Grey Suicide - Ramon Bartal

Grey Suicide conseguiu um crítico

  O Kaiju avançou violentamente contra Toro Rojo, que se estabilizou segurando firme no solo submerso e resistiu à mordida, que não causou mais do que um arranhão em seu casco semiperfeito. Tzu treme na base quando a criatura se choca contra o gigante, e olha desesperadamente para Aintza. Imediatamente um barulho e uma luz se aproxima numa velocidade agressiva, ouve-se apenas um barulho de metal pesado cortando o ar e fatiando as costas do Kaiju. Ramon e Kimberly vibravam de adrenalina ao sacar a espada do braço. No fluxo, podiam sentir seu braço como se fosse o de Grey Suicide fatiando a carne da criatura. O corte foi vertical e profundo, quebrando parte da coluna da criatura e dificultando seus movimentos.

  Lantravore, após ser atingido disparou contra o Jaeger. Tentou imediatamente virar e acertar com as garras na cabeça de Grey Suicide, dando as costas pra Toro Rojo. Kimberly alerta, então: " Lá vem ele... PREPARAR PARA IMPACTO! "

Dados de combate

Lantravore
- PV inicial: 20

sofreu um ataque com 6 de dano, com crítico. 2x6=12.

PV atual: 8

Ramon quase gargalhou depois de acertar o inimigo. Se meses atrás estava impotente em frente aos noticiários e sua única opção era assistir o desenrolar daquela guerra, agora se encontrava em combate contra um e havia acabado de abrir as costas da criatura com um golpe certeiro. Sentia a adrenalina percorrer-lhe o corpo e sua vontade era a de desferir golpes com a espada para todos os lados e dizimar o kaiju.

Depois de escapar do ataque, Toro Rojo tentou algo contra o inimigo e infelizmente não obteve sucesso. Logo chegou a oportunidade para que a criatura se vingasse, atacando o Grey Suicide com as garras na tentativa de danificar-lhe a cabeça, o que seria extremamente perigoso para os pilotos.

Ramon ouviu Kimberly, mas tinha outros planos de ação. Acionou a metralhadora giratória no ombro direito e, independente de o kaiju obter sucesso em seu ataque ou não, tentaria mandar a criatura para o inferno logo em seguida.

Infelizmente o ataque de Toro Rojo falhou e Aintza ficou decepcionada, ela não estava acostumada ao fracasso, mas não poderia se dar ao luxo de reclamar, não quando a peleja ainda não tinha acabado.

- Baina zer arraio! - exclamou quando errou seu golpe. Olhou para Tzu envergonhada e com raiva, sabia que era a primeira luta dele e ela não podia simplesmente ser fraca, tinha que passar segurança para o rapaz - isso é um bom exemplo do que não se pode fazer, Tzu: nunca errar um ataque contra essas coisas - e balançou a cabeça.

Por sorte, o robô cinza finalizou com a criatura facilmente.

- Esse cara - e apontou para o Grey - esse cara é um bom combatente, Tzu, se inspire nesses caras, ok?

Por fim, a eles só restava ver o bicho afundar.

Tzu observava bem os movimentos de Grey Suicide. O gigante emitia radiação. Logo, Lantravore caia sem movimentos no chão. Kimberly olha pra Ramon surpresa, e com um sorriso vitorioso no rosto, e diz: " Pegamos ele! chutamos a bunda desse desgraçado! " - Dava pra ver que a garota se animara. Não é todo dia que se pilota um Jaeger e fatia as costas de um Kaiju. Não muito depois, um comunicado vêm do almirante Dom: " Grey Suicide. O sangue do Kaiju, como bem sabem, é altamente tóxico. Pedimos para que vocês carreguem o cadáver dele até a baía. Nossos homens estão esperando o cadáver por la para escolta-lo. Você e Toro Rojo podem se dirigir para a terra mais próxima e serão transportados para Los Angeles. " - Diz o homem com um tom vitorioso.
  No mesmo momento, chega um comunicado do Dr. Rorke: " Toro Rojo, a missão foi cumprida, apesar de vocês não terem atingido a criatura, quero parabeniza-los por tê-la distraído, e a Grey Suicide por ser preciso e aleija-la com o primeiro golpe. Retorne até o Shatterdome de Lima. "  

  Aintza da as instruções a Tzu, e o mesmo retribui dizendo: "Peço que não se culpe, Srta Bihotz... foi falha minha também. Felizmente Grey Suicide estava aqui para auxiliar-nos " - Se desculpa, então, com sua parceira de combate.

 Grey Suicide levanta o cadáver do demônio gigante e o coloca sob seus ombros, se dirigindo ao pedaço de terra mais próximo. O cadáver seria levado ao Shatterdome de Los Angeles, onde a divisão de cientistas fariam análises. As gigantes pernas do Jaeger rangiam, as luzes iluminavam à frente. Ramon mal podia definir a sensação de pilotar algo tão enorme. Não era fácil, suas pernas estavam começando a ficar fadigadas de mover aqueles pedais. Felizmente, os desenvolvedores do programa pensavam em tudo. A armadura revestida que vinha consigo uma coluna conectora nas costas, onde pequenas agulhas usadas como sensores, também injetavam substâncias derivadas de Clembuterol, que aumentavam a vasodilatação e a broncodilatação do piloto. Se o mesmo estava sonolento, logo mais estaria bufando com a respiração acelerada e o coração disparado. O mesmo servia para Toro Rojo, que possuía pedais mais leves por usar um sistema de energia mais avançado que Grey Suicide, condenado pela radiação. Enfim, cada um prosseguiu para o seu destino.

 

Recompensas

1000 XP para Ramon Bartal
1000 XP para Aintza Bihotz

Ramon não poderia imaginar presente melhor do que a vitória daquela noite. Sorriu quando o segundo ataque do Grey Suicide também foi bem sucedido e riu ao ver a tímida parceira finalmente se animar pela mesma razão. Sentia o cansaço e talvez pouca fraqueza em alguns membros, o que o lembrava do quão complicado era pilotar os jaegers, mas mal se dava conta disso. Estava distraído demais com a vitória e consideravelmente feliz com seu desempenho, quase a ponto de sequer ouvir o inicio do comunicado do almirante.

- Entendido.- Respondeu ao comunicado com uma calma que não lhe era costumeira. Certamente lembrava-se que o sangue daquelas criaturas desgraçadas era altamente tóxico e que seria extremamente mais eficiente transportar o corpo com o Grey Suicide, mas compreensivelmente não se empolgava muito com o trabalho de carrega-lo, mesmo que não se importasse em faze-lo.

Depois de fazer o necessário, colocar o cadáver da criatura nos ombros e seguir em frente, Ramon ficou mais sensitivo ao cansaço que sentia, mas apenas orgulhava-se disso. Com sorte, aquele seria o primeiro de muitos combates que terminariam com sua vitória e então, em algum dia distante, encontraria a morte nos efeitos da radiação.- Bom trabalho, Wash.- Parabenizou-a no caminho, lembrando-se do câncer da jovem. Provavelmente compartilharia do mesmo destino que ela.

Assim que chegaram ao local de "descarte" do corpo maldito da criatura, Ramon fez questão de colocar cuidadosamente aquela coisa no chão. Havia pensado em simplesmente chegar e jogar o corpo na terra de qualquer forma, mas seria benéfico preservar o estado dele o máximo possível e evitar que o sangue se espalhasse por todos os lados. Dali em diante, apenas aguardou até que fossem transportados para Los Angeles.

Ramon deixou ali o corpo da criatura, e logo desativou o núcleo de Grey Suicide. Os pilotos sentiam uma pequenina ardência na pele pela radiação. No momento, era inofensivo, mas com muita exposição poderia se tornar um problema. Felizmente os trajes eram revestidos por um material misturado ao chumbo que conseguia barrar parte das ondas alfa e beta emitidas pela radiação do núcleo, movido por uma pequena carga de Urânio enriquecido. Agora desativado, o Jaeger se encontra no Shatterdome. Ramon e Kim saem pela traseira da cabeça do gigante e tomam um banho químico, com e sem seus trajes, e logo estão em pátio. Os funcionários ali presentes começam a aplaudir os dois. Era como ser uma estrela do Rock na sua noite de show. Milhares de palmas ecoavam pelo local e, da multidão, surge o Almirante Dom que aperta a mão dos dois pilotos e diz: " Vocês foram exemplares. Nunca vi um Jaeger lutar assim desde nossa primeira vitória, quando pegamos Karloff de surpresa em Vancouver. Estão de parabéns. Soldados, vocês são um orgulho para a humanidade! " - Após as palavras todos começam a bater palmas para encerrar a parabenização. E partem para a cantina para comer, afinal, inegavelmente ambos os pilotos estavam com muita fome. Como ja especificado antes, pilotar um Jaeger exigia uma resistência física absurda.

  As comemorações passaram, e os dias também! Kimberly e Ramon foram examinados por médicos de ponta e tratados de qualquer efeito de radiação, assim então, prevenindo muitos problemas que poderiam ter após a pilotagem. Seus treinamentos foram árduos, mas não tanto quanto os estudos. Ambos tinham que aprender cada cavidade de Grey Suicide, cada engrenagem, cada parafuso. Suas funções ficavam bem mais claras após explora-lo por dentro usando programas de animação 3D, os mesmos que deram vida ao Jaeger na hora de projeta-lo. Num dia pacato de estudo, Ramon e Kim receberam informações de um ataque na Sibéria. O Jaeger Cherno Alpha abateu outro Kaiju. Todos na base, principalmente os estudiosos se impressionaram com um aparecimento tão rápido de Kaiju. Kimberly correu para a ala científica do Shatterdome e chamou Ramon para acompanha-la. Ambos chegaram em um laboratório repleto de restos mortais de Kaijus. Podia-se ver algumas amostras de pele, unha, um pedaço de cérebro danificado num vidro, além de um coração, este que havia sido arrancado de Lantravore.
 
  Ao chegar na sala Kim se distraia conversando com alguns indivíduos de jaleco, enquanto um homem chamou a atenção de Ramon.   " Ei. Eu vi o seu abate pelas câmeras do helicóptero. Foi impressionante. - Disse um homem com cabelo castanho claro, estrutura alta e de pele branca. O homem aparentava ter uns 35 anos, e estendeu sua mão para Ramon. - " Eu sou Trevin Cage. Piloto do Romeo Blue. Vim aqui pra me informar do novo aparecimento Kaiju. Parece que eles estão aparecendo mais rápido e com mais frequência. O que acha? " . - Ramon se lembrava muito bem do que havia sido a primeira vitória oficial de um Jaeger projetado para combate fora de fase de testes. Romeo Blue marcou a eficiência do projeto contra a ameaça. Foi usado em propagandas e marketing para atrair a atenção do povo. A batalha foi transmitida pela televisão por uma câmera de visão noturna em um drone. Romeo Blue esmagou o pescoço de Hardship e depois acertou seu queixo com um pedaço de uma ponte da rodovia, desestabilizando seu cérebro. A pancada foi tão forte que a mandíbula da criatura rompeu.

Abate de Hardship:

A estranha sensação de ardência em sua pele o fazia lembrar-se das vezes em que fora aconselhado a não ser o piloto do Grey Suicide. Com o trabalho feito e a corpo sem vida da criatura entregue, o núcleo do jaeger foi desativado no Shatterdome, onde Ramon e sua nova companheira desceram. Ramon parecia pensativo ao sair pela traseira da cabeça do jaeger, mas sentia-se feliz por ter ignorado os avisos covardes e se tornado um dos pilotos do Grey Suicide. Ajudar a humanidade daquela maneira não tinha preço.

Assim que chegou ao pátio, Ramon surpreendeu-se com os vários aplausos que receberam. Não se lembrava que pilotar um jaeger trazia tanta popularidade e certamente não estava interessado nisso, mas obviamente deixaria as pessoas comemorarem da maneira que quisessem. Sorriu cansado para o Almirante e apertou-lhe a mão, apenas assentindo ao ouvir seu elogio. Depois seguiu para a cantina e fez questão de comer o máximo que pôde, sentindo-se extremamente satisfeito com seu primeiro dia por ali.

Nos dias que se seguiram, os pilotos do Grey Suicide receberam o devido tratamento e foram examinados da melhor maneira possível. Treinamento tanto físico quanto mental, estudos, rotina e árdua preparação para que estivessem prontos quando fossem requisitados. Nada disso incomodava Ramon, que já estava acostumado com a rigidez e padrões da vida militar, então apenas passou por tudo com naturalidade. Em um dado momento, quando receberam a notícia do novo ataque na Sibéria, Ramon ficou tenso pois sabia o que aquilo significava.

Como providencia, acompanhou Kimberly Wash até um laboratório da ala científica à pedido dela. Lá, enquanto ela conversava com indivíduos de jaleco, um homem veio falar com o mexicano. Ramon não sabia o que Kimberly pretendia encontrar ou mostrar por ali, além de que não era alguém de muitos amigos, por isso no começo não parecia muito amigável para com o estranho. Isso mudou um pouco quando descobriu quem aquele homem era.

Não responderia ao elogio sobre a batalha contra o Lantrove, mas não hesitou em dar uma resposta à pergunta sobre a frequência de aparições dos kaijus.- Se for verdade, com certeza é um problema...mas o meu trabalho continuará o mesmo. Só será mais difícil.

Ramon conversava descontraidamente com Trevin sobre batalhas, Kaijus e o seus trabalhos ali, enquanto percebi que Kim conversava freneticamente com os cientistas ali presente. Podia-se ver lousas com inúmeros cálculos tão complexos que nem Ramon, estudado, poderia entender. Um dos doutores se aproximou, mancando, segurava uma bengala para se apoiar, seu cabelo era liso e sua cara limpa, aparentava ter uns 45 anos. Ele então parava, tirava seu óculos e dava um breve sorriso. " Boa tarde, cavalheiros, eu sou o Dr. Herman Gottlieb. Ham, sua parceira esta atrapalhando meus cálculos, poderia dizer para ela--" - É interrompido por Kim. " Com licença! eu vim perguntar o que esta acontecendo com a fenda! Somos pilotos, vocês nos devem informações! " - O Dr. então direcionava seu olhar de forma irritada. " Lamento DIZER mas não podemos! ainda estamos testando nossas teorias então até lá eu exijo seu respeito, eu sou um cientista com Doutorado e mais de 30 anos de experiência! " - Dizia tentando intimidar a garota, que com uma personalidade forte mantinha sua postura. Trevin era indiferente à situação, apenas observava a confusão e esperava por informações.

Ramon continuava sua conversa com o piloto Trevin, afinal parecia estar sempre disposto a dialogar quando o assunto tratava dos Kaijus e o trabalho de livrar o mundo daquelas bestas. Vez ou outra direcionava o olhar para as lousas, insistentemente tentando entender algo, ou prestava atenção ao que os outros conversavam. Logo mais um doutor aproximou-se, velho e de bengala, e cumprimentou a todos.

Desde o principio aquilo parecia caminhar para a confusão, principalmente pela postura arrogante e um pouco rude do doutor que acabara de chegar, mas o mexicano continuou onde estava. Ouviu a honesta exigência de Kimberly por informações e observou o olhar irritado do doutor, que não demorou para tentar amedrontar a piloto usando seus títulos e conhecimento. Ramon riu um pouco da situação pois queria ver a reação de sua companheiro no Grey Suicide, ficando feliz ao ver que Kimberly não recuou um passo sequer.

Se suas teorias ainda estavam sendo testadas e sendo o acontecimento algo recente, provavelmente não haveria muitas informações para se obter agora. Ao menos nisso o doutor tinha razão. Restava esperar por respostas ou ouvir teorias que poderiam se comprovar falhas e por isso talvez não valesse a pena insistir naquela situação, mas a postura do doutor merecia alguma repreensão.

- Pro inferno com sua experiência- Disse em alto e bom tom, mas não havia raiva carregada na voz. Mantinha uma postura indiferente.- Você já deve ter alguma ideia ou algo pra contar. Não é possível que seja tão inútil... diga o que a jovem quer saber ou algo próximo disso, do contrário serei eu aquele que vai atrapalhar seus cálculos.

O homem se assusta com a reação dos pilotos revoltados. Ele infelizmente não tinha permissão para dizer, queria manter a sigilosidade e sua teimosia. Achava que seu diploma o manteria vivo na guerra Kaiju, foi quando um outro rapaz com cabelos espalhados, aparentemente jovem e com óculos se aproxima arrumando sua gravata.

" Saudações, cavalheiros. Peço que vocês... por favor, parem de pressionar meu amigo Herman! Ele é muito soberbo com seu diploma, e sem mais delongas, eu os direi o que descobrimos com pesquisas... CHEGUEM MAIS PERTO!! - Ele diz entusiasmado chamando os pilotos para perto de sua mesa. Realmente gostava do que fazia. Quando os pilotos se aproximavam podiam ver pequenas amostras de Kaiju. " Isso, meus caros... sim, são duas amostras idênticas de KAIJUS diferentes... sabem o que significa? São clones, alguém esta clonando eles!" - Ouve-se uma risada abafada e desesperada, o outro pesquisador, soberbo, se aproxima. " Newton, você endoidou. Primeiro, você não deveria falar dessas coisas com pilotos sem permissão do marechal Dom, segundo, isso é apenas sua teoria, pra mim não passa de bobagem! " - Enquanto o homem falava, o outro sem dar atenção imitava gestos com a mão indicando que o seu parceiro de serviço estava tagarelando demais. " A questão é que... Kaijus estão surgindo cada vez mais rápido... o ultimo intervalo foi de alguns poucos meses! Acreditamos que em breve podemos ter um evento com dois Kaijus ou mais... e que logo logo outro surgirá! " - Diz com um tom misterioso e sagaz, enquanto Kimberly se mostra preocupada e Trevin confiante.

Trevin olha pra Ramon e coloca a mão no ombro de Kimberly: " Certo, e quando eles aparecerem com algum namorado, vamos chuta-los pro buraco deles de volta, certo? " - Diz buscando uma palavra amiga.

Sem que houvesse resposta do arrogante homem a sua frente, outro apareceu para dar-lhe alguma resposta. Era um jovem de óculos, bem vestido e aparentemente mais preparado para lidar educadamente com a situação, que logo desculpou-se pelo colega de trabalho e chamou todos para ouvir o que havia descoberto até então. Ramon lançou um último olhar irritado ao Dr.Herman e depois seguiu com os outros.

Observou as pequenas amostras de kaiju enquanto ouvia sobre a descoberta do rapaz, que a principio parecia mais com loucura ou fruto de sua imaginação. Afinal, quem acreditaria naquela história de clones se isso não fosse efetivamente provado como estava sendo agora? Talvez fosse verdade, talvez uma simples teoria...mesmo que o trabalho de Ramon, que era matar kaijus, não mudasse com isso, com certeza era algo interessante. As últimas informações passadas não alegravam muito, mas na guerra nunca se tem aquilo que se espera. Ramon não sentia-se assustado com a informação.

- Exatamente.- Respondeu em tom animado. Olhou ao redor com um sorriso fraco e tentou passar confiança, pois tinha ciência de que não seria surpresa se muitos entrassem em desespero ao ouvir algo assim.- Nosso trabalho continua o mesmo. Podemos vencer de um jeito ou de outro...

Trevin e Kim passavam confiança para Ramon, e ele passava essa confiança para o resto dos presentes na sala. Quando falou sua frase de efeito, rapidamente um alarme corta o clima esperançoso. Começa a soar o som estridente. O mesmo som que tocou no dia K. Todos na sala se agitam, pessoas passam correndo no corredor, e rapidamente um funcionário vai á porta e grita: "KAIJU!!" . Kimberly se agita e olha para Ramon, e Trevin passa a ficar com um aspecto sério, imediatamente o Dr Newton abre um sorriso totalmente psicopático e diz como se fosse a coisa mais normal do mundo: " Meus caros... conto com vocês. Vão la e chutem a bunda do Kaiju, e tragam seus orgãos PRA NÓS! " - Diz estranhamente animado com a situação que poderia se tornar trágica. Imediatamente Kimberly começa a correr em direção à sala de comando junto à Ramon.

 Os corredores do Shatterdome estavam agitados, nenhum dos dois tinham informações do que estava ocorrendo e onde estava ocorrendo, sequer sabiam a posição da criatura. Enquanto Trevin, Kimberly e Ramon subiam as escadas de um corredor estreito trombavam com preparadores de pilotos, que faziam sinal de cumprimento aos mesmos. Então, finalmente chegaram na sala de comando, onde havia vários monitores que mostravam diversas informações úteis para combate-tático dos PPD (Pan Pacific Defenders). Indiscutivelmente, Romeo Blue ou Grey Suicide deveriam entrar em combate hoje. Foi quando a voz do superior Dom cortou o clima do local: " Pilotos, quero vocês prontos em 5 minutos! Grey Suicide se prepare para o combate, Trevin, ache seu irmão e deixaremos vocês prontos caso a primeira linha de defesa seja abatida. Hoje NENHUM kaiju vai passar! " - Disse Dom determinado. Era arriscado, mas necessário. Primeiro, Grey Suicide entraria em combate. Caso fosse abatido, Romeo Blue estaria pronto. Duas usinas nucleares ambulantes, porém a luta seria individual. Dom estava tentando economizar os recursos que tinha já que energia não é infinita.

Os ataques de Kaiju realmente estavam se tornando imprevisíveis. Isso chegava a quase incomodar Ramon, que a principio ficou sem palavras quando o novo aparecimento foi anunciado. Olhou tenso para o funcionário que chegara para avisar e depois voltou-se para os outros que estavam presentes na sala. Mal deu atenção ao Dr.Newton, visto que aquela era uma situação série e ele parecia estar dizendo bobagens, e apenas correu junto de Kimberly para que pudessem fazer seu trabalho.

O caos nos corredores o deixou irritado, embora compreendesse muito bem o porquê da agitação de todos, e empurrava de volta com força todos aqueles que acidentalmente trombavam nele. Trevin também estava junto dos pilotos do Grey Suicide. Logo encontravam Dom na sala de comando.

Gostou de ver a confiança de seu superior e de saber que, mesmo se por um milagre acabasse falhando, Trevin e seu irmão estariam prontos para finalizar o trabalho. Ramon assentiu com a cabeça e começou a se preparar para seu segundo combate oficial contra um Kaiju.

- Se continuar assim, poderemos bater o recorde de mais kaijus derrotados por ano. Que sorte, não é Wash?

Tudo se repetia. Novamente Kimberly e Ramon eram chamados e vestiam seu traje de blindagem. Com ajuda dos funcionários, parafusavam a armadura e logo seguiam pela plataforma que dava direto na cabeça de Grey Suicide. Em poucos minutos estavam la dentro. A cabeça descia em direção ao corpo, ouvia-se sirenes de alerta. O Jaeger passaria pela plataforma, ocupava quase a porta inteira do Shatterdome. Lá de cima era possível ver os funcionários sinalizando com grandes luzes que a passagem do gigante estava liberada, e assim que ele estava lá fora, os helicópteros enganchavam no gigante.

O Sol refletia na água e logo na parte superior de Grey Suicide, que estava sendo levado ao porto de Los Angeles. " Grey Suicide, iniciaremos o fluxo em 10 segundos, preparem-se! Reportamos que o Kaiju é muito rapido! não será possivel intercepta-lo ainda no mar, levaremos vocês ao porto e, com sorte, pegaremos ele antes dele pisar no asfalto. Vocês são a barreira entre milhões de pessoas e a morte. Dediquem-se, e Romeo Blue não precisará se mover daqui! " - Dizia o marechal pelo interfone. Em alguns segundos Kim e Barthal estavam ligados. Um sentia o outro, ambos sentiam o Jaeger. Kim olhava tensa para Ramon. " Eu não sei se estou tão confiante dessa vez. Somos nós dois contra um deles, da ultima tinhamos ajuda... " - Dizia a moça aparentemente insegura. Enfim continuavam a viagem.

Chegando ao asfalto, la estavam. Podiam ver algumas pegadas da criatura indo para a cidade, mas não conseguiam enxergar nada em meio aos prédios enormes.

Poucos minutos depois de ouvirem o superior Dom na sala de comando, Ramon e Kimberly já se encontravam no Grey Suicide com os trajes devidamente vestidos. O mexicano estava centrado, sem medo ou hesitação, mesmo sabendo que suas chances de morrer seriam sempre altas e que desta vez não seria diferente. Sempre fazia questão de manter as aparências, a confiança que beirava a arrogância, mas fazia isso pelos outros. Para passar confiança aos que não tinham outra opção além de sentar e assistir.

Ouviu as sirenes de alerta e a passagem já estava liberada a frente. Ramon respirou fundo e atentou-se ao aviso do marechal, que dava aos pilotos a primeira informação relevando sobre o oponente que enfrentariam: ele era rápido. Um Kaiju que precisariam enfrentar no porto por não ser possível intercepta-lo no mar. A parte final da fala, em que ele dizia sobre ser a "barreira" entre milhões e a morte, apenas reforçou a determinação de Ramon.

Logo o fluxo começou e os pilotos do Grey Suicide estavam mais uma vez conectados. Kimberly não estava tão segura e definitivamente havia razão para isso. Ramon sabia o quão tensa a piloto estava. Dessa vez, não deu risada ou disse alguma besteira esbanjando arrogância, apenas manteve a calma e foi sincero.- Só confie no nosso trabalho e ficaremos bem. Sabe que não podemos falhar.

Ramon e Kimberly andavam em direção ao seu alvo diretamente no porto da cidade, onde um tentava passar segurança para o outro, afinal, quanto maior o vínculo no fluxo, melhor você pilota um Jaeger. Chegando ao local combinado, a dupla percebeu que a criatura ultrapassara a expectativa de encontro. Ela ja havia entrado na cidade. Era possível ouvir muito barulho cidade adentro, pessoas corriam, carros ultrapassavam o limite de velocidade. Não havia muitos na rua, grande parte ja estava nos abrigos anti kaiju, gigantes salões subterrâneos. Então, os dois pilotos decidiram entrar na cidade quando viram algumas pegadas que amassavam o asfalto. Moviam suas pernas nos pedais fazendo com que Grey Suicide subisse no asfalto e seguisse em frente. Andavam com cuidado buscando evitar qualquer carro ou local provavelmente habitado ali, Kim odiava a idéia de lutar na cidade, apesar de ter permissão governamental. Qualquer morte causada por desabamento ou acidental durante um ataque Kaiju, seja ela de natureza Alienígena ou do próprio Jaeger, seria desconsiderada. Toda a população era treinada pra evacuar imediatamente ao soar o alarme.

" Onde acha que ele foi? há muitos prédios, são como corredores enormes, não consigo ver nada! - Dizia a moça apreensiva. Enquanto isso, continuavam seu caminho. Suas pernas ficavam ligeiramente cansadas. Era necessário muita stamina para pilotar, por isso o treinamento para essa função não era leve. Enquanto o gigante de metal passava por prédios, viam pessoas acenando, a maior parte pedia por ajuda, mas um grupo de pedreiros que trabalhavam numa obra próxima apontavam com a mão como se estivesse indicando a direção pra qual o Kaiju seguiu.

Ramon enfureceu-se quando chegaram ao porto. Alguém certamente ouviria algumas asneiras quando o mexicano retornasse para a base, mesmo que provavelmente ninguém tivesse capacidade de ter previsto tamanha rapidez do inimigo em questão. O caos já havia tomado a cidade quando o Grey Suicide chegou sob controle de seus dois pilotos, uma falha inadmissível se considerado que o plano era intercepta-lo antes disso.

Não sabia se deveria culpar o pessoal de inteligência da base por não terem sido capazes de prever a chegada antecipada do kaiju, mas pretendia descontar toda a raiva na criatura desprezível que já deixara até suas pegadas no asfalto da cidade. O Grey Suicide seguiu em busca do inimigo e Ramon nada disse durante esse tempo, pois sabia que Kimberly deveria estar tão frustrada quanto ele por ter de lutar dentro da cidade.

- O maldito já deve saber onde estamos... e também sabe que hora ou outra vai precisar lidar conosco.-- Respondeu sem desviar a atenção dos arredores. Já sentia algum cansaço mínimo nas pernas, mas sabia que isso em nada o atrapalharia no trabalho que precisava fazer.

Atentou-se aos cidadãos acuados nas ruas e prédios, vários acenando e a maioria pedindo por ajuda. Ramon conseguia ignora-los sem problemas, afinal eliminar a ameaça era muito mais importante do que salvar algumas pessoas que não tiveram a capacidade de se esconder nos refúgios. Porém, um grupo de pedreiros em especial lhe chamou a atenção. Eles pareciam querer indicar a direção pela qual o kaiju havia seguido ou o lugar onde ele se encontrava.

- Vamos.- Apenas avisou Kimberly, que provavelmente tomaria a mesma decisão que ele e assim seguiriam na direção apontada pelos homens.

Os dois, mesmo tensos seguiam seu caminho. Ramon refletia de como o fato de terem deixado o kaiju passar iria lhe causar dor de cabeça quando chegassem no Shatterdome, afinal, toda vez que um kaiju pisava numa cidade, milhões de dólares eram gastos com reparos. Enfim seguiram um caminho entre uma rua íngreme recheada de prédios onde foram indicados à ir. Ouviam algumas pessoas gritando ao redor, e ao virar com o prédio se deparavam com uma criatura escamosa à uns 30 metros de distância aproximadamente. Tinha um corpo anfíbio que se estendia por assustadores 60 metros, porém, a criatura podia se enrolar e parecer mais portátil. Possuía uma cabeça semelhante à uma cobra naja com duas bolsas de veneno ao lado e, surpreendentemente dois braços enormes abaixo da cabeça. Era, basicamente, uma cobra com braços. Sua bioluminescência vinha da boca, dos olhos e de suas bolsas de veneno que mostravam uma luz amarela. Essa era a explicação plausível para a velocidade em alto mar da criatura. O demônio gigante não veio batendo braços, ele deslizava seu "leve" corpo.

Kim se assusta ao ver aquilo. Ramon sente um distúrbio no fluxo ao perceber que a garota tinha medo de cobras, a jovem se encontrava em choque, e então, os dois se encaravam.

iniciativa:

Seguiram pelo caminho repleto de prédios indicado pelos pedreiros, ouviram os vários gritos da massa de pessoas desesperadas e então, assim que viraram por um prédio, encontraram-se frente a frente com a criatura que tanto procuraram. Ramon sentiu a adrenalina tentando move-lo e faze-lo agir imediatamente, mas manteve a calma e analisou o monstro em busca de algo que pudesse usar no combate. A coisa se encontrava aproximadamente 30 metros de distância, não muito distante na opinião do mexicano, e tinha uma aparência peculiar.

Não lembrava-se de ter lido ou ouvido falar a respeito de algo parecido com aquilo. Parecia um kaiju deformado saído dos pesadelos de alguém, uma coisa com 60 metros que poderia ser descrita como uma cobra com braços. Uma aberração aos olhos de Ramon, algo que deveria ser morto antes que causasse toda a desgraça que certamente causaria se não fosse detido. As bolsas de veneno eram bastante preocupantes, disso Ramon tinha certeza, mas estava mais atento ao que o kaiju poderia fazer que não estivesse na cara. Ao menos agora sabia o porquê de tamanha velocidade no mar.

- Wash...- Chamou antes de se dar conta do estado da piloto. Ela estava assustada e Ramon irritou-se ao descobrir a razão, mas não a culpava por ter sido pega desprevenida por aquilo. Ninguém esperaria por um monstro assim. Ainda assim, o mexicano não era do tipo que tolerava soldados covardes, mesmo estando disposto a ser compreensível pelo bem da missão.- Mantenha a calma. O medo pode se transformar em raiva em um piscar de olhos. Use isso se precisar, mas tenha em mente que aquilo é apenas nosso alvo e nada mudou.

Não havia tempo a perder. O Grey Suicide contava apenas com a espada corrente no combate de curta distância e Ramon não sabia com que tipo de criatura estavam lidando. Certamente era um kaiju ardiloso, flexível e provavelmente muito rápido mesmo em terra, além de possuir veneno e sabe-se lá mais o que, então seria bom evitar a aproximação por enquanto. Comandou junto de Kimberly o movimento do braço e usou a metralhadora giratória contra o monstro, principalmente para ver como ele reagiria e como se moveria.