Prólogo - Shamps

- Vamos lá senhorita Wood, você tem cinco minutos para resolver os 5 cubos mágicos, caso não consiga nossa amiga aqui e você não ganharão o bolo de dinheiro no chapéu, caso falhe meu caro Denver e eu levaremos a bolada.

Seria uma grana fácil, Chelsea só precisava resolver os cubos em um curto espaço de tempo, estavam todos os 4 soldados dentro de um quarto do quartel, ela estava de plantão no consultório médico que ficava ao lado.

Era uma aposta simples, a garota teria que em pouco tempo realizar a tarefa e levar a grana, bem simples.

Denver que mais parecia um Cowboy, estava sem seu chapéu, o objeto estava emborcado com toda a grana da aposta, ele estava com um cronometro na mão, iria marcar o tempo para a prova, era uma prova além do dinheiro na verdade, os garotos ali eram bastante machistas e se Chelsea ganhasse seria a forma de dizer: “Tome! Nós ganhamos esta!!! Quem são os melhores mesmo???”
Iriam calar a boca dos dois por um bom tempo, caso falhasse, teria outra forma de dar uma lição neles, como por exemplo receitar um remédio errado e assim provocar uma dor de barriga, bem não era hora de pensar nisso agora, agora era hora de ser profissional.

A garota se preparava, Sarah era sua companheira de quarto e de trabalho ali, estava fazendo uma massagem em seus ombros e a incentivando:

- Vamos lá Chelly!!! Pense na chapinha nova que poderemos comprar, aquela com placas de porcelana ou sei lá o que... Vamos mostrar pra que estamos aqui.

Testes::

Uma garota séria.
Era assim que toda sua família e amigos se referiam a Chelsea, que sempre se dedicou com afinco a tudo que quis fazer. O exército e a medicina não foram diferentes.
No fim de semana passado, Chelsea esteve prestando serviços à uma comunidade de baixa renda. Era algo que seu batalhão fazia uma vez por mês e ela sempre participava. Além de fazer o bem para os moradores, também engrandecia os currículos dos participantes e valiam horas preciosas de estágio para os que buscavam aperfeiçoamento. Em função disso ela estava um pouco cansada e por isso não sabe em qual momento Sarah a convenceu a participar de uma aposta. Ela odiava apostas.
O objetivo era resolver cubos mágicos. Tranquilo para ela que brincava com isso desde criança, quando estava acampada com seu pai nas florestas, passava o tempo resolvendo o enigma.
Diferente de Sarah que estava com o casaco aberto e de regata, a médica usava seu uniforme impecavelmente, sem um vinco sequer, todos os botões fechados e até quepe usava. Não estava muito a fim de participar daquele circo, mas já que estava lá... aqueles caras... tinham mesmo que fazer aquilo? Certeza que foi coisa dela falar que Chelly resolvia cubos.

- Sarah! Estou aqui para salvar vidas e não servir de diversão para esses marmanjos – olhou feio para a colega.

Ela estava indo muito mal com os cubos e ela estava ficando irritada, mas apenas demonstrava seriedade diante do jogo.

- Vamos lá então, senhor Denver, se é o que quer vamos brincar. Dá próxima vez que eu aceitar esse tipo coisa me interne ok.

Tentou mais uma vez.

Chelsea estava irritada e cansada isso poderia ter feito a menina não se concentrar bem nos desafios a frente, estava indo mau, apenas resolvera um dos cubos em dois minutos e meio. Sarah ficara eufórica, gritando sempre:

- Vai, vai, vai não desiste Chelly Vaaaaaaiiiiii!!!!

Os dois homens apenas sorrindo vendo a grana no chapéu de Denver. Chelsea estava se concentrando mais no brinquedo, mas isto não a impediu de ouvir um barulho ao longe, era um Helicóptero se aproximando, os dois homens junto de Sarah pareciam não se importar ou não ouvir a vinda de visitantes.

Um Helicóptero deixou a menina apreensiva, mas ela continuava nos cubos mesmo irritada, nem se sequer pensava no aparato de cabelo que poderia comprar com o dinheiro extra, o importante ali era salvar vidas, não brincar em serviço.

Então resolveu mais um cubo, e depois outro, o tempo no cronômetro era implacável, faltava pouco tempo, dedos rápidos, mãos velozes, Sarah Pegou um travesseiro e começou a mordê-lo de nervosismo.

Os sorrisos dos rapazes iam se desaparecendo a cada cubo resolvido.

O rádio tocou, anunciando que feridos estavam indo para o local, Sarah rapidamente se levantou assustada, era hora de preparar a sala médica, o rádio avisara que era um caso grave, fratura exposta, já haviam feito os primeiros socorros agora era hora de Chelsea dar os toques finais.

Largaram tudo, agora era hora de agir, preparar a sala médica para um tratamento mais pesado. Depois de alguns minutos o Helicóptero pousou com o ferido.

A médica observou que o homem e viu que o mesmo possuía ferimentos internos, precisaria de uma cirurgia de correção, era hora dos dotes cirúrgicos entrarem em cena.

Uma correria no consultório, enfermeiras de prontidão foram necessárias, o homem que havia caído, jazia na cama do consultório, agora era hora de resolver uma aposta de verdade e não uma brincadeira, o cubo fora deixado de lado, era hora de uma aposta mais séria.

Teste:

Sempre bem concentrada quando se dedicava a algo, Chelsea respirou fundo para não deixar o nervosismo a dominar. Ela sabia que era capaz, pois passava horas na floresta junto ao pai esperando pela caça e pelo momento certo de abate-la.
O som do helicóptero a deixou a alerta e isso pareceu despertar seus sentidos e os cubos foram sendo devorados um a um, no último segundo o rádio o tocou e as cores se tornaram únicas, sem se importar com o prêmio, ela apenas largou o objeto e correu para sua sala dando instruções para seus assistentes.

- Depois pego minha grana - correu - atenção, estado grave a caminho - já estava vestindo as luvas, óculos de proteção e o avental, correu para porta para recepcionar os socorristas e a vítima. Numa corrida contra o tempo, ela já fez seu diagnóstico e não teve dúvidas, era caso cirúrgico.

- Preparem o centro cirúrgico! Depressa!

Em pouco tempo já estava com a mão no abdomem do paciente, entre sangue e instrumentos, lutando por mais uma vida. A presteza foi decisiva naquele caso, a vítima fora salva.

Retirando as peças descartáveis, ela sente alívio e orgulho por ter feito um excelente trabalho.

- Parabéns equipe! - agradeceu a todos seus assistentes. Depois conversou com Sarah, afinal tinham um prêmio a resgatar.

Chelsea fora perfeita, conseguiu contornar a situação, os médicos e enfermeiros comemoraram, tudo dera certo o paciente logo estaria de pé depois de alguns dias em repouso, agora era esperar, indo ao encontro de Sarah ela notou um homem nos corredores, ele estava de braços cruzados, ao se aproximar falou com Chelsea:

- É um prazer conhecê-la senhorita Wood, sou o Capitão Blaze Freedom, você foi recrutada para o Alpha Command, arrume suas coisas nós vamos partir para uma missão secreta especial, você fora escolhida a dedo, seus talentos são necessários.

Freedom descruzou seus braços, mostrou um documento que estava em uma de suas mãos, que antes a menina não notara, ele a mostrou, era uma ordem do alto escalão. Era hora de retribuir o que o exército tinha feito por ela.

- Pelo que vi, a doutora é muito boa em salvar vidas, espero que esteja pronta para salvar a nossa, uma equipe de elite está sendo formada e a doutora está conosco, tem um helicóptero lá fora, como eu disse, arrume suas coisas, vamos partir em breve.

Já mais tranquila após uma cirurgia perfeita, Chelsea segue pelo corredor, pensando na vida e girando a cabeça para aliviar a tensão. No caminho avista um homem e após ver que era um capitão, ela bate continência e depois, mais informal, estende a mão para cumprimenta-lo.

- Senhor, como vai?

Ela ouve atentamente as palavras se Freedom e se espanta com convite.

- É de fato uma honra senhor - ela pega a pasta e lê as informações contidas nela - interessante. Me fale mais sobre esse projeto.

Ela estranha ter que sair assim tão de repente, mas como eram ordens ela as cumpre. Por sorte estava aquartelada a um bom tempo naquele quartel e tinha o que era preciso para sair numa emergência. Apenas precisaria ligar para seu pai e avisar que estava de partida. Arruma suas coisas e segue para junto do capitão.

- Estou pronta senhor.

Johnas Blaze Freedom esperou a mulher se aprontar e ligar para sues pais, depois estavam postos perto de um Helicóptero pronto para viagem, teriam de ir até o quartel general:

- Você quis saber sobre o projeto lá em baixo. - O Helicóptero já decolava com eles dentro, estavam usando um capacete com um microfone e fones para se comunicarem - Tudo que eu tenho a dizer garota é o seguinte, tem medo de altura? Se tiver é melhor esquecer e fingir que não tem, e espero que seu bisturi esteja bastante afiado, a coisa vai ficar bem feia, mas confio que vamos ser bem sucedidos nessa, afinal ainda quero surfar de novo...

O Capitão sorriu e a aero-nave zarpou para o céu límpido, estava um céu limpo e bonito, Freedom o contemplou, como se fosse a última visão que teria do céu azul...

- Só curte o momento senhorita Wood!!!! Agora é só isso que podemos fazer...

Eles voaram, e a base onde Chelsea trabalhava ficou pequena o Helicóptero cruzou as nuvens abandonando a região, Sarah apenas viu sua colega ir embora, mas teve um pressentimento ruim, no final ela sabia que Chelsea era um pássaro que tinha de voar, voar até o infinito...

Fim do Prólogo.

Continua...