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    Mensagem por Colz Seg Fev 12, 2018 1:16 am


    Jogarão nesse tópico os seguintes players, exatamente nessa ordem:

    @Matusael
    @lsirena


    [!ON!] Unção 24wueqr


    Enredo proposto: John Oldman firma uma aliança com seres sobrenaturais a fim de combater a tirania de Miguel. Residindo em Los Angeles, o anjo continua sua peregrinação em busca de justiça enquanto mais voluntários se juntam à sua causa. Numa missão específica, cujo objetivo era descobrir e desmanchar uma gangue de traficantes de armas, o anjo Matusael se vê num galpão abandonado, apontado como o local escolhido pela gangue para armazenamento de mercadoria roubada, drogas e dinheiro. É um lugar bem afastado da região metropolita de Los Angeles, cercado por quilômetros de paisagem natural e pouca intervenção humana. O galpão não teria nada de diferente se uma mulher não estivesse ali, situada na região central, presa à uma cadeira e com os olhos vendados. O que estaria fazendo naquele fim de mundo? Matusael iria ajudá-la, ou apenas confirmar que não haviam armas e drogas no galpão já era suficiente?
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    [!ON!] Unção Empty Re: [!ON!] Unção

    Mensagem por Matusael Qui Fev 15, 2018 3:31 am


    "Essa imprevisibilidade do mundo é uma das coisas que mais me diverte por aqui.
    Essa foi a melhor piada interna de todos os tempos.
    Pelo menos eu achei engraçado.
    Você não?"



    A situação do lugar era lastimável. Não fazia sentido alguém querer fazer negócios ali, mesmo para os padrões do submundo. Aquilo era baixo... muito baixo. Mesmo assim, uma pista era uma pista, não devia ser ignorada. Mas sua intuição dizia que não tinha nada ali. Ou talvez fosse uma armadilha. Estava louco para que fosse uma armadilha.

    Entrou sem fazer barulho, como comumente fazia ao entrar num lugar desconhecido onde poderia ter companhias pouco amistosas. Não havia iluminação, mas isso não era tanto problema com seus olhos acostumados à penumbra oferecida por um faixo de luz da lua que entrava por uma buraco aberto no telhado. Andou sorrateiramente próximo às paredes e se agachou em um dos cantos. Ficou quieto e conseguiu ouvir um ruído vindo do centro do ambiente. O eco ajudava nesse ponto. Mas era estranho. Nenhuma voz. O som mais recorrente eram os pingos de uma goteira que já havia feito uma poça em algum lugar, água caindo em água. O cheiro de mofo e poeira eram fortes, mostrando o completo abandono daquele ambiente. Mas aquele ruído... Havia algo ali.





    Oito horas antes, Bob's Big Boy, Burbank – Los Angeles, CA


    John Oldman enfiava um pão inteiro recheado de patê de frango na boca. Ele não queria deixar o lanche de lado enquanto escrevia apressadamente no pequeno bloco de notas as informações de Lorenzo, um pequeno marginal porto-riquenho de Alondra que vez ou outra fazia bicos para o crime organizado. John tinha chantageado o rapaz de 19 anos quando o pegou tentando furtar um carro em Del Rey. Desde então se tornara um de seus informantes na cidade. Estava agora no encalço de alguns nomes maiores do tráfico de armas e drogas na cidade. Seu papel não era pegar os pequenos e também nem sempre os grandes, mas era garantir que a justiça fosse feita para aqueles que se achavam imunes à lei. Terminou de mastigar o pão de qualquer jeito, engolindo um pedaço grande de mais e se engasgando. Lorenzo olhou para ele desconfiado, mas não disse nada. Esperou o peculiar "detetive", como se identificava, terminar suas anotações para saber se teria mais alguma pergunta.

    - Casquiña, se isso for balela, sua avó vai saber dos seus podres, acredite em mim! - disse John com uma expressão pouco convincente enquanto apontava para o jovem ameaçadoramente.

    - Não enche! Foi o que eu ouvi. E para de me chamar assim! Quem diabos fala desse jeito?

    - Se manda!

    Terminou de tomar seu 7up. Aquele restaurante de rua era o único lugar que conhecia que ainda vendia o refrigerante de limão. Uma linda moça passou por sua mesa apressadamente. Ele seguiu a mulher com os olhos, reparando nas panturrilhas arqueadas por conta do salto alto de cor azul petróleo. Antes que tivesse tempo de analisar sua roupa, ela entrou num carro esporte e saiu arrancando pela rua.

    - Sempre apressadas... Não acham tempo para apreciar um broto como eu.

    Uma senhora na mesa ao lado o observava com olhar de reprovação.

    - Só temos uma vida, não é mesmo?





    Passara o dia fazendo contatos, mas para outro caso: uma viúva que perdera o direito da pensão do marido pelas condições do testamento. Ela tinha de provar que ele tinha se suicidado, e não simplesmente caído da sacada do apartamento no décimo oitavo andar. Precisava pagar as contas.

    Voltou no fim da tarde para seu apartamento alugado no centro. Um pequeno dois quartos mobiliado, próximo à uma delegacia de polícia. Tomou um banho frio para fazer o corpo acordar. Vestiu-se com um conjunto quase idêntico ao que usara durante o dia, passando um desodorante neutro para que não exalasse nenhum aroma enquanto estivesse espreitando bandidos. Preparou seus equipamentos de vigilância, tudo o que cabia nos bolsos, e tomou um taxi até as proximidades do galpão abandonado. Já era noite e buscou observar o lugar à distâncias, usando seu binóculo portátil, para ver o quão bem vigiado era. Mas a verdade é que não havia uma alma penada nas redondezas e, aparentemente, dentro do galpão. Decidiu entrar, cuidadosamente. Depois de fazer uma breve análise, acendeu sua lanterna, apontando para a única coisa relevante que havia no lugar. Uma linda mulher amarrada a uma cadeira.


    "E lá estava ela, toda linda num lugar que não condizia.
    Eu estava trabalhando, claro, mas não consegui evitar olhar pra ela...
    daquele jeito."



    - Quem será que você emputeceu pra estar num lugar desse... sozinha? - A voz era amigável.

    Caminhou a passos lentos, fazendo questão de o sapato fazer barulho enquanto caminhava, dando um tom dramático à medida que o eco expandia os sons de seus passos.

    - Os bons modos dizem que devo me apresentar primeiro antes de perguntar seu nome. Mas essa situação pede um pouco de cautela de minha parte. Entenda, não posso confiar em você, mas posso dizer que talvez eu venha a te ajudar. Então pode me chamar de... seu anjo. E você, como devo te chamar?

    Já estava próximo, mas não ao alcance de um provável chute entre suas partes, coisa que já experimentara em mais de uma ocasião, mas agora era experiente em evitar aquele tipo poderoso de ataque feminino. A pequena lanterna de mão apontava para a barriga da mulher, a fim de não incomodar os olhos, mesmo por baixo da venda. A outra mão estava enfiada no bolso do sobretudo, onde segurava firmemente sua pistola Glock 9mm G19 Geração 5 com mira Ameriglo GLOCK Spartan Operator, própria para disparos em ambientes com baixa luminosidade. Emendou numa outra pergunta.

    - E como veio parar aqui?
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    Mensagem por lsirena Sex Fev 16, 2018 11:22 am


    Sede da Angelo Custode – Los Angeles, CA. (1 dia antes)
    "Por que não consigo sentir saudades de casa?"
    O sol banhava a sala da Anja, Hasdiel observava o céu procurando uma resposta para seu questionamento mais profundo. Ela não sentia saudades do Outro Plano, talvez por estar muito tempo entre os humanos. Vez outra se sentia mais humana que anjo, às vezes gostava dessa sensação, às vezes sentia-se perdida entre os dois mundos.

    Não recordava quando foi parar ali, mas viu a humanidade crescer, caminhar com sua ajuda e depois - e agora -sozinhos. Estava ali quando Noé criou a arca, viu o mundo se reconstruir tantas e tantas vezes. Tantas Guerras, catástrofes da natureza. Ali realmente era sua casa.  
    Fechou os olhos e respirou fundo. Havia mais alguém naquela sala e ela sabia quem era. Virou-se com um sorriso nos lábios, ele estava sério.


    - Precisamos conversar. –Disse a outra figura do ambiente, enquanto sentava na cadeira frente da mesa de Valentine. Talvez aquela conversa tenha durado mais do que ela gostaria.


    Alguns minutos antes...

    ”Eu vejo tanto potencial nele como vi e ainda vejo em você, Hasdiel. Eu tenho certeza que nunca estive errado sobre você. "

    Sentada dentro do carro - algo luxuoso demais para um lugar como aquele - Valentine esperava o sinal. A frase proferida por Rikbiel não saia de sua cabeça. Estava lisonjeada pela confiança, mas também com medo de decepciona-lo. Viu Lirian, um outro anjo que também trabalhava na Angelo Custode, chegar e acenar. Estava quase tudo pronto, faltava somente o peixe morder a isca.  Desceu do carro em direção ao galpão, se tudo corresse como esperava, dentro de 10 minutos ele estaria ali. Estava tensa, precisava que tudo ocorresse do jeito que ela planejou, nada poderia sair errado. Rikbiel confiava nela.


    Sentou-se na cadeira e esperou que Lirian amarrasse suas mãos - levemente, de forma que ele pudesse se soltar sozinha- e a vendasse. Feito isso, o anjo saiu do galpão deixando Hasdiel lá, sozinha. Não demorou para ouvir o som dos passos daquele que ela aguardava, baixou a cabeça na intenção de deixar aquilo tudo mais real.

    Não conseguiu não sorrir com o que o homem acabara de dizer, era engraçado como anjos que conviviam muito tempo no meio humano pegavam seus trejeitos, manias e etc.

    - Talvez seja eu que deva desconfiar de você, não é mesmo?! - Disse calmamente. - Bem, eu já tive muitos nomes, Matusael. Assim como você, já tive muitas vidas. - Levantou a cabeça delicadamente, mas não se soltou, mesmo que pudesse. - Atualmente, todos me conhecem como Valentine, mas de onde viemos, sou Hasdiel. E estou aqui por você..
    .
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    Mensagem por Matusael Sex Fev 16, 2018 2:28 pm



    "É disso que estou falando! Imprevisibilidade!
    Agora restava saber se seria fortuna ou revés."



    A resposta veio rápida, precedida por um leve sorrido. Aquela mulher não agia como se estivesse presa num lugar ermo controlado por traficantes. Nada disso. Ela estava ali por escolha própria. As sobrancelhas de Matusael se arquearam enquanto ela falava. Ela saber seu nome fez o estômago congelar. A mão enrijeceu contra o cabo da pistola dentro do bolso do sobretudo, e o dedo deslizou até o gatilho. Ela enfim se apresenta. De fato, aquilo era uma armadilha, só faltava identificar de quê tipo.

    O anjo olhou em volta, apontando a lanterna para todos os lados, procurando alguém escondido. Ele tinha certeza que não havia nenhum humano ali, mas quando se trata de anjos, as coisas são um pouco mais delicadas. Não respondeu de imediato, forçando a audição. Tinha receio de ser surpreendido e não se deixaria capturar sem uma boa luta. Aquele era um momento tenso. No que tange a guerra celestial, um anjo pode ser amigo, neutro ou inimigo. Agora cabia a análise de o que essa mulher seria para ele.

    Usou a base da lanterna para coçar o queixo onde a barba começava a espetar por conta do crescimento ao longo do dia. Se agachou num movimento lento, enquanto estreitava os olhos, fitando a moça a sua frente.

    - Que honra! Jeito estranho de me esperar. Eu não curto esse lance de mulher amarrada. Prefiro a clássica cama quentinha. - disse casualmente, mas a voz demonstrava certa tensão agora. - Mas se você está aqui para mim nessas condições, imagino que precisou de ajuda pra se colocar aí. Resta saber quem são seus amigos. São chegados do Príncipe ou do Mensageiro? Diga-me com quem andas, e te direi quem tu és...

    A pistola, oculta dentro do sobretudo, estava apontava para o joelho da celestial, pronta para se disparada a qualquer reação mais busca por parte dela. Ele a luz emitida pela lanterna se concentrava agora no rosto dela. Ela era linda de se ver, realmente. Quem quer que a tivesse enviado, sabia de suas fraquezas. Pensaria duas vezes antes de ferir uma mulher, a menos que sua vida fosse claramente ameaçada. "Elas são macias", era o que defendia. E aquela, em específico, carregava um tipo de pureza celestial; seria um pecado machucar alguém assim.

    - O que quer comigo? Certo que estou solteiro, mas eu sou difícil. - as palavras formaram uma piada, mas o tom da voz não acompanhava a descontração. Saberia em breve se poderia relaxar ou sair dali o mais rápido possível.


    "Li num artigo que bom humor ajuda a minimizar momentos de tensão. Não funcionou comigo dessa vez."
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    Mensagem por lsirena Sex Fev 16, 2018 8:14 pm


    Hasdiel conseguia sentir a tensão na voz dele, era algo normal, até ela iria estranhar se armassem uma daquelas. Mexeu as mãos vagarosamente na intenção de soltar-se, já não precisava ficar amarrada, a pesca já tinha mordido a isca. Ela ignorava as piadinhas dele, Hasdiel se tornava séria quando estava em alguma missão - coisa que há muito tempo não acontecia já que Rikbiel estava sumido.

    -Realmente... Mas pode ficar calmo, baixar a guarda. Estamos sozinhos, quem me ajudou já foi. – Falava num tom sereno a fim de amansar aquele gato arisco.

    Matusael parecia ser brincalhão, ou talvez era o jeito dele de disfarçar as coisas, medos, preocupações e ela compreendia. Seu mestre havia feito um pequeno resumo sobre o anjo que ali estava. Ele assim como ela conhecia a perda de um amor humano, a diferença é que ele sempre soube superar, mas ela não. A anja sofrerá tanto a perda de seu humano que decidiu não se envolver mais com ninguém, não queria sofrer mais e nem que outra pessoa sofresse por ela. Durante todos esses milhares de anos, foi cortejada por muitos, alguns realmente chamavam sua atenção – não só por aparência. Hasdiel era um ser só num mundo tão cheio. Era feliz de observar o amor e não mais senti-lo.

    - Olha, eu vou-me soltar, apenas isso. Confia em mim? – Não esperou resposta dele, as cordas caíram no chão e ela levantou os braços graciosamente para desamarrar a venda.  

    Depois da escuridão, há sempre a luz, e esta machucava seus olhos azuis tão claros como o céu. Levantou-se, ajeitou o vestido de um tom lilás que ia até a altura dos joelhos, olhou para Matusael e sorriu.

    - Bem, você confia em mim? Podemos conversar num lugar mais apropriado, menos escuro e sujo. – Gesticulava apontando para a porta. – Mas se você preferir, podemos continuar aqui e correr alguns riscos. Acho que você está acostumado com isso. Por sinal, não brigue com o menino, a ganancia do ser humano foi mais forte nele. Ou somente o desespero de poder ajudar em casa.
     
    Hasdiel tentava ser o mais dócil possível, o que era bem fácil para ela.  Olhou para a porta e depois para o anjo. Sabia que estavam sós, mas o ser humano é algo surpreendente e com a chegada da noite, ela sabia que muitos poderiam escolher aquele lugar como local para passar a noite.

    - Sei que está a tanto tempo aqui como eu, mas não consigo entender como nunca nos vimos antes... – Ela não estava dando em cima dele, nada desse tipo, só estava comentando algo curioso e que estava se questionando. Quantos irmão estão por ai espalhados?
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    Mensagem por Matusael Sáb Fev 17, 2018 1:18 am


    "E ela escolheu esconder o jogo.
    Qual é? Pra que todo aquele suspense?"


    De maneira calma e suave, Hasdiel, vai conduzindo a conversa enquanto se solta facilmente da corda que atava seus pulsos e retira sua venda. Matusael não respondeu nada enquanto ela fazia aquilo, mas a arma continuava apontando para ela de dentro do bolso. Quando ela retira a venda, ele desvia a direção da luz da lanterna, apontando para o busto da mulher, deixando o rosto parcialmente iluminado, mas sem ofuscar os olhos dela.

    Ela segue o discurso, perguntando se podiam ir para outro lugar. Claramente não confiava nela, nem sabia quem ela era e não havia respondido a pergunta mais importante que ele fizera. Tudo não passava de uma montagem ardil para que ela se encontrasse com ele. Como poderia confiar? O olhar fixo nela era cético.


    "Confiar? Sério? É claro que não.
    Mas confesso que a vontade era de responder:
    Na minha casa, ou na sua?"


    Esperou ela terminar a frase, se referindo a seu informante. Ele sabia que não adiantava ficar bravo com o garoto, era apenas uma peça a ser manipulada. Tudo bem até ali. Mas não poderia ficar por aquilo mesmo, tinha uma reputação a zelar.

    - Isso é um assunto para outro momento, depois eu cuido dele.

    Analisou melhor a postura e o vestido refinado da mulher agora que estava em pé. O incômodo em querer sair logo daquele lugar mostrava que era uma mulher de classe, acostumada com alguns confortos e luxos. E realmente o galpão abandonado não combinava com ela... nem com ele. O coração mole começou o convencimento do corpo. O jeito dela falar era dócil, manso, suave. De alguma forma mexeu com o renegado. Ele suspirou, pressionando levemente os lábios.

    - Espero não me arrepender disso.


    "Se ela fosse me atacar, já o teria feito.
    E não faria sentido ficar me cozinhando para ganhar tempo.
    Além disso, eu estava faminto..."


    Baixou a lanterna ao mesmo tempo em que largou a arma dentro do bolso, tirando a mão para fora. Se aproximou calmamente dela, estendendo-lhe a mão. Mesmo perto, respeitou seu espaço pessoal. Beijaria a mão dela de forma cortês se ela lhe desse a mão, do contrário giraria o corpo de forma descontraída, dando o braço para ela segurar.

    - Espero que seja um prazer conhecê-la... - disse um pouco incerto - Estou faminto. Se quer sair daqui, que seja para um restaurante ou um bar. Até lhe pago uma bebida. Mas tem que me dizer se está do lado de Miguel ou do lado de Gabriel, pra saber se viverei até o fim da noite ou não... e decidir o que vou comer, caso seja minha última refeição.

    Conduziria ela para fora do galpão, iluminando o caminho com sua pequena lanterna. Do lado de fora procurou observar os arredores, para ter certeza de que não havia nenhuma ameaça ali. Guardou sua lanterna e sacou o smartphone, fazendo uma discagem em dois toques no display. Pediu um taxi, informando o endereço. Resolveu dar continuidade à conversa, pra que não ficasse um silêncio incômodo.

    - Se está na Haled a tanto tempo quanto eu, já deve amar esse lugar mais do que amava os Céus. Estou certo?

    Esperou a resposta e ficou observando ela, reparando em sua beleza. Não falaria muito mais depois disso. O que ela quisesse lhe dizer, diria a seu tempo. Afinal, fora ela quem arranjara aquele inusitado encontro. Será que era um encontro? Ele gostou da ideia.
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    Mensagem por lsirena Dom Fev 18, 2018 5:45 pm


    Desconfiança é definida nos dicionários como “Tendência natural para não confiar nos outros; ausência de confiança.”; “Sentimento da pessoa que não acredita, não confia, em outras pessoas.”; mas a que melhor define a palavra a situação é: MEDO DE SER ENGANADO. Pois era exatamente o que estava acontecendo ali e Matusael tinha todo o direito e motivos para isso. Hasdiel sabia que não estava dando motivo para ganhar a confiança dele, sabia que deveria mudar o jogo e a forma que ela achou foi deixar ele conduzir.
    Ele era um cavalheiro, ou talvez só um galanteador como a maioria dos homens eram. Enfim, deu a mão para que ele a beijasse, sempre com um sorriso no rosto e um olhar terno.

    -Garanto que será, Matusael. – Disse cruzando os braços. – Assim como garanto que essa não será sua última refeição e que sairá vivo disso tudo. – Acompanhou o homem para fora do galpão.
    Ele era precavido, como já foi dito, desconfiado, e estava certo em ser assim. Matusael e Hasdiel viviam em meios diferentes. Enquanto ela estava acostumada com a segurança, ele estava acostumado com o oposto. A pergunta dele a acertou em cheio e ela mais uma vez sorriu, mas foi um sorriso de desconforto. Como explicar ele que ela não se lembrava do Céu?

    - Eu não lembro do céu.  – Respirou fundo. – Mas amo esse lugar, as pessoas... – Ajeitou uma mecha de cabelo para trás da orelha. – Eles são...complexos, curiosos, a cada dia me surpreendem mais. É incrível.
    O táxi logo chegou e Valentine não esperou que o anjo abrisse a porta, seguiu entrando no carro e ajeitando-se. Não sabia para onde estava indo, mas isso não a preocupava. Sacou o Iphone do bolso e passou alguns minutos entretida com o aparelho. Algumas ligações perdidas, mensagens de sua secretaria dando algumas informações sobre reuniões, e-mails. Desligou o aparelho e voltou o colocou no bolso.

    -Desculpa. Sobre o que falávamos mesmo? Ah é, “casa”. Eu não tenho nenhuma lembrança de lá. Estou aqui desde começo, quando isso tudo era nada. Talvez antes mesmo de você. – Olhou para o taxista pelo retrovisor: gordo, provavelmente mexicano, provavelmente ilegal, provavelmente lutando para conseguir manter a família em LA ou para traze-los para o lugar. – Você se incomoda de mudar a rota? Preciso passar no trabalho e acho que será o melhor lugar para conversarmos. – Não esperou o anjo responder, apenas deu a nova rota para o taxista. – Desculpa, mas compromisso, e é até melhor. Lá é mais calmo, podemos pedir o que você quiser para comer lá.

    Algo estava estranho dentro dela, sentia que não haveria lugar totalmente segura pelas ruas para que eles pudessem conversar, e o lugar em que ela mais se sentia segura e confiava, era sua empresa. Talvez por conta da evolução de segurança dos humanos.

    - Confie em mim, não há nada que te prejudicará lá e responderei todas as suas perguntas! Todas. – Dizia enquanto segurava a mão dele com firmeza e sorria, mas tão logo soltava. Aquilo era o máximo de contato que ela conseguia ter com o sexo oposto.
    Voltou sua atenção para o caminho, mas em sua mente só conseguia pensar no que dizer e como. Ela estava do lado humano, mas Rikbiel, de que lado estava? O príncipe voltará a pouco e, pelo que ele deixou claro, ela era a única ou uma das poucas a vê-lo. Hasdiel tinha o medo humano de falhar.
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    [!ON!] Unção Empty Re: [!ON!] Unção

    Mensagem por Matusael Qua Fev 21, 2018 1:44 am



    "Sinceramente? Caguei."


    O jeito manso de falar, as respostas indiretas e sem jeito, a maneira distraída de usar o celular enquanto dividem o taxi... Tudo isso só podia significar uma coisa: ela não tinha a mínima vocação para sequestrar alguém. O que quer que estivesse fazendo, não seria relativamente perigoso; pelo menos ela não tinha consciência disso. Mudar de rumo depois de ter oferecido ir para onde ele quisesse era frustrante, mas ela parecia nem notar isso. Hasdiel, quem, afinal, é você?

    O olhar dele era um misto de impaciência e descrença quando ela praticamente perguntou por educação se poderiam ir para seu trabalho em vez de ir ao restaurante; visto que não esperou resposta antes de anunciar ao motorista a mudança de rota.

    - Não, quê isso. Por favor. Fique à vontade. - disse com um toque de sarcasmo.

    Prestou atenção no local ao qual ela informara o motorista e ficou observando o caminho que faziam com atenção. Se lembraria de como chegar lá sempre que precisasse. E mais uma vez, ela pede pra confiar nela, como se repetir aquela palavra várias vezes pudesse convencê-lo. Ele sorri ao responder.

    - Oh, se confio. Estou começando a desconfiar que você é uma stalker minha, e agora está me levando para um jantar romântico a sós.

    A risada genuína. Não estava se insinuando, apenas tentando quebrar o gelo. Precisava disso. Deixar ela pensar que ele estava ficando à vontade poderia fazer a diferença no relacionamento que viria a se consolidar, fosse de qual cunho fosse, como amiga ou inimiga. Talvez pudesse até mudar o rumo das coisas.


    "Bem, eu não gosto de fazer isso.
    Tenho a impressão que estou trapaceando...
    Mas ela não me deixou escolha, não é?"


    Finalmente ela tomou a iniciativa do contato físico, de forma contundente, segurou a mão de Matusael. Esse retribuiu a pressão que ela fazia, de forma tenra enquanto observava os olhos dela. E então utilizou de sua divindade, buscando prever os acontecimentos que estavam por vir por parte de Hasdiel. Buscaria o máximo de lembranças possível enquanto o contato durasse. Procurou estender o aperto de mão o máximo que pôde sem parecer estranho. Buscaria informações sobre o lugar para onde estavam indo, sobre o teor da conversa que teriam, se haveria alguém no local esperando eles, ou se ficariam realmente a sós para conversar, e qual seria a comida que pediriam; esse último ponto era de extrema importância.

    Matusael efetuou 1 lançamento(s) de dados [!ON!] Unção Dice10 (d6.) :
    5

    - Vou me lembrar dessa promessa. Espero que tenha bastante paciência. Minha mãe sempre dizia que eu nasci para fazer perguntas. - completou de forma descontraída.

    Se recostou no banco do carro e continuou observando o caminho. Estava ficando ansioso além de desconfiado. Queria ver logo o desfecho de todo aquele teatro.
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    [!ON!] Unção Empty Re: [!ON!] Unção

    Mensagem por Colz Qua Fev 21, 2018 10:04 pm


    [!ON!] Unção O9nu6a

    @Matusael


    Ação: utilização do poder Clarividência.

    Descrição do poder: A capacidade de prever acontecimentos antes dos mesmos tornarem-se realidade. Isso é possível através de contato com determinada pessoa ou análise de objetos e locais específicos.

    Personagem afetada: Hasdiel (@lsirena)

    Número obtido na rolagem de dados: 05

    Resultado: Matusael consegue ver perfeitamente o local em que Hasdiel trabalha, um prédio simples, porém muito bem organizado. O escritório da mulher que atende por Valentine em sua forma humana possui algumas pilhas de folhas, a famosa papelada burocrática que ninguém gosta de lidar. Consegue se ver, num milésimo de segundo, sentado numa cadeira confortável em frente à Valentine, que está acomodada na cadeira presidencial. Uma mesa com um computador e alguns cadernos os separam. Por fim, Matusael enxerga duas pessoas: um ser dotado de luz, uma luz tão intensa que é impossível definir sua silhueta, com exceção da máscara que cobre seu rosto; e um homem de aparência jovem e olhos azuis. Entre eles, há uma espada brilhante que perfura a máscara e a quebra por completo.


    O turno de Hasdiel deve prosseguir normalmente. Matusael, por sua vez, deve narrar sua reação aos acontecimentos descritos acima da maneira que considerar válida.


    No caso de dúvidas, favor sinalizar via mp, whatsapp ou no tópico de dúvidas.


    Bom jogo a todos!

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    [!ON!] Unção Empty Re: [!ON!] Unção

    Mensagem por lsirena Sex Fev 23, 2018 3:39 pm


    E depois de algum tempo, finalmente eles chegavam a Sede da Angelo Custode, um prédio simples, com a aparência antiga. Uma fila estava se formando de um lado da porta, era hora da janta e os moradores de rua iam lá jantar. O táxi parou, Hasdiel tirou algumas notas do bolso e agradeceu o motorista.

    - Seja bem-vindo a Angelo Custode. – Disse enquanto descia do automóvel. – Eu trabalho aqui, sou presidente. Somos uma ONG, nosso objetivo é ajudar. – Fez uma pausa e riu, esse era a missão dela, nasceu para aquilo. – Te explico mais coisas lá em cima, se você quiser.

    Esperou Matusael sair do carro para continuar a falar e seguirem para sua sala. Alguns mendigos a cumprimentavam com um aceno de mão e ela retribuía da mesma forma e com um sorriso de satisfação. De repente um homem para ao lado de Hasdiel, esta docemente vira o rosto para ele que beija sua testa.


    [!ON!] Unção 2ad26110


    -Estava preocupado. - Disse um ofegante – Boa Noite! Tivemos um 025 e um 016, mas já controlamos tudo.

    - Você sempre está, Lirian. Ah, então as coisas foram movimentadas por aqui. Bem, depois eu leio o relatorio.  Agora, Matusael, este é Lirian, um irmão que também trabalha na Angelo. – Esperou que ambos se cumprimentassem e após isso seguiria entrando no prédio. Cumprimentava alguns com simples sorriso, outro ainda desejava boa noite. – Lirian, estou em reunião. Não vou atender ninguém, por favor.

    O homem parou perto de elevador e acenou positivamente com a cabeça, clicou no botão e esperou pelo equipamento.

    - Já sabe o que irá pedir? - Entrou no elevador e clicou no número 4, ultimo andar do prédio. – A Angelo cuida de moradores de rua, damos uma cama, comida, banho e, se for da vontade da pessoa, oferecemos algum curso de capacitação. Para crianças, conseguimos convenio com algumas escolas. Aqui as pessoas tentam mudar de vida. Os dois primeiros andares são para isso. Ah, temos o subsolo, onde eles dormem. É o lugar mais seguro. – O elevador para. A frente, um corredor com três portas, sendo uma delas no final. – Muitos de nossos irmãos trabalham aqui.

    Do lado da Porta havia um leitor digital, ela colocou o dedo e a porta abriu. Uma sala de tamanho médio, bem decorada, muitos papéis na mesa e em um outro armário aberto. Hasdiel entrou e foi direto ao seu posto, pôs o celular na mesa e esperou que Matusael se acomodasse.
    “Não vou saber ir com calma, mas preciso…” O momento que ela tanto evitou havia chegado, respirou fundo, agora não teria como escapar, nem deixar nenhuma pergunta sem respostas.  

    - Vamos lá. Peça o que quiser enquanto eu te explico o motivo da procura -Apontou para o telefone. – Matusael,  John Oldman.  Primeiramente, desculpa pela forma em que nos encontramos, não sabia como chamar sua atenção. Segundo, eu sou discípula de Rikbiel e nessa guerra toda, nem Miguel, Lucifer ou Gabriel estão certos. Entre eles, é jogo de Ego. Nenhum deles pensa no que o Pai ama, somente em quem vai comandar os céus. – Fez uma pausa. Apoiou os cotovelos na mesa. – Estamos o lado humano da situação. Pensamos neles, amamos ele como o Pai ama. Rikbiel entende o seu amor também, ele vê potencial em você. E por isso ele o quer do nosso lado.

    Hasdiel lembrava-se dos renegados que ajudou, eles eram difíceis de acreditar em um lado, entretanto Hasdiel compreendia. Foram, de certa forma, traídos. Acreditaram nos arcanjos, em seus egos e acabaram mal. Muitos não gostavam da Terra, mas agora estavam sendo obrigados a viver ali.
    - Sendo assim, Matusael, eu te procurei, porque Rikibiel quer você ao lado dele…
    .
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    Mensagem por Matusael Sáb Fev 24, 2018 10:18 pm



    "Hunf... mas o quê!?"


    O elohin já estava acostumado a disfarçar esse tipo de modus operandi, mas a cena estava muito aquém do que ele poderia esperar. É verdade que nem sempre as visões mostravam a realidade direta, principalmente quando o futuro próximo não estava completamente definido. Mas aquilo... o que era aquilo?

    Voltou a ficar tenso, ficando quieto o resto do trajeto, tentando focar a mente para interpretar quaisquer sinais que pudesse levar até aquele derradeiro momento que vira.

    Assim que chegaram a seu destino, Matusael desceu do carro e ficou parado por um instante, analisando tudo ali em volta. Claro que a mente buscava, principalmente, o homem de olhos azuis que vira na visão. Não estava certo de que queria continuar participando daquilo. Mas por outro lado, tinha a ligeira impressão de que Hasdiel estava sendo usada, e pensar que a falha dela poderia causar graves consequências deixava o coração do anjo apertado.

    Escutou o que ela falava e sentia que tudo aquilo era verdade. Racionalizando bem, Matusael chegou à conclusão de que Hasdiel tinha certeza de que ele se tornaria um aliado, do contrário não teria corrido o risco de trazê-lo até um lugar onde ela tinha tanto a perder. Essa demonstração de confiança quebrava um pouco de sua própria desconfiança. Mas por outro lado, poderia significar que, caso algo desse errado, não haveria a possibilidade de ele sair dali vivo, assim não havendo problemas em ele saber de tantas coisas. Paranoia? Talvez. Mas ele era um dos renegados, estava acostumado a ser perseguido, principalmente pelo secto de Miguel. E até então ainda não sabia a quem ela estava subordinada.

    Tomou coragem e mudou a postura, colocando um semblante sério no rosto enquanto meneava a cabeça para Hasdiel, seguindo-a e observando tudo em volta. As mãos estavam dentro dos bolsos do sobretudo, uma delas coçava nervosamente o cabo da pistola, mas era apenas um tique que ajudava a aliviar a tensão, dando uma sensação de segurança. Quando um homem mais bem vestido parou a seu lado, olhou-o com certa atenção enquanto ele e Hasdiel trocavam algumas palavras. Não foi difícil intuir que fora ele quem preparara Hadiel para o encontro com Matusael naquele galpão. Estendeu a mão para apertar a dele, fazendo pressão suficiente para mostrar sua força, mas sem machucar o rapaz. Mas não falou nada, apenas fez um aceno simples com a cabeça.

    Entrou no estabelecimento, analisando tudo o que podia, principalmente em saídas alternativas para alguma futura necessidade. Reparou que, apesar da aparência simples e antiga, o prédio era equipado com tecnologia moderna em vários aspectos. Entrou no elevador depois de oferecer a preferência para Hasdiel de forma cortês. Ficou o tempo inteiro calado, até a pergunta sobre a comida. Ele deu de ombros.

    - Algo me diz que não teremos tempo para isso...

    Ela continua falando sobre aquele lugar e o que era feito ali em favor das pessoas carentes. E daí uma palavra que chamou sua atenção: irmãos.


    "Muito se pode conhecer sobre uma pessoa ao observar como ela trata os que estão à volta de si.
    Considerar alguém como irmão, sabendo que de fato não se trata de um laço de sangue, significa que ela trata como um igual, e faz de tudo por aquelas pessoas. Experimentei isso uma vez, há muito tempo, quando lutamos em prol da continuidade da humanidade. Mas poucos de nós ainda vivem, caçados implacavelmente pelo carrasco Príncipe. Não. Eu não chamo mais ninguém de irmão. Tive esposas e filhos, mas nunca deixei os laços se estreitarem o suficiente depois de Ilah. Não estarei para sempre na mesma situação, então aprendi a não me apegar demais, viver o aqui, o agora, como os humanos costumam fazer. Mas não fomos criados para isso. Fomos criados para servir. E indiretamente, é isso que continuo fazendo... E ela também."


    Entrou na sala logo depois de Hasdiel. Novamente analisou todo o lugar, principalmente por possíveis saídas. Observou a disposição da mesa presidencial. Se sentaria em frente à Hasdiel, mas não de costas para a porta. Mesmo que a disposição da mesa fizesse com que as cadeiras de frente a ela ficassem de costas para a porta, Matusael posicionaria a cadeira um pouco de lado, ficando perto da beirada da mesa. Se sentou, ajustando o sobretudo e o paletó por baixo para se sentir mais livre. As mãos ficaram desleixadamente jogadas sobre os descansos da cadeira; isso tinha um motivo. Se precisasse agir rapidamente, aquela posição permitia se levantar enquanto arremessava a cadeira rapidamente para trás, sem que o impedisse de se deslocar ao ter que se preocupar com aquele objeto.

    Ela ofereceu seu telefone para que ele pudesse fazer o pedido de comida. Aceitou o celular e começou a digitar nele enquanto ela continuava falando. Claro que ele estava prestando atenção na conversa, mas ao mesmo tempo fizera uma ligação para um número de caixa postal, que deixaria registrado o momento da ligação e o número; gravou aquele mesmo número nos contatos de Hasdiel com o título "Matusael Gatinho CP"; e por fim discou para o serviço meteorológico, fingindo pedir uma pizza de pepperoni naquele endereço, com troco para $40. Por fim devolveu o celular, colocando-o sobre a mesa.

    Ouviu as próximas palavras de Hasdiel com atenção. Fitando-a nos olhos. Finalmente ela abria o jogo, e o resultado era parcialmente satisfatório. Ficou aliviado por saber que na realidade ela não tinha partido nenhum, mas ao mesmo tempo, sabia que era um lado que não teria como "vencer" sem apoio de nenhum dos arcanjos. Quando ela terminou, ele olhou em direção à porta, apenas para ter certeza de que não seriam interrompidos imediatamente, depois voltou a fitar aqueles belos olhos azuis.

    - Finalmente a verdade se revela. Bem, obrigado pelo convite. Mas acho que vou ter que declinar. - parou um segundo para ver a expressão no rosto dela, para então continuar. - Sabe que estou preso a esse corpo mortal, não sabe? Sabe que nada poderei fazer fora da Haled, onde a guerra realmente acontece, não sabe? E, acima de tudo, e essa aparentemente você não sabe, Rikbiel não tem poder para se opor a nenhum desses que você citou. Não me entenda mal, mas eu já tive minha cota de rebeliões fracassadas, e o preço que tive que pagar foi alto demais. Isso não significa que não possamos ser aliados, mas enquanto existirem os arcanjos, a terra nunca ficará totalmente livre. E se é discípula de Rikbiel, deve ser uma Ofanin, e pelo que você montou aqui, certamente é uma missionária. Isso faz de você, principalmente, incapaz de fazer o que é necessário para manter a Haled viva. Estou falando da única língua que os arcanjos usam para impor seu domínio: violência. Infelizmente, vivemos sob a tirania e a lei do mais forte. Enquanto houver um deles, sempre haverá um rei. Pelo menos até que Yahweh retorne de seu descanso. Mas NÓS, eu e você, sabemos que já se passou tempo demais aqui, não existe muita esperança em relação a isso. E minha casta pouco sabe sobre a política nos céus. Atuamos aqui na terra e pelo universo a fora. E até aqui conseguimos ajudar na evolução da humanidade. Desde o renascimento do mundo depois do dilúvio, até essa era moderna onde, quem diria, o homem foi capaz  de se lançar ao espaço, e, quem sabe, muito mais além. Diz-se que Deus tem um plano para tudo isso. Mas tivemos sorte de conseguir manter esse plano vivo até aqui. Uma nova guerra pode ser o fim de tudo, e estamos caminhando nessa direção. Se quiserem realmente ter uma chance de salvar a humanidade, terão que escolher um estandarte. E por mais que eu despreze a existência dos arcanjos, sou realista em dizer que um deles terá que controlar os Céus, quer seja por ego, quer seja por simplesmente se odiarem. Mas dentre eles, é preciso escolher o menos pior. Mas mesmo ele, sozinho, não é capaz de superar o Príncipe. A pergunta é: vocês seriam capazes de abdicar parte de seus ideais para destronar o tirano que tem atentado contra a humanidade desde a aurora do plano terrestre?

    Queria deixar muita informação para Hasdiel, pois não sabia quando teria outra oportunidade pra dizer tudo aquilo. Seria o suficiente para que ela entendesse que ele não era "apenas mais um elohin". Era um dos renegados, um dos que ainda estavam vivos, e não estava alheio a todo aquele jogo de poder, mesmo estando tão distante dos Céus. Mas claro, não falara tudo o que pensava nem tampouco sobre seus planos pessoais de como influenciar nessa contenda. Saberia se poderia confiar nela apenas com o tempo, mas de fato seria ótimo se pudesse contar com ela e também com Rikbiel. Agora restava saber se a silhueta luminosa se tratava de Rikbiel, e se a tal máscara que seria quebrada ofereceria algum risco para aquele encontro como um todo.

    Esperou a resposta de Hasdiel, mas com a convicção de que logo seriam interrompidos.
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    [!ON!] Unção Empty Re: [!ON!] Unção

    Mensagem por Colz Sáb Fev 24, 2018 11:08 pm


    [!ON!] Unção 2napca8


    Entra no prédio e enxerga nele sua segunda casa. Só não é a primeira porque não nasceu ali, mas é tão importante quanto seu lar pois jamais poderá retornar a ele... Não enquanto o tirano estiver ali. Acena para todos no hall de entrada e toma o elevador. Aperta o botão sinalizado com o número quatro e aguarda a subida da cabine. Com as mãos nos dois bolsos da calça jeans, caminha pelo corredor até chegar na última sala, que permanecia fechada. Tenta abrí-la, porém sem sucesso. A maçaneta sequer se movimenta.

    "Precavida..."

    Fita o dispositivo de leitura digital. Sorri ao notar como aquele mecanismo era tido como tecnológico pela humanidade, porém rústico perante ele. Envolve a máquina com a mão direita e pressiona-a com dedos. Numa fração de segundo, o leitor estilhaça em sua mão. Cacos de vidro, plástico, placas e sangue caem no chão enquanto um barulho de clic pode ser ouvido na porta.

    – Com licença, senhorita Kampfer...?

    Abre a porta vagarosamente e adentra a sala. Sabia que o fato de conseguir acessar o local sem autorização levantaria questionamentos, mas agia normalmente. Sorria com satisfação ao fitar o rosto de Valentine, a mulher que o ajudou quando estava na rua, dependendo da piedade de quem não se importava com ele. Graças à Angelo Custode, Jared foi salvo – ou ao menos era isso que Valentine pensava.

    – Me disseram que estava com visita, mas não pude esperar. – Caminha na direção da mesa, observando alguém sentado junto de Valentine. – É que estou indo embora, e não poderia sair de Los Angeles sem antes agradecê-la, senhorita Kampfer.

    Jared vai até Valentine e a abraça, ciente de que a maneira natural com que agia apenas levantava mais dúvidas por parte dela e de seu convidado. Este, aliás, poderia finalmente ver o recém chegado. Se aproxima do homem e estende a mão em sua direção, sem perceber que era a mão machucada. Sangue escorria da mesma, mas Jared não a recolhe.

    – Acredito que ainda não nos conhecemos. – Sorri, bem humorado e despojado. – Meu nome é Jared.

    É aí que Matusael percebe que era a primeira vez que via Jared... Ao menos, no mundo real. O anjo já viu aquele jovem de olhos azuis em outro lugar... Outro momento... Em outra realidade. Jared Lightwood já fora mostrado pela Clarividência.

    – E, se me permite dizer... – Sua face fica séria. – Você fala pra caralho.




    A partir de agora, o tópico contará com a participação de Jared. Sendo assim, a ordem de postagem passará a ser

    1 - @lsirena
    2 - @Matusael
    3 - @Colz, como Jared

    Bom jogo a nós todos!

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    [!ON!] Unção Empty Re: [!ON!] Unção

    Mensagem por lsirena Seg Fev 26, 2018 11:17 am



    Ela não estava surpresa com tal resposta, já esperava por aquilo e por todo discurso que Matusael estava fazendo. O sorriso se desfez do rosto, mostrando uma face mais séria, respirou fundo e estava prestes a responder quando a porta se abri. Para sua surpresa – e um pouco de espanto- era Jared, um dos tantos que ela ajudava. Como ele entrou ali? "Lirian deve ter aberto a porta..." Respirou fundo mais uma vez e sorriu.  


    -Olá Jared!  - Levantou-se e envolveu o homem em um abraço. - Está nos deixando? É uma pena, mas ao mesmo tempo fico feliz de saber que seguirá outros rumos. - Hasdiel realmente estava feliz, mas a conversa ali era de suma importância, logo, ela não poderia esticar aquela conversa.  


    Hasdiel lembrava do jeito que Jared chegou até ela, na verdade, ela se lembra de cada pessoa que ajudo ao longo dos anos. Algumas famílias, ela acompanhando desde o princípio, netos, filho, bisnetos, etc. Ela conhecia gerações de famílias. Enfim, precisava tirar o homem dali urgentemente.  

    Entretanto, quando Jared tirou a mão do bolso para cumprimentar Matusael, a anja notou que sua mão sangrava, o que a espantou e preocupou, assim como a forma com que se dirigiu ao outro anjo.  

    -Jared, sua mão está sangrando! Pelos céus... Deixa eu pegar um pano para estancar esse sangue. - Ok. Ele iria demorar mais um tempo na sala. - Sente-se aqui. - Empurrou a cadeira para ele e seguiu em direção a uma estante. Pegou sua bolsa e de dentro da mesma um lenço de tom rosado, também pegou a caixa de primeiros socorros.  

    Sabia que convencer Matusael a se unir ao seu time era importante, mas sua primeira missão e mais importante era cuidar dos seres humanos, logo, ela não iria e nem conseguiria deixar de tratar de Jared. Voltou até ele, segurou sua mão e enrolou o lenço nela, o pano mudou de cor rapidamente.  

    -Não me diga que andou se metendo em briga outra vez?!  Vou chamar Lirian para acompanhá-lo até a enfermaria. John, você pode discar para 1306 e pedir que Lirian suba, por favor? - Apontou para o telefone fixo que também estava na mesa.  

    "Eu espero que essa situação me ajude de alguma forma..." Hasdiel tentava pensar em argumentos que convencesse Matusael, ele tinha dito uma coisa certa, não poderia ajudar ali na Haled. Porém, será que a Guerra dessa vez aconteceria somente no Ethereo? A ofanin duvidava. Tudo estava muito avançado e algo dentro dela dizia que nesta os humanos sofreriam muito mais que em qualquer outra. Ela precisava dele, precisava de todo tipo de ajuda independentemente da raça. Hasdiel acreditava que se Miguel conseguisse acabar com os amados do Pai, este acordaria e, com certeza, não acordaria feliz.
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    Mensagem por Matusael Qua Fev 28, 2018 2:13 pm



    "As coisas estavam indo rápido demais."


    Um sorriso de canto de boca surgiu quando viu a porta se abrindo. O homem entrou sem nenhum desprendimento, se dirigindo a Hasdiel com extrema naturalidade. Não demorou para que Matusael reconhecesse a figura que estivera presente em sua visão. Continuou sentado como estava enquanto o recém chegado foi abraçar Valentine, mas estava pronto para agir. Ele observa enquanto eles trocam palavras, e logo vira o alvo do jovem. Ele se levanta empurrando levemente a cadeira para trás. Reparou na mão sangrando. Ponderou por um instante. O sangue era algo precioso para quem soubesse manipulá-lo, Matusael conhecera alguns celestes e infernais que tinham muito a dizer sobre aquilo. Começou a erguer a mão para segurar a dele no instante em que Hasdiel notara o ferimento e se apressou em atendê-lo. Fora a desculpa perfeita para não apertar a mão do jovem. Mas o que ele lhe disse em seguida, junto da expressão facial, foi o que fez Matusael não gostar dele definitivamente. Abriu um sorriso mateiro, deixando que Hasdiel conduzisse a situação.


    "Sua mãe não costuma reclamar disso na cama... pensei."


    Deu um passo para o lado, ficando ao lado da mesa, um pouco mais distante de Jared. Observou a preocupação de Hasdiel, mas sabia que não era para tanto. Quando ela pediu para que ele ligasse para chamar Lirian, devolveu um olhar de incredulidade para a mulher. Não tivesse tão tenso, ele teria achado graça. Demorou um segundo observando a cena antes de dar de ombros e alcançar o telefone com a mão esquerda sobre mesa sem muita vontade; a mão direita descia até o bolso do sobretudo, segurando o cabo da pistola. Discou os números indicados por Hasdiel usando a mesma mão que segurava o telefone, utilizou-se de sua memória fotográfica para tatear corretamente os números, fazendo todo esse movimento sem tirar os olhos de Jared. Levou o telefone até o ouvido, esperando alguém atender.

    - Lirian está sendo requisitado na sala da Valentine. Rápido.

    Desligou o telefone sem esperar resposta. Se preparava agora para o que estava por vir. Não entendia exatamente o que estava para acontecer, mas se o ser de luz fosse a representação de Hasdiel e aquele tal Jared atentasse contra ela, Matusael agiria disparando com sua pistola contra ele, sem dó nem piedade.
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    Mensagem por Colz Qui Mar 01, 2018 1:11 am


    [!ON!] Unção 2napca8


    – Ah, senhorita Kampfer... Sabe como é! – Sorri, enquanto se deixa ser acolhido por Valentine. – Eu me comporto, mas os garotos maus vivem pegando no meu pé.

    Sente-se bem com o cuidado que Valentine direcionava a ele. Possuía uma alma altruísta e humanitária. Sozinha, ela conseguiria erradicar todos os problemas da humanidade, se não fosse interesse do Justo que tais problemas existissem e persistissem para corromper o coração e a alma daqueles que se referia como bonecos de barro.

    – Calma, senhorita Kampfer! Não foi nada, olha! – Levanta a mão machucada, o pano utilizado para estancar o ferimento completamente sujo e úmido. –Já estou bem melhor!

    Enquanto Matusael liga para Lirian, Jared usa a mão boa para buscar pelo maço de cigarros no bolso direito da calça. Com uma habilidade manual invejável, retira um cigarro e o posiciona na boca para, em seguida, acendê-lo com o isqueiro colocado estrategicamente ao lado do maço. Nunca tire o plástico em volta do maço de cigarros, o senhor Petterson ensinou. Dá para colocar o isqueiro aí, se comprar daqueles pequenos. Ah, senhor Petterson... Que Deus o tenha.

    – Eu não sei se é uma boa ideia chamar o Lirian. – Pressiona os lábios um contra o outro para acender o cigarro à medida em que a chama toca a brasa. – Acho que ele não tá pronto pra acompanhar a conversa que estamos prestes a ter.

    Baixa um pouco a cabeça, fitando Matusael com interesse. Mesclava uma postura desafiadora e inocente. Não dava para dizer se iria abraçar Valentine novamente e sair dali ou se partiria para cima de um dos presentes com um desejo sanguinário. Se bem que... Quais razões Jared teria para tomar uma atitude dessas?

    – Hasdiel. Matusael. Temos contas a acertar.

    Acima de Jared, um feixe de luz é formado quase que instantaneamente, como se tivesse a habilidade de gerar luminosidade a partir do nada. Os raios, inicialmente amorfos e em constante movimento, vão adquirindo forma gradativamente.

    – As coisas estão prestes a mudar. A guerra não deixará sobreviventes. Logo, não posso permitir que percam tempo numa reuniãozinha amigável para debater o futuro da Haled.

    Enquanto fala, os raios de luz continuam se modificando. Primeiro afinam, depois aumentam no comprimento e, por fim, adquirem cores variadas – antes brancos, agora exibem tons dourados e acinzentados. Enfim, a energia vira objeto e o mesmo cai no chão, fazendo um barulho metálico e relativamente alto. Jared, sem mexer o corpo, estica o braço para baixo e começa a tatear o chão. Após sentir o objeto em sua mão, levanta-o: uma bela espada, adornada com uma pedra vermelha encrustada no cabo dourado. A lâmina de aproximadamente oitenta centímetros de comprimento por quinze de largura possuía uma cor cinza que mesclava tons claros e escuros, dependendo da região da lâmina. Aquela arma, visivelmente, já fora utilizada em outro momento.

    – Essa é a Sunlight. – Aponta para a espada, como se fosse um anunciante de programa vespertino indicando a mais nova super oferta do ramo. – E ela clama por sangue celestial. Quem se habilita?
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    Mensagem por lsirena Sex Mar 02, 2018 9:22 pm





    -Conversa?  - Se afastou. O que de tão importante Jared tinha para conversar? Ops! Não, ela não tinha tempo para a conversa agora.  -Podemos deixar isso para amanhã? Eu estou um pouco ocupada agora, querido.   - Caminhou de volta até o armário com a caixa de primeiros socorros. Dentro de si, algo a incomodava, algo estava errado e isso se confirmou quando Jared a chamou pelo verdadeiro nome.  A caixa caiu da sua mão, ela tremia, seus olhos azuis se arregalaram. Como assim?

    -Co –como você sabe? - sua voz quase falhava. Medo? Um pouco. Ok. Bastante. Hasdiel conhecia um Jared, mas agora ele se mostrava outro e isso a assustava.  - O quê?! - Espantava-se ainda mais ao ver a espada que brilhava. Seria ele um enviado de Miguel? Mas como ela nunca percebeu nada? NADA!!

    Sentia o medo tomar conta de sua casca, olhava pra Matusael quase que em desespero. Hasdiel não nasceu para combate. Não sabia lutar, se defendia muito pouco, talvez nem o básico necessário. Porém, não era com sua sobrevivência que estava preocupada e sim com o local que estava.

    -Jared, ou sei lá. Não sei mais quem você é, mas, por favor, não faça nada aqui. Eu imploro! Existe milhares de vidas inocentes aqui.  Por favor... -  Como uma pessoa conseguia ser tão educada e fofa numa hora daquelas? Bem, ela estava sendo.  Seu coração, apertado, batia mais forte que um tambor, mais rápido que o coração de um Beija-flor.  Seu amor pela Haled era tão grande que só conseguia pensar neles.

    Talvez seja esse amor que tenha feito com que Hasdiel vivesse tanto tempo sendo uma "pessoa" tão indefesa. Ou talvez tenha sido sorte.  Entretanto, de que importava isso agora?
    Lembrou-se de algo: como havia dito a Matusael, muitos outros anjos trabalhavam ali, logo, sozinhos eles não estavam. Seu olhar para o renegado era quase um pedido de desculpas,  ela não podia adivinhar que aquilo iria acontecer.
    Em seus planos, tudo aconteceria tranquilamente: Ela convenceria Matusael, teria mais um aliado, talvez seriam amigos, iria oferece-lo uma vaga de emprego - mesmo sabendo que ele recusaria- tentaria ajudá-lo da forma que pudesse.
    Porém, nada na vida acontece da forma que se quer, nem mesmo para um anjo.

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    Mensagem por Matusael Sáb Mar 03, 2018 11:38 pm



    "Ladies and gentlemen, we have a show!"


    Enquanto a conversa se desenrolava, Matusael continuou posicionado no mesmo lugar, ao lado da mesa, um pouco distante da cadeira onde Jared estava sentado. A arma continuava em punho, oculta dentro do bolso do sobretudo. Sua atenção era total no intrometido. E logo seu temor se torna real. Ele os chama pelos nomes celestiais. A expressão de choque no rosto de Hasdiel era completamente diferente da reação do elohin, que agora estava sério, mas não surpreso.

    Matusael fitava o homem de olhos azuis quando o clarão surgiu logo acima da cabeça dele e foi o estopim para que o detetive agisse. Ele girou lateralmente enquanto Hasdiel gaguejava alguma coisa, se juntando a ela rapidamente. Durante o movimento, a arma já estava fora do bolso e em riste, apontando para o coração do homem, ao mesmo tempo em que o braço esquerdo envolveu a cintura de Hasdiel, puxando-a para trás de si. Observou o show luminoso um tanto apreensivo até verificar que se tratava de um tipo de conjuração de uma espada.

    O jovem continuou falando, e agora Matusael focava sua mente nos mínimos detalhes de toda aquela cena. Talvez a chave para entender o que estava acontecendo estivesse nas palavras dele. "[...] a conversa que estamos prestes a ter."; "Temos contas a acertar."; "[...] não posso permitir que percam tempo numa reuniãozinha amigável [...]". Esse discurso não mostrava a iminência de um ataque. Mas a última frase fora uma ameaça direta.

    - Esse showzinho não vai me obrigar a comprar um ingresso. Diga logo a que veio, ou você vai precisar ser muito rápido pra conseguir fazer alguma coisa com essa espadinha antes que tenha o coração perfurado.

    A pistola estava firme na mão, e a mira centralizada diretamente no coração de Jared. O dedo de Matusael já fazia pressão no gatilho e qualquer movimento de Jared, além de falar, seria o suficiente para que o renegado simplesmente descarregasse a arma contra o intruso; exceto por uma bala, que deixaria para o caso de ele realmente ser suficientemente rápido para se esquivar de todos os disparos.


    "Eu só queria ter jantado antes."

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    Mensagem por Colz Qui Mar 08, 2018 11:50 pm


    [!ON!] Unção 2napca8

    Tudo aconteceu rápido demais: a súplica de Hasdiel, o salto de Matusael e, por fim, a arma apontada para seu coração. Os dois representavam os extremos opostos de uma só força, e mal sabiam disso. A espada, tomada pela energia luminosa, parecia ter vida própria e apontava para alvos diferentes, ora para Matusael, ora para Hasdiel, ainda que seu corpo estivesse coberto quase que por inteiro pelo anjo.

    – Deixa eu ver se saquei o que tá pegando... – Ainda com uma postura relaxada, aponta para Matusael e Hasdiel. – Você, dominado pelos prazeres da carne, tá a fim de dar uns pegas nela... E você, tá buscando o quê num cara como esse? Porra, vocês estão além da minha compreensão...

    Contrastando com a aparente inocência de Jared, a espada exibia uma postura ameaçadora, como se fosse investir contra Matusael e Hasdiel a qualquer momento. Jared, a fim de poupar o coração de meia dúzia de balas, permanece estático na cadeira – não que isso impedisse alguma coisa, pois não parecia precisar das mãos para controlar a espada.

    – Não... É mais do que isso, não é? Você sente algo por ela... Hasdiel representa todo o altruísmo que possui dentro de si, Matusael... Sabe, aquela preocupação com a Haled e a com a raça humana que você insiste em fingir que não existe? – Sorri, focando suas atenções em Valentine.  –E você... porra! Não se preocupa com sua existência, não? Eu tô aqui com uma espada apontada direto pra você, e prefere lembrar dos seres humanos e de um bando de desconhecidos que estão por aqui? Qual é o seu problema?!

    Interrompe o discurso, respirando fundo. Mantem o sorriso no rosto, porém com os dentes omitidos pelos lábios – o que não diminui o brilho em sua face, já que, agora, sorria também com os olhos.

    – É... Vocês passaram.

    A espada cai no chão, como se fosse um objeto qualquer. Toda a energia que rondava a arma desaparece por completo. Jared, por sua vez, levanta e, com as mãos no bolso, ruma para a saída da sala.

    – Belo achado, Hasdiel. E bela atitude, Matusael.

    Direciona uma piscadela aos anjos.

    – Rikbiel ficará satisfeito.
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    Mensagem por lsirena Sex Mar 09, 2018 9:12 pm




    “Não se preocupa com sua existência, não?”

    Você já reparou na Fé humana? Eles acreditam em um Deus que não sabem se existem. Eles põem esse Deus acima de tudo, anseiam pelo encontro com Ele, acreditam serem feitos por Ele, dizem sentir sua presença. Isso tudo sem saber se esse Deus existe.

    De todas as coisas, a FÉ era o que mais comovia Hasdiel, era o que mais encantava a Anja. A Haled não tinham provas da existência de Yaweh, dos Arcanjos ou deles- os anjos- , porém acreditavam intensamente neles. Tinham certeza do Amor que Deus sentia. E estavam certos.
    Era por isso que continuava ali, a Fé deles fazia com que o amor e admiração dela crescessem cada dia mais. A resposta para a pergunta de Jared era fácil: Não. Hasdiel não se preocupava nenhum pouco com a sua existência...

    Naquele momento de reflexão sobre preocupar-se, ela perdeu o medo. Lembrou-se que um dia aquilo deveria vir, a morte. Se agora era o momento, o que ela poderia fazer? Nada. Apenas aceitar. Entretanto, para sua surpresa, ainda não estava no momento. Quando Jared deixa claro que tudo aquilo era um teste, bem... Hasdiel está aqui a milhares de anos, já provou de todos os sentimentos humanos – afinal, era impossível isso não acontecer -, ela só não se deixava levar por eles. Começou a sentir um pouco de raiva, depois foi tomada por um sentimento triste, decepção. Rikbiel não confiava nela?
    Num impulso, a Anja passa por Matusael em direção a Jared, seus passos eram firmes e rápidos. Antes que o Desconhecido fizesse algum truque e sumisse, Hasdiel segura sua mão fortemente.

    -Depois de todos esses anos ele ainda não confia em mim? – Estava totalmente incrédula com que acabava de acontecer e isso estava muito aparente. – Ele me viu nascer, me deu a missão, TODAS AS MISSÕES. – Fora aumentando o tom da voz – Nunca falhei. NUNCA! – O olhar triste e desacreditado, as lagrimas ali, prontas para cair.
    Hasdiel solta a mão de Jared aos poucos, fecha os olhos e respira fundo várias vezes. Não podia deixar que aqueles sentimentos a dominassem. Põe as mãos no rosto, tentava se controlar pensando nas coisas boas da Haled, nos nascimentos que presenciou, nos momentos felizes que viveu com a criação de Yaweh.

    -Vai embora! – Sussurra logo após tirar as mãos do rosto, dá as costas para Jared e bate à porta com força, fechando a mesma. Ela estava expulsando ele dali. Para que aquilo agora? Depois de anos, agora Rikbiel queria testa-la. Toda a dedicação, tudo o que deixara, todas as coisas que passou, será que nada daquilo servia como prova? Precisava mandar ela em uma missão e logo depois um desconhecido ir ameaçar a vida dela e de um outro? Afinal, será que aquela missão era verdadeira? Ela já não sabia mais.
    Seus olhos buscaram e encontraram o de Matusael, tentou um sorriso, quase não consegue. Vai até a sua cadeira e senta. Estava sem graça com situação toda, sentia que devia uma explicação a ele.

    -Desculpa por tudo isso. – Buscava formas de se explicar, mas era em vão. – Rikbiel me deu a missão, pois me disse que via potencial em você. Sabia e sentia seu amor, como Jared disse. – As lagrimas transbordavam sem ela perceber, seu nariz começava a ficar vermelho. – Não se vence uma guerra com Ofanins, Matusael. Você viu, somos indefesos. Estamos aqui somente para alimentar a fé humana. Para ama-los e dar-lhes apoio. Estamos aqui para abraça-los quando as coisas não estiveram boas, conforta-los nos dias escuros... – Faz uma pausa. Precisava respirar fundo e conter as lágrimas. – Mas você... Você e tantos outros estão aqui para protege-los do Ego celestial, protege-los na Guerra. Rikbiel precisa mais de você do que de mim...
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    Mensagem por Matusael Sáb Mar 10, 2018 12:17 pm



    "Se é que é possível, uma reviravolta da reviravolta!"


    A espada parecia viva, mas estava claramente sendo comandada por uma energia, acompanhando os direcionamentos que Jared dava ao se referir a Matusael e Hasdiel, dependendo do momento do discurso. Como ele não se mexeu, o detetive conteve o dedo sobre o gatilho, mas a pistola continuava apontada direto para o coração do controlador da espada. Seu olhar continuava extremamente sério.

    O desenrolar da conversa fez a respiração voltar a ser notada por Matusael, que se tocara de que a havia prendido durante aqueles segundos de tensão. O coração de seu avatar também mostrava que funcionava a todo vapor, quase podia senti-lo subindo pela garganta. Mesmo assim, ele não mudou nem um pouco sua postura, com a arma em riste e a outra mão mantendo pressão na cintura de Hasdiel, forçando-a a continuar atrás dele. Não se moveu até que a espada caiu ao chão, imóvel.

    Hasdiel se desvencilhou, e ele deu um passo para o lado, deixando ela passar. A pistola ainda mirando o estranho enquanto saía. Mesmo quando Hasdiel se aproximou dele, Matusael andou para o lado, a fim de se posicionar de forma que tivesse uma linha livre de tiro, caso ele tentasse algo contra ela. Ouviu o desabafo da mulher. Ele sabia o que era aquilo: ela se sentia traída. Apesar de ter tido várias mulheres e dezenas de famílias com filhos, ele nunca foi infiel enquanto estava com eles, e também não desaparecia simplesmente, falava que precisa ir embora, que sentia muito e sempre deixava a família com recursos, educava seus filhos e os preparava para a vida. Tinha aprendido a se desapegar depois que ia embora, era preciso. Esse contraste do que Rikbiel acabara de "fazer" deixava-o decepcionado.

    A dona do estabelecimento finalmente despacha o rapaz de olhos azuis, batendo a porta atrás de si. Matusael finalmente abaixa a arma, colocando-a de volta no bolso do sobretudo. Ele observa enquanto ela se encaminha até sua cadeira, esboçando um sorriso desconcertado quando seus olhares se encontraram. Seu semblante era apático, estava um pouco triste por ela. Continuou calado todo o tempo em que ela falava. Sorriu internamente notando uma característica clássica das mulheres, não todas é claro, mas a maioria delas costumava falar muito quando estavam nervosas. Ele achava aquilo bastante meigo, de certa forma. Quando ela terminou de falar, ele finalmente se mexeu, se aproximando dela pelo lado da cadeira. Sem forçar nada, pousou a mão sobre o rosto dela de forma leve e deixou o corpo ao lado, de forma que, se ela quisesse, se recostasse sobre ele.

    - E quem te abraça e te conforta nos dias escuros?

    Usou o polegar para enxugar as lágrimas que desciam pela bochecha. Fitava ela com um olhar tenro. Mas logo em seguida, virou a cabeça, mirando a espada ali no chão. Lembrou-se das palavras de Jared, repassando aquilo mentalmente. Apesar de tudo, de certa forma ele tinha razão, mas não estava disposto a externar aquilo agora.

    - Tente não pensar assim. Rikbiel deve estar se sentindo muito perdido para ter feito isso. E ele precisa tanto de você quanto de qualquer outra pessoa que possa ajudar. É no prenúncio da guerra que o espírito se abala e o desespero floresce, isso fica mais evidente naqueles que não acham que tem capacidade de lutar. Mas cada um pode servir da maneira que melhor lhe cabe. E você tem servido muito bem aqui. Não se deixe abalar.

    Se afastou um pouco dela, a fim de deixar que ela o olhasse diretamente agora.

    - Não vou me aliar a Rikbiel. Vou me aliar a você. E se os objetivos de Rikbiel e os meus se encontrarem durante essa aliança, responderei a você, e apenas a você. Mas precisa saber que na guerra fazemos coisas da qual não nos orgulhamos, e eu não sou diferente. Um dia poderei te magoar, assim como Rikbiel acaba de fazer, mas uma coisa eu prometo: serei fiel até o fim.

    Deu as costas, se encaminhando para a porta. Segurou na maçaneta, pronto para abri-la e sair. A menos que Hasdiel fizesse algo que o fizesse ficar, iria embora.


    "Doce como o amor pode ser."

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