Eu estava adormecida quando o fogo começou e acordei as presas com o cheiro da fumaça, o som das pessoas falando na rua e tentando apagar as chamas. Sai da cama meio desperta, meio dormindo e troquei o pijama por uma calça jeans e uma blusa branca de meia manga. Nos pés, coloquei sapatilhas bege e sai de casa para tentar ajudar no que podia lá em baixo. Vendo que o homem com a mangueira não tinha nenhum sucesso em apagar as chamas, mudei de ideia sobre apagar o fogo e comecei a procurar pessoas feridas para socorrer e uma possível origem para o fogo. Enquanto, porém, procurava a origem das chamas, as encarei e fiquei paralisada, fascinada com o que estava a ver.
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Eu estava em um salão grande com vários nobres de diferentes casas. Havíamos ido até ali para jurarmos lealdade ao novo rei, Eddard Stark, e agora o rei estava nos oferecendo um banquete. Inicialmente, haviam três casas além da minha para jurar sua lealdade ao Trono de Ferro: Casa Frey, Casa Tully e uma casa que estava sendo recém fundada, a Casa Valhala. Ali no salão haviam sido incluídas a Casa Lannister, a Casa Clegana e a Casa Rykker de Valdocaso. Respirando fundo, eu me aproximei do lord da casa Valhala, um jovem com aparentes quinze anos de cabelos loiros e olhos verdes. Com ele, havia um homem de uns dois metros e um outro de armadura dourada. Sem jeito, falei incerta com o rapaz.
– Com licença, senhores... Vossas Altezas. Posso me juntar a vocês essa noite? – O homem deu um sorriso para mim enquanto o gigante e Arya se aproximaram ao ouvir minha voz me dirigindo a Lord Odallus.
– Será um prazer, milady. – O homem deu um sorriso. E então se iniciou uma longa conversa e um flerte estranho entre nós.
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O calor do deserto incomodava um pouco, mas eu já estava acostumada. Eu trajava um vestido branco com um decote ousado, expondo os ombros, decorado com espirais e arabescos feitos de minúsculas esmeraldas no corpete e nas barras das mangas folgadas. Os cabelos castanhos estava pressos com uma rede de cabelos com joias e em meu pescoço havia uma gargantilha de prata que recebera do senhor meu pai. Eu e minhas aias estávamos sentadas as sombras, comendo nosso almoço e tomando uma taça de vinho enquanto conversávamos animadas.
– Como vocês se chamam aqui mesmo? Os filhos do lord da casa Martell, no caso.
– Príncipes roinares, Leona. E meu pai, o Lord da casa Martell, é o Príncipe Roinar Governante. – Respondi e comecei a explicar a nossa hierarquia e também como as coisas em Dorne para a garota que apenas agora havia se unido a nós.
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Então eu estava confusa no mundo real novamente, sem compreender aquelas visões e sem saber se era alucinação ou não. Eu estaria louca ou era algo maior? Eu não sabia dizer.