sons e o aperto entre o ferro e o estofamento do veículo....

Os sons eram um burburinho de pessoas e um grito de mulher, decerto pelo estado em que o Italiano se encontrava.

- Ele perdeu a cabeça!, a voz feminina gritava

-Será que tinha mais alguem no carro?, uma voz masculina inquiria a alguem

- Eles está bebeado, uma terceira voz apontava

Um tumulto se iniciava em torno do acidente... Mas pareciam não ver a Lunatica