Uma nova manhã tinha chegado e com ela as energias de Hyemin estavam quase recuperadas. Só faltavam as amigas, o celular e os cartões. Então na realidade faltava bastante para se sentir inteira.
Até para acordar precisou de uma mãozinha dos empregados, já que o despertador que usava partia do toque de Red Velvet do celular. Sentia-se desamparada, então recorreu ao bichinho de pelúcia para dar bom dia e um abraço caloroso.
Pela ausência de música matinal, também foi muito difícil arrastar os pés na pantufa até o banheiro. Tinha muita preguiça de ligar o computador. A tecnologia do celular para ela era indispensável! Toda sua vida estava resumida ao aparelho, por mais que todos aqueles outros artifícios existissem.
Seu rosto não estava tão bonito quanto no dia anterior, pelo menos era o que ela mesma julgava na frente do espelho, fazendo vários beicinhos, jogando a franja de um lado para o outro até ficar quase satisfeita. Chorar daquele jeito nunca era bom para a pele. Calmamente iniciou sua maquiagem rotineira, mas dessa vez sentia que demorava um pouco mais para fazer isso. Fosse pela ausência de música, cansaço ou somente uma vontade interna de evitar o horário fatídico das desculpas, ela apenas pincelava o rosto burocraticamente e cantarolava baixinho.
A cor do dia era azul. Combinava bastante com o humor triste. A menina escovou os cabelos pacientemente, até ficarem bem lisos, depois foi em direção ao closet, onde passou pela variedade de bolsas e sapatos, até escolher uma azul claro com um chaveiro de ursinho evidente e um par de sapatos de cor similar com salto quadrado, uma maneira sutil de sentir-se mais forte.
Pegou a mochila e choramingou com o ursinho nas mãos, lamentando pelo pingente perdido na outra bolsa, junto com seus bens. Também estava infeliz de imaginar que não usaria uma capinha de celular super especial. Era um dia trágico. Pegou um novo estojo, kit de necessaire e material para jogar ali dentro. Sua vida tinha sido confiscada pelo pai na noite anterior. Se tirasse zero por não fazer lição de casa, a culpa seria dele. Não que realmente pensasse em fazer as tarefas, mas gostava de culpá-lo por qualquer coisa.
A menina complementou o look com o colarzinho de coração da sogra e a pulseira da amizade. Os dois itens lhe davam força. Também escolheu um relógio de ouro rosê para compor o look, precisaria por motivos práticos. Agora estava pronta. Saiu do quarto com alguma confiança, pronta para comer algo bem gostoso no café da manhã para aliviar o desgosto que seria seu dia, quando deu de cara com o pai sentado na mesa. Arregalou os olhos e nem disfarçou.
Por quêêê!?
Mordeu as bochechas por dentro da boca e nem lhe deu bom dia, murmurando alguma coisa parecida com isso, mas que não era muito audível. Estava muito brava. Como ele aparecia assim no café da manhã só para exibir que estava muito bem obrigado apesar de tê-la magoado? Só faltava exibir seu celular para mostrar como ele tinha direito de usar e ela não. Ah, claro, devia ser sua namoradinha. Ela o observou com raiva por um momento, imaginando que ele devia ter compromisso com a outra mulher, por isso estava tão bonito e tinha acordado de manhã, em vez de ser simplesmente o trabalho. Ou será que ela era do… trabalho ? Franziu a testa. Encarou por tempo o suficiente para que toda sua mesa fosse servida, mas ela queria atenção do pai, o que não teve. Ele estava feliz e distraído. Isso a deixava furiosa.
Por que é que tinha jantado? Não deveria ter cedido às armadilhas da gula! Agora ele também sabia que ela tinha comido o maravilhoso molho pesto. Era uma tonta mesmo. Suspirou e despejou a calda de morango por cima do waffle, mastigando lentamente, às vezes espiando o pai, achando que tinha o visto olhando para ela, mas era só o movimento que ele tinha feito para seu próprio prato.
Não conversariam?
Não pediria desculpas?
Nada?
OK então. Seria assim.
Que dia mais triste! Sua expressão brava cedeu um pouco, agora estava chateada. Queria só um bom dia do papai e aproveitar o café da manhã juntos. Já tinha aprendido a lição. Agora podiam ficar de bem de novo? Fez um beicinho, entristecida. Acabou que nem comeu todo o café da manhã. Os waffles ficaram até gelados e ela os descartou.
Finalmente o pai a observou, mas era para lhe dar ordens. Ela sustentou seu olhar, aborrecida e orgulhosa. Não ia dar-se por vencida! Suspirou e voltou ao quarto. Propositalmente demorou ali e reforçou o gloss interno nos lábios, do jeito que a tia gostava. Não era pra lembrar a tia? Fez questão de checar se estava com brincos maravilhosos e impecavelmente maquiada. Talvez ele lembrasse da tia ainda mais olhando pra ela agora, especialmente quando ela botou o salto.
Nesse momento ela avistou os sapatos imundos do dia anterior ali na entrada de casa. Queria jogá-los fora, mas não daria esse gostinho para o pai. Mesmo assim, os calçados estavam tão evidentes… Olhou para a governanta e fez a altruísta:
- Hm. Sabe, eu enjoei desses sapatos. Pode ficar pra você. - fez um bico e saiu.
No carro, Hyemin quase encostou o rosto no vidro e ficou olhando para fora, imaginando um gatinho correndo do lado de fora, como se fosse um jogo de videogame, pulando obstáculos. Tudo para se distrair daquela chatice das músicas do pai, que hoje estava odiando e não queria olhar, assim como o perfume maravilhoso dele, seu cabelo perfeitamente arrumado e as roupas alinhadíssimas. Como detestava seu lindo e perfeito pai!
- Tenha um bom dia. - falou quase para dentro, olhando minimamente para trás e estufando as bochechas. Um dia com a namoradinha, né? Todo empolgadinho por causa da outra e ignorando o que tinha feito. Tudo bem então.
Bateu a porta do carro, achando que a tortura tinha acabado, mas o pai resolveu debochar dela com aquele sorriso ameaçador maldito. Olhou surpresa. Ele estava realmente se divertindo em ser malvado com ela! Fez um bico gigante e quando o carro sumiu, só sobrou o lamento. Tinha um contador na sua cabeça agora. Olhou o relógio. Até meio dia. O quanto antes, melhor. E pior ao mesmo tempo. Tinha tanta gente chegando… Teria mesmo coragem de se humilhar publicamente? O que faria?
- Aigo…
Choramingou e foi até a porta do colégio, derrotada, mas procurando pelas amigas como um último suspiro. Nem tinha como saber onde estavam, porque… celular. Nem podia se distrair ali fora porque.. Celular. Suspirou. Talvez se esperasse no lugar de sempre, poderia vê-las, mas não havia sinal de Yerin, EuNa ou Yewon ainda. Só não estava desesperada porque a melhor amiga sabia que estava incontactável, então uma hora viria até ela.
Suspirou mais do que gostaria e naquele dia estava difícil dar bom dia para as pessoas, que ela mal via chegando, apenas checando se era alguém de seu interesse. Não eram nem 9 da manhã e ela já tinha vontade de chorar. Que tragédia. Foi só um ovinhozinho. Sentia-se o Aladin cantando a música do pão.
Era julgada tão injustamente… e agora tendo que lembrar disso o dia inteiro anterior e esse e talvez a eternidade! Talvez devesse pedir desculpas em forma de musical. Seria até fofinho e… Por que estava pensando nisso mesmo? Piscou algumas vezes e de repente viu um rosto torto e sorridente diante dela. Era sua Pokémon, que geralmente tanto fazia, mas agora tinha sido recebida com grande entusiasmo. Seus olhos encheram-se de esperança.
- Ah! Hayoung! - desencostou-se da parede, com um largo sorriso, o primeiro do dia. - Tudo bem? Ah, enfim. Ya. Tenho uma missão especial para você. - ela a puxou pelo braço e aproximou o rosto, para falar mais baixo. - Não conte a ninguém. Nem seu primo ou seu diário, está bem? - esticou a cabeça para a bolsa da menina. - Está com seu celular? Boa garota. Então… Preciso que faça algo por mim. Mas não é pra contar pra ninguém, ok? Ninguém - olhou em volta. - Bem, estou procurando aquele menino que você conversou ontem. O que levou ovo na cabeça. Nerd idiota de óculos com orelhas ridiculamente enormes e que devem ter servido de parabrisa para a gema, nem sei por que ele se incomodou!!! Aiiiishhhh - rosnou sozinha, mas balançou a cabeça. - Er… Quero dizer… Agora sério. Eu vou ter que chamá-lo para uma conversa. Eu e ele. Mas daí… você se esconde e filma a gente de um jeito que dê pra me ouvir, mas que não dê pra ele ver, tá bom, tá bom? Você dá um jeito. OK? Se aproxima e esconde o celular, sei lá. Mas você PRECISA filmar nossa conversa. É questão de vida ou morte. Está bem? É sua missão mais importante da vida. Por favor, faça isso por mim. - segurou as duas mãos dela. - Eu não poderia pedir a mais ninguém. Por favorzinho??? Se der tudo certo, te dou um presente super legal assim que eu puder. Você pode ter até uma bolsa minha que eu adoro! Então, que tal?? Ótimo! Agora fica esperta. - nem esperou que a menina concordasse. - Quando ele aparecer, você fica esperta.
Com a missão repassada, sentia-se até um pouquinho melhor, embora o desconforto no coração começasse a crescer. Cruzou os braços e ficou plantada bem na entrada da escola. Quando a menor sombra de Kim Joo Hyuk aparecesse, ela o chamaria em alto e bom som. “Ya. Kim Joo Hyuk.” Simples assim. Até orgulhou-se de sua determinação. Sim, tudo em nome de um bem maior. Recuar, engolir o orgulho. Isso mesmo!
Enquanto ele não aparecia, sua mente trabalhava nas desculpas em si.
“Desculpe por atingir suas orelhas gigantescas, não sabia que ia te sujar no teu guarda-chuva”
Não. Muito agressiva.
“Eu espero que com essas desculpas você me deixe em paz, macaco idiota”
Não, ainda não era o ideal.
“Desculpa pelo ovo, deveria ter sido a caixa”
Ok. Não estava melhorando.
“Só estou aqui porque meu pai mandou. Des.cul.pa. D-E-S-C-U-L-P-A. Tá bom pra você? Idiota.”
A ansiedade só crescia, mas por mais que pensasse em alternativas, para seu desespero não conseguiria chegar a nenhuma resposta devidamente ensaiada, até que ele realmente aparecesse, o que mudaria tudo.
Até para acordar precisou de uma mãozinha dos empregados, já que o despertador que usava partia do toque de Red Velvet do celular. Sentia-se desamparada, então recorreu ao bichinho de pelúcia para dar bom dia e um abraço caloroso.
Pela ausência de música matinal, também foi muito difícil arrastar os pés na pantufa até o banheiro. Tinha muita preguiça de ligar o computador. A tecnologia do celular para ela era indispensável! Toda sua vida estava resumida ao aparelho, por mais que todos aqueles outros artifícios existissem.
Seu rosto não estava tão bonito quanto no dia anterior, pelo menos era o que ela mesma julgava na frente do espelho, fazendo vários beicinhos, jogando a franja de um lado para o outro até ficar quase satisfeita. Chorar daquele jeito nunca era bom para a pele. Calmamente iniciou sua maquiagem rotineira, mas dessa vez sentia que demorava um pouco mais para fazer isso. Fosse pela ausência de música, cansaço ou somente uma vontade interna de evitar o horário fatídico das desculpas, ela apenas pincelava o rosto burocraticamente e cantarolava baixinho.
A cor do dia era azul. Combinava bastante com o humor triste. A menina escovou os cabelos pacientemente, até ficarem bem lisos, depois foi em direção ao closet, onde passou pela variedade de bolsas e sapatos, até escolher uma azul claro com um chaveiro de ursinho evidente e um par de sapatos de cor similar com salto quadrado, uma maneira sutil de sentir-se mais forte.
Pegou a mochila e choramingou com o ursinho nas mãos, lamentando pelo pingente perdido na outra bolsa, junto com seus bens. Também estava infeliz de imaginar que não usaria uma capinha de celular super especial. Era um dia trágico. Pegou um novo estojo, kit de necessaire e material para jogar ali dentro. Sua vida tinha sido confiscada pelo pai na noite anterior. Se tirasse zero por não fazer lição de casa, a culpa seria dele. Não que realmente pensasse em fazer as tarefas, mas gostava de culpá-lo por qualquer coisa.
A menina complementou o look com o colarzinho de coração da sogra e a pulseira da amizade. Os dois itens lhe davam força. Também escolheu um relógio de ouro rosê para compor o look, precisaria por motivos práticos. Agora estava pronta. Saiu do quarto com alguma confiança, pronta para comer algo bem gostoso no café da manhã para aliviar o desgosto que seria seu dia, quando deu de cara com o pai sentado na mesa. Arregalou os olhos e nem disfarçou.
Por quêêê!?
Mordeu as bochechas por dentro da boca e nem lhe deu bom dia, murmurando alguma coisa parecida com isso, mas que não era muito audível. Estava muito brava. Como ele aparecia assim no café da manhã só para exibir que estava muito bem obrigado apesar de tê-la magoado? Só faltava exibir seu celular para mostrar como ele tinha direito de usar e ela não. Ah, claro, devia ser sua namoradinha. Ela o observou com raiva por um momento, imaginando que ele devia ter compromisso com a outra mulher, por isso estava tão bonito e tinha acordado de manhã, em vez de ser simplesmente o trabalho. Ou será que ela era do… trabalho ? Franziu a testa. Encarou por tempo o suficiente para que toda sua mesa fosse servida, mas ela queria atenção do pai, o que não teve. Ele estava feliz e distraído. Isso a deixava furiosa.
Por que é que tinha jantado? Não deveria ter cedido às armadilhas da gula! Agora ele também sabia que ela tinha comido o maravilhoso molho pesto. Era uma tonta mesmo. Suspirou e despejou a calda de morango por cima do waffle, mastigando lentamente, às vezes espiando o pai, achando que tinha o visto olhando para ela, mas era só o movimento que ele tinha feito para seu próprio prato.
Não conversariam?
Não pediria desculpas?
Nada?
OK então. Seria assim.
Que dia mais triste! Sua expressão brava cedeu um pouco, agora estava chateada. Queria só um bom dia do papai e aproveitar o café da manhã juntos. Já tinha aprendido a lição. Agora podiam ficar de bem de novo? Fez um beicinho, entristecida. Acabou que nem comeu todo o café da manhã. Os waffles ficaram até gelados e ela os descartou.
Finalmente o pai a observou, mas era para lhe dar ordens. Ela sustentou seu olhar, aborrecida e orgulhosa. Não ia dar-se por vencida! Suspirou e voltou ao quarto. Propositalmente demorou ali e reforçou o gloss interno nos lábios, do jeito que a tia gostava. Não era pra lembrar a tia? Fez questão de checar se estava com brincos maravilhosos e impecavelmente maquiada. Talvez ele lembrasse da tia ainda mais olhando pra ela agora, especialmente quando ela botou o salto.
Nesse momento ela avistou os sapatos imundos do dia anterior ali na entrada de casa. Queria jogá-los fora, mas não daria esse gostinho para o pai. Mesmo assim, os calçados estavam tão evidentes… Olhou para a governanta e fez a altruísta:
- Hm. Sabe, eu enjoei desses sapatos. Pode ficar pra você. - fez um bico e saiu.
No carro, Hyemin quase encostou o rosto no vidro e ficou olhando para fora, imaginando um gatinho correndo do lado de fora, como se fosse um jogo de videogame, pulando obstáculos. Tudo para se distrair daquela chatice das músicas do pai, que hoje estava odiando e não queria olhar, assim como o perfume maravilhoso dele, seu cabelo perfeitamente arrumado e as roupas alinhadíssimas. Como detestava seu lindo e perfeito pai!
- Tenha um bom dia. - falou quase para dentro, olhando minimamente para trás e estufando as bochechas. Um dia com a namoradinha, né? Todo empolgadinho por causa da outra e ignorando o que tinha feito. Tudo bem então.
Bateu a porta do carro, achando que a tortura tinha acabado, mas o pai resolveu debochar dela com aquele sorriso ameaçador maldito. Olhou surpresa. Ele estava realmente se divertindo em ser malvado com ela! Fez um bico gigante e quando o carro sumiu, só sobrou o lamento. Tinha um contador na sua cabeça agora. Olhou o relógio. Até meio dia. O quanto antes, melhor. E pior ao mesmo tempo. Tinha tanta gente chegando… Teria mesmo coragem de se humilhar publicamente? O que faria?
- Aigo…
Choramingou e foi até a porta do colégio, derrotada, mas procurando pelas amigas como um último suspiro. Nem tinha como saber onde estavam, porque… celular. Nem podia se distrair ali fora porque.. Celular. Suspirou. Talvez se esperasse no lugar de sempre, poderia vê-las, mas não havia sinal de Yerin, EuNa ou Yewon ainda. Só não estava desesperada porque a melhor amiga sabia que estava incontactável, então uma hora viria até ela.
Suspirou mais do que gostaria e naquele dia estava difícil dar bom dia para as pessoas, que ela mal via chegando, apenas checando se era alguém de seu interesse. Não eram nem 9 da manhã e ela já tinha vontade de chorar. Que tragédia. Foi só um ovinhozinho. Sentia-se o Aladin cantando a música do pão.
Era julgada tão injustamente… e agora tendo que lembrar disso o dia inteiro anterior e esse e talvez a eternidade! Talvez devesse pedir desculpas em forma de musical. Seria até fofinho e… Por que estava pensando nisso mesmo? Piscou algumas vezes e de repente viu um rosto torto e sorridente diante dela. Era sua Pokémon, que geralmente tanto fazia, mas agora tinha sido recebida com grande entusiasmo. Seus olhos encheram-se de esperança.
- Ah! Hayoung! - desencostou-se da parede, com um largo sorriso, o primeiro do dia. - Tudo bem? Ah, enfim. Ya. Tenho uma missão especial para você. - ela a puxou pelo braço e aproximou o rosto, para falar mais baixo. - Não conte a ninguém. Nem seu primo ou seu diário, está bem? - esticou a cabeça para a bolsa da menina. - Está com seu celular? Boa garota. Então… Preciso que faça algo por mim. Mas não é pra contar pra ninguém, ok? Ninguém - olhou em volta. - Bem, estou procurando aquele menino que você conversou ontem. O que levou ovo na cabeça. Nerd idiota de óculos com orelhas ridiculamente enormes e que devem ter servido de parabrisa para a gema, nem sei por que ele se incomodou!!! Aiiiishhhh - rosnou sozinha, mas balançou a cabeça. - Er… Quero dizer… Agora sério. Eu vou ter que chamá-lo para uma conversa. Eu e ele. Mas daí… você se esconde e filma a gente de um jeito que dê pra me ouvir, mas que não dê pra ele ver, tá bom, tá bom? Você dá um jeito. OK? Se aproxima e esconde o celular, sei lá. Mas você PRECISA filmar nossa conversa. É questão de vida ou morte. Está bem? É sua missão mais importante da vida. Por favor, faça isso por mim. - segurou as duas mãos dela. - Eu não poderia pedir a mais ninguém. Por favorzinho??? Se der tudo certo, te dou um presente super legal assim que eu puder. Você pode ter até uma bolsa minha que eu adoro! Então, que tal?? Ótimo! Agora fica esperta. - nem esperou que a menina concordasse. - Quando ele aparecer, você fica esperta.
Com a missão repassada, sentia-se até um pouquinho melhor, embora o desconforto no coração começasse a crescer. Cruzou os braços e ficou plantada bem na entrada da escola. Quando a menor sombra de Kim Joo Hyuk aparecesse, ela o chamaria em alto e bom som. “Ya. Kim Joo Hyuk.” Simples assim. Até orgulhou-se de sua determinação. Sim, tudo em nome de um bem maior. Recuar, engolir o orgulho. Isso mesmo!
Enquanto ele não aparecia, sua mente trabalhava nas desculpas em si.
“Desculpe por atingir suas orelhas gigantescas, não sabia que ia te sujar no teu guarda-chuva”
Não. Muito agressiva.
“Eu espero que com essas desculpas você me deixe em paz, macaco idiota”
Não, ainda não era o ideal.
“Desculpa pelo ovo, deveria ter sido a caixa”
Ok. Não estava melhorando.
“Só estou aqui porque meu pai mandou. Des.cul.pa. D-E-S-C-U-L-P-A. Tá bom pra você? Idiota.”
A ansiedade só crescia, mas por mais que pensasse em alternativas, para seu desespero não conseguiria chegar a nenhuma resposta devidamente ensaiada, até que ele realmente aparecesse, o que mudaria tudo.