1º Ano - Aula de Matemática do Yome [Sayaka, Yumi, Brenna]

A leve chuva de outono marca o clima da escola, na sala de aula era possível ver diversos materiais no chão, cartazes, papelão e logo em seguida entra na sala o professor Yome, todos os alunos fazem a reverencia e ao se sentarem, Yome inicia.

Yome:

- Bom dia alunos, Hoje não haverá aula e os professores foram encarregados de ajudar na construção das barraquinhas para a festa de amanhã. No entanto eu preciso de um comitê de 3 alunos para supervisionar o trabalho... tenho aqui um saco contendo os nomes de cada um de vocês que eu vou tirar agora

Yome sacode o saco e tira um nome

- Sayaka Arakawa ... aqui na frente

segue-se comentários discretos sobre a aparência dela "olha a fitinha dela", "nossa que fora de moda"

Sacode novamente e tira outro

- Akemi Yumi

foi como se o ar tivesse fechado... murmurinhos começam "aff... olha só quem vai ser do comitê", "não foi ela que tava em uma confusão na entrada?"

Yome retira um outro nome da sacola

- Brenna O'breslin

ninguem faz comentários

- Preciso que vocês três levem essa caixa de ferramentas lá na zeladoria e entreguem para Suski.. eu pedi um kit contendo itens básicos de marcenaria. Vocês conseguem dar conta do recado?

Instruções:

- Acho que você não está prestando atenção no que estou falando, Akemi! - Sinto uma mão apertar meu ombro, sinto um mundo inteiro zunindo em meu ouvido e sinto sono, muito sono. Gareki não compreendia, o que era óbvio, mas ainda assim eu gostaria que ele entendesse que esses poucos minutos antes do professor entrar na sala são ótimos para uma soneca rápida. - Gaki, meu amor, minha paixão... Acho que precisamos rever nosso relacionamento, porque não conversa com as outras pessoas da sala também? - Olha para frente, olho para todas as pessoas que ali se encontravam e senti vontade de voltar atrás com o que falei na hora. Porque diabos essas crianças precisam julgar Gareki pelo que eu faço?
Andar em grupos não é uma habilidade só dos animais, e isso fica claro quando eu percebo que muitas das crianças estão cochichando uma com as outras enquanto me encaram, simplesmente dando importância demais para mim. Elas deviam arrumar a bagunça que estava na sala, papeladas e mais outras coisas estavam jogados no chão, no que eu chamaria de A Tempestade Antes do Festival.
- Pois bem, como falava antes, acho melhor você conversar só comigo mesmo... - Um bocejo me escapa, enquanto mecho na mochila de Gareki procurando a santa garrafa de café. - Não quero ver a pessoa mais pura do mundo transpirando maldades... - Dou um sorriso quando acho e logo encho a tampa do delicioso e revigorante líquido que Naru me proíbe de tomar.
- Você é mesmo bem louca... - Ele apoia a cabeça em uma mão e me encara tomando café. - As outras pessoas não são ruins assim, elas apenas não conhecem você...
- Acho que assim é melhor para elas, vou me manter no anônimato mesmo... MISTERIOSA... - Falo a última palavra em um sussurro e ele ri.
Nosso professor de matemática entra em sala, com sua postura altiva e sempre sério. Eu adoro esse homem, adoro qualquer pessoa que consegue dominar o monstro que é a matemática. Ele para no meio da sala e encara os alunos, as conversas paralelas logo se cessam. Os alunos vão para perto de suas cadeiras e fazem a reverência, logo depois todos se sentam.
- Bom dia alunos, hoje não haverá aula e os professores foram encarregados de ajudar na construção das barraquinhas para a festa de amanhã. No entanto, eu preciso de um comitê de três alunos para supervisionar o trabalho... - A turma inteira se agita com o livramento da aula de matemática e com a animação para a festa, e eu olho para Gareki que me devolve um olhar de "Vamos juntos!" ao que respondo com um "Mas é óbvio que não..."
Ninguém merece ter mais uma coisa para se importar..." Viro os olhos enquanto o professor continua falando.
- Tenho aqui um saco contendo os nomes de cada um de vocês, que eu vou tirar agora.
Me aprumo na cadeira, um pouco mais animada. Pelo menos com isso de sorteio, eu não precisaria me preocupar com um amigo louco me indicando a entrar nessa furada, e também convenhamos, eu não me dou bem com sorteios mesmo... Sem contar que não ter aula significa um tempo a mais para dormir!
O sensei agito o saco e retira um nome.
- Sayaka Arakawa...aqui na frente.
Um a menos, agora minha chance de ser chamada é...
- Akemi Yumi. - Puta merda...
Eu olho para baixo, não porque os olhares e as falas dos demais me incomodavam, e sim porque eu realmente não estava no clima. Sinto que o professor falou o nome de outra pessoa, mas eu ainda estava em choque. Por quê? Pelos deuses dos órfãos, porque eu?
- Akemi, você conhece as outras meninas? - Gareki me pergunta e dou de ombros, olho para frente, e vejo que as duas já estavam no lado do professor. - Preciso ir também, não é?
Me levanto e vou até elas, sentido um buraco se abrir nas minhas costas com a quantidade de olhares que recebo, mas sigo encarando as garotas à minha frente. Eu vivo com muita gente, principalmente de pessoas mais novas que eu, e sempre fui muito popular entre elas. Será que um pequeno detalhe sobre meu estilo de vida é tão assustador assim?
Me aproximo das meninas e sorrio para elas. E assim, meu dia começa com previsão de sono e cansaço para o resto do dia.

Irritadiça por ver Mimi entrando na sala atrás de Kaworu, Sayaka entrou na sala com punhos cerrados e bem contrariada.

Tanto que passou o tempo todo encarando a chuva pela janela e com a cabeça apoiada na mão e o cotovelo, na mesa. O dia já tinha começado mal, apesar de que Kaworu-kun tinha lhe dado bom dia...

Isso só passou quando o professor chegou, quando fez a reverência e sentou-se. Ela era uma garota que perdia o foco nas coisas com facilidade. Agora já estava pensando nas barraquinhas e pensando que tipo de coisa Mimi e Kaworu fariam no festival. Ficou cheia de raiva imaginando Mimi vestida maravilhosamente perfeita em um quimono caro enquanto Kaworu dava um largo sorriso ajudando mais de um clube com seu super carisma e beleza e alto astral e...

- PRESENTE - A garota se sobresaltou ao ouvir seu nome. Do que diabos eles estavam falando? Olhou em volta, muito confusa e envergonhada por sua atitude brusca, mas abaixou a cabeça e foi até lá na frente, sem saber o que fazia lá. Ficando vermelha de raiva com os comentários maldosos a seu respeito. Mal sabiam eles que se vestia assim para chamar a atenção de Kaworu-kun.

Antes que se preocupasse demais com o fato, viu a menina dos desenhos e lembrou que tinha aquele papel do "Destino" no bolso. Quis falar algo, mas levaria uma bronca se fizesse isso agora. Por outro lado, as pessoas começavam a falar mal da menina e isso a deixava brava. Especialmente porque Akemi mantinha uma postura dócil e sorria para elas.

Rosnou para o restante da turma, sem esconder odiar todos eles e, quando o professor chamou o nome de Brenna, Sayaka cochichou para a garota.

- Ei... Yumi-san eu estou com uma coisa sua... - remexeu o bolso, mas antes que pudesse devolver o papel para a garota do kanji, o professor continuava falando.

O quÊ!? Então o trabalho dera seria braçal? Isso não era nada de destaque! Ela precisava de alguma coisa como palco ou sei lá, para que Kaworu a visse. No momento, seria bom se fosse a guardiã dos guarda-chuvas e...que ideia boa! Pensou que poderia escapar e ir espiar a sala de Kaworu-kun antes de voltarem para a classe.

- Sim, sensei - respondeu normalmente, sem ser puxa-saco demais e foi até a caixa. Será que tinha uma superforça para essas coisas também? Desde que descobrira seu soco forte, perdeu a noção de normalidade quando o caso era seu poder destrutivo. Em todo caso, pegou logo a caixa e foi em direção ao corredor. Tinha se esquecido novamente que estava com um dos desenhos de Akemi.

Brenna entrou alguns minutos depois que Kaede e passou perto da namorada antes de ir para o seu lugar. A garota deu um sorriso para ela que calorosamente foi correspondido. Sentiu um calorzinho no peito e se sentou no seu lugar. Começou o seu ritual de pegar as suas coisas e botar na carteira. Como o seu estojo que era da cor cinza, e do seu caderno que tinha uma capaz azul.

Com o estojo em paralelo ao caderno ela o abriu e pegou a caneta já se preparando para anotar. Só foi prestar atenção no que o professor falava quando disse que naquele dia eles não teriam aula. Levantou a cabeça e olhou bem para o mestre. Como assim não teria aula? Era alguma ocasião especial? Ah... o professores ficaram encarregados de cuidar das barraquinhas, sorte para eles, assim teria mais tempo para fazer qualquer coisa que não fosse estudar. Já estava guardando as suas coisas quando ouviu o nome Brenna O'breslin chamado pelo professor.

Levantou novamente a cabeça surpresa e piscou rápido os olhos, virou para os dois lados e sua visão caiu em Toshio. O seu amigo fazia o movimento com os labios dizendo "Vai Brenna, vai lá pra frente". Foi ai que se deu conta, ah era o comitê. Tinha sido a "felizarda" a ser sorteada. "Que droga" pensou ela. Ficou de pé e foi andando sem graça para lá na frente, já tinham duas meninas lá. Akemi aquela que diziam ser criminosa e uma garota chamada Sayaka que não conhecia. Brenna apenas acenou com a cabeça para as duas e ficou do lado delas lá na frente da sala.

Mal dera tempo para chegar e para ao lado das duas outras meninas que a garota Sayaka já falou "sim, sensei" pegou a caixa e saiu carregando ela. Brenna que estava desatenta teve que dá uma corridinha para acompanhar a menina. Tinham que levar a caixa para a zeladoria e pedir um kit basico de marcenaria, okay. Parecia simples para ela.

- Como vocês já sabem eu me chamo Brenna, prazer em conheca-las - Falava a garota acompanhando Sayaka e enquanto isso ela estendia uma mão para Akemi - Caso precise de ajuda para continuar carregando essa caixa Sayaka é só falar.

Brenna falava japonês com um sotaque fortíssimo.

Nova Rodada

Parou de chover e as 3 meninas seguem acanhadas pelo corredor da escola, talvez por nunca se conhecerem ou notarem que são da mesma sala. é possível ver diversos outros comitês de outras salas também saindo para irem buscar materiais e a "missão" das meninas era do lado de fora próximo a saída da escola com a Zeladoria - uma pequena casa de concreto com uma porta de metal

Entre-cena

Zeladoria:

O caminho leva para o pátio, beirando os muros pelo lado de dentro da escola, na grande área de areia das quadras. Porém ao chegar ao local, não havia sinal do zelador, a casa parecia estar vazia.

- Vocês não precisam procurar por mim - diz uma voz forte de alguém que está em cima do telhado da casa do Zelador - Eu estou aqui!

Um cara de cabelos cinzentos usando roupas negras segura uma vassoura nas costas (como se fosse uma espada) e carrega uma série de instrumentos de limpeza com eles

- Vocês vieram buscar itens de limpeza??? então PEGUEM ISSO.

Suski gira a vassoura no ar e espalha uma rajada de areia em forma de semi-espiral na direção das meninas (de cima para baixo) enquanto dá uma gargalhada sinistra - "ha ha ha ha ha".

Zelador Suski:

- Arakawa Sayaka, prazer - apresentou-se lentamente à menina intercambista. Não queria intimidade e ser chamada de "Sayaka" por uma estranha. Preferia os tradicionais Arakawa-san ou Arakawa. -- AH, é! Preciso. É um peso, não é mesmo? Que coisa... aahahhahaha - tentou disfarçar.

Ao receber ajuda e ter uma mão livre, pegou o bilhetinho da menina do kanji e estendeu para ela - Er... Yumi-san? Aqui. Acho que isso é seu. - Era o kanji do destino desenhado por ela e perdido durante a sessão de bullying.


Ao saírem, não havia zelador e a garota ficava impaciente, pois isso atrasava seus planos de correr para a sala de Kaworu-kun sem levantar suspeitas. De repente havia um doido no alto do prédio gritando.

- Quê qué isso!!? Waaahh!! - - A garota correu com a caixa que carregava de volta para o prédio. Não fazia a menor ideia do que estava acontecendo e optou por tentar fugir da areia. Sua mente estava em branco. Ela queria pelo menos colocar a caixa que carregava no chão antes de virar para encarar o zelador.

Sorrio para a intercambista e oferece a mão. - Sou Akemi, prazer! - Percebo  que a menina mais baixa está carregando peso e me sinto um pouco mal por não poder oferecer ajuda. Nós passamos pelo pátio e o vento pós-chuva acariciou meu rosto, levantando meus cabelos. "Seria uma cena de cinema, se meu cabelo não estivesse tão bagunçado..." Passo a mão pelo meu cabelo, enquanto sigo as meninas distraidamente.
Em dado momento Sayaka me estende um papel, que eu prontamente pego, mesmo sem entender. Abro o papel e reconheço um dos meus projetos de kanji, que iria utilizar para ver se funcionava com os poderes. - Muito obrigada, Arakawa-san... - Sorrio e guardo o papel em meu bolso. "Será que isso poderia funcionar?" ando animada, imaginando tudo que poderia fazer.
- Vocês não precisam procurar por mim.
Sigo o olhar até a voz que surge e dou de cara com uma figura um tanto quanto exótica, digamos assim.
O mesmo maluco, que provavelmente é o zelador, joga várias coisas ao chão e eu recuo, com medo de ser atingida. - Pelos deuses, esse cara é maluco?
Enquanto me afasto, o zelador tenta nos atingir com a areia, e eu tento ir atrás de Sayaka, que carregava a caixa sofreguidamente, mas paro lentamente. - Espera, ele fez isso com a vassoura? Mas que louco! Adorei!
E inspirada pelo maluco, puxo minha caneta de estimação e desenho o kanji que representa 'Proteção'. - Por favor, magia linda do meu coração... sei que já abusei hoje, mas banho de areia não faz bem para a pele...
O papel cai no chão e desintegra, um kanji aparece flutuando no ar e assim que a nuvem de areia bate nele, é bloqueada pela força invisível. - Eu adoraria admirar mais disso aí, se sua insanidade não me assustasse tanto.
Corro para até as meninas, sem ao menos me importar com essa demonstração de magia que fiz. Existe coisas que fazemos por impulso quase que cegamente, mas tenho certeza que uma hora minha ficha vai cair...

Brenna dá uma tapa na própria testa depois que a menina que carregava a caixa responde falando o seu sobrenome.

- Arakawa, claro, aonde estavam as minha maneiras. Pode me chamar de O'breslin - Depois ela se vira para Akemi com um sorriso e fala - Prazer, Brenna O'breslin.

No caminho até a casinha da zeladoria aonde teriam que pegar um kit de marcenaria para fazer sei lá o que, ela ajudou Arakawa a carregar a caixa. Brenna não prestou muita atenção no instante mas parecia que a menina entregara um papel para Akemi. "Tanto faz" pensou ela. Já do lado de fora entregou a caixa de volta para a garota com fitinha no cabelo.

Andava distraída em pensamentos andando pelo patio acompanhando as duas. Pensava como as vezes sentia tanta saudade de casa e de sua família, mas nem teve tempo suficiente para que tivesse um momento nostalgia. Ouviu uma voz forte vindo de algum lugar e olhou na direção. Era um cara em cima do telhado da casa.

- Wtf! - acabou ela falando assim que o homem falou uma bobajada só e mandou uma rajada de areia nelas.

Queria dizer que era mau educado jogar areia em quem quer que fosse, mas foi tudo tão rapido. Só pensou nas tartarugas e seus cascos, imitaria eles na sua pele para se proteger do golpe inesperado. Botou os braços a frente da visão e fechou os olhos, ficou esperando a rajada passar.

Entre-turno

Sayaka entra em panico com o ataque do zelador e tenta fugir, mas a areia deslizava na direção da cabana do zelador e a menina escorrega e cai de joelho no chão deixando um pouco machucado... muita energia começa a se acumular nas extremidades do punho da garota pronto para explodir a qualquer momento

Akemi invoca um kanji de proteção, que bloqueia a maior parte dos ataques, mas deixa passar algumas rajadas de areia em direção a seus olhos, as pernas da garota começam a bambear de fadiga; Brenna consegue bloquear a rajada de areia que ia em direção e seus olhos, mas acabou ficando com os braços cheio de escamas de tartaruga.

Akemi escreveu: - Eu adoraria admirar mais disso aí, se sua insanidade não me assustasse tanto.

- Vocês não sabem que não se pode fugir de uma tempestade de areia? - o Zelador no alto do predio continua girando a vassoura em movimento circular provocando uma nova rajada de areia e levantando tanta poeira que já não dá pra ver onde fica a escola

Sayaka soltou um grito, caindo junto com a caixa que tentou carregar. Fez uma careta de dor e ouviu que tinha mais coisas acontecendo atrás de si. O que era aquilo? Então havia mais gente com poderes especiais? A menina mal conseguiu entender direito que as suas colegas também tinham poderes, já que tinha virado para o outro lado para correr e tinha caído. Resmungou com dor e olhou os joelhos feridos. Definitivamente aquilo não era nada delicado e gracioso, era típico de uma menina bem grosseira. Sentiu os olhos encherem de lágrimas e uma raiva imensa daquele zelador. Estava acontecendo novamente... as mãos pulsavam em energia.

Quando virou o rosto, havia areia e o braço da intercambista parecia esquisito, mas ela não teve muito tempo de pensar nisso. No momento, não queria pensar em nada. Nem na poeira que levantava naquele lugar.

- AAAAAAAAAAAAH. SEEEEEUUUUUU - urrou, semicerrando os olhos e correndo desenfreada em direção ao prédio onde o Zelador se encontrava, os punhos brilhavam de poder e ela, inconsequente, esmurrou a estrutura do local onde pensava que ele estava, para tentar força-lo a descer.

Brenna assim que passou a rajada de areia olhou para seus braços tomou um susto e soltou um gritinho enquanto os balançava como se o gesto fosse fazer as escamas sumirem. Logo no instante seguinte olhou para Arakawa que havia caido no chão de joelho. Sentiu a raiva subir do seu peito para sua cabeça.

Olha só o que aquele imbecil fizera. Por causa de uma coisa sem sentido uma pessoa que nada lhe fizera mal tinha se machucado. Seu coração batia a mil por hora e uma noção vinha extremamente forte na sua cabeça. Não adiantava nada tentar se defender daquele maluco, tinha que atacar para que ele as deixasse em paz.

Nesse momento como um dispersar de energia ela correu em direção a rajada que vinha. A ideia da tartaruga e seu casco sumindo da sua mente e agora entrando no lugar a lagartixa com as suas patinhas que permitia o réptil subir nas paredes. Pensou nelas e automaticamente fez as suas mãos  imitarem aquilo. Com olhos fechados e mão na frente do rosto ela foi até a parede da casinha do zelador. Encostou as mãos nela para começar a escala-la.

A runa não foi capaz de bloquear toda a rajada de areia e uma parte dela me atinge, com o impulso e a força do vento acabo por cair no chão, me sentindo fraca e exausta. - Droga, droga...
Não sabia o que fazer, não sentia que iria conseguir se defender sozinha, por isso resolvi ficar para trás, resolvi assistir minhas colegas de classe que eram tão estranhas quanto eu, com esses poderes todos. Mas mal deu tempo de fugir para um refúgio, já que o zelador começou a girar sua vassoura novamente, pronto para um novo ataque.
Dou um sorriso fraco, eu realmente esperava que o dia pudesse ser tranquilo, realmente esperava ter que lidar com pessoas esquisitas só em meu trabalho. Eu não consigo compreender esse ataque repentino a nós. Será que está tudo relacionado com esses poderes esquisitos? Eu estava esgotada, agora tanto física quanto emocionalmente, sem uma mínima capacidade de pensamento. Nunca cheguei a considerar que dependeria dos poderes...

Nova Rodada

uma desincronia entre Brenna e Sayaka provocou uma cena interessante, enquanto Brenna subia a estrutura como uma lagartixa, Sayaka golpeava a casa que tremia e fez com que tanto Brenna quanto o Zelador fossem ao chão.

- Não pensem que isso acab....

Um pedaço do concreto cai por sobre a cabeça do zelador que desmaia ao chão, Mas antes da queda, era possível ver uma especie de carta saindo de seu peito ficando no ar, e depois de um certo brilho incomum, cai ao chão.

A Tempestade de areia se mistura ao vento que soprava em direção a escola, ironicamente, acobertando tudo o que acontecera. Não tarda muito e o Zelador logo acorda

- Nossa que bagunça, eu devo ter bebido denovo - leva a mão a cabeça, em seguida nota as 3 alunas e diz - Meninas, em que posso ajudar ?

Nazamura efetuou 1 lançamento(s) de dados (carta.) :

Sayaka nem podia imaginar que a intercambista ia tentar escalar a casa e não teria condições nem de tentar parar o que estava fazendo pois nem sabia de verdade controlar seus poderes. Quando seu plano deu certo, ela abriu a boca assustadíssima, olhando a pedra cair no ex-vilão e a estranha carta voando dele.

- Caramba....

Depois, ela olhou para trás, para a estrutura que tinha conseguido fazer tremer.

- Caramba....

E por último, para a menina que derrubou no chão, depois a garota do kanji e finalmente o zelador caído.

- Caramba!!

Levou as mãos à cabeça, desesperada com o que tinha acabado de acontecer. Estava apavorada com a possibilidade de ter matado sem querer uma pessoa. Aí ele acordou e começou a falar com elas. Sayaka nem sabia como reagir, ficando pálida e balbuciando.

Bebido? Ele estava era muito doidão! O que tinha acabado de acontecer ali?

- Ah..er...ba...er...é que..ahn.. ahhahahahhaa.... não é, gente?

Observei a cena atentamente, por isso quando carta saiu do peito do zelador, para logo após evaporar, eu tentei chegar a tempo. Mas valha-me Gaia, eu estou praticamente morta, meu lado zumbi volta a ativa e de longe escuto o zelador reagindo como um homem são, colocando toda a culpa de seus ataques contra nós, em seus hábitos alcoólicos. Só que eu vi, eu reparei naquela carta saindo de dentro dela e posso dizer com muita clareza que já li livros demais, aquilo com certeza cheirava à algo maligno. Imagina um culto que hipnotiza pessoas para atacarem crianças indefesas? Nossa, eu realmente preciso dormir, espero que tudo isso seja uma alucinação.
Sinto um vontade de compartilhar das minhas loucuras com as meninas, mas tenho medo que minha fama de ladra, agora se estenda à uma fama de ladra pirada... Por isso balanço a cabeça, afastando esse pensamento e vou até elas, com uma feição de admiração.
- Pelos deuses, garotas, vocês também ganharam esses power ups maneiros? - encaro minhas mãos com um fascínio comedido, afinal, esses poderes também me detonaram. - Não... Quer dizer, vocês estão bem?

- Awn.... - geme confusa e cansada Brenna caida no chão.

Usar os seus poderes assim duas vezes seguidas tinha sido um exagero. Estava tão exausta que mal conseguia respirar. O seu lugar ali nos escombros parecia quase que uma cama dado o seu nivel de esgotamento físico. Não imaginava que a outra menina tinha poderes também, alias, as duas tinham. O que a deixava confusa, não era ela a unica com habilidades inexplicáveis? Tanto faz, doía pensar naquele momento.

Com riso fraco e dificuldades ao falar Brenna respondeu:

- cof...cof.. - deu uma leve tossida - Eu to bem, só exaustada e irei desmaiar logo depois de falar com vocês. Vocês podem chamar alguem para me levar para enfermaria? E avisar uma menina chamada Kaede que eu to lá? Agradeço desde já - Falou ela com isso sorriso no rosto e tudo ficou preto na sua visão e desmaiou.

Nova rodada
Brenna desmaia enquanto Sayaka e Akemi conversam com o zelador

- Melhor levar essa menina para a enfermaria - diz o Zelador - fiquem a vontade e não façam nenhuma bagunça, com esse festival, é bem provável que vocês queiram alguns materiais. Podem pegar o que quiserem.

O Zelador carrega Brenna no colo em direção a enfermaria

A carta representava um 4 de ouros comum.

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O Sonho de Brenna:

Ainda desmaiada, Brena estava de volta a masmorra que havia sonhado de manhã, a entidade élfica ressurge e pergunta

- Até quando vai continuar corrompendo os animais da natureza?
outros elfos aparecem
- Deixa ela em paz - responde um outro elfo
- Ela mesma é uma aberração por si só - diz uma figura élfica recurvada

Instruções:

- Eu tô, eu acho. Isso foi loucura... - coçou o rosto e olhou as próprias mãos. Ainda não entendia direito como funcionava seu poder, mas certamente era diferente do poder das outras garotas.

- Ei, desculpa aí pela queda, não queria te derrubar... - falou para Brenna e achou impressionante como ela conseguiu mandar um discurso tão grande antes de desmaiar. - Ai meu deus, matei a intercambista! Caos internacional! Problemas diplomáticos!

Em seguida ficou muito aliviada que o Zelador decidiu levá-la. Ficou olhando para ele para ver se não tinha vestígios do loucão que jogava areia nelas. Era bem esquisito agir normal com ele, agora que tentara combatê-lo.


- Xi... Qual era mesmo o nome da menina que a gente tinha que encontrar? Er... Eu vou pegar os materiais. AH! Espera - olhou o grupinho de Kaworu caminhando mais à frente. - Eu volto daqui a pouquinho, tá bom? JÁ VENHO! - E saiu correndo em direção ao grupo, estava muito preocupada com seu amado Kaworu. Será que eles tinham sido atacados por professores malignos também? Ou ele estava sofrendo por causa das roupas molhadas?

Bem, acho que o dia já ultrapassou um nível de loucura exorbitante, eu nem mesma consigo processar as coisas. E quando o zelador carregou a intercambista para a enfermaria, eu mal sai do chão, queria ficar ali processando toda aquela loucura. A outra menina também saiu, mas eu só reparei depois... Será que sou a única a começar achar que está tudo errado demais? Poderes parecem coisas de animes e eu estou aqui, interpretando um, em que o vilão é o zelador. Céus, eu realmente estou começando a pirar.
Quando Gareki me encontra, eu ainda estou sentada no chão no meio do pátio, um pouco sonolenta e com o rosto sujo de terra.
- Akemi? - o menino loiro tem um rosto tão preocupado, será que estou ruim assim? - Akemi, você está bem?
- Ora, Gakizinho, eu nunca estive melhor... - Um bocejo que não consigo controlar escapa de mim. Eu me levanto com ajuda de Gareki e tenta inutilmente me limpar. - Deixa disso, eu vou tomar banho em algum momento do dia mesmo.
Nos sentamos em um dos bancos daquele espaço aberto mesmo, e eu prontamente devorei os sanduíches que Gareki me ofereceu. Era difícil pensar em tudo que aconteceu, como também é difícil olhar para Gareki e não poder contar, porque ele não iria acreditar nisso, não é? Meu melhor amigo está sempre cuidando de mim e é uma pessoa muito animada e para cima, mas acho que tudo isso seria demais, até para ele. No meio de toda aquela confusão mental, eu não percebi que ele estava estendendo um papel para mim. - Isso estava no chão em que estava sentada. - E novamente o papel com o kanji de destino aparece. E eu fico assustada pela primeira vez com a ideia de experimentar essas coisas. Eu pego o papel, amasso e coloco no bolso de volta. Eu não preciso mais nessas coisas, eu não quero pensar mais nisso, minha vida já é tão difícil!
Encosto minha cabeça no ombro de Gareki e inspiro profundamente, eu tenho problemas mais sério em que pensar...

Brenna olhou para si mesma estava com o uniforme do colegio de volta ao mesmo lugar esquisito do seu sonho na manhã daquele dia. A americana passou a mão no rosto quando o ouviu a forma escura do elfo falar sobre a corrupção da natureza novamente e o que o outro falou ela nem deu conta de contabilizar porque não valia a pena.

- Porquê você fala que eu estou corrompendo os animais da natureza? Eu não matei nenhum animal para ter essas habilidades. Um dia apenas consegui replicar o que eles faziam. - questionou Brenna.

- Você está usando as habilidades dos animais para os seus próprios designos. E isso é errado, e por isso mesmo está corrompendo a natureza - respondeu o elfo que fez a acusação inicial.

- Você estava lá? Aquele zelador maluco tinha machucado a minha colega de turma. Queria que eu fizesse o que? Ficasse parada de braço cruzado? Eu não sai por ai dissecando animais para ter esses poderes, isso veio a mim. Tem um custo por sinal, alias se não fosse por esse custo eu não estaria aqui falando com vocês - se expressa Brenna cruzando os braços.

O contorno de elfo se aproxima dela e parece olha-lá de cima a baixo.

- Desculpas! Tudo o que eu ouço de você é desculpas. Você tem dois braços e duas pernas e tudo o que a natureza deu para a raça humana, não precisa roubar o que pertence a outros animais para defender a sua amiga.

A figura elfica deu as costas para ela e foi embora andando em meio a nevoa. Enquanto a outra mais encurvada continuava ali como se a observa-la em silencio.

- As vezes moça ou moço nós temos que assumir as consequências por aquilo que não temos culpa. Você é uma aberração ao olhos do outros, algo que não está lá e nem aqui. Assim como o seus poderes não pertencem a lugar nenhum. Assim como você não é nem homem e nem mulher, as habilidades você usa não lhe pertencem. Você deveria se questionar se é mesmo tão importante usa-las, assim como também deveria se questionar sobre alinhar-se a um gênero. Porquê como você própria falou se não tivesse custo não estaria aqui - e com essas palavras a figura encurvada foi embora em meio a nevoa também.

A terceira que parecia ser a mais jovem de todas veio se aproximando. Essa era a única que a tinha defendido no começo de tudo.

- Você não deveria se mutilar ou reprimir o que tem para se adequar a um molde que a sociedade quer que você se enquadre. Moldes são coisas feitas a posteriori. Esse é o fardo que as novidades carregam, o preconceito, mas isso não as faz malignas ou erradas. Você é algo novo e certamente incompreendido, uma jornada dura segue na sua frente, mas eu digo uma coisa: deixe ser conhecida e deixe te entenderem. O único caminho para o fim do preconceito é a compreensão.

Assim como os outros a ultima figura fez o seu pronunciamento e partiu andando em meio a nevoa.  Brenna ficou por um tempo parada olhando o lugar agora vazio. Tentava entender aquele pequeno doutrinamento que sofrera ali. O que era aquilo? O seu pequeno conselho de sombras elficas? Antes que pudesse acordar apareceu na frente a figura da sua prima.

Era uma garota esguia que tinha uns 17 para 18 anos, usava uma camiseta de alcinha azul com shorts de lycra da mesma cor e tinha o cabelo loiro quase ruivo prendido para trás num rabo de cavalo apertado. Rindo de Brenna ela falou:

- Veado e bicha - com as duas mãos fazendo uma indicação rude para a própria virilha desenhada pelo tecido da roupa - Isso é o que faz uma mulher de verdade e você nunca terá.

Brenna sentiu o calor da raiva subir da sua barriga para o peito e depois para a cabeça. Fechando o punho ela num momento rápido deu um soco com a mão esquerda na sua prima. A figura imediatamente sumiu virando fumaça, mas foi embora com um riso escarnecedor. A americana cobriu o rosto com as mãos e chorou copiosamente. Lembrou-se da frase que a figura encurvada tinha dito "As vezes nos assumimos as consequências de coisas que nunca tivemos culpa".