por zignon Dom Nov 26, 2017 1:11 am
Dr. Angelo, analisa atentamente as fotos, parabeniza o delegado e os investigadores pela organização e criteriosa catalogação das evidencias, mas algo não está certo naquela foto. O bastão com pregos explica a lesão que provavelmente levou a Óbito a jovem, mais o cadáver destroçado? Ele mesmo no estado em que se encontra, mostra que pertencia a alguém com vigor para dominar a outra vítima, ele estava em cima dela em posição de dominação, precisaria de uma terceira pessoa para agredi-lo daquela forma. Aquela não seria uma necropsia simples, muito menos comum.
Angelo passa as instruções ao seu assistente de como ele quer que seja feito o transporte dos corpos, em que ordem eles serão examinados e o cuidado que precisa ter com eles, também adianta que toda a abertura será feita por ele, que não adiante nenhuma etapa, o Corpo da mulher na sala 1 e o outro corpo na sala 2 e que se monte guarda na sala 2 para que ninguém chegue próximo daquele corpo e que leve o taco com pregos para a sala 1.
Aquela será uma longa madrugada, enquanto se apronta, faz algumas ligações, obtendo informações e adiando os seus primeiros compromissos da manhã e agora já paramentado, chega sua bolsa de necropsias e dando-se por satisfeito passa a despir o corpo da garota, observando as coincidências dos estragos na roupa e suas correspondências no corpo, observa a qualidade da indumentária e a qualidade das roupas intimas, por fim ela está completamente despida e deitada na posição anatômica.
Começa com as fotos do corpo nu e das roupas separadas e etiquetadas, feita a inspeção superficial, aposta as anotações dos achados no seu caderninho e começa o corte da glote ao púbis em forma de "y". Retira os órgãos internos e os mede e pesa, anotando todos os dados criteriosamente. Feito o exame ginecológico e da cavidade anorretal conclui que não ouve violência sexual por nenhuma das vias. As lesões e pobreza nos achados levam a crer que a causa tenha sido a perfuração do prego da arma empunhada na mão esquerda da outra vítima e as lacerações no pescoço da jovem são compatíveis com o acesso dentário a jugular em processo dinâmico de luta. Uma morte inglória para aquela bela moça.
Por fim, retira todos os líquidos daquele corpo e os manda para exames bioquímicos e toxicológico. Senta um pouco na sua escrivaninha, retira as luvas e começa seu relatório da necropsia da Jovem, e começa a elaborar como fará a abordagem da próxima necropsia enquanto na sua cabeça começam a fervilhar várias hipóteses e teorias. Enquanto está neste devaneio, seu assistente pergunta se dá tempo de fazer um lanche, o doutor lhe dá 20 minutos de intervalo e pede que ao fim deste tempo, desligue o ar condicionado da sala 2, mas leve o corpo da moça para a "geladeira" antes de ir para o lanche.