As pernas de Nasri doíam, mas não havia esforço grande demais nesse momento.
A humana não parava de repassar o que aconteceu. Depois de passar dias dentro de uma árvore, Nasri foi finalmente levada para o que deveria ter sido o seu momento final em Faerûn; Nasri seria sacrificada para saciar o espírito, demônio, deus ou o que quer que espreite aquela floresta maldita. A humana estava sendo limpa e vestida com as roupas apropriadas quando um grupo, que tinha entre eles um druida que trazia instruções do líder da ordem druidica para o Desertor das Árvores, chegou nas Árvores Noturnas. O que grupo desejava nada tinha a ver com Nasri e com o que aconteceria com a humana, mas aquelas pessoas foram enfáticas quando disseram que a mulher não seria morta pelo Desertor e os seus asseclas. Nasri, absorta em desespero e sem dormir direito, não conseguiu entender muito da conversa, mas ela agora estava livre e era isso o que importava.
Um halfling perguntou se Nasri não gostaria de acompanhá-los, eles estavam indo recuperar um livro em um antigo templo de Chauntea, mas a única coisa que a humana queria era sair dali imediatamente. Nasri foi aconselhada a seguir para o leste até sair da floresta e então para o sul, até Lua Argêntea, seguindo sempre a estrada de terra batida. Nasri praticamente correu os primeiros quilômetros de estrada, mas nenhum deles disse o quão distante era essa cidade. Nasri estava andando quase incessantemente por dois dias e meio, dormiu ao relento por duas noites geladas - e agradeceu novamente pelo manto de peles que o homem com cara de dragão lhe deu - e quase todo o corpo da humana estava dolorido, mas só nesta manhã notara algo que o medo ou talvez a urgência não tenham deixado: Nasri não sentia fome ou sede. A humana sentia o corpo fraco, sentia que precisava de alimento, a boca estava seca e a saliva espessa, mas não havia fome ou sede. Refletindo sobre o que acontecera desde que acordou com o rosto enfiado na neve, Nasri notou que havia algo diferente com ela. Não sabia dizer o que, mas estava lá. A falta de fome ou sede, o surto de energia que sentiu fluindo dentro de si e jogando tudo para a mente de um dos asseclas do Desertor das Árvores... E não lembrar quem era. Nem um pequeno detalhe sobre sua vida, sobre seus amigos, amores, sobre o que fazia, do que gostava e o que odiava, a única memória que a humana tinha era da massa disforme de bocas que vinha lhe atormentar os sonhos. Alguém poderia dizer que aquilo não passava de algo irreal, imagens dentro de um sonho, mas Nasri sabia que era real, a humana sentia que era.
Ironicamente, o vento gelado a acariciar o rosto da humana foi o que lhe fez renovar suas forças e, sem se anunciarem, lágrimas escorreram pelo rosto de Nasri, o imagens sobre o que havia mudado na humana e o que poderia ter acontecido inundaram sua mente. A sua captura pelo Desertor e o receio pela morte iminente, somado à completa falta de memória, distraíram Nasri desta reflexão, mas a estrada se estendia até onde era possível enxergar, então havia tempo para isso agora. As pernas da humana doíam, mas Nasri não pararia de andar até chegar em Lua Argêntea.
A humana não parava de repassar o que aconteceu. Depois de passar dias dentro de uma árvore, Nasri foi finalmente levada para o que deveria ter sido o seu momento final em Faerûn; Nasri seria sacrificada para saciar o espírito, demônio, deus ou o que quer que espreite aquela floresta maldita. A humana estava sendo limpa e vestida com as roupas apropriadas quando um grupo, que tinha entre eles um druida que trazia instruções do líder da ordem druidica para o Desertor das Árvores, chegou nas Árvores Noturnas. O que grupo desejava nada tinha a ver com Nasri e com o que aconteceria com a humana, mas aquelas pessoas foram enfáticas quando disseram que a mulher não seria morta pelo Desertor e os seus asseclas. Nasri, absorta em desespero e sem dormir direito, não conseguiu entender muito da conversa, mas ela agora estava livre e era isso o que importava.
Um halfling perguntou se Nasri não gostaria de acompanhá-los, eles estavam indo recuperar um livro em um antigo templo de Chauntea, mas a única coisa que a humana queria era sair dali imediatamente. Nasri foi aconselhada a seguir para o leste até sair da floresta e então para o sul, até Lua Argêntea, seguindo sempre a estrada de terra batida. Nasri praticamente correu os primeiros quilômetros de estrada, mas nenhum deles disse o quão distante era essa cidade. Nasri estava andando quase incessantemente por dois dias e meio, dormiu ao relento por duas noites geladas - e agradeceu novamente pelo manto de peles que o homem com cara de dragão lhe deu - e quase todo o corpo da humana estava dolorido, mas só nesta manhã notara algo que o medo ou talvez a urgência não tenham deixado: Nasri não sentia fome ou sede. A humana sentia o corpo fraco, sentia que precisava de alimento, a boca estava seca e a saliva espessa, mas não havia fome ou sede. Refletindo sobre o que acontecera desde que acordou com o rosto enfiado na neve, Nasri notou que havia algo diferente com ela. Não sabia dizer o que, mas estava lá. A falta de fome ou sede, o surto de energia que sentiu fluindo dentro de si e jogando tudo para a mente de um dos asseclas do Desertor das Árvores... E não lembrar quem era. Nem um pequeno detalhe sobre sua vida, sobre seus amigos, amores, sobre o que fazia, do que gostava e o que odiava, a única memória que a humana tinha era da massa disforme de bocas que vinha lhe atormentar os sonhos. Alguém poderia dizer que aquilo não passava de algo irreal, imagens dentro de um sonho, mas Nasri sabia que era real, a humana sentia que era.
Ironicamente, o vento gelado a acariciar o rosto da humana foi o que lhe fez renovar suas forças e, sem se anunciarem, lágrimas escorreram pelo rosto de Nasri, o imagens sobre o que havia mudado na humana e o que poderia ter acontecido inundaram sua mente. A sua captura pelo Desertor e o receio pela morte iminente, somado à completa falta de memória, distraíram Nasri desta reflexão, mas a estrada se estendia até onde era possível enxergar, então havia tempo para isso agora. As pernas da humana doíam, mas Nasri não pararia de andar até chegar em Lua Argêntea.