Ox já estava ali tempo o suficiente para saber que cada um tinha um papel importante naquela grande engrenagem que era o Circus e que ali a vida era muito melhor do que tinha sido em seus tempos de escravo, mesmo que tivesse que às vezes, aturar aquelas três terríveis criaturinhas risonhas. Não era que fossem criaturas más, porém podiam ser bem incomodas quando desejavam e pareciam desejar isso na maior parte do tempo. Era inicio de manhã, enquanto Ox ajudava Hamu a descarregar os caixotes de mantimentos que chegavam e colocá-los na cozinha. Rafi estava sentado em um de seus chifres e tagarelava o tempo todo sobre como estava chegando gente nova e que com tanta gente nova não ia sobrar comida para Rafi e que Rafi tinha medo de gente nova porque gente nova podia ser gente malvada. Os outros dois dos trigêmeos estavam encostados na carroça, pouco dispostos a realmente por a mão na massa. Hamu os ignorava como podia, assim como Ox, o ogro grandalhão tinha um bom coração e um temperamento bastante calmo. A tarefa de descarregar as caixas demorou cerca de meia hora apenas, e então Ox estava livre - bom, não de Rafi, que parecia achar bastante agradável permanecer num dos chifres do grandalhão. - 'Cê viu? 'Cê viu? - Grunhia o pequeno Rafi. - Mais gente nova ali, ó, mais gente nova. - Resmungava, ao apontar na direção da jovem Carola que conduzia um rapaz na direção da tenda onde eram feitas as entrevistas, Rafi correu de um chifre para o outro com uma rapidez no mínimo impressionante. Ox tinha aprendido isso sobre os pequenos duendes: eles eram rápidos e enxergavam muito bem. - Muita gente nunca bom chifrudinho, nunca bom. Ficar alerta, chifrudinho. - Então ele retirou da bolsinha que carregava um papel, onde estava uma lista de tarefas que ambos deveriam executar - mas que na maior parte do tempo, Ox quem fazia. - Agora nós ter que levantar tenda nova pra lá. - Informou. - Tenda pruma tal de Juma se apresentar. Quem ser Juma, chifrudinho? |
[Prólogo] - O Gigante Gentil (Às vezes nem tanto).
- Rosenrot
Troubleshooter - Mensagens : 974
Reputação : 71
Conquistas :- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/2211.png
- Mensagem nº1
[Prólogo] - O Gigante Gentil (Às vezes nem tanto).
- Dark Tiger
Samurai Urbano - Mensagens : 126
Reputação : 6
Ox não gostava de ratinhos. Rafi e cia eram ratinhos mais irritantes do que ele poderia suportar. Mas Ox gostava de companhia de quem não tem medo do Ox. É difícil não ser temido quando se tem 3, 82 m de altura e chifres que lhe acrescentam mais 12 cm na estatura. Rafi não tinha medo de Ox. Ox gostava de não ser temido.
Ox permanecia em silêncio conforme Rafi tagarelava. Ele ocupava a mente com o trabalho, de forma á fazer as palavras do duende entrarem por um ouvido e saírem por outro. As mãos também estavam bem ocupadas: cinco caixotes em cada uma que pareciam pesar não mais do que uma almofada para o menino touro.
Quando terminou de desembarcar os mantimentos, Ox caminhou pelo Circus com Rafi em seus chifres. Olhou de relance para o garoto mais velho guiado por Carlota, mas permaneceu em silêncio, irreverente aos matraqueios de Rafi. Ox gostava de gente nova. Quando nas minas, gente nova significa menos trabalho. Ele apreciava ter menos trabalho. Mais tempo para brincar.
Veja bem, crianças normais normalmente brincam de casinha, policial e bandido, pique-esconde, pega-pega... Mas crianças normais tinham medo de meninos touro de quase 4 m de altura, musculosos, cobertos de cicatrizes e capazes de erguer arranhacéis do chão sem fazer muito esforço. Ox ocupava-se brincando com os elefantes e rinocerontes do Circus, que pra ele eram como gatinhos ou cachorrinhos são para garotinhos normais de sua idade. Brinquedos? Seus únicos brinquedos eram o par de alabardas e o par de machados que usa em suas apresentações.
Enquanto Rafi tagarelava sobre a próxima tarefa Ox já estava carregando a lona e os mastros de sustentação enrolados nela em sua mão esquerda. Na direita levava o letreiro. Quando o duende perguntou quem era Juma Ox respondeu calmamente.
- Menina gato-grande. - ele ainda não a conhecia, mas a Sombra comentara com ele sobre a encomenda da senhorita Aneliese.
Ele não precisou se esforçar para fincar os mastros de forma firme, bastou que ele os batesse levemente contra o solo. Quando a armação estava pronta estendeu a tenda e à prendeu com pregos, meramente precionando com o polegar contra o chão para fixá-los. Em seguida pendurou o letreiro chamativo e concentrou uma pequena carga elétrica no dedo indicador, com um peteleco o letreiro ligou e as lâmpadas se ascenderam. Ele limpou o suor da testa. Havia ficado nervoso, com medo de perder o controle da sua força e acabar explodindo o letreiro novinho. Ele pegou uma toalhinha de flanela e limpou o letreiro. Prontinho!
Em seguida virou-se e caminhou na direção dos Trailers, contornando a Casa dos Espelhos - aquele lugar deixava Ox nervoso. Ele planejava avisar a novata que sua tenda estava pronta, mas encontrou-se parado na porta. Ele sabia que devia bater antes de entrar no quarto de uma menina, mas da ultima vez que fizera isso o trailer se despedaçou ao primeiro toque. Ele lembrava disso pois Rafi vivia lembrando-o da cena e rindo. Ele respirou fundo, se curvando para encarar a porta uma vez que era maior que o próprio Trailer. Ele deu um soquinho extremamente cuidadoso na madeira, esperando a porta cair das dobradiças ou o Trailer se despedaçar. Ao mesmo tempo coçavauma profunda cicatriz em seu ante-braço esquerdo, como fazia quando ficava muito nervoso.
Ox permanecia em silêncio conforme Rafi tagarelava. Ele ocupava a mente com o trabalho, de forma á fazer as palavras do duende entrarem por um ouvido e saírem por outro. As mãos também estavam bem ocupadas: cinco caixotes em cada uma que pareciam pesar não mais do que uma almofada para o menino touro.
Quando terminou de desembarcar os mantimentos, Ox caminhou pelo Circus com Rafi em seus chifres. Olhou de relance para o garoto mais velho guiado por Carlota, mas permaneceu em silêncio, irreverente aos matraqueios de Rafi. Ox gostava de gente nova. Quando nas minas, gente nova significa menos trabalho. Ele apreciava ter menos trabalho. Mais tempo para brincar.
Veja bem, crianças normais normalmente brincam de casinha, policial e bandido, pique-esconde, pega-pega... Mas crianças normais tinham medo de meninos touro de quase 4 m de altura, musculosos, cobertos de cicatrizes e capazes de erguer arranhacéis do chão sem fazer muito esforço. Ox ocupava-se brincando com os elefantes e rinocerontes do Circus, que pra ele eram como gatinhos ou cachorrinhos são para garotinhos normais de sua idade. Brinquedos? Seus únicos brinquedos eram o par de alabardas e o par de machados que usa em suas apresentações.
Enquanto Rafi tagarelava sobre a próxima tarefa Ox já estava carregando a lona e os mastros de sustentação enrolados nela em sua mão esquerda. Na direita levava o letreiro. Quando o duende perguntou quem era Juma Ox respondeu calmamente.
- Menina gato-grande. - ele ainda não a conhecia, mas a Sombra comentara com ele sobre a encomenda da senhorita Aneliese.
Ele não precisou se esforçar para fincar os mastros de forma firme, bastou que ele os batesse levemente contra o solo. Quando a armação estava pronta estendeu a tenda e à prendeu com pregos, meramente precionando com o polegar contra o chão para fixá-los. Em seguida pendurou o letreiro chamativo e concentrou uma pequena carga elétrica no dedo indicador, com um peteleco o letreiro ligou e as lâmpadas se ascenderam. Ele limpou o suor da testa. Havia ficado nervoso, com medo de perder o controle da sua força e acabar explodindo o letreiro novinho. Ele pegou uma toalhinha de flanela e limpou o letreiro. Prontinho!
Em seguida virou-se e caminhou na direção dos Trailers, contornando a Casa dos Espelhos - aquele lugar deixava Ox nervoso. Ele planejava avisar a novata que sua tenda estava pronta, mas encontrou-se parado na porta. Ele sabia que devia bater antes de entrar no quarto de uma menina, mas da ultima vez que fizera isso o trailer se despedaçou ao primeiro toque. Ele lembrava disso pois Rafi vivia lembrando-o da cena e rindo. Ele respirou fundo, se curvando para encarar a porta uma vez que era maior que o próprio Trailer. Ele deu um soquinho extremamente cuidadoso na madeira, esperando a porta cair das dobradiças ou o Trailer se despedaçar. Ao mesmo tempo coçavauma profunda cicatriz em seu ante-braço esquerdo, como fazia quando ficava muito nervoso.
- Rosenrot
Troubleshooter - Mensagens : 974
Reputação : 71
Conquistas :- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/2211.png
- Outro gato!!! - Resmungou, subitamente mais mau humorado do que inicialmente tinha ficado. Bufou, movendo-se de um lado para o outro nos chifres de Ox, enquanto o grandalhão fazia todo o trabalho. Rafi dava instruções, de onde ele deveria fincar as coisas, de como deveria estender a tenda e de como deveria colocar as coisas. Mas fazer? Fazer ele não fazia nada mesmo.
- Onde você tá indo? - Resmungou de novo, quando Ox terminou os afazeres e começou a rumar para a área de trailers. - A gente ainda tem mais coisa pra fazer, viu? E a moça gato ainda nem chegou por lá! - E lhe cutucou o chifre, apontando na direção onde Hamu estava com dois recém chegados, mais Akemi - um bichinho que Ox não conhecia bem, mas era bastante engraçado - e a menina gato.
- Já que você quer tanto ver um gato grande e pulguento, é só ir lá! - Afirmou, agora saltando dos chifres de Ox para o chão. Rafi não era muito fã de gatos, principalmente daqueles grandes demais. Ao se aproximar do grupo, Ox pode notar quem estavam lá: Akemi estava em sua forma pequena, que mais lembrava um cachorro do que um lobo, Hamu estava entre Juma e Akemi - e Juma parecia bastante propensa a tentar atacar Akemi, que a ignorava. E havia um rapaz novo, que não parecia muito diferente de todos os rapazes que Ox já tinha visto na vida.
- Ah, olá, Ox. - Disse Hamu, quando Ox se aproximou. - Eu estava indo levar Juma e Jasper para conhecerem o lugar, quer se juntar a nós?
Continua aqui.
- Onde você tá indo? - Resmungou de novo, quando Ox terminou os afazeres e começou a rumar para a área de trailers. - A gente ainda tem mais coisa pra fazer, viu? E a moça gato ainda nem chegou por lá! - E lhe cutucou o chifre, apontando na direção onde Hamu estava com dois recém chegados, mais Akemi - um bichinho que Ox não conhecia bem, mas era bastante engraçado - e a menina gato.
- Já que você quer tanto ver um gato grande e pulguento, é só ir lá! - Afirmou, agora saltando dos chifres de Ox para o chão. Rafi não era muito fã de gatos, principalmente daqueles grandes demais. Ao se aproximar do grupo, Ox pode notar quem estavam lá: Akemi estava em sua forma pequena, que mais lembrava um cachorro do que um lobo, Hamu estava entre Juma e Akemi - e Juma parecia bastante propensa a tentar atacar Akemi, que a ignorava. E havia um rapaz novo, que não parecia muito diferente de todos os rapazes que Ox já tinha visto na vida.
- Ah, olá, Ox. - Disse Hamu, quando Ox se aproximou. - Eu estava indo levar Juma e Jasper para conhecerem o lugar, quer se juntar a nós?
Continua aqui.