A multidão ia ao delírio quando Joe apoiava o pé na caixa de retorno na frente do palco, tirava a camisa suada, rodando ela no ar enquanto seu guitarrista fazia o solo da música. Seu corpo todo se arrepiava ao ouvir os gritos das fãs histéricas e ele podia sentir até seu membro dentro da calça ficar um pouco mais enrijecido. Ele sempre se aproveitava da situação, movimentando o quadril pra frente e pra trás, fazendo uma alusão sexual. A cocaína lhe dava toda aquela euforia e Joe tava pouco se fodendo para os efeitos colaterais da droga. O cara era a representação perfeita do
sexo, drogas e rock n' roll.
Ainda durante o solo, o astro gemia no microfone e ele podia jurar que viu uma menina com a mão por dentro da própria calça revirando os olhos logo ali na frente do palco.
Puta que pariu, que delícia isso. Ele ficava louco com tantas mulheres excitadas com sua performance.
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In the jungle, welcome to the jungle / Watch it bring you to your knees, knees / Down in the jungle, welcome to the jungle / Watch it bring you to your, it's gonna bring you down, UH! - ele cantou a última estrofe da música e todos os instrumentos pararam com o seu "uh!".
Depois tudo ficou escuro e ele não se lembrou de mais nada. Era uma completa escuridão e Joe não sabia discernir se estava dormindo ou se era mais uma viagem por conta da porra que ele usou.
(...)
Pouco tempo depois ele ouviu uma música estranha. Parecia aquela velharia que sua avó escutava sempre que ele ia visitá-la aos domingos, quando ainda era criança, mas ele estava mesmo chapado, então devia ser só isso. Mas ao abrir os olhos, ainda tonto, esfregou os olhos tentando identificar onde estava. A dor de cabeça parecia querer explodir seus miolos, a coluna também doía como se ele fosse a porra de um velho de 96 anos e tudo rodava.
Ele estava sentado na cadeira de uma cozinha, tinha dormido com a cabeça apoiada sobre a mesa e sua melhor amiga, Natasha, ao lado. Para quem não conhece, Natasha é a sua guitarra (uma Les Paul 1969, primeiro investimento feito pelo seu pai, em sua carreira como músico). O cheiro de umidade lhe incomodava e ele só pensava em sair daquele lugar estranho. Quando levantou, ainda cambaleante, notou que tudo estava muito limpo. Por que caralhos ele estava observando tudo isso, mesmo chapado? Não fazia a menor ideia. Pegou a case com a guitarra dentro e foi se apoiando pelas bancadas da cozinha com a outra mão, mas deu de cara com uma porta trancada. Do outro lado do cômodo ele viu que a outra porta estava entreaberta, mas tudo estava escuro, nem mesmo as janelas denunciavam o que tinha do lado de fora, pois também estavam escuras.
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Desgraça, que fome. - falou consigo mesmo e em seguida deu um grito, se sentindo ainda confuso: -
Ô PORRA, ONDE É QUE EU TÔ? VAI SE FUDER!