Aquela era uma manhã cinza, que prometia chuva para a jovem Londres, Aneliese observava o nascer do dia de sua janela, no alto da grande torre: a baixo de si estava o terreno onde tudo começava a acontecer. Sentia-se feliz, mas assustada. Tinha uma grande projeto nas mãos e não sabia exatamente até quando lhe seria permitido seguir em frente: e se chamasse atenção desnecessária? E se começassem e desconfiar das realidades de sua trupe de ‘artistas’? Eram questões que lhe pesavam o coração. Olhou para baixo, para o terreno, para as tendas e para as carroças onde eles faziam moradas: a maioria tinha preferido assim, para manter o disfarce mais real: nada de luxos excessivos e a vista. Carroças eram boas moradas e aquelas eram confortáveis por dentro, apesar de sua aparência. Seus pensamentos foram tomados quando alguém bateu à porta de sua torre e a jovem aristocrata voltou-se para a porta. Sussurrou um entre, e observou a porta abrir-se, mas ninguém entrar. Ela podia sentir a presença, é claro, mas ainda sim era algo incomodo com o qual estava tentando se acostumar. Aneliese andou até a penteadeira e sentou-se, arrumando os cabelos. - A Caixa que mademoiselle comprou acabou de chegar. – Lhe sussurrou a voz do além, Aneliese ainda sentia um cala frio toda vez que Shadow falava, era como ouvir a voz de muitos e muitos fantasmas, mas buscava não deixar isso evidente. Ela se levantou da penteadeira e moveu-se para fora da torre, acompanhada da assombração sombria. Lá em baixo, seu vestido arrastava na grama úmida, enquanto Aneliese andava em direção a uma das tendas, havia mais carroças ali do que se lembrava da última vez e sabia esperar ao menos mais três pessoas para chegar naquele dia. Talvez eventualmente precisassem arrumar um lugar maior. Aneliese adentrou a tenda, onde a grande caixa estava sendo posicionada por Hamu. Não era o jeito que tinha pretendido que aquilo acontecesse – em verdade, tinha dado instruções de como deveria ser o transporte -, mas pelo visto seu vendedor estava pouco se importando com isso. Aneliese suspirou e fez um sinal para Hamu, para que esse abrisse a bendita caixa. Hamu não precisou de muito esforço para fazê-lo e logo a caixa tombou, revelando a fera dentro dela. Hamu pareceu surpreso – e ligeiramente receoso a respeito da segurança de Madame Aneliese -, mas essa sequer se moveu, enquanto seus olhos focavam-se única e exclusivamente na onça. – Olá, minha criança. – E mesmo em todo seu mau humor, a onça podia sentir a doçura daquela voz, tão, tão diferente de todas as outras que ela tinha escutado em todos os seus anos de cativeiro. - Você está segura, agora. – Ela voltou a gesticular para Hamu, e esse pareceu acordar de seu pequeno torpor e se moveu para longe, indo buscar algo. Aneliese voltou seu foco para a onça. - Você tem um nome? – Perguntou. Hamu voltou com um grande pedaço de carne, que jogou – de certa distancia – para a onça. Juma é claro, não conhecia o lugar em que estava, tão pouco as pessoas que estavam ali - podia ver duas, mas estranhamente sentia uma terceira presença, mesmo que não conseguisse farejá-la - olhando a sua volta, tudo que podia ver era estar dentro do que parecia uma tenda, luzes de lampiões espantavam a escuridão e não havia qualquer tipo de decoração no lugar, tão pouco outras pessoas. A mulher a sua frente parecia normal, apesar de ter algo que Juma não entendia bem: ela parecia confiável, parecia alguém pouco disposta a lhe machucar e não tinha se movido em nenhum momento. Já o outro sujeito era... Era estranho, Juma nunca tinha visto alguém verde e com dentes daquele jeito, não entre as pessoas com as quais tinha sido obrigada a conviver. Era um dúbio, já que se sentia segura na presença da mulher, mas acuada pelo novo 'território'. |
[Prólogo] - A Chegada da Fera
- Rosenrot
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- Mensagem nº1
[Prólogo] - A Chegada da Fera
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- Mensagem nº2
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
A viagem havia sido terrível. Dias e mais dias dentro de uma caixa apertada, com pouca ventilação e nenhum meio de alimentação ou hidratação; além da pouca possibilidade de se movimentar ali dentro. Boa parte do tempo, Juma ficou na sua forma de filhote, para ficar mais confortável, mas, nem mesmo assim, conseguiu manter energias até o fim da viagem. Perdeu a consciência várias vezes, não se lembrando de boa parte do caminho (não que pudesse ver algo), mas logo sentiu que, ao invés de um navio, estava em uma espécie de carro... Sendo movimentada para um novo lugar. [...] A caixa onde estava foi colocada no meio de algo que parecia outro circo, o que a fez ficar muito agitada e adquirir o tamanho normal, mal se aguentando em pé, mas “rosnando” alto e batendo o corpo contra as paredes das caixas. Ninguém se aproximou, podia sentir o medo deles... Além de um cheiro... Peculiar. Ninguém ali cheirava como os humanos... De alguma forma, ela reconhecia o cheiro... Eram... Como ela? Enquanto pensava, as travas da caixa foram retiradas e esta se abriu. Juma saltou , saindo daquele local apertado e fétido, ficando a poucos centímetros da mulher áurea e pálida que estava parada ali. Os sons da onça poderiam ser ouvidos de longe, mas ela estava claramente em modo de defesa. Podia, de fato, machucar as duas pessoas que estavam próximas, mas apenas mostrava os dentes e passava as garras no chão, olhando tudo em volta. A impressão de segurança também a impedia de causar uma tragédia ali. Nunca havia sentido aquilo... Nem mesmo na selva, onde a vida era matar ou morrer. [...] Ao ouvir a voz da mulher falando diretamente com ela, deu um passo para trás, pensando que seria algum tipo de comando ou ordem. Mas a voz gentil surpreendeu a metamorfa, assim como a alimentação que veio em seguida. Estava magra, mas, ainda sim, vê-la se mover era algo majestoso. Se aproximou da carne, rosnando e grunhindo para afastar qualquer outro “predador”, cheirando. A sensação de que outra pessoa estava ali a deixava ainda mais desconfiada. Pegou a carne, saindo correndo pela sala, tentando achar uma saída dali. Não se transformou, nem respondeu a pergunta da mulher. Estava muito confusa com aquele novo lugar e novas pessoas. |
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- Mensagem nº3
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
Aneliese observava Juma com cautela, enquanto a onça descobria o novo local onde estava. Ela tinha paciência para aguardar, apesar do tempo corrido daquele dia. Não recordava-se muito bem, mas sua agenda estava com alguns leves compromissos.
Após Hamu lhe oferecer a carne e Juma agir do modo arisco que Aneliese esperava que ela agisse, a jovem aristocrata suspirou, desejava ter mais tempo para conseguir acalmar Juma propriamente, mas naquela manhã o tempo lhe era escasso.
- Hamu, faça a gentileza de fornecer-lhe água fresca, também e deixe-a livre para perambular, mas não a permita sair das dependências do terreno. Acredito que todas as cercas e portões estão devidamente fechados, certo?
Hamu moveu a cabeça de leve, resmungando alguma coisa que Ane não entendeu, enquanto movia uma tina e a preenchia com água fresca. A jovem aristocrata retornou seu olhar para Juma.
- Seja bem vinda, Juma. Nos veremos de novo em breve. Hamu vai ajudá-la no que precisar. - E fez uma leve mensura, ao dar-lhe as costas e mover-se para fora da tenda.
- Moça onça não fala? - Resmungou Hamu, após a saída da aristocrata. Ele terminava de preencher a tina de água e voltou-se para os "restos" da caixa, para tirar dali. O trabalho parecia fácil, para alguém tão forte como Hamu. Ele levou os restos da caixa para um canto e voltou com cobertores e almofadas. - Bem, às vezes é melhor não falar mesmo. - Continuou. - Mas moça onça está bem agora. Não se preocupar.
Após Hamu lhe oferecer a carne e Juma agir do modo arisco que Aneliese esperava que ela agisse, a jovem aristocrata suspirou, desejava ter mais tempo para conseguir acalmar Juma propriamente, mas naquela manhã o tempo lhe era escasso.
- Hamu, faça a gentileza de fornecer-lhe água fresca, também e deixe-a livre para perambular, mas não a permita sair das dependências do terreno. Acredito que todas as cercas e portões estão devidamente fechados, certo?
Hamu moveu a cabeça de leve, resmungando alguma coisa que Ane não entendeu, enquanto movia uma tina e a preenchia com água fresca. A jovem aristocrata retornou seu olhar para Juma.
- Seja bem vinda, Juma. Nos veremos de novo em breve. Hamu vai ajudá-la no que precisar. - E fez uma leve mensura, ao dar-lhe as costas e mover-se para fora da tenda.
- Moça onça não fala? - Resmungou Hamu, após a saída da aristocrata. Ele terminava de preencher a tina de água e voltou-se para os "restos" da caixa, para tirar dali. O trabalho parecia fácil, para alguém tão forte como Hamu. Ele levou os restos da caixa para um canto e voltou com cobertores e almofadas. - Bem, às vezes é melhor não falar mesmo. - Continuou. - Mas moça onça está bem agora. Não se preocupar.
- Bastet
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- Mensagem nº4
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
A onça percorria toda a tenda, até achar um local escondido, pra se agachar e comer. A princípio, não havia nenhuma saída sem ser a que os outros dois estavam em frente, e ela não se sentia segura passando por ali. O local novo parecia tanto com o outro circo que Juma tinha medo de sair e ser presa em outra jaula. Mastigava a carne de forma voraz, terminando em duas mordidas. Os outros dois podiam ouvir os ossos presentes na carne se quebrarem com facilidade, enquanto conversavam... [...] Quando a mulher pálida saiu dali, falando aquelas coisas bondosas, Juma apenas deu um grunhido. Não era algo completamente arisco, mas também não era amistoso. Observou o homem grandão encher uma tina de água, falando com ela de uma forma engraçada. Apesar do tamanho, ela não sentia maldade dele... Nem ameaça, mas algo ainda estava no ambiente e não poder identificar a estava deixando maluca. Juma se aproximou da vasilha com água, bebendo, sempre de olho no homem. Ele não parecia se incomodar com o peso da caixa e era até cômico ver ele carregando almofadas e uma coberta. A onça não entendeu que era pra ela, afinal, dormia no frio no outro circo, apenas o rodeando, enquanto ouvia. Hamu não parecia nada humano, sua aparência era quase animal. Ou o mais próximo que Juma já tivera de reconhecer alguém como de sua “espécie”. Ela se sentou, lambendo as patadas, sem nunca parar de observar a movimentação do grandalhão. Quando ele parou, pousando a coberta e as almofadas no chão, e indicando para ela ficar à vontade, pois estava segura, Juma grunhiu. Ela ficou “de pé”, dando alguns passos e começando a mudar de forma, fazendo um barulho alto de dor, enquanto seus ossos se quebravam e refaziam para a transformação, que terminou em um grito feminino e bastante rouco, pelo pouco uso da voz. Estava nua, de quatro, começando a se erguer, olhando o homem com a expressão curiosa. Os dentes ainda eram afiados e as garras amedrontadoras, apesar de ter uma aparência bastante agradável, quase humana. -Você...como eu? – apesar de entender bem a língua, era a primeira vez que usava com um humano...ou o que quer que o homem fosse, por isso, não tinha muita habilidade com ela. |
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- Mensagem nº5
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
Hamu não era um sujeito bruto, apesar de sua aparência e força. Ele arrumou os cobertores e as almofadas para a jovem onça, enquanto a deixava beber água em paz e começava a pensar como diabos ia cozinhar algo para uma onça. Quer dizer, ele já tinha cozinhado para toda a sorte de criaturas, mas uma onça? Onde Madame Ane estava com a cabeça?
Então Juma falou e para Hamu foi uma leve surpresa isso, não mais que vê-la transformar-se em algo “quase humano”, agora entendia porque Madame Ane tinha separado roupas, também. Hamu voltou a se mover na direção das coisas que trouxera, remexendo aqui e ali e então puxou o vestido cuidadosamente dobrado. Era um vestido simples – muito diferente dos que Madame Ane costumava usar -, mas ele achava bonito.
- Não exatamente. – Falou Hamu, voltando-se para Juma, e oferecendo-lhe a peça. - Sou diferente, como você, mas não posso mudar de forma, como você. Mas aqui isso não importa, aqui o diferente é bom. Não é como lá fora, onde há pessoas más.
Então Juma falou e para Hamu foi uma leve surpresa isso, não mais que vê-la transformar-se em algo “quase humano”, agora entendia porque Madame Ane tinha separado roupas, também. Hamu voltou a se mover na direção das coisas que trouxera, remexendo aqui e ali e então puxou o vestido cuidadosamente dobrado. Era um vestido simples – muito diferente dos que Madame Ane costumava usar -, mas ele achava bonito.
- Não exatamente. – Falou Hamu, voltando-se para Juma, e oferecendo-lhe a peça. - Sou diferente, como você, mas não posso mudar de forma, como você. Mas aqui isso não importa, aqui o diferente é bom. Não é como lá fora, onde há pessoas más.
- Vestido:
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- Mensagem nº6
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
A jovem metamorfa ouvia atentamente. Ouvia tudo, na verdade... Os passos lá fora, algumas conversas e agitação. Parecia que não era a única a chegar ali... E ninguém tinha o cheiro dos humanos. Que tipo de lugar era aquele? Ela não fazia ideia... Mas, apesar de estar de frente para um homem gigantesco e com uma aparência bruta e incomum, não se sentia tão tranquila desde... Nem mesmo se lembrava. – É bom? Não... bater? – perguntou. Bem, as outras estadias não haviam sido mil maravilhas. Ela viu o pedaço de pano ser estendido e pegou, sem saber bem sua utilidade. Via sempre humanas usando aquilo, mas ninguém nunca havia oferecido um treco daqueles pra ela. Juma aproximou o pano no “focinho”, cheirando e fazendo uma careta. Virou aqui, virou ali, enrolou... Não fazia ideia do que fazer com um vestido, mas estava entretida brincando com os panos moles dele. -Pra que isso? – perguntou, vendo, pelo “buraco” da gola do vestido, as cordinhas de fechar ele e enfiando a cabeça ali, tentando pegar com as mãos ainda de fora. – Grrr – brigou, ficando presa naquele monte de pano, tentando sair e só se enrolando mais. O rabo ia de um lado pro outro, chicoteando o ar. |
- Rosenrot
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- Mensagem nº7
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
- O que não bater? - Hamu não tinha captado a linha de raciocínio de Juma naquele instante, quanto terminava de arrumar as coisas na tenda, sabia que eventualmente Juma ganharia uma carroça apenas dela, mas no momento a jovem precisava se habituar ao que estava acontecendo e as pessoas com quem conviveria.
- Isso é para vestir. - Disse Hamu, observando como a fera não parecia fazer ideia do que fazer com aquela peça de roupa, calmamente o ogro se aproximou e pegou o vestido, era como ensinar uma criança, pensou ele. Hamu arrumou a peça e então com delicadeza passou ela pela cabeça de Juma e ajudou a jovem a enfiar os braços nos buracos certos e depois puxou o vestido para baixo, arrumando os últimos detalhes, ele se afastou e pegou um espelho perdido por ali, colocando-o em frente a Juma. - Temos que usar roupas para andar lá fora, não podemos sair sem elas, entende? As moças vão poder ter explicar isso melhor. - Ele achava que seria muito melhor que as moças explicassem a ela, muito melhor mesmo.
- Aqui não é onde você vai ficar, então quando estiver pronta, eu te levo até seu quarto, certo?
- Isso é para vestir. - Disse Hamu, observando como a fera não parecia fazer ideia do que fazer com aquela peça de roupa, calmamente o ogro se aproximou e pegou o vestido, era como ensinar uma criança, pensou ele. Hamu arrumou a peça e então com delicadeza passou ela pela cabeça de Juma e ajudou a jovem a enfiar os braços nos buracos certos e depois puxou o vestido para baixo, arrumando os últimos detalhes, ele se afastou e pegou um espelho perdido por ali, colocando-o em frente a Juma. - Temos que usar roupas para andar lá fora, não podemos sair sem elas, entende? As moças vão poder ter explicar isso melhor. - Ele achava que seria muito melhor que as moças explicassem a ela, muito melhor mesmo.
- Aqui não é onde você vai ficar, então quando estiver pronta, eu te levo até seu quarto, certo?
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- Mensagem nº8
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
- Não bater eles... em a gente – esclareceu, ou ao menos tentou. Após se enrolar com o tal do vestido, sentiu Hamu se aproximando e, instintivamente, grunhiu alto, em ameaça. Mas logo se lembrou que ele era bonzinho, recolhendo as garras e escondendo os dentes afiados. Deixou ele tirar a peça vestida errada do corpo dela e arrumar, para, então, vestir de forma correta. Juma não gostou nada daquilo. Prendia os movimentos. Puxou aqui e ali, com uma careta visível. Mas acabou assentindo, por hora. Parecia que ali tinha regras, também, mas, apesar do vestido incomodar, era melhor do que ficar presa e ser agredida. Tentou memorizar como vestir aquela coisa, ficando imóvel com aquilo. Era como se não conseguisse se mexer direito, quase caindo. Teve de tentar algumas vezes, até conseguir se manter de pé e dar uns passos com o vestido. -Quarto? Não Jaula? – parecia confusa, de forma até ingênua. Mas assentiu, se deixando guiar por Hamu. |
- Rosenrot
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- Mensagem nº9
Re: [Prólogo] - A Chegada da Fera
Hamu chegou a arquear levemente a sobrancelha, ao ouvir Juma perguntar aquelas coisas. - Eu não sei de onde você veio, moça, mas aqui ninguém bate em ninguém. - Disse, para tentar tranquilizá-la. Nem sempre a convivência geral era pacifica, claro, mas as coisas acabavam se resolvendo na conversa na maior parte das vezes, ou na sala de Miss Aneliese. Quando Juma rosnou daquele jeito, Hamu não se intimidou e terminou de vestir a moça, para então retornar as suas andanças no lugar.
- É um tipo de trailer, espaçoso até, e lá ficam suas coisas. Sua cama, suas roupas, e o que você quiser guardar. Nada de jaulas. Nós não temos lugares para jaulas aqui. Nem temos animais propriamente dito. Miss Aneliese não gosta de shows com animais que foram retirados de seus lares. Ela apenas acolhe quem precisa ou quer ser acolhido. - Quando terminou tudo, Hamu indicou a saída para Juma, esperando que a moça começasse a andar - e se acostumar com as roupas - para rumarem para o lado de fora.
[...]
Lá fora, Juma pode ver o grande terreno em que estavam. Tinham muitas tendas erguidas anunciando shows, e como Hamu dissera: nada de jaulas. Ao longe, Juma podia ver uma maior concentração de árvores, no que parecia um "jardim-bosque" cercado por uma cerquinha de ferro e fechado atrás de um portão, ao lado dele estava o que parecia uma horta, e depois da horta uma concentração de pequenas carroças coloridas, onde pessoas entravam e saiam. Hamu indicou exatamente aquele lugar e quando iam começar a andar... Foram interceptados por uma vozinha.
Uma espécie de lobinho miniatura falava com Hamu e apresentava outra pessoa. Hamu trocou algumas palavras com a pessoa, antes de virar-se para Juma e apresentá-los. - Essa é Akemi, acho que ela é meio... Hm... Igual você, sabe? - Mas depois ele se voltou para o rapaz.
- Acho que podemos tentar. - Ele disse, em sua voz bestial, mas relativamente doce. Estendeu a grande mão para Jasper, parecia um sujeito gentil. - Hamu, eu cuido para que vocês tenham refeições quentes todos os dias, a cozinha é minha jurisdição, já trabalho em alguma cozinha antes, Jasper? - Perguntou, antes de virar-se para o lado, indicando a moça com ele.
- Essa é Juma, acabou de chegar para se juntar a nós, também, estava indo mostrar os alojamentos para ela. Você gostaria de vir conosco?
Continua aqui.
- É um tipo de trailer, espaçoso até, e lá ficam suas coisas. Sua cama, suas roupas, e o que você quiser guardar. Nada de jaulas. Nós não temos lugares para jaulas aqui. Nem temos animais propriamente dito. Miss Aneliese não gosta de shows com animais que foram retirados de seus lares. Ela apenas acolhe quem precisa ou quer ser acolhido. - Quando terminou tudo, Hamu indicou a saída para Juma, esperando que a moça começasse a andar - e se acostumar com as roupas - para rumarem para o lado de fora.
[...]
Lá fora, Juma pode ver o grande terreno em que estavam. Tinham muitas tendas erguidas anunciando shows, e como Hamu dissera: nada de jaulas. Ao longe, Juma podia ver uma maior concentração de árvores, no que parecia um "jardim-bosque" cercado por uma cerquinha de ferro e fechado atrás de um portão, ao lado dele estava o que parecia uma horta, e depois da horta uma concentração de pequenas carroças coloridas, onde pessoas entravam e saiam. Hamu indicou exatamente aquele lugar e quando iam começar a andar... Foram interceptados por uma vozinha.
- Hamu, meu querido amigo. - Falou o animalzinho. - Esse é Jasper, ele busca um emprego, mas não os que os outros vem buscar, talvez você possa ter algo para ele. Um ajudante, talvez?
Hamu coçou a cabeça careca e olhou na direção de Jasper por um instante, meio confuso com a situação. Um ajudante...? Bom, talvez, a trupe estava crescendo e isso queria dizer mais comida e mais louça.
Uma espécie de lobinho miniatura falava com Hamu e apresentava outra pessoa. Hamu trocou algumas palavras com a pessoa, antes de virar-se para Juma e apresentá-los. - Essa é Akemi, acho que ela é meio... Hm... Igual você, sabe? - Mas depois ele se voltou para o rapaz.
- Acho que podemos tentar. - Ele disse, em sua voz bestial, mas relativamente doce. Estendeu a grande mão para Jasper, parecia um sujeito gentil. - Hamu, eu cuido para que vocês tenham refeições quentes todos os dias, a cozinha é minha jurisdição, já trabalho em alguma cozinha antes, Jasper? - Perguntou, antes de virar-se para o lado, indicando a moça com ele.
- Essa é Juma, acabou de chegar para se juntar a nós, também, estava indo mostrar os alojamentos para ela. Você gostaria de vir conosco?
Continua aqui.