2 de Eleint de 1372
Havia muitos rumores em T'lindeth.
Avarad, de seu lugar como uma das escrava pessoais de Drisiml, matriarca da Casa Di'Urcav, ouvia praticamente todos eles e o mais grave era o que falava sobre uma revolta dos escravos. Quatro quilômetros e meio abaixo da superfície e das Montanhas da Vigília dos Gnolss, T'lindeth está em um enorme platô dentro de uma comprida caverna. Um rio subterrâneo surge de uma das bases do platô, se dividindo em dois ao longo dele, margeando seus lados, e encontrando-se no lado oposto. Isso fornece para a cidade uma vantagem tática enorme contra ataques externos, mas com cerca de 9.000 habitantes, a maior parte escravos, uma revolta poderia levar ao desastre. Avarad não sabia de onde poderia partir a iniciativa para algo assim, mas a sacerdotisa ouviu sobre isso em duas ocasiões ao longo de cinco dias.
Desprovida de qualquer privacidade, a crinti era proibida de orar para Loviatar e, consequentemente, de pedir por qualquer magia, a não ser que Drisiml ordenasse. Avarad tomava banhos, comia e dormia, vestia-se... tudo na presença de Bogakh, um escravo orc que Drisiml havia designado para vigiar exclusivamente Avarad. Bogakh, provido de uma constituição física invejável, mantinha seus olhos amarelos sempre atentos ao que a crinti fazia, e na maior parte do tempo não dizia palavra alguma, mesmo se Avarad falasse diretamente com ele; somado ao silêncio, a pele cinza do orc mesclava-se com as paredes de pedra, tornando Bogakh quase invisível a maior parte do tempo.
Quando Rhylafay, sacerdotisa de Lolth que servia Drisiml, disse que Avarad seria sua escrava pessoal, a crinti pensou que prepararia suas refeições, lhe daria banho e a vestiria, mas descobriu que seria usada para algo além. Na terceira noite em T´lindeth, depois de todos os outros escravos já terem ido para o quarto coletivo, Drisiml chamou pela sacerdotisa de Loviatar em seus aposentos. Quando chegou, Avarad ficou surpresa por um momento: velas vermelhas cobriam todos os móveis, dando um aspecto ao mesmo tempo aconchegante e agressivo ao quarto, a larga cama estava forrada com um lençol de seda e o dossel era semi-transparente, revelando o que havia sobre a cama.
Drisiml estava mergulhada em água quente na banheira que fica no centro do quarto, e Bogakh estava de pé ao lado da porta, exatamente onde ficou quando entrou acompanhando Avarad, e permaneceu no mesmo lugar por toda a noite. A drow estava com os olhos fechados e, mesmo sabendo que Avarad estava ali, não havia dito nada ou sequer olhado para a crinti. Avarad deu alguns passos em direção à cama e viu um chicote com três pontas, cada uma delas com a unha ou o dente de algum animal na ponta, outro chicote menor, mais rijo, e um pote de cerâmica fechado com uma rolha larga. Avarad finalmente havia entendido o enorme interesse que a matriarca tinha mostrado nela. Drisiml ainda estava com os olhos fechados quando a crinti voltou a olhar para ela, mas logo eles se abriram e encararam os de Avarad. A escrava não viu nada além de luxuria neles. Drisiml saiu da banheira com calma, água escorria com delicadeza por seu corpo esguio e perfeito, a pele negra brilhava com a luz avermelhada e o sorriso no rosto da matriarca era ao mesmo tempo intimidador e excitante. Avarad nunca vai esquecer que os olhos de Drisiml pareciam dois rubis cintilando na escuridão.
- Hoje você saberá como tratar a sua mestra - foram as únicas palavras de Drisiml naquela noite, que teve as suas horas preenchidas com gemidos e gritos de dor e prazer. A matriarca conhecia muito bem o próprio corpo e sabia o que queria e como indicar isso à Avarad, que seguia todos os comandos com a precisão que aprendera em seus anos estudando para se tornar uma sacerdotisa. As seções aconteciam cinco ou seis vezes por dezena, não havendo nada apenas quando Drisiml ficava seriamente ferida, e ela se recusa a usar qualquer cura mágica nos ferimentos que os golpes de Avarad deixavam, ou quando algo arruinava o seu humor. Uma veia saltou no pescoço da matriarca assim que ela ouviu novamente sobre o boato e crinti soube que teria aquela noite para si. Logo a drow se reuniu com pessoas de confiança para discutirem sobre os boatos e aquela conversa não era para os ouvidos de Avarad, que foi para o seu quarto.
A sacerdotisa não tinha uma boa vida, mas gozava de alguns luxos entre os escravos. Tinha um quarto só para ela - e Bogakh - boas refeições e roupas descentes, além de nunca mais ter feito trabalhos pesados depois que as seções de Drisiml começaram. Tudo isso atraia para Avarad a inveja e ódio de alguns escravos, mas dificilmente eles fariam algo com o orc sempre ao lado da crinti. Avarad chegou em seu quarto, um lugar extremamente simples, sem qualquer móvel além de duas camas com colchão de palha e um armário. Bogakh entrou logo depois da crinti e assumiu seu posto ao lado da porta.
Havia muitos rumores em T'lindeth.
Avarad, de seu lugar como uma das escrava pessoais de Drisiml, matriarca da Casa Di'Urcav, ouvia praticamente todos eles e o mais grave era o que falava sobre uma revolta dos escravos. Quatro quilômetros e meio abaixo da superfície e das Montanhas da Vigília dos Gnolss, T'lindeth está em um enorme platô dentro de uma comprida caverna. Um rio subterrâneo surge de uma das bases do platô, se dividindo em dois ao longo dele, margeando seus lados, e encontrando-se no lado oposto. Isso fornece para a cidade uma vantagem tática enorme contra ataques externos, mas com cerca de 9.000 habitantes, a maior parte escravos, uma revolta poderia levar ao desastre. Avarad não sabia de onde poderia partir a iniciativa para algo assim, mas a sacerdotisa ouviu sobre isso em duas ocasiões ao longo de cinco dias.
Desprovida de qualquer privacidade, a crinti era proibida de orar para Loviatar e, consequentemente, de pedir por qualquer magia, a não ser que Drisiml ordenasse. Avarad tomava banhos, comia e dormia, vestia-se... tudo na presença de Bogakh, um escravo orc que Drisiml havia designado para vigiar exclusivamente Avarad. Bogakh, provido de uma constituição física invejável, mantinha seus olhos amarelos sempre atentos ao que a crinti fazia, e na maior parte do tempo não dizia palavra alguma, mesmo se Avarad falasse diretamente com ele; somado ao silêncio, a pele cinza do orc mesclava-se com as paredes de pedra, tornando Bogakh quase invisível a maior parte do tempo.
Quando Rhylafay, sacerdotisa de Lolth que servia Drisiml, disse que Avarad seria sua escrava pessoal, a crinti pensou que prepararia suas refeições, lhe daria banho e a vestiria, mas descobriu que seria usada para algo além. Na terceira noite em T´lindeth, depois de todos os outros escravos já terem ido para o quarto coletivo, Drisiml chamou pela sacerdotisa de Loviatar em seus aposentos. Quando chegou, Avarad ficou surpresa por um momento: velas vermelhas cobriam todos os móveis, dando um aspecto ao mesmo tempo aconchegante e agressivo ao quarto, a larga cama estava forrada com um lençol de seda e o dossel era semi-transparente, revelando o que havia sobre a cama.
Drisiml estava mergulhada em água quente na banheira que fica no centro do quarto, e Bogakh estava de pé ao lado da porta, exatamente onde ficou quando entrou acompanhando Avarad, e permaneceu no mesmo lugar por toda a noite. A drow estava com os olhos fechados e, mesmo sabendo que Avarad estava ali, não havia dito nada ou sequer olhado para a crinti. Avarad deu alguns passos em direção à cama e viu um chicote com três pontas, cada uma delas com a unha ou o dente de algum animal na ponta, outro chicote menor, mais rijo, e um pote de cerâmica fechado com uma rolha larga. Avarad finalmente havia entendido o enorme interesse que a matriarca tinha mostrado nela. Drisiml ainda estava com os olhos fechados quando a crinti voltou a olhar para ela, mas logo eles se abriram e encararam os de Avarad. A escrava não viu nada além de luxuria neles. Drisiml saiu da banheira com calma, água escorria com delicadeza por seu corpo esguio e perfeito, a pele negra brilhava com a luz avermelhada e o sorriso no rosto da matriarca era ao mesmo tempo intimidador e excitante. Avarad nunca vai esquecer que os olhos de Drisiml pareciam dois rubis cintilando na escuridão.
- Hoje você saberá como tratar a sua mestra - foram as únicas palavras de Drisiml naquela noite, que teve as suas horas preenchidas com gemidos e gritos de dor e prazer. A matriarca conhecia muito bem o próprio corpo e sabia o que queria e como indicar isso à Avarad, que seguia todos os comandos com a precisão que aprendera em seus anos estudando para se tornar uma sacerdotisa. As seções aconteciam cinco ou seis vezes por dezena, não havendo nada apenas quando Drisiml ficava seriamente ferida, e ela se recusa a usar qualquer cura mágica nos ferimentos que os golpes de Avarad deixavam, ou quando algo arruinava o seu humor. Uma veia saltou no pescoço da matriarca assim que ela ouviu novamente sobre o boato e crinti soube que teria aquela noite para si. Logo a drow se reuniu com pessoas de confiança para discutirem sobre os boatos e aquela conversa não era para os ouvidos de Avarad, que foi para o seu quarto.
A sacerdotisa não tinha uma boa vida, mas gozava de alguns luxos entre os escravos. Tinha um quarto só para ela - e Bogakh - boas refeições e roupas descentes, além de nunca mais ter feito trabalhos pesados depois que as seções de Drisiml começaram. Tudo isso atraia para Avarad a inveja e ódio de alguns escravos, mas dificilmente eles fariam algo com o orc sempre ao lado da crinti. Avarad chegou em seu quarto, um lugar extremamente simples, sem qualquer móvel além de duas camas com colchão de palha e um armário. Bogakh entrou logo depois da crinti e assumiu seu posto ao lado da porta.