The Pretender
- Bastet
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- Mensagem nº1
The Pretender
- Bastet
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- Mensagem nº2
Re: The Pretender
Érico, no geral, não estava tendo dificuldades na adaptação do novo país. Havia estudado bastante sobre os EUA e, especificamente, sobre NY, tendo uma boa base cultural, econômica e social do lugar. Não era o paraíso aos olhos do estudante: NY, Manhattam em específico, era um local dominado pelo consumismo, pela futilidade, por jovens inconsequentes e mimados e por empresários gananciosos... Mas, apesar disso tudo, era um polo cultural, com boas escolas e universidades de renome não tão distantes. [...] William Anderson foi a primeira pessoa com quem fez amizade. Um jovem que, apesar de rico, um tanto mimado e leviano, era bem animado e bondoso, recebendo o jovem intercambista de maneira animada e explicando tudo sobre a cidade, os locais legais e a escola que entrariam. William, por ser Gay, contou, certa noite na qual os dois tinham saído para beber, que vez ou outra sofria bullying na escola, mas que já estava acostumado... Naquela noite, Érico havia ficado ainda mais puto com os riquinhos do colégio, mas guardou para si... Jurando que iria proteger o garoto desses idiotas. [...] Naquela manhã, havia acordado cedo. Faltava um dia para o início das aulas e o jovem precisava comprar os materiais de estudo, o uniforme e essas coisas... Que acabariam com as economias que havia levado para passar aquele primeiro mês. Por sorte, havia conseguido uma entrevista de emprego para jardineiro, na casa dos Crawford, na tarde seguinte, após a aula. Além de relativamente perto da casa dos Anderson, era um emprego que não ocupava tanto tempo, o que era maravilhoso. William estava ocupado naquela manhã, pois fazia parte do conselho estudantil e, ao que parecia, tinha várias coisas para resolver antes do início da aula, por isso, o jovem mexicano saiu sozinho em busca do que precisava. Foi até o colégio comprar o uniforme, pedindo para entregarem na casa dos Anderson, e depois seguiu para o Brooklyn, em busca de materiais mais baratos. Enquanto fazia suas compras, recebeu um folheto de um centro comunitário chamado “GALERA” que lhe chamou bastante atenção. Lá dizia que era um local feito para jovens “deslocados” na riqueza daquela cidade, com aulas de dança, línguas, artesanato e essas coisas. Todos os professores eram voluntários, e, geralmente, também alunos... O que tornava o local uma casa acolhedora e muito animada. Como era caminho para o metrô, o menino acabou passando no local enquanto voltava. Era um casa escondidinha, em um beco meio úmido, com a fachada bem colorida, cheia de ilustrações. Não parecia ser um local “chique”, mas, de dentro dele, o jovem podia ouvir risadas e música. Ninguém o impediu de entrar e nem havia uma secretária no pequeno hall. Apenas uns sofazinhos, aparentemente usados, uma mesinha com lanchinhos e alguns quadros feitos com tinta guache. Enquanto ia entrando, via salas amplas, com várias atividades para crianças e adolescentes, algumas mais bobas, outras mais sérias. Na sala maior do fim do corredor, uma menina, que aparentava ter mais ou menos a idade dele, ensinava hip-hop pra uma turma bem diversa e iniciante (com crianças, adolescentes e até uma velhinha), respeitando as limitações de cada um que estava ali. Quando ela viu Érico na porta, deu um sorriso. -Vamos lá, 5,6,7 e 8 – ensinou um passo bem simples, repetindo algumas vezes com os alunos – Continuem treinando – disse e logo passou por entre eles, indo até a porta – Oi! Você veio pra aula? Ou é novo aqui? – perguntou, tirando o cabelo que estava grudado no rosto pelo suor e indicando para ele a seguir, enquanto ela ia pegar um pouco de água. |
- Natalie Ursa
Tecnocrata - Mensagens : 321
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- Mensagem nº3
Re: The Pretender
Era verdade que Érico se sentia bem deslocado ali. Era totalmente diferente de sua cidade natal. Do seu país natal. Érico sabia que New York era menor do que Ciudad de Mexico em questões de tamanho e que a capital do seu país estava seguindo em rumo à se tornar talvez até melhor do que a cidade americana, entretanto havia algo de bem diferente entre elas. Era mais a sensação que lhe causavam. Era como se Manhattan fosse feita apenas de cimento, sem cor, sem vida, enquanto a capital mexicana esbanjava vida. Também era incrível a quantidade de pessoas ricas em uma só cidade… E o consumismo absurdo que isso gerava. Não importava o que a cidade fosse, ou quanto tempo demoraria para se acostumar à mudança de ares, o jovem mexicano estava ali para estudar, para ter uma boa oportunidade de ingressar em alguma das melhores faculdades do país e era nisso que ele iria se focar. Ter que morar na mesma casa de William foi um alívio para Érico, que, ao saber que a família à qual iria hospeda-lo tinha um filho quase da mesma idade que ele e que também frequentariam a mesma escola, já imaginou que passaria os próximos piores anos de sua vida, na pior das companhias. Temia que William poderia ser mais um desses esnobes insuportáveis que só sabem jogar na cara dos demais o quão ricos são, porém, para a sua surpresa, era um cara bastante amigável, fácil de se conversar e não tentava lembrar Érico o quanto dinheiro sua família tinha à cada cinco minutos… Na verdade, tirando as coisas caras e de marcas bem conhecidas que ele usava, o rapaz estava longe de ser esnobe. Com a conversa que teve com William, ficou ainda mais com o pé atrás com as pessoas com as quais teria de estudar. Além de esnobes também seriam preconceituosos ao ponto de incomodarem e fazerem bulliyng ao seu amigo? Érico não iria deixar aquilo acontecer. Ele já sabia que sua altura e fisionomia costumavam intimidar alguns colegas em sua antiga escola e quando ele queria usava isso à seu favor para afastar quem estivesse interessado em importuná-lo. Se isso não funcionasse, com certeza sua personalidade ia resolver o problema. O jovem bolsista estava confiante disso. O que Érico não conseguia conceber era como poderia ser possível que o material daquela escola custasse tão caro? Nem tinha começado a frequentar aulas e já iria ter que usar o dinheiro todo do mês? Ainda bem que tinha conseguido logo um emprego e em um lugar perto o suficiente para não fazê-lo perder tempo demais se deslocando pela cidade. A mansão dos Crawford parecia ser maior que a dos Andersons e o jardim era imenso! Ainda bem que tinha bastante gente para cuidar do jardim ou ele nunca mais sairia daquele lugar. Érico esperava que com o dinheiro extra ele conseguisse sobreviver sem ter que aceitar nenhuma ajuda extra dos Anderson. Terem lhe oferecido um lugar para morar já era uma grande ajuda e não tinha a intenção de abusar deles. Junto com o dinheiro que o pai lhe enviaria todos os meses, talvez desse para sobreviver à Manhattan. Quando ele encontrou aquele lugar colorido e convidativo, Érico sentiu uma pontada de saudades de sua terra. A aparência, de certo modo, convidativa o incentivou a entrar, por impulso na tal Galera que tinha conhecido previamente no panfleto. Não sabia exatamente o que ia fazer ali dentro, só sabia que estava se sentindo agora um pouco melhor do que estivera em suas aventuras pela cinzenta New York. Os sons de pessoas descontraídas também ajudava na melhora da atmosfera em volta do garoto. Curioso e motivado pelos sons, ele seguiu as risadas e a música e encontrou a jovem dando aula para pessoas de diferentes faixas etárias. A visão lhe deixou um pouco mais animado, pois sentia estar em um local com pessoas mais parecidas com ele, ou seja, totalmente diferente do pessoal cheio de riquinhos que teria de enfrentar nos próximos meses. Ele ficou tão entretido com a banalidade e alegria do local que não se deu conta que já estava parado na porta tempo suficiente para ser percebido. Quando ele viu a moça se aproximando, não soube se deveria ir embora ou esperar ela vir falar com ele. Acabou esperando. No máximo, ela pediria para que se retirasse, caso estivesse atrapalhando, parado na porta, como um idiota. … Oi. Não… e Não. Na verdade Hip Hop não é muito o meu estilo. Eu só estava passando por perto, encontrei este lugar e resolvi conhecer. Só estava assistindo um pouco… - deu de ombros e a seguiu, mesmo sem muita vontade - Ou será que só alunos em potencial podem assistir à aula? - inquiriu, tentando não por a frase de forma muito grosseira, o que às vezes acabava fazendo sem querer. A garota à sua frente, apesar de suada e um pouco descabelada, era bem bonita e alta, quase como uma modelo, mas estava usando aquelas roupas típicas do estilo o qual estava dando aulas de dança, que Érico achava meio esquisitas e engraçadas. |