Sala de Sllaker

— Aaah, entendi... Então é possível também que haja uma luz maligna? — Perguntou.

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Um brilho nos olhos do Sr. Arthur aparece com está afirmação e ele sorri e diz: - Exato! Luz e trevas, são conceitos, energias, nem são boas nem más, porém suas fontes o são e determina a polaridade energética! Perfeito. Vai para junto do seu pupilo e continua com o braço em seu ombro e diz: - nossa cultura, se acostumou a usar luz para o bem e trevas ou escuridão para o mal e isso confunde as pessoas.
 
 

Por fim, o Sr. Arthur senta-se e fala com entonação grave: - Seu poder é a Umbracinese filho, você retina da escuridão ou trevas a fonte do seu poder, e é isso que vou treinar você a controlar essa emanação e seu coração bom, vai usar as trevas para fazer o bem e combater o mal. E continua: - Agora vamos dormir, que temos que iniciar nossos treinos amanhã, logo cedo e levantando-se dá boa noite.

Tyler ficou embasbacado com a revelação do Sr. Arthur. Aquilo era muita informação para ele. Em um dia, sua vida tinha tido diversas reviravoltas. Depois de tantos infortúnios e de tanto perdurar, ter uma boa noite de sono sossegado era que tudo desejava nesse momento. Despediu-se do Sr. Arthur e do Daniel, desejando-lhes uma boa noite.

Deitado na rede tentando dormir, Tyler conseguiu analisar e ter noção do que tinha acontecido. Todo seu sofrimento e desgraça decorreram desses poderes que nem mesmo ele sabia que possuía. Tinha sido capturado e torturado e, eventualmente, caçado na tentativa de roubarem seus poderes. — E, provavelmente, não iam desistir tão cedo... — Conclui, consigo mesmo. — Esses poderes são uma benção ou uma maldição? — Refletiu sobre essa questão, mas não obteve uma resposta satisfatória de si mesmo. Talvez ambos. Ou nenhum. Ou talvez tudo dependesse do que ele ia fazer com eles.

Encarou a escuridão do céu anoitecido por mais alguns instantes até fechar os olhos e encontra-la novamente. — Estou agora em paz, tendo na escuridão o repouso que não tive durante a luz do dia.

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Tyler estava satisfeito com a refeição que, junto com a boa noite de sono que tivera, havia restaurado e reparado suas forças e sua moral. O dia anterior havia sido árduo e ele não esperava menos desse que acabara de começar.

No pátio, ele recebe com atenção as instruções do Sr. Arthur. Nesse pouco período de tempo, o sábio homem já tinha conseguido o respeito de Tyler, que se perguntava como um homem aparentemente simples possuía tantos conhecimentos ímpares.

— Estou! — Ele responde, entusiasmado. Era estranho ter que treinar um poder de sombras em plena luz do dia, mas como dito pelo Sr. Arthur: “sem luz, não há sombras.” E dessa forma, Tyler dá início ao seu treinamento. Ele observa a sombra feita pela árvore onde é amarrada a rede de dormir. Ele respira fundo e se concentra, estendendo a mão em direção a sombra tentando controlá-la, enquanto materializa a lâmina em sua mente.

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— Ok. — Tyler responde, tentando não se desanimar com aquela falha. Ele respira fundo novamente e se concentra completamente na sombra, esquecendo de qualquer coisa ao seu redor.

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— Certo, obrigado. — Tyler diz, dando um leve sorriso. Sem perder tempo, ele volta o foco para o exercício. Com a postura correta, ele concentra-se na sombra ignorando qualquer objeto a sua volta. Busca, no pouco que sobrou de sua memória, a cena do sonho em que teve com os assaltantes. Ele visualiza a faca, tentando materializa-la.

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— Nossa! Eu consegui senhor Arthur! — Falou, feliz e surpreso. — Isso é incrível! — Disse, enquanto analisava a faca, passando a mão do cabo até o fim da lâmina. — Ela é idêntica ao do sonho, exatamente como eu tinha imaginado. — Ele oferece a faca para o Sr. Arthur analisar. — Esse poder tem alguma desvantagem senhor? Eu me sinto bem, mas, todo esse talento deve ter algum preço. Quais são os meus limites? — Perguntou, interessado em saber mais, enquanto segurava a ansiedade de começar o próximo exercício.

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Tyler pondera sobre as palavras do Sr. Arthur. Ter um poder como esse, ilimitado, era algo realmente fantástico. Ele se sente privilegiado, e não consegue parar de pensar nas outras pessoas que, como ele, possuem dentro de si algo único. Isso o fez lembrar do bilhete lido no dia anterior, que indicava a existência de um local para pessoas como ele. E desejou, por um momento, que pudesse se teletransportar pra lá, agora. Mas tinha consciência de que deveria treinar mais, ele ainda era um aprendiz e suas experiências anteriores o mostraram o quão cruel o mundo pode ser para alguém despreparado e com tanto a perder. Há muitos que cobiçam captura-lo novamente e por as mãos em seu poder, e ele não deixaria isso acontecer nunca mais.

— Tudo depende da minha dedicação e do meu zelo ao treinar. — Como foi pedido pelo Sr. Arthur, Tyler começa o próximo exercício. Ele esvazia sua mente, se concentrando agora na sua própria sombra, tentando aumentar e depois diminuir o seu tamanho.

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Tyler agora preparava-se para começar a próxima etapa do seu treinamento que desenvolveria suas praticas de defesa. Ele deveria controlar a sombra para bem próxima do corpo, usando-a como se fosse um escudo. Ele se concentra, esforçando-se em controlar as sombras do próprio corpo, como havia feito antes. Daniel se postava a alguns metros dele, com alguns objetos na mão, preparado para arremessa-los em sua direção afim de testar a eficácia do escudo.

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Tyler estava com dificuldades em manter e usar as sombras como um escudo. Modifica-las em tamanho, já não era difícil, mas move-las para próxima do seu corpo estava sendo uma tarefa árdua. O senhor Arthur saiu da casa e lhe corrigiu, mostrando-o a postura correta para a execução da técnica. Agora, com a postura corrigida, ele se esforçava novamente em conduzir as sombras em direção ao seu corpo, enquanto se protegia dos objetos jogados pelo Daniel.

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Tyler sente uma tremenda dor de cabeça. Seu corpo fraqueja e ele cai de joelhos. Ele tenta se levantar, mas tudo começa a rodar. Sua visão embaça. Tudo escurece.

— Ei seu merdinha! —  Um adolescente corpulento fala, enquanto bloqueia o caminho de um garoto franzino. — Eu tô falando contigo! — Ele empurra o garoto mais jovem, fazendo-o cair no chão. O jovem parece segurar o choro enquanto tenta controlar o que parece ser um ataque de asma. Tyler reconhece o garoto. É o seu irmão. Tudo escurece.

— Eu não... — A tentativa de desculpas é interrompida por um soco. O adolescente está caído no chão, enquanto Tyler, por cima, desfere socos descontrolados em seu rosto. O jovem esperneia enquanto implora por perdão entre alguns gemidos e outros. Tyler consegue ver seu irmão pela visão periférica, assustado, ainda tentando controlar o ataque de asma. Uma roda de pessoas começa a se formar em sua volta. Tudo escurece.

— Respira... isso, calma. — Tyler fala, com uma voz suave, tentando acalmar Nick, seu irmão. Seus ataques de asmas eram comuns na infância, mas haviam ficados mais raros conforme o passar dos anos. Tyler pega a ‘bombinha’ de asma na mochila do irmão, auxiliando-o na inalação do medicamento. Tudo escurece.

— Morango! — Nick fala, contente, escolhendo o sabor do sorvete. Eles estavam próximos de casa, mas Tyler resolveu leva-lo a uma sorveteria próxima. Ele sabia que aquilo iria anima-lo. Sentados um do lado do outro, Nick saboreia o sorvete enquanto Tyler aproveita o momento. Ele passa o braço em volta do irmão, percebendo que seus punhos ainda estão manchados de sangue. Tudo escurece.

— Boa noite. — Tyler fala, enquanto agasalha o irmão com um cobertor. — Tyler... — Nick chama, antes que o irmão pudesse apagar a luz. — Eu te amo. — Tyler sorri e responde — Eu também te amo. — Ele apaga luz. Tudo escurece.

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