No primeiro minuto após a parada cardíaca, o índice da ressuscitação der certo é mais de 90%. É claro que a literatura não é sempre correta, em virtude de que paciente é um caso único onde a variável é sempre obrigatória. Como o caso de Noah era diferente por não ter exames detalhados, não era possível saber por qual motivo o mesmo havia dado entrada, as causas, entretanto, também não era do feitio realizar muitas perguntas quando o paciente estava em um caso crítico, grave. Estava preparado para encerrar quando o carro do desfibrilador chegou, dei liberdade para que a Enfermeira tomasse a frente para dar a descarga no peito, colocando no peitoral. Aquele choque era demasiadamente forte para o coração, afinal, o choque servia para que o impulso elétrico do coração fosse retornado ao ritmo sinusal. Aos poucos a sala foi ficando cada vez mais lotada, tanto de ajudantes como de espectadores que ficavam analisando a situação do lado de fora, pela janela, que havia uma cortina que de nada adiantava. — Vou entubar! Ele precisa de oxigênio, o óculos nasal não dá conta da necessidade do caso. — Proferi. Noah retornou brevemente, parecia descontrolado, desesperado. Tentou puxar o ar, coisa muito comum quando alguém estava voltando de uma parada, todavia, se jogou contra a cama e novamente parecia ter apagado. Todos ficavam em silêncio observando a situação, até que em um único segundo, contra um baque que quebrou o silêncio, todos voltaram as suas atividades. — Ajeita... Eu quero o material para entubar, agora. — Proferi, e rapidamente puxei os fios que estavam do outro lado, em diferentes cores. — Carrega de novo o desfibrilador. — Ordenei, enquanto ia ajeitando o eletro no peito de Noah, um pouco espaçado para que as pás fossem colocadas e não entrassem em contato com os fios do ecg. No outro monitor, o ecg começou a ser desenhado, não havia sequer uma onda característica, grosseira, como se fossem pontas a serem desenhadas em um papel qualquer. O ritmo do coração estava acelerado, contraindo o músculo cardíaco tão rápido que não conseguia mandar a quantidade de sangue suficiente para o corpo. Peguei o tubo de gel e coloquei um pouco nas pás, em seguida, posicionei no tórax de Noah e olhei para o companheiro que estava de pé na frente do carro. — Joule. — Proferi, e aquele choque fez com que Noah ficasse por um curto período de tempo grudado nas pás, a condução elétrica que corria do aparelho para ele parecia não ter adiantado muito, o que era incomum. Geralmente o paciente retornava e os batimentos voltavam a ficarem regulares. — O residente... Esqueci o teu nome, sabe o processo de entubação? Então entuba! Ele precisa de oxigênio contínuo nesse instante. — Ordenei imediatamente, Noah precisava de oxigênio. Quando a Enfermeira mencionou que precisava abrir o peito. Cheguei a conclusão que talvez ela estivesse certa, não havia mais saídas. O residente começou a entubar, e logo após que concluiu, fez um aceno de cabeça e encheu o balonete, para que não escapasse da traquéia. No corredor, passos rápidos e pesados eram bem audíveis, era uma trotada contra a sala, quando o homem chegou na sala, não era ninguém menos do que Dr. Webber. — Parada Cardíaca. Não temos tempo, preciso abrir o peito dele agora. Vou precisar dos materiais, rápido. Quero bisturi, serra pro esterno, gaze, luvas estéreis!!!! Vai ter que ser aqui e agora, Dr Webber. — Proferi. Olhando para o mesmo. O quarto seria nova sala de cirurgia e eu contava com Webber para que Noah vivesse. Rapidamente os materiais chegaram, como emergência, imediatamente coloquei as luvas estéreis. — Quero só você... E você aqui dentro. O resto, fora! — Proferiu Webber, fechando a cortina e também a porta. Ficou conosco na sala mais um médico e um Enfermeiro. Passei uma gaze com álcool rapidamente na pele de Noah, peguei o bisturi e coloquei a mão ao lado, fazendo uma menção ao osso esterno que "protegia" o coração. Cautelosamente, formei a mão com cuidado para o bisturi passar na pele e puxar até um determinado centímetro onde a fenda que abriu começou a umedecer com sangue. Coloquei o separador. Peguei a serra e ao acioná-la, delicadamente comecei a passar os dentes contra o osso que estava visível ainda, em virtude do osso esterno ser forte e grande, fazia um pouco mais de força para que a serra adentrasse seus dentes centímetro a centímetro, sempre tomando muito cuidado com a força que usava e também no controle do aparelho que estremecia diante da mão. Agora estava tudo pronto. Os separadores mantinham as paredes bem firmes uma da outra, afastando, deixando o tórax exatamente em formato de caixa que abrigava o coração. Com o auxílio de outras pás, desta vez diferentes, com cabo longo de material estéril e pá pequena, coloquei contra o coração na sua devida posição. — BB1. — BB 2. — Coloquei esta na frente da outra. A BB 1 começou a fazer um barulho de eletricidade, BB 2 também. Ela estava sendo carregada em uma potencia não muito alta, diferente do desfibrilador que dava um impulso forte e evidente, estas pás não faziam nada. Após o segundo bip, o coração parecia ter recebido o estímulo e começou a moldar o seu rítmo. — Carga em 10. — Disse, olhando para o monitor vendo o rítmo. No mais, se não fosse o suficiente, iria usar as mãos para estimular o rítmo.
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