3. O Caminho do Soldado (Urias Betsabá)

Urias já estava de pé quando o alarme soou. Mas aquele não era o toque usual da manhã. Era algo mais. Como um bom soldado mezariano recém saído da academia, Urias sabia reconhecer o alarme de ataque.

O jovem soldado se apressa em pegar sua armadura e armas em meio ao grande entra e sai de homens, armas, escudos e cavalos.  Era uma grande movimentação, coordenada aos brados pelos comandantes.

- ATAQUE NA MURALHA, TODAS AS TROPAS DEVEM SE PREPARAR!

O som de uma explosão. Algo havia se chocado contra a muralha, algo pesado.  O alarme soa novamente e mais alto.

- TODOS EM DIREÇÃO A TORRE SUL!

Urias acompanha seu pelotão até a Torre Sul. Era um dos postos avançados da muralha que defendia que o reino de Mezara contra os constantes ataques goblinóides.

Novamente um som de explosão.

Estava em sua cama sonolento, sem pensar em nada, quando finalmente tomou coragem para se levantar, ouviu um alarme, sabia o que significava, mas não sabia se estava preparado para aquilo, de qualquer forma, tinha de estar! Foi logo pegar seus equipamentos. Enquanto se arrumava levantava hipóteses para o que estava acontecendo, seria esse o começo de uma guerra? Sem enrolar muito, saiu para a rua, que mais parecia um mar de soldados, estavam indo e vindo de todos os lugares. Não foi dar um passo que ouviu um de seus comandantes:
    - ATAQUE NA MURALHA, TODAS AS TROPAS DEVEM SE PREPARAR!
    “Ataque na muralha?” e antes que pensasse qualquer outra coisa foi interrompido por um barulho de explosão.
    O alarme que já havia parado, agora está bem mais alto. Urias estava assustado, nunca havia sequer participado de algo assim, mas sabia que não se tornou um soldado para temer as coisas, e sim para lutar contra elas, pensou bastante sobre isso, se reconfortando. E quando viu, seu sentimento de medo se foi, deixando apenas a coragem. Segundos depois ouviu outro comando:
    - TODOS EM DIREÇÃO A TORRE SUL!
    “Torre Sul? Os Goblinóides?” pensava enquanto ia junto de seu pelotão para o local. Urias estava pronto para tudo, treinou durante anos para isso.
    No caminho, outro barulho de explosão, dessa vez não se assustou, ficou apenas conturbado pelo fato de algo estar tentando derrubar a muralha. Sabia que não era o melhor de todos, mas gostaria de ser, não poderia temer nada não importa o que seja. Talvez estivesse exagerando em pensar que poderia morrer, mas Urias estava pronto para tudo.

Urias segue o pelotão em direção ao foco do ataque. Era um grupo formado por 50 guerreiros, contando com Urias, recém saído da academia. Quanto mais próximo chegavam, mais alto era o barulho e mais intensa a movimentação a sua volta.

Seu comandante (um oficial experiente chamado Leonidas) faz um sinal com mão.

- COMPANHIA: ALTO!

Um dos oficiais que já estava no posto vem correndo.

- Um grupo de pelo menos 60. É pequeno mas os bastardos tem um Xamã e aparentemente um mínimo de organização. O maldito está conjurando feitiços contra a muralha para atingir os arqueiros. Conseguimos aniquilar a maior parte deles daqui da muralha mas precisamos de um pelotão para ataque terrestre e derrubar aquela escória para que pare que lançar bolas de fogo.


- Entraremos em campo. Esses maricas aqui precisam tirar seu primeiro sangue. Nos forneça cobertura com os arqueiros e derrubamos o xamã. - Leonidas exibe um sorriso feroz e olha para seu pelotão.

- Muito bem senhores: preparem suas lâminas, parece que elas finalmente vão perder a virgindade!

Urias finalmente derramaria sangue goblinóide, aquela praga maldita que por décadas tem atormentado as fronteiras de seu lar. Mas os deuses sabiam, aquilo não nos mata nos torna mais fortes.

- PARA OS PORTÕES! -  grita o comandante Leônidas.

Enquanto corre em formação junto ao pelotão para o campo de batalha, Urias pode ouvir o barulho de uma chuva de setas sendo lançada da muralha contra os atacantes.  

- O xamã é nossa prioridade. Aparentemente o bastardo sabe um truque ou dois, então devemos ser rápidos. Uma vez que ele caia, os poucos que sobrarem serão presa fácil.

Os inimigos goblinóides logo são visualizados :

E lá estava Urias, indo em direção à muralha quando ouviu um dos comandantes:
- COMPANHIA: ALTO!
Urias parou e segundos depois ouviu:
- Um grupo de pelo menos 60. É pequeno mas os bastardos tem um Xamã e aparentemente um mínimo de organização. O maldito está conjurando feitiços contra a muralha para atingir os arqueiros. Conseguimos aniquilar a maior parte deles daqui da muralha mas precisamos de um pelotão para ataque terrestre e derrubar aquela escória para que pare de lançar bolas de fogo.
Nunca havia visto um Xamã antes, mas sabia do que eram capazes. Finalmente agora sabia o que causava as explosões. Todas suas dúvidas estavam sendo respondidas, mas ainda não sabia como deveria agir.
Urias ouviu um dos oficiais falar:
- Entraremos em campo. Esses maricas aqui precisam tirar seu primeiro sangue. Nos forneça cobertura com os arqueiros e derrubamos o xamã. - Leonidas exibe um sorriso feroz e olha para seu pelotão.
Urias já havia ouvido falar sobre Leonidas enquanto estava na academia e mesmo nunca o vendo pessoalmente sabia que aquele era ele, tinha a aparência exata que ouvira. Urias prestou atenção no rosto de Leonidas, era um homem forte, talvez mais do que seu pai. Dava para perceber que estava empolgado, era assim que gostaria de ser. Enquanto se deslumbrava olhando para Leonidas, ouviu-o dizer:
- Muito bem senhores: preparem suas lâminas parece que elas finalmente vão perder a virgindade!
Urias estava animado, não esperava a hora do ataque.  Até que ouviu Leonidas dizer:
- PARA OS PORTÕES!
Lá foi Urias, em direção ao local de combate. Segurou sua espada como nunca havia antes, segurava com força o suficiente para aguentar uma explosão com ela na mão, ao menos era isso que estava pensando. Alguns passos adiante ouviu:
- O xamã é nossa prioridade. Aparentemente o bastardo sabe um truque ou dois, então devemos ser rápidos. Uma vez que ele caia, os poucos que sobrarem serão presa fácil.
Estava excitado para a batalha, iria finalmente derramar sangue de inimigos.

O pelotão avança contra o contingente goblin. A última saraivada de flechas vindo dos arqueiros da muralha havia diminuído o número de goblinóides de forma que o combate corpo a corpo seria bem equilibrado.

Spoiler:

E lá foi Urias.

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