A família Wang é a mais respeitável e tradicional família da Coréia do Sul. É a família mais rica da Coreia, tendo a Chaebol WangJo voltada para construção e com investimentos expressivos - ainda que não majoritários - em outros conglomerados. Possuem prestígio dentro e fora da Coreia, até mesmo alcançando os EUA e o mercado Europeu. Wang Gi Kwan é o atual patriarca da família. Viúvo, ele possui três filhos: dois legítimos e um bastardo que, recentemente, foi abraçado de vez pelo nome. Seu filho mais velho faleceu devido a uma doença. Dos filhos legítimos, possui três netos: MiWoo; So-Min e Myung-Hee. Ao abraçar o filho bastardo, também ganhou uma nova neta, HyeWon.
Os Wang são os donos do Colégio WangJo. O novo diretor, Wang Tae Song, assumiu o colégio no meio do semestre passado e agora, no novo ciclo letivo, decidiu implementar um sistema de bolsas. Sua irmã, In Hwa, foi completamente contra essa ideia, o que culminou numa aposta entre os dois.
A família se encontra dividida, o que deixa os acionistas um tanto quanto preocupados, mas enquanto Gi Kwan for o patriarca, eles possuem o controle e a certeza de que a coroa sempre será deles.
Mas até quando?
- O Banquete Wang:
A sala de jantar tinha sido ricamente ornamentada para recepcionar aquele encontro familiar e nem um pouco caloroso. Desde que assumira o império, Wang Gi-Kwan reunia seus filhos, genros, noras e netos para um abundante jantar.
Aquele ano, contudo, ele não tinha tanta certeza se foi a melhor das ideias. A perda repentina de seu filho mais velho e herdeiro tinha abalado completamente as estruturas de sua família. Ainda que não fosse – nem de longe – o pai mais carinhoso que a Coréia do Sul já tinha visto, era simplesmente um pecado à natureza ver um filho morrer.
Como se não bastasse, sua filha achou que podia começar a erguer a voz para desafiar sua autoridade e suas decisões. Como se ele fosse um senil e não o Presidente do Conglomerado mais rico e importante da Coreia: o Grupo Wangjo.
A mesa feita de madeira nobre ostentava vinte lugares, mas apenas seis eram ocupados. O patriarca observava os assentos vazios com certa resignação. Não era o tipo de homem que fraquejava, mas erma momentos como esses que perguntas existenciais – em outras palavras, tolas – surgiam em sua mente.
Um silêncio sepulcral tinha tomado conta da mesa, deixando o clima ainda mais tenso depois que In Hwa ouviu aquela novidade.
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- Sinto muito, mas acho que não compreendi direito o que foi dito ainda há pouco. - Limpou os lábios com o guardanapo e deu um meio sorriso incrédulo. - Bolsas de estudo? O filho mais velho, Mi-Woo, deu um longo suspiro, massageando a têmpora. Sua irmã tinha largado os talheres e mantinha as mãos um pouco afastada da mesa. - Ninguém vai me explicar? - Ela insistiu. |
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- Você ouviu o que seu irmão disse... - O patriarca anunciou. - O bastardo, o senhor quer dizer... - Seu irmão. - O pai a encarou de modo mais severo. - Meu herdeiro, atual diretor do colégio e que tenho certeza de que crescerá ainda mais. Ele disse que abriremos bolsas de estudos para esse ano letivo. Amanhã começaremos a circular a notícia. Quinze bolsas, cinco para cada ano, do 1º ao 3º. O que é tão difícil assim de compreender? É uma conta simples, In Hwa. |
A mulher começou a ofegar e bateu com o guardanapo na mesa.
- O senhor perdeu o juízo!? Perdeu a cabeça?! O que esse homem, esse bastardinho está fazendo com o senhor?! Lavagem cerebral?! - Mãe! - Mi-Woo levantou-se, tentando acalmá-la. - Acalme-se, por favor. - A irmã estava assustada com a conversa cada vez mais acalorada.
- Não me acalmo! Você não está vendo, Mi-Woo? Esse homem que nunca teve direito a nada, está se apoderando de tudo! Tudo! Foi o que mais tirou proveito com a morte do Joon-oppa!
Maior do que o escândalo que In Hwa fazia, foi o estrondo que Gi-Kwan fez ao se erguer. Apesar da idade avançada, ele ainda tinha uma postura de respeito e crescia de modo ameaçador. Sua "simples" encarada foi o suficiente para calar a filha mais velha.
- Peça desculpas ao seu irmão. Mais do que isso, peça PERDÃO ao seu irmão e ao seu sobrinho. AGORA!!
In Hwa recuou, ainda protegida pelo filho. Os olhos dela ficaram marejados diante da vergonha e olhou com bastante desprezo para o irmão bastardo.
O bastardo em questão, não tinha feito expressado nenhum tipo de reação. Continuava com o olhar abaixado, focado no prato intocado. Engoliu em seco e meneou negativamente.
- Não será necessário, Sr. Wang. - Ergueu a cabeça, finalmente, encarando a mulher à frente dele. - Pelo menos, não pra mim.
- O Myung sabe que eu falo isso pro bem dele. Que tipo de ideia estapafúrdia é essa? Minha filha já está no Especializado, mas o Myung está indo para o terceiro ano! Vai ter que conviver com pessoas que não são de nossa classe! Que estão muito aquém de permanecer no mesmo lugar que nossa familia!
- Eu mandei...você...PEDIR PERDÃO! Eu não estou vendo você se desculpar!!!
In Hwa se calou de novo e olhou na direção do filho que apenas meneou positivamente. Ela encarou o irmão bastardo e o sobrinho, que ocupavam o outro lado da mesa. O sobrinho parecia bastante indiferente a tudo aquilo, como se realmente não se importasse com aquele tipo de coisa.
Por fim, ela abaixou a cabeça, pedindo perdão.
- Ótimo. - O pai disse. - Que fique claro uma coisa...Tae Song é tão meu filho quanto você, portanto, é meu herdeiro. Você pode ser a irmã mais velha, mas é você quem tem que abaixar a cabeça pra ele. Não me interessa se você tem o Mi-Woo como filho. Acho que principalmente por isso, eu escolho o Tae Song como meu sucessor, por hora. Ele manda no colégio e, se tiver êxito nesse teste, não é apenas no colégio que ele vai mandar. Está claro?
Depois desse discurso e momento agressivo, o silêncio voltou. Ninguém tentou puxar nenhum tipo de assunto. Todos se sentiam insultados e humilhados demais. O Presidente era o único que mantinha a postura normal, como se aquilo não tivesse sido nada.
Estava acostumado, afinal.
Porém, o confronto não tinha terminado. Quando o jantar terminou e o Presidente se retirou para seus aposentos solitários naquela imensa mansão, In Hwa ainda foi atrás de Tae Song. Cada um seguiria para sua casa mesmo, então, era a última chance.
- Apesar de te desprezar, eu sei que você é um homem de palavra. Eu duvido que você vá suportar aguentar tudo o que essas crianças vão passar. Cada um desses 15 infelizes vai te lembrar de cada humilhação que você sofreu e sofrerá pelo resto de sua vida. No caso, serão 16...Imagino que sua filha também estará lá, não é?
E deu um sorriso maldoso. Tae Song foi cerrando os olhos, cada vez se aborrecendo mais com aquela audácia. No entanto, ele era incapaz de levantar a mão ou fazer qualquer mal a ela.
- Você vai acabar com 16 vidas, Tae Song. Como ficará sua honra diante disso?
- Você está passando dos limites. É uma aposta que você quer? Pois saiba que não vou permitir que façam com meus alunos o que fizeram comigo. Eles vão se sobressair.
- Eu gostaria de ver...Aposto que até Fevereiro do ano que vem, metade já terá saído. Ou pior...
- Eu aposto que não. Eu aposto meu posto que não.
- Bom saber...Tenha uma boa noite, irmãozinho. Mande um abraço para a Soo-Hyang.
- Que essa seja a última vez que você se atreve a falar o nome da minha filha. Numa próxima, eu vou ignorar que você é minha irmã mais velha e seguirei o conselho do seu pai.
Dito isto, ele começou a se afastar, cada um seguindo seu rumo.
(Wang Gi Kwan) (In Hwa) (Mi-Woo) (So-Min) (Myung-Hee) (Tae-Song) (Hye-Won)
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