[!ON!] Soul sister

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Desde a maldição do Povo Belo, que levara minha amada, a vida não possuía muito sentido e a dor era a única coisa que havia restado para mim. A corte Seelie não parecia disposta a se comunicar comigo até que me redimisse de algum modo e minha magia se comportava estranho. Eu estava em um lugar estranho e distante de tudo que conhecia. O cabelo crescera e a barba estava por fazer... Um aspecto descuidado para mim, mas por algum motivo ainda parecia atraente as garotas do vilarejo ali perto. Ou quem sabe apenas precisassem de alguém que desse atenção e fossem suaves com elas, educado e que as escutasse. Tentava não dar esperanças a elas, todavia as donzelas sempre idealizavam a ideia do príncipe encantado e parecia que me enquadrava na ideia.


Naquela manhã, andava pela floresta com o arco curto que comprara e uma aljava de flechas com capacidade de 20 delas na cintura. Do lado oposto a aljava, um sabre e uma faca de caça faziam-se presentes para a necessidade de defender-me de bandidos, animais selvagens ou outras similaridades. Aprendera a sobreviver naquele lugar e aprendera que dependia de armas, pois nem sempre era seguro ou mesmo adequado recorrer a minha magia. Porque as pessoas ali tinham medo e evitavam usuários de magia. Mesmo que ainda houvesse lugares seguros para os adeptos da "Velha Religião", a mácula a Verdadeira Fé vinha se proliferando. Malditos fossem os cristãos e aqueles que reagiam violentamente aqueles cuja fé fosse diferente da deles. Estava alerta e caçando um cervo para levar a vila para vender quando a voz feminina chamou minha atenção. Uma dama por aquela região da floresta? Ou seria mais um truque das fadas? Se fosse, da corte Seelie ou da Unseelie? Torcia para que, se fosse obra das fadas, fosse da corte Seelie, pois eram um pouco menos... Cruéis e sádicas em suas artimanhas.

Com cuidado, aproximei-me da origem da voz ficando próximo o suficiente de uma árvore para usa-la como abrigo se necessário. O arco estava abaixado e, mesmo que segurasse a flecha, não havia puxado ainda a corda do arco. Mais precaução do que ameaça no gesto. Mas, antes de me tornar visível, proferi com cuidado, escolhendo bem as palavras para não assusta-la.

- Apenas alguém buscando alimento, bela dama. Não precisa se preocupar com minha presença. Não deveria andar sozinha por aqui, animais selvagens são comuns nessa região. - Alertou-a, aguardando alguns instantes para verificar se havia ameaças da parte dela antes de se revelar para que a dama pudesse vê-lo ao se dirigir a ele.

Aquilo era impossível. Ele tinha certeza que Caitlyn havia morrido a pelo menos dois anos e ali estava, parada em sua frente e perdida na floresta. Ou pelo parecia muito ela. Por alguns segundos, não conseguiu fazer muito mais além de ficar em choque. Os olhos piscaram esperando que o truque das fadas passasse, mas não era uma ilusão. Seria apenas uma ironia perversa? Uma pessoa que as fadas fizeram se perder apenas para que o celta a encontrasse e faze-lo sofrer revivendo as lembranças que havia sido ele o causador da morte de sua amada? Ele não esperava que as fadas pudessem ser tão baixas, mas talvez fossem

Mas tudo podia também ser uma coincidência. Sabia que os Stonehenge tinham uma magia ancestral poderosa e tão enigmática que coisas estranhas poderiam acontecer com qualquer um que estivesse próximo dele. A existência deles poderia alterar as coisas próximas e modificar tudo apenas porque era possível. Lugares consagrados aos Deuses Verdadeiros tinham esse poder e o homem sabia bem que talvez nem fosse nada que o Povo Belo houvesse feito. Então ela pediu que a ajudasse a chegar na cidade e, apesar de não reconhecer o nome daquele lugar que ela falou, que mal teria?

- Vou ajuda-la a chegar até a civilização e não se preocupe, não pretendo lhe fazer qualquer mal. Está segura comigo.

Porque não era da natureza dele fazer mal a pessoas inocentes, desarmadas ou donzelas quando a agressão não partia deles. Era, no fim das contas, um cavaleiro e não um bárbaro. Ainda com o arco nas mãos e abaixado, olhou ao redor estudando o lugar e apurou os sentidos. Apesar de ainda não ter conseguido nada para levar para casa, a prioridade era ajudar a dama que tanto parecia com a amada. Apenas não entendia o porquê de alguém ir as pedras druídicas... Ou o que aquela mulher era. A possibilidade que lhe vinha a mente para essa segunda questão era desagradável e ele tentou afastar o pensamento. Não, a única coisa que importava agora era impedir uma morte.

- Não é comum que alguém vá ao Stonehenge, tantos anos depois da morte dos druidas...

Comentou em voz baixa, tentando retirar dela mais alguma informação sobre aquilo. Mesmo que a dama não fosse capaz de apontar com precisão de onde viera, ele sabia bem como chegar as pedras e como sair delas, além de saber de como como chegar a civilização e os caminhos seguros a serem tomados para evitar caírem em armadilhas ou encontrar criaturas perigosas. Então pensou um pouco e acrescentou.

- Devo alertar a vós, milady, que irão olha-la estranho por causa das roupas.