Theo conjecturou sobre a possibilidade de seus pais estarem mortos. Vitor manteve-se em silêncio e não fez questão de confortar o sujeito. Era melhor sofrer com a verdade do que ser alimentado com falsas esperanças. E, o quanto antes ele enfrentasse e superasse essa eventualidade, melhor seria para ambos. Pegar um barco e/ou sair da cidade soava como algo inteligente a se fazer. – Mas quantos já não tiveram essa ideia? – Vitor se perguntou. Mas não custava tentar, afinal.
A Kombi prosseguia, agora pela avenida, passando por um cenário tão conhecido aos olhos dos sobreviventes. Diversos carros abandonados e destruídos obstruíam a via, enquanto somente um ou outro mordedor era visto. A forma como eles sempre pareciam despertar de um sono profundo, assim que viam a Kombi e seus passageiros, intrigava Vitor, que se questionava em silêncio, imaginando se teriam eles necessidades básicas como a dos humanos. – Será que o frio os afeta? – Ponderou, considerando quem sabe talvez ir para a serra carioca ou até mesmo para o sul do país.
Conforme se aproximaram de Duque de Caxias e passaram pelo Rio Pavuna, um cheiro forte e desagradável tomou o ar. Era fumaça, fogo e morte. Na pista, cadáveres carbonizados arrastavam-se no chão, fazendo o negro de suas peles se fundirem com o negro do asfalto. Negro também eram as construções que antes haviam sido casas e lojas, que agora fumegavam, com mobílias, telhados e paredes destruídos. Vitor continuou prosseguindo, numa velocidade constante, até que viu-se obrigado a fechar as janelas. Fecharia os olhos também, se pudesse, só para tentar despertar desse pesadelo. – Quer continuar? – Ele perguntou a Theo, já sabendo que resposta receberia.
A Kombi prosseguia, agora pela avenida, passando por um cenário tão conhecido aos olhos dos sobreviventes. Diversos carros abandonados e destruídos obstruíam a via, enquanto somente um ou outro mordedor era visto. A forma como eles sempre pareciam despertar de um sono profundo, assim que viam a Kombi e seus passageiros, intrigava Vitor, que se questionava em silêncio, imaginando se teriam eles necessidades básicas como a dos humanos. – Será que o frio os afeta? – Ponderou, considerando quem sabe talvez ir para a serra carioca ou até mesmo para o sul do país.
Conforme se aproximaram de Duque de Caxias e passaram pelo Rio Pavuna, um cheiro forte e desagradável tomou o ar. Era fumaça, fogo e morte. Na pista, cadáveres carbonizados arrastavam-se no chão, fazendo o negro de suas peles se fundirem com o negro do asfalto. Negro também eram as construções que antes haviam sido casas e lojas, que agora fumegavam, com mobílias, telhados e paredes destruídos. Vitor continuou prosseguindo, numa velocidade constante, até que viu-se obrigado a fechar as janelas. Fecharia os olhos também, se pudesse, só para tentar despertar desse pesadelo. – Quer continuar? – Ele perguntou a Theo, já sabendo que resposta receberia.