Grey Suicide - Ramon Bartal

    5 de Janeiro de 2017
     Era uma manhã fatídica de Janeiro no Shatterdome de Los Angeles. O local era grande o suficiente para comportar pouco mais de 20 Jaegers, onde os funcionários militares, engenheiros, e empregados em geral trabalhavam para mante-los em funcionamento, mas naquele momento, havia apenas um Jaeger estacionado ali: Grey Suicide. O Jaeger Mark III com características radioativas de um Mark I, essa particularidade o tornava uma máquina mal vista aos olhos dos pilotos, mas alguns homens tinham coragem o suficiente para entrar em sua cabeça. Um desses era Ramon. Ramon era compatível com o fluxo e experiente em guerra por travar batalhas no oriente Médio, havia sido transferido há pouco para a base estacionária com visão de proteger o litoral de um possível ataque Kaiju. Havia um padrão de surgimento de Kaijus. Seu intervalo, cada vez vinha à diminuir, os tornando quase imprevisíveis, exigindo empenho para manter os gigantes funcionando.
 
     Transportado de um helicóptero, Ramon se vê em uma plataforma com uma entrada gigante, de aproximadamente 90m de altitude, próprio para passagens de Jaegers. Uma leve chuva caía naquele momento, molhava o asfalto ali, e os trajes de Ramon, foi quando um homem de cabelos grisalhos, e vestes militares se aproximou. Ele andava manco, e tinha uma cicatriz no olho direito. Aproximou-se cobrindo sua cabeça da chuva e gritou:

  " Seja bem vindo, piloto Ramon, sou o Almirante Dom, decidi vir pessoalmente recebê-lo. Peço desculpas pelo barulho. " - Dizia o homem de alta patente. O local estava uma bagunça, hélices e rodas causavam ruídos por todo canto. Estavam transportando peças, e o próprio Grey Suicide. Era perceptível que, apesar de ter um cargo alto no exército, e ser superior à Ramon, Dom possuía modos. Era extremamente educado e receptivo. Então, fez um gesto para apertar a mão de Ramon e pediu para que o acompanhasse. - " Selecionamos um elemento para pilotar com você, preciso que vocês realizem testes de compatibilidade, sente-se pronto? " - Dizia o homem com certa ansiedade.

     Enquanto os dois acertavam as contas, e falavam sobre oque ocorreria dali pra frente. Os funcionários se apressavam para transportar as peças. Engenheiros com enormes malas, e planilhas andavam pra lá e pra cá. Estavam se organizando para começar a instalação do gigante suicida.


                   As portas se abriram. Dentro do Shatterdome era possível ver um salão enorme com veículos trafegando de um lado para o outro. Era, claramente, uma oficina gigante repleta de funcionários, quase como se fosse uma fábrica. Naquele momento, qualquer um que visse a cena se admiraria, é incrivel oque os seres humanos podem fazer trabalhando juntos. Literalmente, são BEM maiores do que aparentam, pensavam.

Antes mesmo de pousar, Ramon só tinha olhos para Jaeger estacionado logo ali, sem se incomodar com a chuva que caía. Sabia que se os kaijus não o matassem, talvez o próprio Grey Suicide o fizesse em alguns anos, mas essa ideia não incomodava. Sentia que havia alguma honra em morrer no maior guerra já enfrentada pela humanidade. Seria uma boa morte.

Viera de helicóptero e se agora se encontrava na plataforma próxima da gigantesca entrada para as máquinas da salvação. Quando viu o velho manco se aproximando, Ramon prestou uma rápida continência, um pouco desleixada. Não era o tipo de homem que gostava de perder tempo com formalidades, mesmo sendo parte das forças armadas há tanto tempo.

- Agradeço, senhor almirante.- Respondeu enquanto dava uma olhada ao redor e toda a bagunça por perto, feliz por ver que o trabalho por ali era constante. Depois apertou a mão do almirante com firmeza e o acompanhou.

Era uma grata surpresa saber que já haviam selecionado alguém para acompanha-lo na jornada quase suicida à bordo do Grey Suicide. Mesmo com o enorme salão e toda a movimentação lá dentro, Ramon só deu atenção para a boa noticia.

- Sim, senhor. Pode apostar que estou.

O almirante olhava com certo aprecio, queria começar logo os testes. Outra aparição Kaiju era iminente. Eles sempre vinham. Enquanto andavam pelos largos corredores do Shatterdome, se dirigindo ao teste, o almirante contava a história de outros pilotos que passaram por ali, o que vinham a enfrentar, o perímetro que patrulhavam, qualquer tipo de informação que deixasse Ramon à parte de como as coisas funcionavam naquela região.

   " A manutenção de Jaegers é um problema. Todas as peças devem estar em dia, calibradas, em funcionamento para que no combate, não haja problemas, e mais: não nos prendemos apenas à funcionalidade do Jaeger, mas a do piloto. Se os pilotos estiverem fora de sincronia, a batalha esta perdida. Sempre que vencemos os Kaijus, recolhemos o Jaeger, levamos nossa equipe de pesquisadores para recolher o corpo, limpamos a toxicidade do sangue no local, nos aprontamos pra outro combate, e só então rezamos. Rezamos para que nenhum Kaiju surja mais. Mas eles sempre vêm, e cada vez piores, como se fossem animais famintos. Temos uma divisão de pesquisa, não sabemos muito de onde eles vem, nem o que querem. Até então, só temos nos preocupado em abate-los. Nossos pesquisadores acreditam que, se compreendermos a vontade deles, podemos manipula-los, ou destrui-los de uma vez. Tem gente que até pensam que são criaturas enviadas pelos Deuses, que está furiosos com a raça humana. O que pensa disso? " - Dizia o Almirante enquanto chegava no final do corredor e abria a porta.

       Havia uma pequena sala toda branca, com dois pesquisadores usando jalecos, ligando eletrodos ao traje de uma moça. A mulher chamava atenção, justamente por estar vestida para combate e totalmente ligada à maquinas. Tinha olhos verde claro, lábio grande e cabelo loiro curtíssimo, recém raspado, além de ser muito pálida.
       O almirante apenas da licença à Ramon, e o deixa entrar na sala fazendo um gesto de boas vindas.

Ramon seguiu com o almirante, ouvindo as histórias que o velho homem contava sobre outros pilotos que por lá passaram, seus desafios e seus deveres, mas não estava muito interessado em saber de outros. Talvez fosse por arrogância, mas Ramon julgava-se capaz de lidar com quaisquer problemas e obstáculos sem precisar ser alertado a respeito. Não era o tipo de homem que se preocupava antes da hora.

- Nada além de enfrentar aqueles monstros será um problema, senhor almirante.- Disse com a voz relaxada pouco antes de o almirante mudar o tópico da conversa. E dessa vez o tópico lhe interessou mais, embora já soubesse de todo o procedimento de recolher o corpo e limpar o sangue tóxico do local. Era sempre bom ser lembrado do terror que aquelas odiosas criaturas traziam, assim voltava a sentir uma forte vontade de extermina-las.- Penso que a humanidade deveria parar de culpar o divino pelas desgraças do mundo. E sinceramente não vejo como poderíamos manipular aquelas coisas.

Logo que chegaram ao final do corredor, o almirante abriu a porta para a pequena sala branca e deu licença ao mexicano para que entrasse. Ramon passou os olhos por toda a sala e os indivíduos presentes antes de entrar, instintivamente analisando a situação. Entrou na sala encarando a mulher pálida, analisando sua reação, e não fez questão alguma de cumprimenta-los. Só devia continência e respeito ao almirante, afinal.

- Do que estão brincando, crianças?- Perguntou sem sorrir ou dar indícios de que fazia piada, mas havia um tom de sarcasmo na voz.

O almirante deu uma ligeira risada e se apressou em informar Ramon. Primeiramente se aproximou das pessoas ali presente e cumprimentou um por um. Então, apresentou-os:

" Esses são Dr. Robert e Dr. Chagas, ambos são especialistas em contato neural, basicamente, fizemos os testes com as pessoas compatíveis, e chegamos até nossa melhor piloto: Kimberly Wash. " - Dizia aproximando-se da mulher que estava ali. " Kimberly ja visualizou batalhas reais de Jaeger, como por exemplo, quando Romeo Blue abateu Hardship contando nossa segunda vitória, ela estava presente, oque a coloca em uma vantagem, além de que suas pontuações no simulador foram exuberantes. 24 descidas e 24 abates. " - Dizia orgulhoso.

 A garota, com um olhar tímido apenas cumprimenta os dois e torna a se concentrar, enquanto os Doutores que ja haviam se livrado da cortesia pediam para que Ramon vestisse um traje plástico-chumbo, seguido do capacete neural para experimentar a conexão.

Ramon cumprimentou cada um dos presentes sem muita empolgação, afinal ainda os analisava para ver com que tipo de gente trabalharia por ali. Não se interessava muito em saber como eram os pesquisadores, mas era essencial que tivesse uma ideia de quem era a dita Wash, piloto que era agraciada com os elogios do Almirante Dom.

Não que pudesse escolher a vontade, pois eram poucos os que se arriscariam a pilotar aquele Jaeger, e certamente o simples fato de ela estar ali, sabendo o que a aguardava no Grey Suicide, já dizia muito sobre ela. Porém, o mexicano não gostou muito do olhar da mulher que talvez o acompanhasse naquela jornada suicida. Um olhar tímido poderia ser visto como sinal de fraqueza.

Como fora instruído, Ramon vestiu o traje para o teste.

Sem delongas, começou-se o teste. Ambos vestidos e com a conexão calibrada, ligou-se os geradores de energia. Correntes elétricas passavam pelo cérebro dos dois, podiam sentir cada impulso elétrico passando por suas sinapses, e em 10 segundos estavam mais do que interligados. O fluxo havia se expandido mais do que o normal, deveria ser apenas um teste, mas era como se ja estivesse em um Jaeger, Ramon sentiu uma profunda conexão de compatibilidade com Kimberly. Um pouco de sua vida foi revelada para o piloto, podia-se ver apenas alguns breves flashbacks da batalha contra Hardship da visão de um cidadão, podia sentir algumas amarguras, e logo se deu conta de que a jovem ja tinha um câncer desenvolvido, talvez um dos motivos que levassem ela a ser um piloto ideal para essa missão.

Rapidamente o fluxo é cortado por uma luz vermelha que começa a apitar na base. Ramon apenas vê a surpresa no rosto de todos na sala.

Ramon não estava nervoso com o teste, talvez apenas um pouco esperançoso. Não se importava muito com quem ou que tipo de pessoa seria seu parceiro contanto que tivesse um, mas imaginava que seria melhor trabalhar com alguém "pacifico", alguém que não fosse estressante compartilhar as memórias. Por isso, a forte conexão no fluxo foi uma grata surpresa para o mexicano.

Pouco da história da jovem lhe foi revelado, algo sobre uma batalha assistida do ponto de vista de um cidadão, mas a amargura que compartilhou lhe revelou algo mais importante, a razão pela qual ela provavelmente era uma das poucas ideais para o trabalho. Talvez já estivesse condenada de qualquer jeito, e uma pessoa assim não hesitaria no campo de batalha.

Assim que o fluxo é cortado, Ramon olha para os lados com um semblante confuso e nota a surpresa de todos. A luz vermelhava estava apitando. O mexicano olhou para a jovem Wash como se analisasse mais uma vez sua reação.

Depois do alarme vermelho um silêncio cômico e surpreso toma conta da sala, então, após 5 segundos ouve-se barulhos de peças e veículos acelerando no corredor de fora da sala.

"Preparem-se... Temos um kaiju." - Disse o superior Almirante para todos ali. Imediatamente a dupla de neurocirurgiões tiram os cabos que conectavam Kim e Ramon, e começam a se dirigir para a plataforma. O Almirante se apressa logo em seguida. " Vamos! está na hora de vocês mostrarem do que são capazes. "

Rapidamente Kimberly levanta e olha pra Ramon com uma expressão séria. " Agora é pra valer, companheiro de fluxo. Vamos nos conectar ao Suicide. " - Diz ela e estende a mão pra Ramon para que os dois sigam para seu destino.

Não esperava ter de enfrentar o inimigo ainda, mas não se importava em lidar com isso agora. Independente do lugar ou momento em que o Kaiju surgisse, era dever dos pilotos partir para a ação e resolver o problema. Sentiu o nervosismo aumentar com o barulho da movimentação feita fora da sala.

Levantou-se assim que os cabos foram desconectados e assentiu para o comandante, feliz por poder mostrar serviço logo no seu primeiro dia por ali. Quando Kimberly o olha com uma expressão séria, Ramon pensou no pouco que já havia descoberto sobre ela, e apertou sua mão com firmeza assim que ela a estendeu.

- Vamos ver se é tão boa quanto o comandante diz.- Sorriu em seguida, para logo depois seguir com todos.

Os dois se cumprimentam e estabelecem uma relação de parceria ali, oque era bem sensato, afinal... quanto mais forte a relação dos dois pilotos, mais fluído é o fluxo, e melhor você luta. Então os dois partiram correndo da sala até o local ordenado. Os corredores estavam uma correria. As luzes piscavam vermelho e varios funcionários transitavam o local. Ramon e Kim pegaram seus capacetes. Por sorte ja estavam vestidos, o que economizou tempo. Ao chegar na sala de comando o Almirante passou as instruções:

"Certo. Detectamos um Kaiju saindo diretamente da fenda. Ainda não temos imagens detalhadas nem noção de tamanho/peso. Vai ser arriscado, mas ele está partindo da fenda diretamente para o Brasil. Podemos posicionar Grey Suicide pra intercepta-lo, e mandar um outro Jaeger de auxilio que esta posicionado em Lima. Chamam ele de Toro Rojo. Acreditamos que um Jaeger basta... mas temos recursos e posicionamento estratégico para cercar o Kaiju em dois. Vocês lutarão em equipe, de acordo?" - Diz o Almirante esperando uma resposta positiva. Após isso dispensa os dois.

 Os funcionários guiam os dois pilotos para o núcleo do cérebro de Grey Suicide. Ambos sobem uma plataforma enorme de onde é possível ver todo o Shatterdome interior. Era quase como subir um prédio. A parte de trás de Grey Suicide abre-se e os dois pilotos entram no interior de sua cabeça. Era quase como uma enorme sala. Alguns funcionários prendem as armaduras dos pilotos que fixam seus pés em enormes pedais analógicos ligados a um sistema de comando elétrico que auxiliava no andamento do gigante. Os capacetes têm o gel esvaziado. Ambos se encontram quase prontos.


" Atenção... Fluxo iniciando em 10 segundos... " - Diz o Almirante por um rádio acoplado no capacete.

 Kimberly olha tensa ao redor, quase que esperando uma "luz no fim do túnel".

Ramon seguiu com os outros pelos corredores movimentados da base, sentindo crescer cada vez mais a ansiedade para encontrar o inimigo. Depois de tanto tempo a espera de uma chance para combater os Kaijus, o mexicano finalmente poderia participar efetivamente daquela guerra pelo planeta azul. As luzes vermelhas piscavam e Ramon não continha o sorriso, mas tentava esconde-lo para que os outros não pensassem que era louco ou desequilibrado, afinal quem sorria estando prestes a enfrentar um monstro gigante?

Ouviu o Almirante enquanto certificava-se mentalmente de que sabia o que fazer se a situação fosse desfavorável. Era problemático que ainda não soubessem qual o peso/tamanho da criatura, muito mais ainda se considerassem que uma dupla recém-formada o interceptaria, mas não fazia o estilo de Ramon reclamar. A missão fora dada e seria cumprida, do contrário preferia morrer na batalha.

Não apreciou muito a ideia de "receber ajuda" de outro Jaeger já em seu primeiro combate, mas também não perderia tempo reclamando disso. Não seria arrogante a ponto de tentar recusar o auxilio do Toro Rojo.

Depois de receber as informações, foi guiado até o núcleo do Grey Suicide junto de Kimberly. Fez questão de fiscalizar o trabalho dos funcionários que prendiam a armadura, insistente em ter certeza de que não fariam nenhuma besteira. Enfim, o pedais analógicos foram ligados e o gel esvaziado dos capacetes.

Ramon ouviu o Almirante iniciar a contagem e sentiu o coração palpitar com a empolgação. Olhou para o lado com intuito de verificar o estado de sua parceira, e riu ao ver que ela estava tensa. Normalmente bancaria o durão, repreendendo-a de forma agressiva, como um verdadeiro soldado exigente, mas não o faria desta vez. Havia nobreza na decisão dela e coragem no que fazia ali, ela parecia merecer apoio e um voto de confiança.

- Ei, Wash.- Chamou-a com seu tipico sorriso arrogante no rosto, mas claramente tentava ser amigável.- Estarei do seu lado. Saiba que hoje compartilharemos do mesmo destino...e pode ter certeza que eu não vou morrer sem levar pelos menos cinco kaijus para o inferno comigo.

Vestir a armadura vermelha a deixava exitada e nervosa também, agora era a hora da ação. Percebeu que Tzu estava mais nervoso que ela e antes de entrarem no jeager, Aintza pôs sua mão no ombro do rapaz e disse calmamente:

- Vai dar tudo certo. Você não está sozinho nessa.

O verdadeiro fluxo da conexão neural foi sentido com muito mais intensidade que das vezes anteriores. Se ligou às memórias mais profundas de Tzu e ele também às delas. Nas memórias da basca, não havia grandes traumas, mas tinha sim algumas tristezas com relação a sua terra natal.

Durante o transporte do jeager pelos helicópteros, até a região de interceptação do kaiju, a jovem respirava fundo, mantendo a calma e se concentrando para o ataque, refazendo mentalmente todo seu treino e preparo para o momento, além de passar confiança para Tzu.

Ramon dizia suas palavras sarcásticas, e logo entrava em fluxo com Wash. Uma ponte neural fora criada entre os dois. Nenhum dos dois jamais haviam se sentido assim antes. Alguns flashbacks passavam-se na cabeça de Ramon e Kim, um sabia o que o outro pensava. Kim era Ramon, e Ramon era Kim, e os dois juntos eram Grey Suicide. Após se estabilizarem, Kimberly ajustou a força de torque do Jaeger e os dois o calibraram. Logo mais os helicópteros começaram o transporte. Com ajuda do vento e mais de 20 helicópteros equipados com o melhor combustível aeronáutico os levaram em cerca de 30 minutos mar adentro. Era noite e a chuva caía no casco acinzentado e fosco de Grey Suicide que fora deixado ali no mar.
 
  "Grey Suicide, na escuta? " - Confirma o Almirante - " Estamos na provável área de interceptação do Kaiju. Se olharem para a direita, Toro Rojo esta a aproximadamente 50 metros de vocês! Estabeleceremos uma conexão de áudio entre vocês e os outros dois pilotos "

 Kim, juntamente de Ramon direcionavam sua cabeça para o lado onde podiam ver um gigante vermelho com detalhes amarelos lembrando um toureiro robusto e pronto para o combate iluminando as águas que o cobriam na cintura. Alguns helicópteros aliados sobrevoavam o local iluminando-o para ajudar no combate. Logo, o radar apitou um movimento suspeito. A água se agita mais que o normal. Em alguns segundos uma silhueta misteriosa de aproximadamente 65m se ergue a frente dos dois titãs de metal. Daquela distância não era possível ver detalhadamente o demônio, apenas alguns detalhes de bioluminescência azul que brilhavam eu seu corpo, seguido de um rugido estridente e furioso. Os três gigantes formavam um triângulo ali, no mar.

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Um clima tenso tomou conta do local. Apesar de muita chuva e turbulência no mar, um silêncio dominava o interior de cada piloto ali. Os Jaegers, iluminavam sua frente. Ramon sentia a tensão de Kim, e a própria ansiedade de combater. Os dois compartilhavam sentimentos amargurados de uma pequena insegurança, como uma chama em meio à escuridão. Mas essa insegurança, esse pequeno medo os faziam vibrar. O mesmo servia pra Aintza e Tzu, que calibravam cada peça de aço do gigante Toro Rojo. Em alguns segundos, dados de análises psicofísicas aparecem no visor dos pilotos. Alguns dados relativos à criatura surgida.

Nome: Lantravore
Altura/Peso: 92m / 3.000tons
Categoria II
TdP 2,
XP 1.000,
Mov 7,
DV 2 (12/16),
CA 14.

O Kaiju era pesado porém ágil na água. Sua aparência se assemelhava à de um peixe-lanterna. Tinha dentes absurdamente afiados, olhos grandes e um pêndulo em sua cabeça que exaltava sua bioluminescência. Seus braços eram longos, possuía quatro dedos afiados com uma pele exaltada para auxiliar no remo durante a natação, uma cauda curta com barbatanas e pernas finas.

Spoiler:

          Então, num movimento veloz a besta gigante avança pelo oceano mergulhando em direção à Toro Rojo, que não tem muita reação de início. O movimento abre brecha para Grey Suicide fazer algo, o que o forçaria à correr alguns metros em direção à Toro Rojo para interceptar a criatura. Lantravore salta emergindo da àgua tentando morder o torso de Toro Rojo.

Mordida com dentes de navalha:

O Golpe não foi efetivo em Toro Rojo que sofreu um arranhão em sua casca no peito, porém nada que comprometesse o funcionamento do Jaeger.

Sentiu um frio subir-lhe a espinha e a respiração ficar mais pesada conforme a criatura se revelava da escuridão do mar noturno. Não era medo o que sentia, apenas ansiedade e empolgação misturados com um certo sentimento de conquista, pois finalmente estava frente a frente com o inimigo.

Toro Rojo estava ao lado do Grey Suicide, pronto para o que prometia ser um combate vantajoso para a dupla de Jaegers. Não sabia se os pilotos do Toro eram experiente ou competentes, mas com certeza tê-lo como aliado seria um trunfo. Quando a criatura se moveu, certamente causando ondas de proporções épicas da perspectiva humana, Ramon temeu pelo pior. Felizmente, ele não foi bem sucedido em sua tentativa de morder o Toro.

Aproveitando a chance, Ramon moveu o Grey Suicide junto de Wash para avançar um pouco na direção do kaiju. Ao se aproximar, ativou a espada corrente e desferiu um golpe vertical com extrema velocidade, visando as costas do inimigo.

Spoiler:

Estar diante de um kaiju era tão aterrorizante, e por um fração de segundos os pilotos ficaram paralisados e ambos sabiam o que isso poderia significar. A hora tinha finalmente chegado e partiriam para o ataque.

O kaiju com cara de peixe mergulhou rapidamente em direção ao Vermelhão e foi certeiro em seu ataque, por sorte apenas arranhou a pintura do robô, deixando a basca injuriada. Foi a oportunidade perfeita para Grey desferir seu golpe no monstro. Aproveitando que o robô cinza atacava as costas do kaiju, os pilotos do Toro Rojo projetavam sua espada em direção ao "pescoço" do bicho, golpeando de baixo para cima.

Ataque +3: