Mansão Crow {Refúgio de Guillermo}

Miami! Terra das delicias e oportunidades. Da ascensão e queda de sonhos. Um lugar onde o caos e uma escada para o sucesso... Um lugar para Guillermo Crow.

O Ventrue abre os olhos na noite que se assoma... Olha para seu lado e um refinado relogio de carrilhão aponta que a noite avança... Veria melhor o horário, mas os cabelos ruivos da sua "menina" impede sua visão... Escolhera ela para aquela noite... Sabiamente seus serviçais deixaram tudo preparado para quando se levantasse...

Os caninos do Ventrue se aguçam e perfuram a carne adormecida da meretriz de alto luxo, fazendo-a ter sonhos ainda mais enebriantes do que alta soma de dinheiro que recebia.

Satisfeito se levanta de sua cama, afastando a seda que pendia do dossel... a Lua Cheia sempre trazia novas oportunidades, mas algo estava estranho... Um silêncio mórbido se assomava.

Não estava acostumado a silêncios... Nao daquele tipo...

Um robe cobria sua nudez... Ele busca o comunicador dos empregados, próximo a sua cama esperando, que do outro lado, uma voz conhecida atendesse.

Aquilo era estranho... O tom da voz de sua serviçal estava estranho...

O Ventrue conhecia o tom de uma voz nervosa e era exatamente com aquilo que se parecia.

Ele verifica se a ruiva ainda esta desacordada... Se algo ocorresse e ela fosse testemunha, teria que tomar providencias e isso era algo que não queria... Não tão cedo.

- Não... Está tudo bem... Obrigado..

Ele desliga o intercomunicador e alisa seu robe com as mãos. Mais para ajudar a coordenar as ideias do que se arrumar.

Ele se desloca silenciosamente pelo quarto e, aguçando seus sentidos com seus Dons Noturnos, ele abre a porta tentando perceber algo a mais no corredor e no andar abaixo.

OFF:

O Ventrue usando seus sentidos ampliados pelos Dons que a noite lhe oferecera se dá conta do que acontecia.

Quem ousaria conspurcar o seu refúgio dessa forma? Aquilo era um ultraje e seria pago à altura.

Um Ventrue sempre pagava suas dívidas

Guillermo avança pelo corredor em direção às vozes no andar de baixo.

Alguem teria que se explicar

No andar de baixo, a um ou dois metros da escada, dois funcionarios conversavam a voz baixa. Um deles tinha os cabelos ruivos, olhos verdes e sardas no rosto; o outro os cabelos eram negros e os olhos castanhos, com a pele clara. Estavam preocupados, era evidente, e travaram ao ver o padrão aparecer. O mais provável era que estivessem preocupados com a reação dele ao ver-lhes ali conversando ao invés de estarem trabalhando como deveriam.

Ambos abaixaram o olhar, ruborizando de vergonha, e mais de uma vez abriram a boca para falar, porém som algum saiu até o ruivo falar.

-- Boa noite, senhor. Espero que tenha tido um bom descanso. Per-perdão, já estamos vo-voltando ao trabalho. Podemos fazer algo pelo senhor?

Guillermo, com seus sentidos amplificados, podia ver a jugular dos homens próximo.

Com uma olhada de gelar o sangue ele, é a voz de um dominador inquire

- O que houve?

Ambos se encolheram um pouco com o tom do homem e o moreno aparento recuperar a voz e proferiu em tom baixo e assustado.

-- U-um homem foi de-deixado morto do lado de fora, senhor. Nã-não sabemos qu-quem deixou.

A fúria do Ventrue era palpável, mas era uma fúria gélida.

Sua feição parecia ter sido cortada em granito.

De fato alguem conspurcara seu refúgio.

Com seus sentidos aguçados ele examinava o rosto dos seus serviçais.

- Nem mesmo as câmeras de segurança não pegaram nada?

-- Ni-ninguém olhou ainda, me-meu senhor.

A voz tremia. Os dois sabiam que o homem estava furioso com o ocorrido e estavam a admitir uma falha. Ambos trocaram um olhar temeroso e voltaram a olhar ele.

O olhar frio de Guillermo calcinava mais do que a fúria vermelha.

- Ninguem olhou ainda? Para que vocês sao pagos?

Sem esperar uma resposta ele continua

- Onde esta o corpo?

Os homens estavam encolhidos, temendo o que o homem faria. O alívio de ambos foi a aparente mudança do foco do homem - da ira pela incompetência junto com aquela gerada pelo desrespeito ao refugio - para com o lugar onde o corpo estava. Um grande esforço foi feito pelo moreno para responder.

-- Esta lá fora, senhor. Apoiado no muro no exterior, ao lado esquerdo do portão.

Guillermo estreita os olhos uma última vez, estava cercado por incompetentes e teria que mudar toda a segurança da mansão.

- Me levem até ele

-- Por aqui senhor.

O ruivo disse e ambos tomaram a dianteira, guiando seu senhor até a porta de entrada e depois pelo pátio antes de chegarem ao portão e abri-lo.

Durante todo o percurso, que levara poucos minutos, os dois não falavam e evitavam olhar para o Vampiro, cientes que ele estava com muita raiva...