[!ON!] Subtrama 002: The ice began with the fire

Acordar em casa sozinha já era costume e o raio de sol chegava em minha janela, naquela manhã meu pai havia saído mais cedo do que esperava e eu havia acabado de acordar com tanta fome que ao lado de minha cama havia apenas um pedaço de pão e um leite. Eu sabia muito bem que por uma razão estranha estávamos sem comida, porém, decidi apenas erguer a cabeça e sorrir pesando que tudo aquilo estaria bem e a rotina voltaria ao normal e logo decidi ir fazer uma visita para Nicholas um dos poucos amigos que tinha depois de tirarem minha irmã de mim e de meu pai.

Dando de ombros logo pegava o pedaço de pão e saia de casa respirando fundo em quanto caminhava para encontrar Nicholas tentei não pensar em nada que faça o dia ser estragado, porém, eu queria poder encontrar minha irmã novamente e mesmo assim tinha medo de quem a levou e do tipo de pessoal que ela havia se tornado.

Um Pio de falcão acordou Joan no início da manhã, uma mensagem de urgência pelo selo que lacrava a carta. Joan levantou rapidamente e enquanto lia a carta, vestia sua armadura leve colocando as amarras que prendiam o reforçado peitoral à suas costas.

Ninguém esperava por isso! Não há comida estocada, tempos difíceis estão por vir, preciso partir com urgência!

Joan desceu o ninho rapidamente onde se encontrava as instalações dos guardiões, algo parecido com uma torre dividia por vários apartamentos, locais de treino e reuniões. Seus passos apressados destoavam com o silêncio absoluto que fazia naquela linda manhã .

- Preparem o ventania, traje de batalha
completo preciso partir agora!

As instalações onde se encontravam os cavalos alados ficava no centro do ninho e continuava ate o último andar. Após 10 minutos ventania estava pronto, ele era um cavalo alado de uma cor quase âmbar de temperamento questionável. Joan acariciou o peito de ventania e ele respondeu com pequenas mordidinhas no ombro de Joan.

- Amigão precisamos ir, viagem longa, eu sei que você está maluco para voar!

O voo dentro do ninho começava em aspiral ate o topo quando o guardião ganhava liberdade, ventania chacoalhava a cabeça de prazer. A cidade começava a tomar distância, em alguns momentos apenas se via o topo de algumas casas e suas chaminés, o vento frio chacoalhava a capa de Joan enquanto ele soltava as mãos das rédeas e abria os braços, todo voo era como se fosse o primeiro do guardião a sensação era inigualável.

- Amigão vamos encontrar uns amigos, precisamos nos encontrar com alguns mercadores para verificar nosso estoques!

O frio inesperado fez despertar Nicholas mais cedo do que o jovem sonhador planejara. Ainda com a mente anuviada pelo sono, não raciocinou muito e simplesmente puxou a coberta para mais junto de seu corpo, encolhendo-se a fim de se aquecer. Foi apenas alguns minutos mais tarde que o pensamento lhe veio à mente: por que está tão frio se é verão?

A curiosidade afastou o que restava de sonolência, e Nicholas rapidamente estava de pé. As frias tábuas de madeira rangiam sob seus pés enquanto caminhava até o baú com suas roupas, em busca de meias e uma manta mais quente. Sua respiração condensava-se no ar frio do interior da casa.

Depois de se vestir com roupas mais adequadas, voltou-se para a janela de seu quarto, surpreendendo-se com a neve do lado de fora. Franziu o cenho, tentando buscar uma explicação racional para aquilo tudo, sem sucesso. Simplesmente não fazia sentido.

De súbito emergiu em sua memória o sonho que tivera durante a noite. "O gelo se iniciou com o fogo que se apagou", gralhara o corvo. Estaria referindo-se ao clima atípico? Não pode ser coincidência, refletiu Nicholas, pensativo. A metade da jovem... Katherine? Deu de ombros. Poderia ser algo completamente diferente, mas se era, não o sabia. Preferindo por seguir a única pista que tinha em mãos, decidiu ir visitar a leonina. Fez uma careta ao pensar no sofrimento que poderia causar ao abordar tal assunto. Talvez fosse melhor explorar seus sonhos para buscar alguma coisa do passado?

Sem ter certeza do que fazer, mas decidido a fazer algo, o canceriano terminou de se trocar. Hesitante em gastar a comida da qual provavelmente precisariam nos dias vindouros, optou por não comer nada. Passou no quarto da mãe, ainda adormecida, apenas para lhe cobrir com uma manta extra, e partiu em direção à casa de Kartherine.

Aquele clima gélido me deixava de certa forma angustiada pensando onde meu pai poderia estar, porém, tentava manter a minha mente ocupada para não demonstrar estar calma e logo em seguida suspirava em quanto tentava caminhar mais depressa do que eu poderia. -Meu pai onde você está? - Me questionava em minha mente em quanto observava o horizonte por alguns segundo sem dizer mais nenhuma palavra.

Assim que avistava Nicholas mas ao logo logo abria um sorriso no rosto começando a acenar. -Nicholas estou aqui! - Dizia em quando me aproximava do mesmo ainda com um sorriso em meu rosto demonstrando o meu otimismo em quanto me aproximava do mesmo tentando esquecer meus pensamentos, porém, logo bufava um pouco preocupada. -Nicholas você viu meu pai, ele não costuma ficar muito tempo longe de casa de manhã! - Terminava de falar em quanto o observava um pouco.

Antes que o mesmo começasse a falar senti meu corpo pesar em quanto meu coração começava a bater forte. -Nicholas... eu... - Dizia assim que ia caindo ao lado dele senti o mesmo me segurava com calma se sentando no chão em quanto colocava minha cabeça em sua perna. -Eu... não estou me sentindo bem. - Falava com uma voz fraca em quanto estava deitada em seu colo, porém, eu não conseguia nem mesmo manter meus olhos aberto algo parecia estar me consumindo e logo tudo ficou escuro.

Novamente aquele sonho com minha irmã que parecia gritar por ajuda, porém, como de costume eu não conseguia fazer nada sempre que chegava perto da mesma ela acabava por sumir ou até mesmo se afastar e foi quanto tudo se tornou preto novamente apenas comigo como o centro das atenções me fazendo ficar um pouco desesperada para encontrar a minha irmã ou uma luz, porém, eu logo ouvia uma voz me chamar para que eu a seguisse era a minha irmã Luna. -Luna cadê você não me abandona! - Gritava em meu próprio sonho sem resposta.