[!Prológo!] Sounds of Silence

Sounds of Silence

Heythan havia sido um dos convocados para a reunião emergencial no Caern. Dada à gravidade da situação, Garou de várias Tribos e Seitas haviam se reunido naquela noite. Mesmo alguns poucos Parentes haviam comparecido... Pelo menos aqueles que tinham Renome suficiente para serem considerados dignos. Dois garous haviam se manifestado na reunião falando sobre o que acontecera. Um deles era conhecido pelo Presa de Prata: Michael Smith, um Galliard e líder de uma matilha cujo nome o rapaz desconhecia. Então após o que queriam informar, começaram os debates - o que prometia durar muito.

Aquela era a segunda noite da reunião e as discussões continuavam tão acaloradas quanto no primeiro dia. Uma jovem ruiva, com olhos verde brilhantes que se destacavam na pele alva da jovem, se aproximou do Ahroun, oferecendo uma bebida ao homem. Alguma coisa naquela garota parecia diferente dos demais parentes que circulavam oferecendo bebidas durante a reunião. Havia um olhar selvagem e faminto, uma calma anormal para alguém com cheiro de Parente no meio de tantos Garous. Vestia-se com um short que terminava pouco antes do meio das coxas e uma camiseta branca que deixava os braços e boa parte dos ombros a mostra. Não se incomodava com o frio ou animais? Aparentemente, não.

Olhando para a bebida que lhe oferecia, era azul ciano e emitia luz própria no copo. Uma bebida especial? Não era impossível, especialmente se fosse dos Fianna, conhecidos por fazer algumas bebidas mágicas. Os efeitos? Normalmente apenas eles mesmos sabiam antes que as pessoas bebessem e as vezes mesmo depois não saiam se era a bebida ou não.



Um rapaz de cabelos vermelhos pegou um copo da bandeja que ela carregava, arrancando da ruiva um olhar de repreensão e deu um risinho. Talvez já se conhecessem. Seja como fosse, a jovem olhou-o mai uma vez e sorriu.

— Aceita um copo? — Não havia traços claros de sotaque em sua voz que indicassem sua nacionalidade, mas era claro que não era inglesa. Enquanto isso, ao redor, a 'reunião' continuava.

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— Não, sou irlandesa, mas morei alguns anos nos Estados Unido. — Respondeu a jovem, parecendo se divertir com a expressão que ele havia feito para a bebida. Não era a primeira pessoa, aparentemente, que estranhava aquela bebida. — Não precisa se preocupar, a bebida não é perigosa ou ilegal.

Nas proximidades, algumas discussões mais acaloradas começaram. As palavras "magos" e "aberrações", podiam ser ouvidas e alguns Garous mais exaltadas pareciam próximos a mudar de forma. Um homem alto e ruivo se ergueu de onde estava sentado, lançando um olhar sério a eles e proferindo com uma voz clara.

Ryan: Senhores, se acalmem. Estamos em tempos de guerra. Realmente planejam desafiar seus aliados?

O silêncio fez-se presente quando o homem falou. Era um dos anciões do Caern e algo nele impunha respeito a todos aqueles que lhe ouviam. A jovem ruiva deu um meio sorriso ao olhar o ancião, que não pareceu perceber o ato.

Ryan: Os Magos não entraram no Caern ou nas terras sagradas, mas aqueles que já comem entre nós podem permanecer.

Haviam magos entre os presente agora? Era o que parecia!

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??: Aquele é Olhos de Gaya... Theurge Fianna de Posto 5. Meu tio.

Não houve dificuldade em enunciar o nome garou, posto, tribo ou augurio. Uma naturalidade tão fácil para ela, algo tão raro entre outros parentes. Havia mais coragem naquela pequena ruiva que em muitos outros. Mesmo sua família ocasionalmente se encolhia na forma glabo por sua ira, outros humanos ou lupinos correriam a forma crinos... A desconhecida olhava com dignidade a ele e falava com naturalidade daquele mundo. Havia aceitado o que era.

??: Os Anciões decidiram se aliar aos Despertos que são contra a tecnocracia para enfrentar a ameaça... E estão discutindo agora porque acham que os magos vão drenar as energias do Caern. E não adianta procurar eles... Não vai achar se eles não quiserem ser achados ou não souber o que procurar.

Um sorriso brincalhão nos lábios dela e foi chamada por um rapaz de cabelos negros e se aproximou dele, dançando quase desajeitada com a bandeja nas mãos. Algo um tanto inapropriado, se os Fianna não vissem muitas coisas como uma desculpa para festas, bebedeira e comemoração. O rapaz cantarolava uma música baixa e tomou a bandeja das mãos dela. Aparentemente, um grupinho Fianna que aproveitou o momento para descontrair e brincar com a garota antes de perguntarem algo em irlandês para ela e permitirem que voltasse para perto do Presa de Prata, para o caso de querer falar mais alguma coisa.

OFF:

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Os olhos verdes da jovem estavam calmamente fixos nele quando se apresentou e ofereceu a bebida, que sem a menor cerimonia ela aceitou e deu um bom gole. Estendeu de volta a garrafa ao homem, quando falava com a voz clara e límpida.

Myrella: Sou Myrella von Horn, é um prazer. Parente da mais pura linhagem dos Fianna. É um prazer conhece-lo, Heythan.

Não era mistério ao garou que alguns parentes recebiam o direito de ir as assembleias, mas eram pouquíssimos. Provavelmente a ruiva ganhara aquele direito porque era parente de um Ancião e ninguém ousava ir contra a vontade deles. Era proibido faltar ao respeito ou desobedecer um garou de posto superior e apenas os mais honrados Heróis garou estavam acima de um ancião.

Myrella: Vou resumir para você... Os vampiros vem se alinhando com os Dançarinos da Espiral Negra... Uma tribo de lobisomens maculados pela Wyrm... Matam parentes ou os corrompem para a Wyrm e Olhos da Natureza acredita que o Caerm que caiu a umas duas semanas foi por causa deles. Estão reunidos aqui para decidir grupos...

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Myrella parou alguns instantes e olhou para seu tio, enquanto levava o indicador direito até o queixo, batendo-o ali algumas vezes enquanto ponderava. Por fim, voltou a olhar para o garou.

Myrella: Está de bom humor e decerto poderia dar mais informações quanto a missão... Sei apenas que um grupo será enviado a umbra e que organizarão grupos de combate. Existem alguns grupos de investigação e acredito que já estejam em campo no momento.

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Myrella fora gentil ao se despedir, desejando sorte nos próximos dias e que Gaia protegesse-o nos combates. Já o Theurge parecia calmo e relaxado enquanto mediava as conversas de alguns garous próximos, mas parou ao perceber a aproximação do ahroun. Seus olhos pareciam penetrantes, como se capazes de ler a alma do Presas de Prata com maior facilidade do que era possível ler um outdoor. Seus traços e as cores de seu cabelo e barba lembravam um pouco os da sobrinha. Talvez, se não soubesse que ele era tio dela, acreditasse que pudessem ser pai e filha. Ou talvez houvesse sido mais fácil lidarem como se fossem tio e sobrinha.

Ryan: Claro, meu jovem. Seja bem vindo a Caern, alias. Não me recordo de você por aqui. E você é...?

O tom de voz era clara e límpida, lembrando vagamente o canto de uma ave. O tempo que sua tribo passará próximo aos Fianna fora o suficiente para descobrirem que as vozes daqueles garous, tão próximos ao povo belo, podiam ser dotadas de uma musicalidade e carisma surpreendentes. E o Ancião não parecia ser a exceção aquela regra.

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O theurge sorriu amigável para ele. Estava provavelmente acostumado com jovens ansiosos e pessoas buscando respostas. Por um momento, pareceu que talvez fosse citar ou parafrasear Gandalf e suas respostas enigmáticas ou talvez até dar uma de Mestre dos Magos e "sumir" de repente. Theurges eram criaturas exóticas e os Fiannas, com suas altas doses de sangue do Povo Belo, aquilo não seria raro ou muito exótico - na verdade, as coisas estavam especialmente calmas considerando a fama daquela tribo.

Ryan: É um prazer conhece-lo. Espero que Myrella tenha lembrado de oferecer algo para comer ou beber... De todo modo, alguns Galliards e Ragabashs estão investigando e coletando informações nesse exato momento. Mas um ataque de retalhação será feito esta noite em uma reunião que descobrimos. Será em um salão próximo do centro da cidade e estamos reunindo os capacitados. Será difícil... Alguns vampiros experientes devem aparecer.

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A expressão do theurge era quase inalterada, exceto pelo toque de diversão - ou seria sarcasmo? - no sorriso quando ouviu o que ele dizia. Ao responder, sua voz mantinha o mesmo tom cordial de antes, dificultando saber o que ele realmente pensava sobre aquilo. Provavelmente era algo que já havia sido profundamente discutido pelos Anciões antes da reunião ocorrer.

Ryan: E é por isso que os nossos aliados magos garantiram com sua magia que os humanos fiquem, "misteriosamente", longe de onde a briga ocorrerá e mantenham o sangue amaldiçoado e o lupino dentro do prédio.