Ficha - League of Villains
Nome do Personagem: Viktor (Apelido: Jardineiro)
Idade: 20
Origem (local de nascimento): Orfanato Sharapovask, Moscou – Rússia
Sindicato (organização criminosa): VODKA (Refém em observação)
Avatar (nome do personagem/origem): Conceito: Conspirador, Extorsionário, Assassino Eventual, Falsificador (perdão não soube encaixar em apenas um)
Background:
I.
“Por que meus pais me abandonaram?” era a pergunta que ecoava em sua mente durante os primeiros anos de sua elucidação emocional sobre o mundo. Revistas, filmes, os profissionais do lugar... não era difícil ele entender o que significava crescer em um orfanato. Os amigos eram adotados, não todos, mas isso não o fazia se sentir melhor. Quando seria sua vez? Depois de algum tempo ele deixou de perguntar... por sorte havia o senhor Drimiev, gente boa que ensinou ao menino as manhas de um computador e da internet. Com o passatempo escolhido, visto também como um prêmio, Viktor, nome dado pelo antigo diretor da instituição, mal sabia que Drimiev o estava usando para ficar em seu lugar na sala de monitoramento, enquanto o homem de meia idade escorregava pelos corredores até a ala feminina.
II.
“Eu sou inocente.” Ecoava seu pensamento na fria sala cinza do reformatório. Estava ali já há 3 meses, e cada dia se sentia pior. Os rapazes mais velhos tinham necessidades e força física... os novatos cediam, lutavam ou barganhavam com o que tinham. E o que todos ali tinham além da própria carne e mente? Drimiev havia sido pego após desonrar pelo menos 7 órfãs. Viktor, já com 14, foi visto como cúmplice já que operava a sala de câmeras, sem saber que fazendo aquilo, pausava as gravações dos corredores, deixando Drimiev livre para suas barbaridades asquerosas. Se o homem de 47 anos revelasse o aliciamento de Viktor, responderia por 50 anos, era melhor colocá-lo como cúmplice e pegar apenas 30, alegando problemas cardíacos. O garoto crescia em corpo, intelecto e ódio.
III.
“Chega.” Murmurou para si mesmo quando ouviu um dos internos mais antigos se aproximar de um interno novato. Ali, agora, há 2 anos, Viktor estava cansado daquela rotina ridícula vista de forma grossa pelos guardas. Socou o rapaz, uma luta bruta e imperfeita. Com o nariz sangrando, apanhava sem saber como reagir, então, com seu adversário por cima, passou os dedos no próprio sangue e os introduziu nos lábios do rapaz. Pronto. O nojo lhe deu fraqueza, a fraqueza deu minutos a Viktor, e suas mãos deram socos no outro rapaz. Mas Viktor não parou nem mesmo quando o outro garoto já não respirava no chão. Aos gritos e berros dos demais, seu sangue explodiu, o coração queria sair do peito. Os guardas chegaram, fizeram ameaças, Viktor, chorando, não tinha mais nada a perder. – Eu vou falar, vou gritar, contarei de forma detalhada as rondas de vocês e os horários, falarei dos abusos que ocorrem aqui dentro. Essa merda vai acabar, não tenho medo de vocês ou medo de apanhar. Eu tenho medo de ficar na porra desse lugar! – os outros internos quebraram o silêncio antes do fim do discurso, gritando o nome de Viktor nas galerias. Os guardas podiam ser tudo, mas não eram burros. Um inquérito num sistema de readmissão de jovens custaria seus privilégios.
IV.
“Então o mundo funciona assim?” pensou enquanto a enfermeira passava álcool em seu rosto. Os guardas disseram, erguendo o corpo do interno assassinado: - Suicídio. Pobre rapaz, vamos descer com o corpo. – Viktor queria entender o porquê daquilo. Eram 6 guardas com cacetes e armas de choque, contra um garoto magro sem ninguém no mundo. A enfermeira fechou a porta, pediu, quase implorou, que Viktor levasse a denúncia para frente. Aquilo seria bom para todos, dizia. Mas ele, inteligente mesmo aos 16 anos, percebeu que aquela era sua arma, sua única arma. Denunciá-los, faria com que nada mais devessem a Viktor, e então ele não teria serventia alguma, ele poderia ser... descartado.
V.
“Eu vou te achar Drimiev.” Pensava ininterruptamente enquanto caminhava numa tarde gelada. Tinha agora 18 anos, era um verdadeiro rei no reformatório onde precisava dormir todas as noites, nas ruas era um cavalo de carga ilícita de Nelisvlav, um dos guardas que se tornara seu “sócio”. Não era nada demais, filmes pirateados, clientes de drogas, relógios “encontrados” pela cidade. Usava o tempo para aprofundar seu conhecimento em internet, quando então adquiriu o apelido de Jardineiro, função que lhe conheciam por ajudar idosos a cuidar do quintal, uma ótima forma de analisar o cachorro, as câmeras, a altura do muro, a rotina da casa e então ceder as informações a alguns pivetes, que tinha tirado da rua, deixando-os habitar no apartamento caindo aos pedaços de Nelisvlav. Viktor, de boa aparência e sorrisos largos, passava longe de ser visto como culpado imediato. O corpo de Drimiev seria encontrado estrangulado num terreno vazio perto de sua casa, com sinais de espancamento, curiosamente sua carteira e seus cartões tinham sido roubados.
VI.
“Isso é fácil demais.” Viktor clonava cartões, Nelisvlav tinha um sócio envolvido nisso, bastava que Viktor os furtasse discretamente. 18 horas livres era tudo que precisavam para as compras. Era impossível segurá-lo, e agora não precisava mais voltar para o reformatório; vídeos de esposas ou maridos entrando em motéis com amantes, fotos íntimas tiradas indevidamente, emails e redes sociais invadidas... o garoto extorquiria até a própria mãe se a conhecesse, seus negócios iam bem até que descobriu que Nelisvlav planejava usá-lo como bode expiatório. Viktor elaborou um grande plano, assassinou seu mentor e o sócio deste, enquanto os dois transavam numa banheira. Agora os negócios e os contatos eram só seus. Para os chegados, disse que a dupla tinha fugido do país.
VII.
“Não quero morrer assim”. Era uma noite escura, com escuras nuvens no céu. Apesar dos relâmpagos, efêmeros símbolos de alguma esperança no coração que tremia no jovem, ele só conseguia reparar nas botas que vestiam; eram roupas caras demais. Chutes, socos. Não diziam nada. Ali estava ele de joelhos, tinha parado de tentar saber o porquê há meia-hora. Queriam que a angústia dele fosse eterna. No meio do nada, com pelo menos cinco homens armados... sua vida tinha sido confiscada, o game over chegaria sem que ele pudesse sequer saber o porquê. Então um segundo carro chegava, o farol na cara de Viktor o cegava, o deixava ainda mais exposto. Tremia de medo, era carne, ossos e nada mais. As portas se abriam. Um homem vinha com uma maleta, o outro saía e abria a porta para quem parecia ser o chefe. Com quem Viktor havia se metido?
Os passos lentos traziam o homem da maleta, que jogava perto dos joelhos do garoto muitos dos seus pertences. – Viktor, identidade inscrita no cadastro nacional através da passagem pelo Reformatório Nonsk. Falsificador, detetive amador, chantageador, assassino, aliciador de menores, chefe de quadrilha e assaltante. – a sentença era dita enquanto o último homem a descer do carro acendia um cigarro. Sua silhueta podia ser vista na frente do farol do carro. Aquele era um poder que Viktor via como o de um deus. Ele tinha homens armados, carros, estava seguro do que fazia... eles eram tudo, menos honestos. Então porque ele ainda estava vivo? Era só um ladrão de quinta categoria.
VIII.
“Subirei aos céus e serei semelhante ao altíssimo.” Pensava enquanto tomava um chá dentro de um transatlântico. Era uma pequena porção daquela vida, do topo, era onde queria chegar. Ria, de nervoso, pois estava vivo contra todas as expectativas que tinha. Aqueles homens eram da VODKA, ele só tinha ouvido falar em sussurros pelas ruas. Uma organização que ele desconhecia completamente. O filho da puta do amante e sócio de Nelisvlav era sobrinho do chefe da organização. Por sorte, o tio andava cansado dos fracassos do sobrinho, mas havia interesse nas qualidades de Viktor, em principal pela pouca idade que possuía e o que já tinha feito sozinho, diferente dos bajuladores de 30 anos que sem uma pistola e 10 capangas, mal conseguiam dar jeito nuns moleques de rua armados com garrafas. Viktor refletia sobre a vida que não mais lhe pertencia, enquanto olhava para a xícara do chá que esfriava na sua mesa.
- Viktor... você entende a chance que estou te dando? Estou trocando a sua vida, por seus serviços. Meus homens ganham muito bem, e os melhores ganham ainda mais. Você quer chegar aos 30 anos fugindo da polícia, ou quer estar jantando com políticos e empresários interessados em... empurrões, dentro de licitações no oriente médio e leste europeu? Pense como um homem, filho, porque é um caminho sem volta. Sabe o que acontece com aqueles que me desapontam?
O velho mostrou um vídeo pelo celular sacado do bolso, era a fachada do apartamento onde Viktor assassinou o sócio. – Eu tinha olhos lá. Meus homens sabiam dos seus planos, eles esperaram minhas ordens... mas meu sobrinho e o seu sócio não faziam mais parte dos meus planos. Então... estava duro; o chão perto daquele lago onde você os enterrou? – disse terminando o cigarro, Viktor era uma gota no oceano da máfia, não era nada. – Aceite minha oferta pela sua vida, você não tem como fazer uma contraproposta, e eu preciso de um substituto para o idiota do meu sobrinho. Te achei competente, mas não insubstituível, então: as formigas ou a cama daquela enfermeira que você transa toda quinta-feira?
O chá na xícara ficava frio, enquanto lembrava de toda sua vida até aquele momento. O transatlântico seguia seu curso contrariando a vontade da direção das ondas do mar e dos ventos. Viktor teria se tornar forte também para quebrar as algemas que tinham lhe trancado naquele caminho. Tinha de participar de um curso, uma escola da máfia; se fosse útil, se tornaria um membro do sindicato sujeito às suas regras, se falhasse sua vida seria confiscada. Se fugisse, sua vida seria confiscada. Se os traíssem, sua vida seria lenta e dolorosamente confiscada.
Aspirações (o que você deseja para o futuro do seu personagem):- De imediato: recuperar a posse da própria vida e sua liberdade confiscada pela VODKA (formando-se bem e surpreendendo as expectativas dos seus “donos”); consequentemente ambiciona, junto a primeira e mais essencial parte, se tornar tão poderoso quanto o chefe da VODKA, desejando em secreto usurpar sua posição;
- o desejo de Viktor pelo poder passa também pelo básico de ostentar luxo como um playboy, sendo respeitado, temido e admirado. De forma distorcida, inclui “se sentir amado”, algo que não exterioriza a ninguém desde muito mais jovem.
Temores (inseguranças e fobias do personagem): - Hidrofobia; ser enterrado vivo; ser visto morto e esquecido como um Zé ninguém indigente; ser preso e apodrecer numa cela;
Vícios: Internet
Habilidades (em que o seu personagem é bom?):- Chantagens: Quando descobre algo sobre uma pessoa que ela não gostaria que ninguém soubesse, ele transforma o segredo em moeda, esperando o momento certo para usar a informação a seu favor;
- Briga e Violência: Sabe ser e não teme ser sujo para vencer numa boa briga. Tapas, socos, chutes, empurrões, Viktor improvisa muito bem usando qualquer objeto, móvel, terreno ou roupa para tentar ter alguma vantagem contra o adversário;
- Análise e Pesquisa: Viktor não quer morrer a toa, por isso se a situação lhe exigir; será o maior dos covardes. Sua vida é tudo que tens, por isso é sua moeda intransferível. Coordena suas ações focando em livrar o próprio pescoço, e arma suas jogadas com muita cautela, sendo mais um tigre caçando do que um cão bravo correndo atrás do carteiro;
- Tecnologia: Viktor não é o tipo de pessoa capaz de montar um computador com 2 chicletes e uma agulha. Suas habilidades são focadas em pesquisa na internet, uso de aparatos que simplifiquem suas ações e bastante noção de copiadoras avançadas, tendo replicado e forjado centenas de cartões distintos nos últimos dois anos, possuindo noções de vírus e sabotagens de proporções “pequenas”. Sua performance é mais conhecida por sua discrição do que por grandes feitos, sendo este cuidado, de evitar pistas sobre si, o que mais se destaca em suas ações criminosas;
- Invasão a domicílios: Praticou mais furtos do que assaltos, gostando de reconhecer seu local de ação com antecedência. É do tipo que gosta de entrar e sair sem sequer acordar suas vítimas;
- Controle de Emoções: Sabe mentir e disfarçar muito bem quando estuda seu alvo e o analisa na rotina, procurando meios para fazer o primeiro contato e colocar seu plano em ação. É relativamente frio em situações extremas, não se deixando cegar pela adrenalina da situação;
- Ocultação de cadáver: Mata com o que tiver em mãos, não sendo eficiente com nenhuma arma em específico que não seja seu intelecto nas frações de segundos que a ação lhe exigir. É no “pós morte” que se destaca, tendo tranquilidade para: limpar um apartamento inteiro e esconder dois cadáveres, como com seu sócio e o amante dele, ou em sugerir um assalto para um crime passional, como no caso de Drimiev.
Pontos fracos: - Em seu âmago, percebe que está sozinho e se questiona se dinheiro, luxo e status seriam capazes de preencher isso ou se só ficaria rodeado de pessoas vazias;
- não tem nada para oferecer em troca da própria vida, sendo um escravo semi-morto nas mãos da VODKA. Não pode fugir, senão morre. Não pode ser pego, pois morrerá sem ajuda, já que a organização lhe virá como um fracasso. Viktor conta somente consigo mesmo, e isso não é o bastante para produzir grandes esperanças, senão pelo próprio orgulho.