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    [Narração] A crisálida

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    Mensagem por Bastet Ter 16 maio 2017 - 11:50



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       
    [Narração] A crisálida Kjfoce0

    Eles não sabiam o que estava acontecendo
    Nem se tudo aquilo era real
    Mas a casca estava se rompendo
    E o mundo já não era mais coisa Banal...

    Participantes:

    Primeiro núcleo: @Daemon, @Kif e @Shamps

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    Mensagem por shamps Qua 17 maio 2017 - 21:12



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       
    Ela sentia o cheiro das alfazemas, sentia a brisa beijar sua pele, sentia o calor das lágrimas aquecendo e umedecendo seu rosto, não era possível que não fosse real. Não podia estar em um local escuro e sozinha. Estava rodeada de gente...
    Respirou fundo, buscando coragem para espiar mais uma vez quando começou a ouvir vozezinhas estridentes que cantarolavam sem parar, tudo isso depois de zombarem dela. Ergueu a cabeça devagar e espiou para ver o que era: eram apenas flores cantando... Flores cantando? Sim, isso mesmo!
    Ela piscou várias vezes para ter certeza do que estava vendo. Flores de várias cores dançando e cantando, algumas voando e rodopiando. Ao mesmo tempo em que era estranho, parecia tão natural. Umas dessas florezinhas pousou em sua mão cantando a canção interruptamente, uma melodia com frases marcantes e que não faziam sentido algum. Sonhar e companhia brilhante? Parecia que tudo aquilo a estava deixando zonza, só não dormiu porque sentiu uma das fadas roubar seu maior tesouro. A dor em sua orelha foi lancinante e ela gritou ao ser ferida daquela forma. Sem pensar duas vezes saiu correndo atrás do serzinho larápio.

    - Devolva-me isso! – gritou enquanto corria – AGORA!

    Avistar que o serzinho entrava na floresta escura fez sua espinha gelar. Aquilo só podia ser um pesadelo! Ela odiava o escuro, não suportava o breu cegante que o escuro trazia. Ela dá passos trêmulos em direção à floresta, suava de nervoso, o coração acelerado, ela fecha os olhos com força e avança, parando várias vezes. Ela precisava reaver o que lhe pertencia, suas memórias da avozinha. Ela respira fundo e começa a correr evitando olhar muito para frente, colidiu algumas vezes contra as árvores até que não suportou mais e desabou, soltando um grito de dor e tristeza puros. Não suportava mais aquilo.
    O uivo que ouviu não foi mais animador. Definitivamente seria o seu fim, pediria desculpas à sua bisavó quando a encontrasse na outra vida.
    Uma última tentativa de buscar sua coragem e se rasteja pelo chão da floresta, praguejando tanto a ladra quanto sua própria fraqueza. Como uma mulher podia ter medo do escuro e chorar feito uma criancinha?

    - Flor desgraçadaaaaaa !  DESGRAÇADAAAAAAA... ME DEVOLVAAAAAA!

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    Mensagem por Daemon Sáb 20 maio 2017 - 16:01


    C h r y s a l i s
    Ranz (Fenrir)



    Parecia que uma amarra de couro espremia meu coração.
    Tudo aquilo parecia tão real… mas era um sonho! Só podia ser…
    Era estranho e ao mesmo tempo familiar.
    ”Alice! Alice…”
    Uma sensação de urgência… eu tinha que achá-la. Um sexto sentido falava que estaria por ali. Mas todos aqueles sentimentos conflitantes… me fizeram ficar paralisado após levantar.
    ”Eu preciso sair daqui… eu preciso achar a Alice…”
    Mas algo me bloqueava.

    ”Você é fraco… você tem medo. Se deixou vencer pela solidão. Se deixou domar pelos sem coração. Você a abandonou pra escuridão.”
    Era quase como se conseguisse ouvir meus próprios pensamentos falando comigo. Caí de joelhos, absorto em meus próprios julgamentos.
    ”Você não a merece. Não merece o que pulsa em seu coração. Seu medo o fez abandonar o que deu vida, seus textos, suas criações… seus sonhos.”
    A última facada… lágrimas escorreram lembrando de uma das brigas com a mãe. A cobrança da responsabilidade. A vontade que ela tinha de ver meu pai em mim…
    Coloquei a cabeça no chão chorando. Agarrei a grama com força.
    Sentia uma ira… contra mim mesmo, uma frustração… um arrependimento por ter deixado Alice por tanto tempo. O medo de perdê-la me fez superar o próprio receio do local desconhecido.
    O peito ardia em revolta e em vontade…
    ”Vou correr atrás do que abandonei. Vou trilhar meu próprio caminho!”
    Levantei em busca de direções, deixei os sentimentos me guiarem… depois de muito tempo, finalmente me entreguei a intuição para prosseguir caminhando.


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    Mensagem por Bastet Seg 22 maio 2017 - 5:06



       
       

    [Narração] A crisálida ABi8Dqe


    Jack nunca sentira algo tão assustador e fascinante quanto se aproximar daquela árvore e ser sugado para dentro da fenda que existia nela. A luz que brilhava no interior da planta era aconchegante e parecia transformar o corpo sólido do menino em pequenas partículas de luz, que pairavam sem o efeito da gravidade e dançavam em espiral, enchendo a alma dele de alegria. Quando o equilibrista era apenas luz e essência de magia, algo mudou. A paz que reinava no ambiente dourado se dissipou e ele sentiu o corpo se tornar sólido novamente, num instante doloroso e, como se a gravidade tivesse deixado de preguiça e resolvido agir, foi puxado em direção ao chão, de um abismo que parecia sem fim.

    [Narração] A crisálida 76RWEw


    [...]

    Enquanto isso, a jovem Amanda enfrentava os seus maiores medos em um único dia, como um pesadelo que não parecia acabar. Primeiro, fora tomada pela péssima sensação de estar sozinha em um lugar completamente estranho; depois, as coisas pareceram melhorar, quando um grupo de flores dançantes dissiparam o medo dela com uma dança fofa e cheia de graça e uma cantoria pra lá de estranha... Até que a modelo descobrira que aquilo tudo era só pra uma das flores roubar algo especial dela; e, por fim, a maldita alfazema saiu voando para dentro da floresta obscura, fazendo a menina ter um arrepio na espinha e sair correndo de forma desenfreada, quase de olhos fechados, por entre as porcarias de árvores, até que ela perdeu as forças, devido ao medo, e desabou no chão, dizendo palavras nada adequadas para uma jovem de formação impecável, como ela.

    [Narração] A crisálida Tumblr_mz9ak1UVFf1sgsmamo1_r1_500


    [...]

    Amanda estava no chão, chorando baixinho, com o vestido sujo de grama e os cabelos emaranhados pela umidade e pela lama, quando ouviu um rosnadinho e um “woof woof” nada condizentes com aquele lugar estranho. Não era um barulho assustador como o uivo do lobo que ouvira há pouco... Era até fofo. Logo sentiu uma língua molhada lamber o rosto dela, a fazendo abrir os olhos e fazer uma careta. Era um cachorrinho bege, filhotinho, que parecia mais uma bola de algodão que qualquer outra coisa. A menina deu um sorriso, fungando o choro que ainda queria sair. O chow chow pulou pra lá e pra cá, a fazendo se sentir  menos assustada, devido a fofura, e virando a barriga para ganhar carinho.

    Enquanto brincavam, ouviriam um estrondo grande e uma poeira dourada iluminando bem mais o local do que estavam que a luz parca da lua que passava por entre as folhagens das árvores. Logo que a poeira baixou, veriam a silhueta de uma criança, não dava pra distinguir bem a sua face devido ao escuro, mas era claramente uma pessoa que caíra de dentro de uma árvore... e Estava entalada dentro dela.

    O cachorro prontamente voltou a latir, indicando para a menina ajudar. Ela estava com um pouco de má vontade, cheia dos próprios problemas pra poder ajudar outra pessoa, mas sua natureza empática acabou a motivando a ajudar, além de não poder negar o “pedido” do cachorro. O menino estava entalado na fenda da árvore, com as pernas e o bumbum pra fora, enquanto a parte superior do corpo estava para dentro da árvore. Os pedidos de socorro eram audíveis, assim como o desespero dele.
    Depois de cair duas vezes no chão, tentando puxar o garoto pelo pé, Amanda decidiu firmar os braços em volta do bumbum dele e puxar, para dar mais impulso. Com um pouco de esforço, apoiando um dos pés no tronco da árvore, ela conseguiu puxar ele. Os dois rolaram pelo chão, a menina acabando por cima de Jack, em um momento bastante constrangedor.

    Antes que pudessem dizer algo, ouviriam o cachorro latir novamente e sair correndo atrás da florzinha que roubara o brinco de Amanda. A menina, querendo sair do momento embaraçoso e recuperar o brinco daquela maldita e filha de uma P*** flor sem pétalas, se levantou rapidamente, saindo correndo atrás do cachorro e da flor.

    Jack, ainda atordoado pela “viagem”, só se deu conta de ter uma menina super alta e cheirosa por cima dele, após a modelo sair correndo. Estava bem vermelho e ficou ainda mais ao perceber que fora ela que tirara ele da árvore, o segurando pelo traseiro.

    Com a mente ainda confusa, tudo o que pensou foi se levantar e ir atrás de Winter...E da garota, que corriam feito loucos por aquela floresta. Nem teve tempo pra pensar direito no que estava acontecendo ali... Nem onde estava.

    [...]

    Desde muito jovem, Ranz parecia carregar o peso do mundo em suas costas. Um peso tão grande que era incrível que uma criança de apenas 11 anos pudesse suportar. Um peso que certamente deixava marcas tanto na personalidade do garoto quanto em sua psique. Sem ter atenção da mãe por seus esforços, o menino criou um complexo de inferioridade significativo, que constantemente o colocava para baixo e o fazia dar o máximo de si... Mesmo que isso nunca parecesse bastar na cabeça do menino. Sem que as conquistas fossem gratificadas pelas mãe.

    Suas criações eram as únicas coisas que o impedia de enlouquecer. Apesar de nunca estar  realmente satisfeito com nenhum texto ou escultura em madeira que criava, essas atividades eram o seu porto seguro. E Alice... Ah, Alice era a única obra de Ranz que, para ele, beirava a perfeição.  Quando a “abandonou” em prol dos estudos e da “sanidade”, o menino perdera parte de sua criação... Nem mesmo conseguia lembrar o rosto de Alice direito. Aquilo estava o corroendo por dentro e fazendo ele ter pensamentos autodestrutivos.

    Aqueles pensamentos eram desnorteadores, fazendo o menino bater em diversas árvores e galhos enquanto corria, mas ele nem mesmo sentia a dor. Tudo o que podia ver era diversas imagens de Alice, desfigurada, pedindo ajuda... E ouvia a voz dela, em seu ouvido, o culpando por tê-la abandonado. Junto à voz dela, as vozes em sua cabeça julgavam ele por atrocidades e o deixavam realmente alheio ao ambiente a sua volta. A dúvida se tudo aquilo era real ou um sonho era a cereja do bolo.

    [Narração] A crisálida Tumblr_ogrmf1w3P01u9yiolo1_500


    [...]

    Ranz veria de relance uma florzinha voando, enquanto corria, o fazendo olhar para cima e distraindo o menino do desastre que estava para acontecer. Um cachorrinho, também correndo, mas na direção oposta, se embrenhou nas pernas dele antes de sair correndo novamente.  Esse pequeno desastre faria o jovem perder o equilíbrio e não coseguir desviar a tempo da menina que veio correndo logo em seguida, trombando de frente com ela. Jack, que estava pouco atrás de Amanda, não conseguiu ver a colisão antes de estar perto demais e ser levado junto com o acidente.

    Os três caíram sentados, de forma que um podia ver o outro com perfeição.  Além de ter menos árvores ali, a folhagem era menos densa, deixando a lua iluminar melhor aquela partezinha da floresta. A menina, para os dois rapazes, tinha uma beleza sem igual: estava com um vestido de saia volumosa, espartilho justo e ombros caídos que, mesmo sujo de lama, parecia ter sido feito pelo melhor estilista; seus cabelos pareciam ser uma extensão do céu noturno, em tons de azul, com pequenos brilhos que imitavam estrelas longínquas; sua face tinha traços perfeitos e os olhos eram de um azul vivo e chamativo, nunca antes visto pelos dois meninos. O rapaz mais velho, para Amanda e Jack, tinha uma feição um tanto engraçada: ele vestia uma túnica branca, abobadada, com fitas vermelhas; tinha o cabelo arrepiado, tão rubro quanto os olhos, que faziam parecer que o menino descendida da primeira pira, criada por Zeus, para mimar os humanos; e espirais, vermelhas sistemáticas e espaçadas, passeavam desde seu pescoço até seu rosto, ocupando um pouco das bochechas e da testa de Ranz. Já para os jovens mais velhos, Jack parecia um tanto exótico: tinha a pele escura e a estatura baixa, vestido de maneira bem espalhafatosa, cheio de medalhas de ouro pela roupa; um lenço lhe cobria o cabelo, escondendo parte da face e também dos ombros; os olhos eram profundos, de um negro aterrorizante, que pareciam saber muito mais que um garoto tão jovem poderia ter descoberto em uma vida. “Nossa, ele parece um mini príncipe da Pérsia”, pensou Amanda; Ranz estalou os lábios ao olhar o menino “deve ser um desses ciganos que enganam todos. Devo perguntar como se faz o truque das cartas?”

    Amanda:
    Ranz:
    Jack:


    [...]

    Os três se olharam por um longo tempo. As respectivas pessoas na frente deles não pareciam nem um pouco humanas, mas, estranhamente, não pareciam ser diferentes deles. Além dessa sensação de pertencimento, os três tinham a impressão de se conhecer realmente, de algum lugar na vida deles, mas não conseguiam se lembrar de onde. Eles teriam reparado se tivessem visto figuras tão peculiares pela cidade, certo?

    Após um momento estranho observando os outros, os três olhariam para si mesmos. Apesar de não poderem ver os próprios rostos, reparariam nas suas roupas, texturas de pele e tudo o que fosse diferente. Apesar de totalmente desconhecidas, as roupas pareciam extremamente confortáveis e eles se sentiam livres... Era tudo muito estranho. Só não mais estranho do que o que acontecera a seguir: Winter, cachorro de Jack, que estava caçando a alfazema voadora, voltara, sem a sua presa da caçada e uma cara de triste. Ao olhar para os três, deu uma latida e logo um pulo bem alto, pousando como um garotinho de uns 8 anos e não mais um cachorro.


    Winter:



    O Pooka tinha pouco menos de um metro e meio e um cabelo bege bem volumoso. Orelhas saiam do cabelo  e um rabinho saía do seu traseiro, abanando meio bravo. A pelagem volumosa, na forma de cachorro, se transformara numa roupa da mesma cor e os pés estavam descalços. Os olhos azuis eram enormes, tão pidões quanto os de Winter, na forma canina.

    -Droga! Aquela flor estranha foi mais rápida que eu! Eu quase peguei, pulei alto assim ó – ele ficou na ponta do pé, indicando uma altura que nem ultrapassava a de Jack, que era o mais baixo entre os outros três – Vocês deviam ter visto! Grrr!






       
    .:: Interação Livre ::.
    Início: 22/05/2017
    Término: 15h do dia 27/05/2017
    Participantes: Amanda, Ranz, Jack (@kif) e Winter

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    Mensagem por shamps Seg 22 maio 2017 - 11:04

    Rastejando pelo chão frio da floresta, já sem forças para lutar, Amanda respirava fundo tentando se acalmar e quando estava prestes a desistir ela ouviu alguns latidos de um filhote. Mas o que um filhote estaria fazendo em uma floresta... melhor nem pensar! Secou as lágrimas dos olhos quando viu o animalzinho chegou a sorrir, pois não se sentia mais tão só, mas depois das alfazemas ladras já não sabia mais o que pensar.
    Quando finalmente ia tomar uma decisão sobre seu futuro incerto, o cão começou a latir e pular em direção a uma árvore e a jovem o seguiu. Amanda ficou chocada com o que viu: as pernas e o bumbum que uma garoto que estava preso na árvore, entalado. Coitado.
    Ficou um pouco assustada e temerosa e cogitou não fazer nada por ele, mas ela podia imaginar o quanto ele estaria sofrendo, assim como ela. O menino pedia socorro e aquilo comoveu o coração da menina, que tentou de várias maneiras tirá-lo de lá, forçando-o pelas pernas até que por fim ele desentalou e os dois rolaram no chão. Ela caiu por cima dele e, antes que pudesse ter qualquer pensamento de frustração, ela avistou a flor ladra e correu atrás dela.

    - Vem! - apenas pediu para o garoto segui-la. Ao menos não estaria mais só. E para o cão gritou - pega ela, cãozinho!

    Correu e correu e nada de alcançar a maldita flor, nem mesmo o cão conseguia alcançá-la. Era tudo muito frustrante. Há quanto tempo ela já corria? Quando voltaria para casa? Quando reaveria seu tesouro?
    Como se já não bastasse tudo aquilo, Amanda tromba outra vez, dessa vez em um rapaz mais velho. O garoto que estava a segui-la também não consegue se desviar e vão os três ao chão.

    - Ai... ai... Por que Deus? - disse inconformada com tantos acidentes - quem... vocês... eu... - olhava para eles sem saber o que dizer. Eram diferentes para ela, mas estranhamente familiares. Um sensação estranha de se descrever naquela situação. Reparando que vestia uma roupa diferente da sua, Amanda começa a tomar conhecimento de sua nova realidade tocando seu próprio rosto e percebendo suas orelhas pontudas e o cabelo mais comprido e... azul? O rapaz com cabelos brancos à sua frente? O garotinho coberto de ouro?

    - O que está acontecendo? - perguntou para eles - vocês estão bem? - não sabia ao certo o que dizer, mas sabia que era educado perguntar sobre suas situações. Por fim, o cãozinho logo regressa e, como passe de mágica, se transforma em um menininho muito fofinho. Amanda arregala os olhos e pisca algumas vezes, arrematando seu espanto com um sorriso - isso é... mas o que... - o garotinho disse que tinha tentando alcançar a flor maldita, o que fez Amanda voltar ao seu problema - a flor! Preciso pegá-la, ela me roubou! - e se levanta sacudindo a lama da roupa, o que a deixa bem chateada - ah, que desagradável - obviamente iria dizer outra coisa, mas algo dentro dela fez com que a palavra "droga" parecesse inapropriada - meus caros, me acompanhariam em uma perseguição à uma alfazema ladra? Agora? - ela já rumava em direção de onde veio o cão-menino - esse é um pedido de Nix, a filha da noite - por algum motivo Nix, e não Amanda, parecia seu nome e porque disse ser filha da noite se ela odiava o escuro?
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    Mensagem por Daemon Qua 24 maio 2017 - 0:30


    C h r y s a l i s
    Ranz (Fenrir)



    Andava errante, enfurecido e frustrado, não sabia por quanto tempo.
    As vozes não paravam. Acusando-me, a voz de Alice pedindo socorro.

    “Estou a caminho Alice! Eu nunca mais vou te deixar.”

    Foi quando a flor voadora passou por mim e me perdi na confusão com as estranhas figuras.
    Cai de bunda e pus a mão na cabeça de olhos fechados.
    Levantei-me e bati as roupas. Só então que reparando nas exóticas figuras… e nas diferenças em mim mesmo.

    Meu peito disparou… era como se uma pontada de clareza atingisse minha psique como um raio, e tudo fizesse sentido, embora não soubesse o que ou como.

    Meus olhos passaram pelo pequeno, vindo diretamente das Arábias Sauditas. Fiquei intrigado e uma pontada de preconceito passou por meu peito, seguida de um tom de simpatia. “Vou pedir que leia meu futuro.”

    Ao olhar pra dama de cabelos azuis, por um momento embasbaquei-me, meus olhos vidrados na beleza dela. Olhava nos olhos dela:  “Azuis e profundos… como o escuro.” Pensei. Quando me percebi em frações de segundos estava boquiaberto. Disfarcei, não querendo amolecer, principalmente por algo tão superficial quanto beleza exterior.

    Espantei-me quando vi o cão… garoto… falando e fazendo seus gestos cômicos. Pus as mãos na cabeça e meneei. “Tudo que eu sempre quis, viver bizarrices.”

    Logo em seguida, a dama apresentada como Nix havia feito um pedido imperativo, que teria sido totalmente encantador - sim, encantado e impelido a ajudar - não fosse minha mais pura teimosia fronte ao tom imperativo. “Dama da noite… quem ela pens…” interrompi meu fluxo de pensamentos analisando a perseguição. Refleti um pouco e respondi fazendo uma reverência - ao tom do que a figura feminina aparentava gostar, seguindo o exemplo de histórias que li.

    “Quem sabe possamos nos ajudar, senhorita e jovem. Está atrás de algo importante, eu também. Não conheço essa floresta, e faríamos bem em nos mantermos agrupados… mas é isso, nada mais, vou ajudar por que preciso de ajuda.”

    Após a reverência, não pude evitar o constrangimento com um tom de desdém, empinando o nariz.

    “Quem se dispõe ao vosso favor é Fenrir, o caçador do impossível.”

    Ousei olhá-la novamente, dessa vez com toda a intensidade da chama que meus olhos vermelhos permitiam reluzir.


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    Mensagem por shamps Qua 24 maio 2017 - 1:01


    C h r y s a l i s



    Eram duas criaturinhas adoráveis, pena que Nix não estava em clima de fofuras, pois sofria com a perda de seu tesouro, mesmo assim sorriu com a mesura de Fenrir.
    Desde o inicio ele deixou claro sua posição: ajudaria em troca de ajuda. Justo. De qualquer forma ela já estava feliz por não estar sozinha.

    - Por certo podemos nos ajudar, caro Fenrir – disse olhando para a direção que a florzinha fugiu – vamos recuperar meu tesouro, depois vemos o que posso fazer por você – ela sorriu ao reparar como eles eram fofinhos – que gracinhas! Vamos?



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    Mensagem por Kif Qua 24 maio 2017 - 6:00

    Jack ainda tentava entender tudo oque acontecera nos últimos minutos, a árvore dourada, a queda dentro dela juntamente da sensação maravilhosa e aterrorizante, se aquilo era um sonho então era o mais real que já tivera; tornando a situação ainda mais irônica. A rápida sequencia de acontecimentos que seguiram o fim da queda transformaram a experiência de estar  naquela queda livre no momento mais longo de que o menino tinha lembrança. Ao ser resgatado pela garota de cabelo azul mal teve tempo de responder enquanto levantava pra correr.

    Estava tão concentrado na corrida e tão próximo da garota que ao vê-la cair não teve tempo para pensar no porque do acidente e muito menos tempo para tentar e desviar dela, acabando no chão igualmente. Ao ver direito o rosto da menina realmente duvidou da realidade por alguns segundos e encarou ela estudando seu rosto, ao ver o menino do seu lado suas crenças de realidade foram “jogadas” um pouco mais para longe, percebendo os olhares estranhos em sua direção e a sensação diferente do contato da pele no tecido de sua roupa Jack olho para seu corpo e se surpreendeu com oque estava vestindo, mesmo nunca tendo usado a roupa gostava muito dela; principalmente das medalhas de ouro, como a criança que era, logo a estranheza do lugar e a curiosidade do equilibrista sobrepujaram a sabedoria inconsciente que diz a todos que tudo desconhecido representa um perigo.

    Ao ver Winter se transformar um humano o menino deu um pulo pra trás, não conseguia entender oque aconteceu e estava prestes a perguntar onde estava o cachorro dele quando ouviu o inicio do dialogo, quando viu uma abertura se posicionou com um sorriso, tudo aquilo era tão estranho que mais parecia algum tipo de jogo, brincadeira ou sonho.

    -Eu vou te ajudar, te devo isso já que você me salvou lá atrás, meu nome é... é... Edwin.

    Por que tinha falado aquilo? Por que por alguns segundos esse parecia ser a única resposta correta? E por que os outros dois falavam de uma maneira tão engraçada?
    Não sabia a resposta para nenhuma dessas perguntas, mas tudo aquilo, por mais estranho que fosse lhe parecia – desde as pessoas até o ambiente – familiar.
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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por Bastet Qua 24 maio 2017 - 16:39



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       

    [Narração] A crisálida OnYYz8B




    Há algum tempo, Dwyrhal vinha reparando que Jack podia ser como ele. Albert, o dono do circo que fora encantado por uma Eshu, sua mulher já falecida, havia encontrado o menino perdido e, mesmo que o pooka se recusasse a assumir a forma humana ou a falar com ele, o acolhera. Após isso, a amizade do cãozinho com Jack fora tão grande que Winter, como o menino nomeara Dwyrhal, nunca sentira vontade de se revelar... Até aquele momento.

    O pooka havia encontrado uma “entrada mágica”, como aquela que o fizera se perder, e convenceu Jack, na base de latidos, de ir até lá com ele. Não que o menino tivesse pensado direito, afinal, ele sabia na pele como aquilo podia ser perigoso, mas a excitação do filhote e a curiosidade do menino, ambas presentes no corpo dele, falaram mais alto.

    [...]

    Chegando lá, estava animado demais pra reparar em qualquer coisa por mais de um segundo. Primeiro, cavucou perto da arvore pela qual caiu e fez xixi nela. Ninguém, além dele e Jack, usaria a árvore que ele achou e que agora lhe pertencia “u.u”. Depois saiu correndo por entre as árvores, pulando, rolando, latindo... Até que viu uma moça deitada e chorando. Olhou para trás, procurando Jack, mas não o vira, por isso correu até ela, fazendo o que sempre animava os humanos: pulando nela e lambendo, até ela soltar uma risadinha e parar de chorar.

    Após isso, finalmente Jack chegou e ficou entalado na árvore. “Tá vendo, se tivesse me dado aquele presunto ao invés de comer, tinha passado aí” o menino pensou, enquanto a moça bonita o puxava daquele buraco.

    [...]

    Nem viu como aquilo terminou, tendo a sua atenção presa por uma flor esquisita, que tava voando por aí segurando um treco brilhante. Sem pensar duas vezes saiu correndo atrás daquilo, latindo, pulando e derrubando alguém, ao passar por entre as pernas da pessoa.

    [...]

    Sua busca durou algum tempo, mas logo a florzinha se escondeu em meio a várias outras flores. Apesar do faro bom, era quase impossível encontrá-la ali. Rosnou, latindo por alguns minutos pras flores e logo cheirando o ar, para encontrar Jack novamente.

    Chegando lá, viu que todos já pareciam  ter se conhecido e pareciam ignorar o fato de uma flor ter saído voando por aí. Menos a moça bonita. Ao ouvir ela falar aquilo, o menino foi correndo até ela e ficou pulando a sua volta, enquanto ela o o rapaz que Dwyrhal derrubara conversavam feito adultos.

    -Deixa eu ir? Deixa! Deixa! Woof  Deixa! Eu posso cheirar Woof Woof  a flor! Deixa! Wooof Deixa! – parecia meio hiperativo, tão animado que no meio da fala vez ou outra “latia”.

    Logo correu até Jack.

    -Eu posso ir? Pooossoo? Ah! Eu também tenho um nome diferente! Quer saber? Mas winter é legal também! Woooof! Sou o Dwyrhal... Mas posso ir, posso?






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    Mensagem por shamps Qua 24 maio 2017 - 19:49



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       






    Como não sorrir com a animação do pequeno Dwyrhal?
    Nix sorriu e concordou com a cabeça, feliz por saber que teria mais ajuda, um focinho eficiente.

    - Claro que pode, meu querido! Suas habilidades de faro serão muito proveitosas – e afagou a cabeça do pequenino – vamos agora?  E vocês? Acompanharão-me? - e sorri para eles.

    Ela tinha pressa em recuperar seu tesouro.
    Abaixou-se na altura dos olhos do pequenino pooka e falou com doçura:

    - Aquela florzinha me tomou algo muito importante para mim, uma lembrança muito valiosa da minha bisavó. Preciso recupera-la o quanto antes. Você será o meu herói se conseguir pegar isso para mim!







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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por Daemon Qua 24 maio 2017 - 21:30


    C h r y s a l i s
    Ranz (Fenrir)



    Eu olhava pras três figura. Não conseguia me sentir muito confortável com toda aquela cena e animosidade. A atitude - sou todo fofo e animado - do cachor… garoto me incomodava. Ele já era o centro das atenções. “Herói… ela disse…”

    ”Tsc…” - estalei a boca desgostoso.

    Outra coisa me importunava, antes nem notara, saiu naturalmente… mas me apresentei de uma forma estranha.
    Comecei a andar na frente com as mãos nos bolsos enquanto analisava as possibilidades calculadamente.

    ”Na velocidade que ela estava, se não nos apressarmos, perderemos os rastros.”
    Virei-me pra eles. Já estando mais adiantado.
    ”Aliás, algum de vocês conhece esse lugar? Garot… cachorro… você consegue farejar aquela flor?” Depois contra argumentei sozinho. “Pensando melhor, não temos nada com o cheiro dela, e a joia da Nix também não deve deixar rastros.”
    Continuei resmungando, pensativo, com a mão no queixo enquanto retomei o passo.
    Voltei-me de subito para eles.
    ”A, é. Alguém aqui conhece melhor esse lugar para nos guiar?”

    Esperava respostas alternando os olhos flamejantes e sérios de um a um.


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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por Kif Qui 25 maio 2017 - 9:14

    “Por que ele fala desse jeito? Não pode ser muito mais velho do que eu...” olhou para Winter, ainda não tinha conseguido decorar o outro nome do amigo, mas após o choque inicial ele já havia começado a se acostumar com a nova forma dele, sempre quis que Winter conseguisse falar, só não imaginava que esse desejo seria realizado, ainda mais daquela forma. Quando começavam a andar uma grande empolgação tomou ele, a curiosidade o corroía, se fosse por sua vontade eles já teriam corrido dali, queria conhecer  tantas coisas quanto pudesse.

    -Eu não conheço nada aqui, foi o Winter que me fez entrar na árvore. O que nós estamos procurando mesmo? E como a flor te roubou, Nix? Eu posso ser um herói também?

    Disse aquilo tudo de maneira rápida; em um ato inconsciente, não sabia como funcionava ser um herói, mas da maneira que a garota falava era uma das coisas mais incríveis do mundo!
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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por shamps Sex 26 maio 2017 - 0:51



    C h r y s a l i s

       




    Os meninos começaram a conversar com Nix, deixando-a mais calma e à vontade.
    Infelizmente ela não sabia nada sobre aquele mundo.

    - Eu nunca estive aqui... acho – uma certa dúvida passava por sua alma ao dizer que nunca esteve lá, como se não fosse verdade – farejar? Claro que tem algo para farejar, Fenrir. A joia tem meu cheiro e meu sangue – ela passa a mão na orelha ferida e mostra o sangue já coagulando – ele pode farejar meu sangue né – o nocker perguntou sobre a flor e ela só conseguia lembrar que eram lindinhas – era uma alfazema colorida, é só o que lembro.

    Ela sorriu para Jack e confirmou com energia.

    - Claro que pode ser um herói. Vocês três serão meus heróis! Minha coragem está naquela joia e preciso da ajuda de vocês para recupera-la – agachou-se na altura de Jack – viu só como são importantes para mim? – e sorriu amavelmente e lhe apertou a bochecha, depois olhou para o nocker querendo fazer a mesma coisa com ele.




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    Mensagem por Daemon Sex 26 maio 2017 - 1:25


    C h r y s a l i s
    Ranz (Fenrir)



    Após a reação do pequeno, fiquei pensando sobre aquela história de herói. Não sabia o que ele via de tão fascinante em ser chamado de herói por Nix. Embora eu estivesse um pouco empolgado em talvez ser reconhecido como um. Não expressei tais sentimentos, era muito infantil pro meu gosto - e não podia me permitir ser infantil, ainda mais na frente de estranhos - ainda que seja uma criança.

    “Eu nunca estive aqui... acho.”

    “Ótimo, então a princesa da noite não conhece o próprio reino.” Respondi num reflexo, admirado com minha própria petulância. Nunca imaginei responder alguém assim.

    Pelo jeito, estávamos todos na mesma mesma situação. Isso exigiria mais de mim para resolver o cenário. Mas estar em grupo era melhor que estar sozinho em um local desconhecido.

    “ farejar? Claro que tem algo para farejar, Fenrir. A joia tem meu cheiro e meu sangue”

    Essa informação abria algumas possibilidades.

    Depois voltou a conversa sobre heróis. Revirei os olhos.
    “É necessário muita força pra ser um herói, Edwyn. Enquanto você sonha, os outros te chamam de louco, enquanto você luta pra conquistar o que ninguém mais acredita, os outros zombam. Pessoas sérias não tem tempo pra perder com isso.” Já tinha lido muitas histórias de heróis, tanto da ficção quanto da vida real. A verdade é que sempre quisera ser um.
    Encarei Nix nos olhos, como se estivesse ferido, e ela cutucasse exatamente onde sangrava. Queria… mas não conseguia me entregar àquela ternura… havia um grande buraco em minha alma, um buraco em que havia passado boa parte da infância e eu não conseguia pular sobre ele, mesmo que a aparente felicidade estivesse do outro lado.

    Nix havia apertado a bochecha de Edwyn, e o garoto abobado parecia feliz e empolgado com aquela inspiração.
    Depois voltou-se para mim. O constrangimento me fez ficar mais vermelho do que os desenhos em meu rosto já faziam.
    Virei-me de lado para esconder a reação.
    “Se tem tempo pra perder com essas bobagens, não devia ser tão imperativa e apressada em seus pedidos.”

    Rasguei a manga esquerda de minha túnica, e passei sobre a orelha da garota limpando o sangue, sem pedir permissão, porém me aproximando lentamente para não espantá-la. Evitei suas mãos com cautela e a cara mais emburrada que conseguia fazer, pra passar a ideia de desaprovação.

    “Parece que vamos ter que ser guiados por você pequeno bobão.” Deu o pano sujo de sangue para o hiperativo Dwyrhal.

    “Uma coisa que sei sobre flores é que não costumam ficar sozinhas. Pode ser uma pista… e também um alerta para tomarem cuidado com seus pertences.” Aparentemente eu só tinha minha túnica. Minha única preocupação seria não ficar pelado na frente de Nix… o que parecia improvável, mas o vislumbre da cena fez minha cabeça explodir. Olhei pro chão constrangido.

    Catei uma pedra e comecei a marcar as árvores por onde passávamos. Absorto em meus próprios devaneios.


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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por Bastet Sex 26 maio 2017 - 1:36



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       

    [Narração] A crisálida OnYYz8B




    O jovem pooka ficou extremamente vermelho com a forma que a moça de cabelo azul falava com ele. Não estava lá quando ela se apresentara, por isso ainda desconhecia o seu nome... Até os outros dois falarem com ela, quase ao mesmo tempo, e chamá-la de Nix. “Parece um nome tão cheiroso quanto ela”, pensou, enquanto dava uma fungadinha ao sentir as mãos dela acariciarem seu cabelo, quase colocando a língua pra fora, adorando.

    -A gente vai, né Jack? – o rabinho dele abanava freneticamente em animação – Néééé? Ser herói é legal, eu quero! Eu quero! – e logo se calava, tentando acompanhar a conversa dos três. O menino de cara pálida e coisas vermelhas no rosto, Fenrir, falava um pouco difícil, e algumas coisas o jovem sem estudo não entendia, mas, no geral, estava percebendo a conversa ir no rumo que ele queria.

    Quando Nix confirmara que ele e Jack poderiam ir, ficou ainda mais feliz, dando pulinhos  e dando um latido bravo para o Nocker – Grr Meu nariz pegaria ela até no Canadá! – Era o mais longe que havia ido, com o circo, e representava algo grandioso na cabeça dele. Estufou o peito, orgulhoso. Se não fossem as mil florzinhas iguais, escondendo a outra, certamente já saberia o gosto da Alfazema.

    Estava meio bravo quando teve a bochecha apertada por Nix, mas isso o derreteu por completo, fazendo ele virar um pouco a cabeça, pra ver se ganhava cafuné.

    -Eu já tive num lugar mágico assim. Mas era diferente. Parecia ser tudo o que eu tinha medo. Esse aqui é mais legal!

    Após falar isso, ouviu Fenrir falar várias coisas difíceis e se aproximar dele com um pano e palavras feias. Rosnou e o morderia, se o rapaz não tivesse tirado a mão rápido. - Bobão é quem tem nariz de palhaço igual você! - e mandou língua, se escondendo atrás de Nix e cheirando a mão dela que ainda tinha um pouco de sangue, depois a lambendo nos dedos, fazendo cócegas.





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    Mensagem por shamps Sex 26 maio 2017 - 14:59

    A jovem Nix nunca tinha visto tanta animação e ficou muito contente por ter heróis tão dispostos como Jack e Winter. Só Fenrir que mostrava resistência, mas ela não desistiria dele e olhou com cara pidoncha para o nocker. 
    Ele se mostra resistente e petulante, mas ela não se importa. Abaixa-se na altura do garoto e segura suas mãos com delicadeza e fala:

    - Fenrir, vou te falar três coisas: primeiro, eu nunca disse que sou princesa, mas eu for seria muito legal; segundo, essas terras não são minhas, ao menos não que eu saiba e terceiro, eu acabei de chegar aqui, então não teria como eu conhecer esse lugar - ela sorri ao final de sua frase.

    Ao menos ele estava animado em encontrar a tal florzinha ladra com ela. Winter demonstra muita disposição para farejar e, com a ajuda do nocker, decidem farejar o sangue dela. Fenrir passa com delicadeza um pedaço de sua própria túnica na orelha ferida de Nix, ela não se assusta e faz um afago na cabeça do rapaz, que estava mais preocupado em proteger suas bochechas das mãos dela. 

    Winter menciona um local onde seus medos se manifestavam e ela tem a impressão de estar em lugar igual, já que sua chegada ali foi bem traumatizante.

    - Acho que estou nesse lugar, Winter, porque desde cheguei só vi coisas que temo.É por isso isso que tenho que recuperar minha coragem - ela sorri depois dessa afirmação - por isso estou feliz por esses três heróis me ajudarem - e abraça os três e fala com animação - vamos à caça?
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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por Daemon Sáb 27 maio 2017 - 5:17

    Ao interagir com Nix, a atitude da garota me desarmou. Não esperava, não costumava ser tratado com doçura... era sempre a aberração, o diferente. Lembrei de todos meus colegas no fundamental... e como sempre era motivo de zombaria. Foi quando comecei a me fechar e revidar de formas que não conseguissem compreender. Eu precisava me sentir um patamar acima pra me sentir seguro.
    Mas Nix, em poucos momentos quebrou toda minha encenação... eu era só... Ranz, o garoto da quinta série, afagado pela irmã mais velha que nunca teve...

    "Era só... era só isso que eu queria." Sussurrei quase inaudível. Talvez Nix tenha ouvido.
    Meus olhos ficaram marejados. Duas gotas escorreram... quentes e úmidas como um banho de ducha. De novo... havia chorado muito nos últimos tempos, dessa vez as lágrimas queriam se mostrar pra alguém. Baixei a cabeça.
    Ainda sim não queria fazer uma cena. Recuperado do choque, me afastei.

    ...

    Dwyrhal me respondeu num tom inesperado:
    - Bobão é quem tem nariz de palhaço igual você! - e mandou língua, se escondendo atrás de Nix.

    Fiquei irado. "Oras! Seu pestinha. Até parece uma..." a palavra saiu com gosto estranho de minha boca. "uma... criança." Não sabia por que mas a vontade de chorar voltou...
    Num mundo desconhecido, longe de minha mãe, tendo abandonado minhas criações... e tendo que bancar o durão na frente das figuras que mal se conheciam e pareciam se dar tão bem.
    Percebi que carregava um peso injusto, que não cabia nas minhas pequenas costas, por tanto tempo, sozinho...

    Não consegui mais encarar Dwyrhal...

    ...

    Enquanto marcava as árvores, pensando em tudo que estava acontecendo, alternava meus olhos entre o grupo, sem querer que percebessem isso, mantive certa distância. Sempre que meus olhos cruzavam com os olhos de algum deles eu desviava rápido, me focando novamente nas árvores.
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    Mensagem por Bastet Dom 28 maio 2017 - 19:11



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       



    O encontro dos quatro novos Kithain havia sido inesperado e um tanto desajeitado, mas, por fim, não fora tão ruim. Para a jovem Sidhe, havia sido um alívio, afinal, não estava mais sozinha em um lugar escuro; para o pequeno Eshu e seu companheiro Dwyrhal, o encontro significava uma grande aventura, daquelas que sempre sonharam; e, para o Nocker turrão, a lembrança de algo dentro dele, que estava enterrado há muito tempo, o fez se emocionar. Há quanto tempo não era tratado de forma tão doce quanto Nix o fizera?

    Os três ainda não tinham certeza de nada: não sabiam o que eram, onde estavam, se aquilo era real ou um sonho/pesadelo... Nada. Mas sabiam que, de alguma forma, aquele encontro tinha de ter acontecido. Aquela impressão de que já se conheciam só aumentava, com o passar do tempo. Mas de onde?

    [...]

    A filha da noite foi a primeira a se lembrar de seu nome... Assim como da arrogância presente em sua alma nobre decadente. Mal conhecera os dois mais jovens e já havia tomado o posto de liderança, colocando sua angústia acima das demais... Mesmo que tenha o feito de forma doce, como uma dama da nobreza aprendia desde muito jovem. O caçador do impossível se mostrara inflexível, em um primeiro momento. Sua alma férrea e desconfiada não lida bem com ordens diretas de um ser que parece não ter a mínima ideia de como liderar de forma sublime... além do mais, tinha de achar Alice. Mas, foi apenas receber um pouco de atenção e carinho que toda convicção se rompeu. Edwin e Dwyrhal, duas almas livres e travessas, não mostraram hesitação em aceitar o pedido da Nobre, desde que a aventura lhes rendesse boas histórias e que pudessem ser, assim, heróis.  Sempre sonharam que, em algum momento, viveriam uma Odisseia eles mesmos, assim como Ulisses vivera no livro que encontraram dentro do baú de Albert.

    [...]

    Quando Ranz desabou, os outros três ficaram sem saber o que fazer. Foi algo muito inesperado... Talvez apenas Nix estivesse esperando algo no estilo. Dwyrhal se sentiu culpado por fazer o Nocker chorar... Na cabeça dele, era sua culpa, por tê-lo chamado de bobo. O menino se aproximou, esfregando a cabeça no braço de Ranz, com os olhos super pidões e um chorinho baixinho no melhor estilo dog. Mas logo cheiraria algo no ar, se afastando do outro menino e rosnando na direção de duas árvores. Não satisfeito, iria na direção de outra...e de outra, sempre farejando algo e rosnando.


    - Woof! Tem gente mudando minha árvore de lugar! Woof! – o menino parecia indeciso sobre qual caminho tomar, vez ou outra ameaçando correr pra um lugar, mas logo freando e indo pra outro. Fez isso em toda a clareira, não mantendo uma ordem aparente em seus movimentos.

    Estavam tão distraídos que, antes do Pooka começar a se mover daquela forma louca, nem haviam reparado que as folhagens se moviam de forma diferente nas árvores que faziam divisa com a clareira, ora pra cá, ora pra lá, ora ficavam paradinhas... Nem mesmo haviam se atentado para os barulhos vindos de dentro da floresta. Eram estranhos, de nada que já haviam ouvido antes. Como se algo tivesse se arrastando pra perto. Ou era pra longe? Ora fazendo o chão tremer e hora prevalecendo o silêncio... O que estava acontecendo?





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    Mensagem por shamps Dom 28 maio 2017 - 20:57



    C h r y s a l i s

       



    Ver o pequeno nocker chorando fez o coração de Nix derreter e ela o abraçou para conforta-lo.

    - Shhhhh... – disse com ternura na voz – está tudo bem, pequeno infante. Está tudo bem!

    Até o pequeno pooka se aproximou dele e fazia carinho na criança que chorava. Nix sorriu para pooka concordando sua atitude e incentivando-o a continuar com o carinho. A jovem então segura o rosto de Fenrir entre suas delicadas mãos e o encara:

    - Eu estava me sentindo tão sozinha e com medo e, de repente, vocês apareceram – estava sempre sorrindo – vai dar tudo certo – passava os polegares nas bochechas dele para secar suas lágrimas – estou muito feliz de estarem aqui e de me ajudarem. Espero fazer o mesmo por vocês, meus heróis.

    Ela iria falar mais alguma coisa, mas Dwyrhal saiu correndo, latindo para as árvores, deixando Nix preocupada.

    - Fiquem aqui – ela abraçou Fenrir e Jack ela puxou pela mão para mantê-lo perto – Dwyrhal, cuidado... Dwyrhal!

    Não estava compreendendo muita coisa, as árvores pareciam mudar de lugar, além do estranho barulho que vinha da floresta.

    - Dwyrhal, venha! Agora! – ordenou, queria que o pooka ficasse próximo também – o que está acontecendo? Vamos sair daqui.






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    [Narração] A crisálida Empty Re: [Narração] A crisálida

    Mensagem por Bastet Qui 1 Jun 2017 - 16:12



    C h r y s a l i s
    A crisálida

       



    A primeira a perceber o que estava acontecendo ali fora Nix. Como era a única “adulta” ali, a jovem estava com seus sentidos em alerta, preocupada com a segurança dos três infantes. Quando Dwyrhal saiu correndo, sem aviso, a menina quase arrancou os cabelos, sem saber o que fazer. Puxou Jack pela mão e foi atrás do Pooka, que corria de um lado para o outro, tomado pelos instintos mais primitivos de sua parte canina. O pequeno corria de forma aleatória, afirmando que estavam mudando a árvore dele de lugar. Mas o que isso significava? Ninguém conseguia pegar uma árvore assim, do nada, e ficar mudando ela de lugar na velocidade que o jovem Kithain se movia, certo?

    Foi aí que Nix percebeu que fazia mais sentido eles estarem se movendo, ao invés da árvore. Mas como isso era possível? Ela não sabia. Aos olhos de todos, estavam parados, assim como as árvores a sua volta. Além das folhas das árvores se movendo, de acordo com o vento, nada indicava movimento no ambiente. A menina pensou um pouco, partilhando a sua impressão com os demais.

    [...]

    Edwin se soltara da mão dela, pegando Winter pela coleira e tentando acalmar o menino. Sabia que havia algo errado, pois o cão, mesmo de raça doméstica, sempre tivera um faro muito bom.  Se ajoelhou, agarrando o Pooka pelo pescoço, enquanto esse rosnava e tentava sair correndo.

    - Minha arvore grr! Minha árvore! Ela tá ali... Depois ali...Depois lá longe! Vão roubar ela, é minha grrrr....

    O pequeno dizia, entre latidos bravos. Ouvir a afirmação dele, somada às de Nix, fizeram o jovem Eshu pensar no que estava acontecendo. Era mais que lógico que estivessem se movendo, como Nix dissera, mas não fazia sentido estarem parados enquanto isso acontecia. Até que se lembrou de um truque usado no circo: na apresentação de uma das bailarinas, o picadeiro, de forma circular, se movia bem lentamente, quase imperceptível para a bailarina que estava no centro, mas dando a impressão, aos olhos da plateia, que eram as arquibancadas que estavam se movendo. Era lindo o alvoroço que causava...  Talvez estivessem em algo parecido com aquela plataforma... Ou na “arquibancada”?

    O menino começou a tagarelar com Nix, até que ela sugeriu que saíssem dali.

    [...]

    -Não! – Fenrir disse, de súbito, quando a menina ameaçou passar entre uma das árvores.

    Estivera quieto até o momento, ainda com muita vergonha de dizer qualquer coisa na frente dos outros três, mas ouvia tudo o que eles diziam... Além de estar muito atento aos barulhos estranhos vindos da floresta. Inicialmente, pareciam aleatórios, mas aos poucos, ele começou a enxergar um padrão cíclico. Estavam de fato se movendo, mas não só eles... Tudo a sua volta se movia, cada “peça” da floresta com seu ritmo e velocidade, como engranagens... Por isso era tão difícil entender o que estava acontecendo.

    Não podiam se mover aleatoriamente...  Ou acabariam voltando para aquela mesma clareira... Ou, pior, ficariam presos naquele lugar para sempre. Mas, apesar de entender aquilo, a mente de Fenrir não conseguia se concentrar o suficiente para decifrar por onde deviam ir. Talvez precisasse de um pouco de imaginação, mas, desde que entrara ali, havia sentido que esta o havia abandonado, junto com Alice.






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