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    1 - Boca do Lixo! (Murilo)

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    Mensagem por Brazen Seg Jul 03, 2017 10:34 pm

    1 - Boca do Lixo! (Murilo) 563_2003-1004



    O Sol raiava na pequena cidade portuária. Parece que aquele seria um dia bonito e ensolarado. Os primeiros barcos começavam a sair em busca do principal sustento e fonte de renda do povo daquela cidade, humilde mas batalhador.

    Orin, o nome daquela cidade, era um dos vários locais do Reino de Astoth onde o povo vivia basicamente da venda do seu peixe. Todas as manhãs, bem cedinho, os pescadores saíam para o mar de Atlante e retornavam somente quando o sol começava a se por.

    Ultimamente, entretanto, as coisas andavam problemáticas. Rumores falavam de um monstro horrendo que vinha atacando pescadores e devorando tudo, incluindo os peixes.

    Alguns diziam que era um ogro marinho. Outros diziam que era um grande tubarão. Outros diziam que era uma mistura dos dois. O fato é que ninguém conseguia deter o bicho e isso afetava terrivelmente a rotina de Orin.

    O cheiro de pão chegou até as narinas de Murilo e o forçou a despertar. Era delicioso e lembrava uma época onde a vida parecia mais fácil...ou talvez nem tanto. Ele não conseguia mais distinguir.

    O garoto levanta-se, tinha que ser rápido.

    Era uma rotina. Pouco antes de colocar os primeiros pães para assar, o padeiro jogava na lixeira aqueles que não haviam sido vendidos, os pães dormidos que ninguém mais queria.

    Mas o problema era: o padeiro (homem grande, grande e mau) não era uma pessoa amigável. A primeira vez que Murilo tentou fuçar a sua lixeira, fora expulso a pauladas pelo homem. Na segunda também. E na terceira, porque o jovem mendigo nunca fora uma pessoa muito brilhante.

    Somente na quarta vez havia aprendido. Deveria aguardar quando o cheiro dos pães, sim os pães novos, fosse sentido. Era quando o padeiro estaria ocupado no forno e no atendimento a seus clientes. Se fosse rápido e silencioso o suficiente, poderia afanar um pão dormido daquela lixeira sem levar pauladas. Se tivesse sorte, conseguia até mesmo um pedaço de queijo mofado.

    Um café da manhã digno de um rei...
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    1 - Boca do Lixo! (Murilo) Empty Re: 1 - Boca do Lixo! (Murilo)

    Mensagem por Howling Wolf Ter Jul 04, 2017 2:52 pm

    Na manhã do dia anterior...

    Huhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu.
    Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. De... MANHÃÃÃÃ!
    Huhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu.
    Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pã- UIUIUIUIUIUIUIUI!

    Aquilo estava uma chatice. Sempre que ia pegar o PÃO o homem grande, grande e mau vinha para cima com seu pau para bater em Murilo. Buscava pão, ganhava pau, buscava pão, ganhava pau. Queria comer pão, e o pau é que o comia!! Por que era tão difícil ter o pão sem ter o pau? Pão pau pão pau pão pau pão pau pão pau pão pau; não era a primeira vez que o pau comia Murilo quando ele fazia algo de errado, ou algo de nem tão errado assim. O lixo era lixo, não era? O lugar onde o homem grande, grande e mau jogaria o que nenhuma pessoa da cidade quereria pegar, sim? Desse modo, não era para haver problema em ir lá e pegar o que ninguém mais queria. A mamãe deixa! Mas estava uma chatice: sempre que ia pegar pão, recebia pau. E se tivesse queijo ali? Se/ntia um cheirinho de queijo; ou era queijo ou era não-queijo, mas poderia ser queijo. Pão e queijo, pão e queijo; mas só recebia pau no queixo, pau no queixo, e quando se virava era pau na... Aquilo estava uma chatice, e estava uma chatice do mau, pois sempre machucava receber pau no queixo quando Murilo só queria pão e queijo.

    Pão e queijo era legal, pau no queixo era uma chatice. E sabe o pior? Sempre que recebia seu pau no queixo, minutos depois, olhando de longe, Murilo observava os animais irem para fazer a festa. Por que o homem mau não saía? Com Murilo, era pau no queixo; com os animais, não era pau na testa, era tudo só festa!! O que acontecia?? Foi ter com o homem, chamá-lo para dar pau na testa dos animais que faziam a festa; mas quando o avistou de longe, meio que do meio da rua (aproximar-se da porta fazia as pessoas lançarem olhares), viu que ele estava ocupado atendendo alguns clientes. Quantos eram mesmo? Um, dois, três, qu... nossa, ia demorar um bocado para o homem poder atender Murilo. Se fosse assim, então os animais fariam toda a festa que tinham para fazer antes do homem chegar ali para dar pau na testa!

    Espera... se os animais comem tranquilos quando o homem está ocupado, e Murilo leva paulada quando o homem não está ocupado, então... então... Ah! Como Murilo não havia pensado nisso antes? Era tão óbvio que até ele mesmo se sentia um imbecil por não ter notado isso. Se só pode comer pão quando o homem está dando pão para as pessoas, quer dizer que aquela é a hora do café da manhã, a hora de comer! Murilo, quando recebia pauladas, estava recebendo por querer comer antes da hora! Que moleque burro, merecia virar mamãe, mas papai não está aqui. Aliás, quando será que papai virá buscá-lo? Bem, não importa, pois agora ele sabia que só podia pegar pão quando sentisse o cheiro de pães quentinhos, pois era quando o homem anunciava o café da manhã! A vida na manhã seguinte seria muito mais maravilhosa, ele só comeria pão.

    Na manhã de hoje...

    Huhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu.
    Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. De... MANHÃÃÃÃ!
    Huhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu.
    Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pão. Pã- EEEEEEPAAAAA. Epa epa epa que ainda não tem ceia! Precisava esperar um pouquinho mais, precisava esperar a hora do cheiro dos pães quentinhos, que era a hora do café da manhã. Até que não se importava tanto de ficar só com os verminhos como acontecia de costume, mas, pelas barcas de Orin! O pão era tão gostoso que até reis comiam pães! Ademais, café da manhã é hora de comer pão, não é? Quando queria biscoitos no café da manhã, o papai... Bem, não importa. Mas cadê esse papai que não vem buscá-lo logo? Esquece o papai, Murilo! Agora é uma hora especial, e sabe por quê? Porque no ar havia um cheirinho e não era cheirinho de Murilo!

    Hora. Do. Pão!!!

    Vamos lá, vamos lá, vamos lá, que a lata tá aberta! Hoje não terá nada de pau no queixo, será apenas pão! E.. talvez queijo!!! Um café da manhã digno de um rei.
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    Mensagem por Brazen Sáb Jul 08, 2017 3:26 pm

    O cheirinho de pão quentinho e gostoso entrava pelas narinas do jovem Murilo enquanto o rapaz se esgueirava pelas ruazinhas da cidade. Encontrou alguns passantes que logo trataram de afastar o mais rápido possível, o cheiro do mendigo era insuportável. Alguns olhavam muito feio.  O garoto era um pária da sociedade, ela não o desejava. Mas a vida era apressada e por isso ele era , não tolerado, mas ignorado.

    Sua inocência e pensamento simplório faziam com que ele tivesse uma visão completamente diferente de tudo o que acontecia a sua volta. Mas isso não fazia a realidade de sua situação menos dura. Ele ainda precisava passar por vários perrengues para sobreviver, mesmo que nem sempre entendesse muito bem o porque. Mas a vida era assim. Talvez um dia melhore. Talvez Murilo não fosse exatamente o tipo religioso mas sua mãe havia lhe ensinado que os deuses eram misericordiosos.

    Mas o que importava agora era aquele delicioso cheiro que fazia sua barriga roncar e sua boca babar.

    Ao chegar próximo a padaria pode notar que o padeiro (homem mau, muito mau) não estava à vista, isso era bom. Tudo de acordo com o que Murilo pensou. Andou com cautela até a lixeira, tinha que ser rápido pois algus cachorros já começavam a se aproximar, também atraídos por aquele cheiro de pão quente.

    Entre um rosnado e outro, Murilo abriu a lixeira e lá estava seu grande prêmio! Havia pelo menos 2 paezinhos pequenos e velhos e até um restinho de queijo. O queijo não cheirava muito bem, pelo menos para qualquer pessoa comum, mas para murilo aquilo era completamente irrelevante.

    Enquanto pegava os pães e o queijo, murilo ouve um barulho atrás de sí. Ao vira-se, da de cara com um pobre vira-latas, muito magrinho que dava dó. O pobre animal o olha com a cara mais esperançosa do mundo para a mão em que o mendigo carregava os pães e abana levemente o rabo.

    1 - Boca do Lixo! (Murilo) Vira-lata3
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    1 - Boca do Lixo! (Murilo) Empty Re: 1 - Boca do Lixo! (Murilo)

    Mensagem por Howling Wolf Ter Jul 11, 2017 3:55 pm

    Pãããão!! Pãããão!! Pãããão!! PÃO E QUEIJO, SEM PAU NO QUEIXO!!! Assim é que fica bom!!! Huhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu!! Nenhum homem grande chegou para bater em Murilo, e aquilo significava que ele teria um café da manhã que não se mexia em sua língua. Com os pães e o queijo em mão, voltaria correndo para o bosque onde vivia, queria mostrar seu desjejum para sua queridíssima espada Wilson. Será que ela quereria um pedaço? Ah, é claro que não, Wilson não tinha boca para comer. Mesmo assim, era provável que gostasse de ver Murilo deliciar-se, afinal eram amigos e amigos gostam quando o outro se delicia. Ah, deliciar-se... sim, deliciar-se-ia Murilo com o manjar que agora carregava nas mãos. Seria aquele alimento um presente dos deuses? Um sinal de que as coisas melhorariam em sua vida, e ninguém mais o olharia feio? Talvez tomasse até um banho mais tarde para comemorar; não que isso fosse adiantar muita coisa, já que sempre que entrava no mar o seu corpo acabava ainda mais sujo de areia.

    Mamãe sempre o ensinara a esperar por um mundo melhor, ou ao menos fora o que seu pai dissera: se Murilo não acreditava, por exemplo, que teriam o que jantar naquela noite, o homem vinha para lhe dar uma lição. “Esqueceu o que mamãe ensinou? Agora vai ter de virar mamãe!” Murilo bem queria que sua mãe fosse uma mãe igual à daqueles meninos que tinham uma mulher cuidado deles, mas sua mãe era uma mãe diferente. Às vezes a mesma palavra significa coisas diferentes dependendo da ocasião, sabia? “Mamãe” havia de ser uma delas, pois a de Murilo sem sombra de dúvidas não tinha nada a ver com a mãe dos meninos. O que será que era a mamãe dele? Uma coisa? Alguém? Tinha de pensar: se seu pai sempre dizia que ele tinha de virar mamãe, então... espera! Murilo é mamãe?! Murilo é mamãe! Murilo é mamãe! Murilo é mamãe! Era isso!! MURILO ERA MAMÃE!!! Mamãe! Mamãe! Mamãe! Murilo, mamãe; Murilo, mamãe; Murilo, mamãe; Murilo, mamãe!! Huhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu!!

    Murilo, mam!... “Au! Au!” Ahn?

    Quem latiu? Os cães da lata de lixo? Não, era um latido menor, um latido de... Pelas barcas de Orin, um cãozinho fofo de morrer!!! Tome aqui, cãozinho, tome aqui, cãozinho, eu sou mamãe Murilo, e você, quem é? Não se preocupe, as coisas vão melhorar; sabia que minha mamãe ensinou que as coisas vão melhorar? Foi papai quem disse, eu ensinei que as coisas vão melhorar. Sou mamãe, e você, quem é você? Ah, não se preocupe, eu sei que cãozinhos não falam, vocês estão sempre ocupados demais brincando de cachorrinho. Eu às vezes brinco de cachorrinho, sabia? Aí faço xixi na árvore, e... Ah! Claro, claro, aqui está o seu pãozinho. Pode ficar com um, eu tenho dois; é uma delícia. Ei, cãozinho, você está precisando de uma mamãe? Eu sou mamãe, posso ser sua mãe. Você quer que eu seja sua mamãe, cãozinho? Seu nome vai ser filhinho, e eu vou apresentá-lo a minha espada Wilson. Ah, não, não se preocupe, não é a espada de papai, a espada de papai é ruim, nem corta; além do mais, eu sou mamãe, e vou ensinar as coisas de um jeito diferente; o jeito de papai era ruim. Como você ia ser mamãe se eu já sou mamãe, né?! Oh, cãozinho, está se deliciando com o pãozinho? Vou pegá-lo no colinho, vem, quero mostrar a você a espada Wilson, vai ser legal, vamos comer com a espada Wilson. Você precisa de um nome, não precisa? Vai ser Papai, então, em homenagem ao meu papai que me ensinou tantas coisas valiosas. Não que eu goste muito dele, sabe? Mas é que quando ele vier me buscar quero que pense que eu goste, senão vou ter de ser mamãe, e... ah, eu sei, eu já sou mamãe, mas ser mamãe perto dele é diferente. Ei, Papai, você quer ser meu papai enquanto o meu papai humano não chega? Muito bem! Você vai ser meu papai, eu vou ser sua mamãe, juntos seremos uma família. O que vai ser Wilson? Ah, espera! Se você vai ser papai, quem vai ser o cachorrinho? É isso o que Wilson pode ser, o nosso cãozinho!! Você vai gostar dele, não teremos de alimentá-lo nem nada, é uma espada autossuficiente. Só não encoste nele, tudo bem? Pois é perigoso se cortar, só pode encostar se for na parte que não corta; na parte que não corta está tudo bem relar.

    E é isso o que faria Murilo. Pegaria o animalzinho muito fofo no colo, seu papai, e o levaria para conhecerem seu cãozinho Wilson, a espada. Wilson, o cão que é uma espada bonita! Ou será uma espada bonita que é um cão? Bem, não importa. O que importa é que agora Murilo era mamãe de seu papai. Papai, mamãe, e filhinho... Ah! Toda família tem um sobrenome, não tem? Então Murilo emprestaria seu sobrenome para todo o mundo:

    Murilo Murilo, a mamãe filha do papai e dona do cãozinho Wilson;
    Papai Murilo, o papai filho da mamãe e dono do cãozinho Wilson;
    Wilson Murilo, o cãozinho de mamãe e de papai. Mas às vezes Wilson Murilo gostava de ser chamado pelo seu antigo nome: Wilson, a espada bonita. Quem conversasse com ele teria de variar na maneira como o chama; não que isso fosse ser um problema, já que cãezinhos não falam para conversar. Wilson agora estaria sempre ocupado brincando de cãozinho.

    Família Murilo, yeeees!!!
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    Mensagem por Brazen Dom Jul 16, 2017 8:35 pm

    O cãozinho devora vorazmente o pão compartilhado por Murilo. O mendigo, sempre perdido em sua maneira singular de ver o mundo, agora tinha um novo amigo. Os animais eram seres incríveis, não julgavam os outros como os seres humanos. O novo amigo de Murilo aceita os afagos do mendigo e o segue enquanto saíam dalí, antes que o homem mau apareça.

    Caminham por alguns minutos entre as ruazinhas e vielas, o cãozinho já completamente à vontade ao lado de murilo, fazia pequenas brincadeiras ao seu lado enquanto abanava o rabo. Logo eles chegam ao bosque onde Murilo guardava Wilson. O brilho da espada bonita sempre o alegrava.

    Enquanto calmamente saboreava sua comida, Murilo se surpreende ao ver uma súbita mudança em seu novo amigo. Primeiro o cachorro levanta as orelhas e se vira como se tivesse levado um susto. Em questão de segundos começa a rosnar.

    Ao longe Murilo podia notar a sombra de algo ou alguém que se aproximava lentamente de seu esconderijo.
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    Mensagem por Howling Wolf Seg Jul 17, 2017 9:20 pm

    Ahhh, papai! Papai! Papai! Você é meu filhinho ou meu papai?? É OS DOIS!! E eu, o que sou de você, o filhinho ou a mamãe?? OS DOIS TAMBÉM! Porque eu achei você na calçada e você me achou na lata de lixo, dois lugares que os bebês abandonados são encontrados, por isso somos filhinhos. Mas, como eu o encontrei, eu sou a mamãe; e como você me encontrou, você é o papai! Somos mamãe, papai e filhinho, a trindade familiar inseparável. Hum, hum, hum! Está gostoso o pão, papai? Espero que esteja, pois o meu também está! Quando chegarmos eu vou mostrar a você o nosso bichinho de estimação, Wilson. Não comente a cor dele, tá bem? Porque fica chateado: enquanto todas as espadas são brancas, ele é preto. Se bem que agora que se tornou um cãozinho acho que Wilson entenderá melhor a cor, sim? Afinal, existem muitos cães escuros; você mesmo é um cão escuro. Ou melhor, era um cão, pois agora é filhinho e papai. Se é meu filhinho, então precisa ser humano como eu, e já que é meu papai também precisa ser um humano; portanto, é um humano de quatro patas e que ama brincar de cachorrinho. Hum, hum, mas mesmo assim Wilson terá de entender ao ver você que existem cãozinhos escuros, e ele é um cãozinho escuro. Tá certo que você é malhadinho de marrom, não preto como Wilson, mas mesmo assim ele entenderá, sempre foi espada inteligente.

    ...

    Chegamos, nós chegamos! Ainda bem que conseguimos o pão hoje cedo. Agora, Papai, eu vou mostrar a você Wilson. Ele está enterrado bem aqui, basta pegá-lo com muito cuidado para não se cortar. Será que ficará contente em descobrir que agora é um cãozinho como você era, papai? Espero que fique, acho que ficará: sempre foi uma espada compreensiva. Agora será um cão compreensivo, claro, mas acho que entenderá mesmo assim. Quem é compreensivo como espada também será compreensivo como cão, correto? Mas quem não gosta de ser preto como espada gostará de ser preto como cão, pois aí a mudança é positiva, e mudanças positivas são legais. De qualquer forma, se ele não gostar, está proibido machucar Wilson do jeito de papai. Wilson nunca será mamãe, ouviu bem, papai? Eu sou a mamãe, não Wilson, então não o machuque. Ah, não que fosse possível fazer isso, afinal Wilson não tem b...

    Hm? O que foi? Está olhando par... ah...

    Quem é você aí??
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