A CASA

Rodrigo começou a fumar, era uma forma de aliviar o estresse que se impunha na situação, uma casa solitária em meio as montanhas, o local apresentava luxo, mas o frio e o isolamento, os longos cômodos desprovidos de vida passavam de forma constante a sensação de almas solitárias. Os eventos recentes também eram de abalar os nervos. A maioria dos integrantes do grupo inicial haviam desaparecido, inclusive seu guia, Joseph. Os únicos que ficaram foram Dimitri, o russo que ia demonstrando ser uma pessoa de tendência autoritária e um tanto estranha e Joana, a garota que parecia tão nervosa quanto a situação permitia.

Dimitri assumiu o controle temporário da situação, providenciaram lenha na fogueira, com o isqueiro de Rodrigo fizeram o fogo e ali se aqueceram por um tempo, ele e Joana sentiam o frio do sul brasileiro elevado ao máximo pela altitude da montanha. Rodrigo estranhamente não se sentia tão desconfortável com a temperatura. A lareira era aconchegante, enquanto preparavam tudo o sol foi desaparecendo por entre a copa das árvores e a noite foi tomando seu lugar.

Dimitri percebeu que a casa era maior do que imaginavam, pela estrutura havia um grande porão que ainda não fora explorado, provavelmente deveria haver um gerador de energia lá embaixo. No andar de cima ainda havia pelo menos mais uns cinco cômodos, lá fora havia porcos no fundo da casa, rodeados por um cercado. Dentro da casa a energia estava funcionando normalmente, com as luzes acesas e as grandes janelas no salão comum a casa parecia um farol em meio a escuridão da floresta, valeria a pena deixá-la acesa?

Na cozinha, Joana encontrou queijos, vinhos e algumas frutas.

- Isso serve como lanche ou aperitivo, mas não diria que é uma refeição - reclamou a garota enquanto mostrava a comida aos demais.

Depois que a noite tomou conta do lugar e o sol desapareceu por completo o grupo pode ouvir uivos lá fora.

O tempo passou e as coisas se acalmaram. Tendo em vista os acontecimentos do dia, um clima tenso tomava conta da casa. Com um elogio sincero, porém firme, Dimitri parabenizou Joana pelos achados durante o dia e sempre tentava manter-se próximo de Rodrigo, numa tentativa de criar algum laço com o rapaz. Embora fosse truculento, ele tentava ser doce, sendo o mais próximo de educado que conseguira, lançava palavras como "obrigado" e "com licença" enquanto perambulava pela casa, e justo quando encontrou o porão, exclamou que os três deveriam agir como um, "Unidos somos mais fortes" disse, e não esperou resposta de ninguém. Decidira ainda, verificar o porão no dia seguinte.

Ao passo que anoitecia, Dimitri se perguntava qual passo seguir e tentava criar uma estratégia. Comida e água eram os pontos mais importantes. Estava sentado na mesa, tão acostumado com a vida urbana que não se dera conta de que a casa iluminada como estava, atrairia atenção como uma fogueira atrai mariposas.
Foi quando uma série de uivos tirou-lhe a atenção que ele levantou-se rapidamente.
- Peguem madeiras extras, e deem um jeito de funcionarem como tochas. Vou apagar as luzes, tem lobos aqui - Como de costume, Dimitri não esperou respostas, seu raciocínio não tolerava protestos irracionais que fugiam de sua concepção de "certo" ou "errado". Ele só pensava em como lidar se visse um lobo fantasmagórico ou com o triplo do tamanho, dadas as circunstâncias que os levaram até aquela casa.

JOANA

Joana esperou um tempo com o cutelo na mão, como esperando que algo acontecesse desde Rodrigo e Dimitri desceram do quarto. Ninguém explicou nada para ela, apenas uma frase meio mal encarada e intimidante de Dimitri.

- Que tal...tomar mais cuidado com o que fala?

Ela entendeu o recado, aquele cara não estava brincando ali, e não deveria mesmo, quase todo o grupo havia desaparecido, um bonde inteiro, o guia, o moço bonito e a garota "rebelde". O que estava acontecendo? Os pensamentos a deixaram mais apreensiva. A lareira que acenderam ajudou um pouco a arrefecer os nervos. A chama era quente e acolhedora, diferente do clima geral da pequena mansão perdida nas montanhas.

As horas foram passando, por um instante se deixou levar pelo clima acolhedor da lareira, deixou o cutelo em cima de uma mesa de centro próxima na sala e tentou relaxar um pouco, após algumas horas sem nada acontecer procurou por comida.

- Isso serve como lanche ou aperitivo, mas não diria que é uma refeição - falou após achar alguma coisa na cozinha.

Dimitri mudou o tom, começou a usar palavras mais simpáticas e ela o imitou.

- Desculpe se pareci um pouco grosseira ali atrás, eu sou assim mesmo as vezes. Eu apenas não esperava isso ... eu sou médica, hematologista em Chapecó... não estou acostumada a este tipo de coisa, não é comum para mim perder o controle da situação. - ela falava enquanto dividia a comida entre os dois outros integrantes do grupo, foi quando os uivos surgiram. Uma, duas, três vezes.

- Peguem madeiras extras, e deem um jeito de funcionarem como tochas. Vou apagar as luzes, tem lobos aqui

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- Fazer o que? - Joana vacilou - ela tentou pegar um pedaço de madeira, tentou acender, tentou amarrar um pano. Apena tentou, sua falta de habilidade em "fabricar tochas", apenas fez com que ela queimasse a mão e vociferasse - Ai!! Ah, mas que merda, desisto disto.

Rodrigo tentava manter seus pensamentos longe daquilo ali, talvez numa maneira de manter a calma e pensar um pouco em tudo o que aconteceu desde que chegaram aquele maldito lugar - "É assim que acaba?" - Pensava ele. O frio não parece tão ruim assim, Dimitri citou um porão na casa pouco antes de anoitecer.
A moça encontrou comida, ou algo perto disse e dividiu com eles enquanto falava um pouco sobre si, Rodrigo também iria dizer algo quando uivos foram ouvidos do lado de fora.
 - "Acalme-se, são só lobo e estamos seguros aqui" - Pensava consigo respirando fundo.

- Peguem madeiras extras, e deem um jeito de funcionarem como tochas. Vou apagar as luzes, tem lobos aqui.

Aquilo parecia uma ordem, como um comandante ou algo do tipo deixando Rodrigo mais curioso quanto ao sujeito, ele viu o que ouve no andar de cima mais cedo, viu muito bem e preferia não ver de novo ali. Então procurou um pedaço bom de madeira e olhou a volta a procura de panos para tentar algo, não sabia fazer uma tocha, nunca tinha precisado de uma, sempre preferiu uma vela por motivos óbvios.

Dentro da casa enquanto Joana falhava na tentativa de enrolar tecido em um pedaço de pano conveniente, Rodrigo executava a tarefa com maestria. Ele percebeu que não bastava colocar a ponta da madeira no fogo, mas precisava de algum combustível. Encharcou o pano com o vinho na tentativa de conseguir algo, não sabia se ia dar certo, mas funcionou, assim ele pode produzir três tochas, uma para cada membro do grupo.

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*Aguardando as postagens, não precisam esperar um ou outro postar primeiro, imagino que a cada rodada que o mestre posta reinicia um turno para os jogadores e não um ciclo individual, isto por si só aumenta a velocidade do jogo.

- Perfeito! - Disse Rodrigo quando conseguiu fazer com que as tochas funcionassem, elas iriam ser de grande ajuda - E então, qual será o próximo passo? - Questionou ele.

Dimitri havia se concentrado em olhar, inutilmente, pelas frestas da porta enquanto, atrás dele, toda uma epopeia se formava na tentativa de fazer tochas. Virou-se quando Rodrigo quis ouvir o próximo passo. Vendo as tochas acesas e um olhar de reprovação de Joana, não entendeu o motivo, mas não deu muita atenção. - Obrigado - disse, respirando calmamente. - O que vamos fazer agora é o seguinte, eu e Joana vamos abrir o porão e criar uma rota de fuga caso essas portas não sejam suficientes. Rodrigo, você fica aqui e fica de olho. Caso haja algum perigo você vai pro porão junto conosco. Assim que abrirmos o porão, voltamos pra cá e esperamos.
Após isso, Dimitri esperou que Joana fosse a frente, enquanto mexia nos bolsos procurando alguma coisa.

Dimitri observou. Mas o escuro não lhe permitiu ver nada de excepcional. Apenas ouvir na parte de tras da casa os porcos rosnando. Após dar sua ordem Dimitri percebeu Joana o encarando por um momento. A mulher parecia estar pronta para dizer algo. Mas dimitri não identificava se era bom ou ruim.

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Estou aguardando a distribuição dos pontos de vcs dois.