[!ON!] ☆ Prólogo - Donald Miller

Aquele era mais um dia normal se iniciando. Sem sinais de Thelma, nenhuma ligação. Rory não o incomodou e seus amigos pareciam ainda um pouco preocupados. Pássaros, pequenos e raros, passavam voando e cantando e pelo céu. Pessoas andando para um lado e para o outro, conversando ou passando sozinhas apressadas. Não havia nada naquele dia que indicava uma possibilidade de tragédia se aproximando das pessoas daquele pobre país. Nada indicava que tudo estava prestes a situação mundial, quando aquele país fosse alvo dos piores ataques terroristas já vistos, estaria em uma situação pior do que quando a Bolsa ruiu em 1923.

Ah, as pessoas! Viviam suas vidas completamente alheias aos acontecimentos da vida dos demais. Crianças correndo de um lado ao outro no grande parque, algumas puxando as barras das roupas de seus pais solicitando a eles para comprar pipoca, sorvete ou qualquer outra daquelas tantas opções que possuiam. Um cachorro branco passa correndo perto do comerciante com um dono correndo logo atrás. Mas um tumulto se formava a quase duzentos metros a noroeste do comerciante.

Quando alguém chegou, não foram as tropas de choque mas sim o departamento de homicídios. Em pouco tempo, a área ao redor foi isolada e as pessoas afastadas. Cliques de câmeras, burburinho das pessoas, repórteres chegando, corpos sendo extraídos... Aquela era a cena de um crime que logo passaria nos jornais.

Policiais começaram a falar com as pessoas no lugar, querendo saber quem encontrou os corpos, se alguém viu ou ouviu alguma coisa, se eram pessoas da região, se algo suspeito ocorria ali ultimamemte... Essas perguntas que os oficiais da lei sempre faziam.

Donald poderia ir embora antes de ser questionado, esperar os policiais ou mesmo os procurar para tentar ajuda-los.

As vezes, a ignorância era uma bênção. De todas as coisas que ele poderia ter feito, decidiu ceder a curiosidade e se deparou com o corpo sem vida de uma mulher, quando finalmente atravessou a multidão, levemente desfigurada e... bem... Os temores dele se confirmaram. Era Thelma. A bolsa, jogada no chão, estava revida com coisas jogadas no chão. O sangue dela formava uma poça no chão.

O corpo, imóvel, estava frio e a pele rígida. As roupas estavam sujas de sangue e barro, de origem que ele desconhecia. Mas estava terrivelmente parada e sem reação a nada. As mãos dos polícias então separaram ele do corpo e o tiraram daquela parte. Um homem negro de cabeça raspada olhou ele e sorriu.

- Bom dia, senhor. Sou o detetive Gary, do departamento de homicídios. Poderia responder algumas perguntas?

Havia alguma simpatia no olhar do homem e ele parecia até entender a dor e o sofrimento daquele pobre homem cujo o amor da vida havia sido levado. Mas também havia trabalho a ser feito.


- É o que queremos descobrir, senhor. Conhecia-a bem? Sabe de alguém que não gostava dela? Tem algo a dizer que possa ajudar?