Recompensa (Zhen)

Já tinha participado de outras missões com mestres e outros Witchers mais experientes, mas agora seria um pouco diferente, teria que se preparar e pensar em tudo. Teria que caminhar sozinha, seguir o caminho - como diziam seus companheiros de escola - na verdade, era um dito bastante comum entre os Witchers "boa sorte no caminho". Que nada mais é do que sobreviver nesse mundo horrível que o continente tinha se tornado. Não podiam culpar os membros da escola do gato por aceitar trabalhos que envolviam assassinatos, era o tipo de trabalho que tinha restado para profissionais como eles e claro, havia sempre gente disposta a pagar por isso - eram executores e não olhavam para a moral do que seria feito, apenas para que o serviço fosse finalizado e fosse possível recolher a recompensa. Os monstros estavam ficando cada vez mais escassos e o motivo era que a humanidade estava se esvaindo, cada vez mais reis tiranos tomavam o posto de criaturas monstruosas e não havia mais a necessidade para esse equilíbrio.

Jaime era o Witcher que menos se parecia com um Witcher, era bem possível para ele se passar por alguém que não passou pelo ritual das gramíneas, tinha uma habilidade única para manipular suas emoções e emular os sentimentos adequados para qualquer situação, o que era bastante complicado para os demais. Ele tinha sempre um sorriso largo no rosto, satisfeito consigo mesmo.

Aproximou-se de Zhen no salão comunal do castelo.

- Ivar que te ver antes de sair.

O Grão Mestre da escola do gato era Ivar Olho-Maligno, um homem misterioso, enroupado em vestes negras esfarrapadas, mas ao mesmo tempo que não mostravam nada de seu corpo. O rosto também estava escondido por uma máscara de osso, branca e com furos para sua boca e olhos. Era difícil ver o homem fora de seus aposentos, mas sempre que havia a possibilidade de o ver caminhando pelos corredores do castelo, qualquer um podia notar uma clara luz laranja vazando dos buracos dos olhos na máscara, daí vinha o apelido.

- Ele está em sua torre.

Sem dizer mais nada ou dar detalhes, Jaime saiu andando - como chegou - com o sorriso no rosto. Não parecia se importar muito de ficar passando recados, ao que talvez pudesse ser visto como uma atividade 'menor' por outros membros. Era estranho que, no dia de sua partida da escola, Yue não tinha ainda vindo falar com ela. Sendo a Witcher que a levou para a escola, talvez tivesse algumas palavras - mas até o momento, nada.

Eu havia esperado aquele momento por anos e finalmente estava prestes a conseguir. "Boa sorte no caminho", vários dos meus colegas me diziam. Sorte é algo de que eu definitivamente não irei precisar, pois os gatos sempre caem de pé e nós mesmos criamos a nossa sorte. Sempre gostei de acreditar que tenho poder sobre meu próprio destino, mas depois de tantas coisas acontecerem... O fato de eu estar viva hoje é algo a se questionar. De qualquer forma, não havia tempo para reflexões, eu precisava seguir em frente. Jaime então surgiu com sua presença que era no mínimo irritante. Ninguém consegue sorrir assim o tempo todo, mas ele sim. Isso me incomoda, incomoda a todos, mas ele nunca se importou e de certa forma, o respeito por isso pois assim como ele não se importa em agir como um palhaço, nunca me importei em estar sempre escondendo minhas cartas nas mangas. Sempre mantendo uma expressão fechada. O fato é que ambos temos nossas máscaras.

- Estou a caminho. - respondi notando o homem de afastar com o mesmo sorriso congelado no rosto. Revirei os olhos e segui rumo ao que me era proposto.

Algo incomum era o sumiço repentino de Yue - esse era o nome verdadeiro que ela revelou a mim um ano depois do meu recrutamento - deveria estar em alguma missão ou recrutamento, como usual... Mas ainda assim, esperava vê-la. Retorci o lábio, contrariada. Continuei meu trajeto sendo guiada pela curiosidade em saber o que Ivar Olho-Maligno queria de mim. Ele não era dado a momentos de lazer sem sentido, portanto eu sabia que não estava me chamando para tomar um chá.

Assim que se aproximou da porta, a voz rasgada e abafada pela máscara se pronunciou.

- Entre.

A porta não estava trancada e talvez nunca estivesse. Ivar não era dado a discursos, mas recebia muitos Witchers em seus aposentos - quase sempre, todos que saiam dali, saiam com um objetivo em específico. Missões longas, que duravam anos. Os enviados não retornavam nem mesmo no inverno. Ivar estava de pé, atrás de uma mesa bastante grande com um mapa gigante do continente esticado sobre esta. Algumas partes do mapa eram bastante conhecidas por Zhen, os continentes e as maiores ilhas. Contudo, haviam partes que ela não tinha visto em nenhum outro mapa e lendo os nomes, não conseguia associar a nenhuma região conhecida.

- Zhen Darkbrood. Você é uma das crias de Yue, correto? Nos últimos anos ela alimentou nossas fileiras e fez bem. Tivemos ótimos aprendizes. Você entre eles.

Todas as palavras saiam sem emoção e com a mesma voz rasgada, abafada e baixa - encoberta pela máscara de osso - os elogios não pareciam elogios. Era fácil de se enganar com Ivar. Talvez fosse um dos que levava o estereótipo do Witcher sem sentimentos com maior firmeza. Haviam diversas teorias sobre o mesmo. De que era mais velho do que os Witchers Anciões da escola do Urso, de que era um mago e não um Witcher, de que tinha feito um contrato com um demônio e realmente tinha um olho maligno. Nada realmente importava, mas estar de frente com a figura trazia essas histórias à mente, com certeza.

- O recrutamento acabou e ela partiu em uma missão em Dol Blathanna junto de outra aprendiz. Eu já deveria ter recebido notícias. Quero que siga a mesma trilha, com cuidado, em silêncio e traga notícias. A missão dela tinha um caráter especial e vou lhe dizer antes da partida, pois você descobrirá cedo ou tarde no caminho.

Ele se virou, pegou uma pena da mesa, sentou-se e começou a escrever. Nesse breve momento em que se virou, foi possível ver um pelo brilho alaranjado nos buracos dos olhos de sua máscara.

- Um novo tipo de criatura está surgindo, nossos medalhões não conseguem sentir e essas criaturas estão relacionadas à morte. Infelizmente não tenho muitos detalhes que possam te ajudar, mas você deve partir imediatamente e trazer de volta a informação que Yue foi buscar. Boa sorte no caminho, Witcher.

Escuto em silêncio absoluto. Se tem uma coisa que aprendi nos últimos anos, foi ficar quieta quando deveria ficar, por mais que no início eu fosse barulhenta demais - algo que Yue sempre comentava ao me repreender. - Ao ouvir sobre o novo tipo de criatura, senti um misto de curiosidade e empolgação, apesar da cautela se encarregar de conter tais sensações. Eu não podia me dar o luxo de me descuidar, ainda mais por se tratar de seguir os rastros de Yue, que poderia estar em perigo agora. Aquela mulher me tirou do sério inúmeras vezes enquanto eu era treinada, mas apesar de tudo... É o mais próximo que eu tenho de uma família, apesar de eu nunca ter dito isso a ela e claro que nunca irei dizer. Ao ouvir Ivan terminar de falar, me curvo rapidamente com o punho cerrado recostado ao peito e o outro atrás das costas, cumprimentando-o e então me retiro dali sabendo que meu próximo destino seria Dol Blathann. Ainda assim, permaneço em silêncio pensando no que Ivan havia dito. Que tipo de missão Yue foi encarregada? E porque não fui eu a escolhida para acompanhá-la? Isso me irrita, mas procuro manter o controle enquanto inicio os preparativos para sair.

De todos os outros aprendizes do local, também não estava mais no castelo Amyse. Ela chegou um pouco depois de Zhen, mas também veio através de Yue. Como as duas não foram mais vistas dentro do mesmo período, é possível que tenha sido ela quem partiu junto de seu primeiro contato com aquele mundo na fortaleza. Muitos Witchers partiam nessa época - muitos já tinham ido embora há alguns dias e retornariam somente quando a neve começasse a cobrir as montanhas, iriam acampar na fortaleza para passar o inverno e então - na primavera, partiriam novamente. Alguns não voltavam. Alguns demoravam mais de um ano. E outros, como Ivar, nunca deixavam a fortaleza. Era certo que, mesmo com todos os novatos que eram trazidos - sempre havia menos Witchers do que no ano anterior.

Havia aprendido a preparar algumas poções, bombas e como cuidar de sua espada. Haviam anotações para o que não soubesse, mas todo o conhecimento Witcher era reforçado e preparado para que pudesse sobreviver e lidar com as mais terríveis criaturas pelo mundo. Contudo, como Ivar informou, a nova criatura que sugira não oferecia informações e parecia ter causado problemas à Yue.

Não tinha muito o que preparar, além de juntar suas coisas. Como parte de sua despedida, ganhou um dos cavalos jovens da fortaleza. Branco e com manchas marrons. Tinha uma crina comprida na altura do pescoço, selado e preparado para a viagem. Jaime, que parecia estar em todos os lugares, estava segurando o animal pelas rédeas.

- Primeira missão, hein?

Ofereceu as rédeas do cavalo para Zhen.

- O nome dela é Ameixa.

- A primeira de muitas. - respondi com um ar sério me aproximando e arqueei uma das sobrancelhas ao ouvi-lo falar novamente. - "Que nome idiota..." - Pensei. Parecia um nome que Jaime daria. Ainda assim, respirei fundo tentando guardar o comentário pra mim e me aproximei, segurando as rédeas. Acariciei a fronte do animal, tentando fazer com que ela já se acostumasse com a minha presença. - Okay, uhh... Ameixa, não é? Vamos nos dar bem. - Me voltei então para Jaime novamente. - Yue comentou alguma coisa com você antes de partir? - foi isso que eu disse, mas sei que Jaime está sempre se esgueirando pelos cantos, poderia ter ouvido ela comentar algo com sua aprendiz ou até mesmo com Ivar. Não poderia perder a oportunidade de saber algo a mais.

- Bom, bom...

Deu dois tapinha no pescoço de Ameixa e a acariciou em seguida. O cavalo baixou e ergueu a cabeça, parecia conhecer Jaime (o que fazia com que a desconfiança de que o nome tivesse vindo dele, mais acertada) - mas também aceitou o carinho de Zhen. Afastou-se um pouco, apoiando-se numa grande pedra no pátio da fortaleza.

- Isso é bom. Recolhendo informação antes mesmo de partir, material Witcher de primeira qualidade aqui. Zhen Darkbrood! Precisamos arranjar um apelido para você...

Coçou a ponta do queixo, pensativo. O clima deveria estar melhor, era o início da primavera - mas ainda estava um pouco frio e nem toda a neve havia derretido ainda. Seria um ano difícil para o povo comum, menos comida na mesa de todo mundo, talvez alguns se aventurassem mais nas florestas em busca de caça e talvez isso fosse bom para os Witchers. Se enfiar no território de monstros sempre fazia com que os monstros aparecessem mais.

- Não me disse nada. Mas eu sei...

Forçou a ênfase no eu sei, e retomou a fala.

- Que ela foi para Dol Blathanna com Amyse. Estão investigando uma nova criatura, esperava que voltassem antes de que partisse - assim, sairia preparado. De qualquer forma, acredito que tenha coisa a mais, Dol Blathanna é bem longe daqui e acho que Ivar precisa de mais coisas, mas talvez só Yue, a Espada da Manhã, saiba. Bom apelido, aliás... Vamos pensar no seu, quem sabe quando retornar.

- Hm. - Franzi o cenho, pensativa. Fiquei ali por alguns instantes e ao notar o comentário dele, dei um sorriso torto com o canto da boca, deixando um pouco de ar escapar entre os dentes, como um "tsk" e olhei pra ele. - Tenho certeza de que vai conseguir pensar em algo. Contanto que não seja Ameixa... - falei em tom zombeteiro. Ainda assim, reconheço que Jaime é um cara engraçado, se fosse como eu nós já estaríamos trocando socos, então é bom que as coisas continuem assim. Lembro que Ivar disse que me daria as últimas informações necessárias antes de partir, mas decido esperar mais um pouco e tento extrair mais alguma informação de Jaime. - Você sabe se tem algum motivo especial pra ela ter ido justo com a Amyse? - Não queria transparecer, mas não consegui disfarçar a expressão de raiva ao perguntar. Por que não eu?

- Com certeza não poderá ser Ameixa.

Respondeu de imediato. Na pedra que estava apoiado, deu um pequeno salto usando as mãos como apoio e sentou-se ali mesmo. Diferente de outros Witchers e mesmo Zhen, não parecia ainda ter um destino certo para sair da fortaleza. Ou ainda receberia alguma missão, ou ficaria por ali mesmo durante toda a primavera, o que era estranho. Jaime não era um dos Witchers mais conhecidos ou com maiores conquistas, mas certamente era um membro valioso na escola e com certeza seria mais útil em campo, do que parado dentro dos muros.

- Vai saber...

Disse em resposta quando questionado a respeito de Amyse.

- Talvez estivesse atrás de quem fosse mais capacitado. Não devia perder tempo com essas questões.

Sorriu. Sabia que aquilo afetava Zhen e não significava muito para ele, então eram apenas palavras.

Encarei Jaime por alguns segundos após ouvi-lo falar. Me sentia como se ele estivesse me pressionando. Testando meus limites. Ainda assim, revirei os olhos tentando não entrar no jogo dele e apenas acenei com a cabeça como se nada daquilo tivesse real importância pra mim, apesar de ter. - Que seja. Preciso ir agora, tente não ficar muito entediado sem mim por perto. - Sibilei para ele e então me afastei, decidida a não perder mais tempo com esse cara. Decido finalizar os preparativos para me encontrar com Ivar para que ele me diga seja lá o que for. Só quero iniciar logo essa missão e saber o que aconteceu com Yue o quanto antes.

Os Witchers não viajavam com muita coisa - como era sua primeira missão, tinha algum dinheiro que fora emprestado pelos cofres da fortaleza e certamente, deveria ser devolvido depois. Não era muito, mas poderia comer bem e ter um teto sob sua cabeça na maioria das cidades por onde passasse, desde que não fosse nada muito extravagante. Por isso, toda a arrumação foi rápida - agora que já tinha Ameixa, pôde organizar as socolas de couro com seus pertences junto do animal e como último passo antes de partir, receber as instruções finais. Todo o ritual se repetiu, ao se aproximar da porta dos aposentos de Ivar, o mesmo à convidou para entrar - mais uma vez, estava de pé atrás de sua longa mesa e o mapa do continente se mantinha aberto.

- Acredito que esteja tudo em ordem para partir. Bom...

Moveu uma peça de madeira até Dol Blathanna, no mapa - arrastando a mesma - a peça saia da Fortaleza do Gato e ia até a região final.

- Você também deve ir para Dol Blathanna, descubra o que aconteceu com Yue. Se ela estiver morta, traga a informação que ela foi buscar e retorne o mais rápido possível.

Não citou Amyse. Talvez fosse desnecessário citar que, se Yue tivesse perecido por qualquer motivo que fosse - era bem certeza de que a outra aprendiz teria tido o mesmo fim.

- Lembre-se de que é uma missão para agir com cautela, se puder evitar, não lute. E cuidado com o que disse anteriormente - a informação refere-se a criaturas que nossos medalhões não identificam, não seja pega de surpresa. E boa sorte no caminho.

Seria então, um bom momento para avançar na estrada - as primeiras horas da manhã já tinham passado - mas talvez conseguisse avançar bem enquanto houvesse luz do dia.

Um sorriso escapou pelo canto da minha boca quando ele terminou de falar. "Boa sorte no caminho", Insistiu em repetir. Balancei a cabeça positivamente e com um cumprimento, pedi permissão para me retirar e então fui andando na direção do meu destino tendo apenas a companhia da Ameixa, que já tinha se acostumado comigo bem rapidamente. Era realmente dócil esse animal, apesar de seu cuidador ser um babaca. Mas nada disso importava mais. Eu estava determinada a encontrar Yue e não poderia perder nem mais um segundo nessa busca pois a cada momento sentia minhas chances de encontrá-la com vida cada vez mais escassas. Com todos os preparativos terminados e cumprindo todas as formalidades chatas e burocráticas, parti então. Ainda restavam algumas horas de sol para gastar no caminho antes da noite reivindicar seu domínio.

Usou todo tempo possível de luz do Sol, seguindo a estrada na direção de Dol Blathanna. Seria um caminho longo e embora Zhen, devido aos processos de mutação que a tornaram uma Witcher, tivesse uma resistência acima do normal e pudesse prosseguir, Ameixa, por outro lado - não - mesmo sendo um animal feito para percorrer longas distâncias. Sendo assim, se quisesse continuar com a companhia da mesma, teria que ter algumas paradas até seu destino. Quando o sol começava a baixar no horizonte, era possível sentir automaticamente uma diminuição na velocidade de Ameixa - puxando as rédeas para o lado e insistindo na parada, logo não teria muita escolha a não ser seguir a vontade dela. Ameçando já quase parar, Zhen sentiu a vibração do solo - uma carroça se aproximava. O medalhão não tremeu - o que faria lembrar das criaturas alertadas por Ivar, mas ao mesmo tempo, poderiam só não ser monstros.

Sentiu a vibração do chão muito antes de ser possível ouvir a aproximação ou ver a carroça - mas viu, após alguns minutos. Era um grupo grande, de dez pessoas de onde podia se ver, a carroça estava completamente carregada e mais cavalos vinham pelas laterais. Pareciam ser pessoas simples e pelo tipo de traje, moradores do vilarejo próximo à Fortaleza.

O homem que estava à guia da carroça ergueu a mão e acenou:

- Boa noite, Witcher.

Os olhos afiados, as espadas e todo o conjunto da obra deixava claro quem era - ainda mais para aquelas pessoas, que moravam tão perto da fortaleza. De qualquer forma, era estranho que estivessem saindo da região nesse momento, agora era justamente quando renovavam suas plantações.

Zhen teve sorte no caminho - todos os desejos de todos os Witchers que cruzaram com ela foram atendidos. "Boa sorte no caminho", era o que eles diziam - e estavam certos. Ela teve sorte. Chegou a Dol Blathanna - mas não encontrou sua antiga tutora e companheira, Yue não tinha deixado nenhuma pista. Talvez isso fosse algo bastante ruim para se lidar, talvez realmente estivesse esperando por Yue e Amyse e com isso mostrar que conseguiu fazer todo o caminho sozinha, uma recém liberada filhote da Toca. Contudo, tinha instruções claras - mesmo que Yue não fosse encontrada, deveria prosseguir com a missão e verificar as informações a respeito de criaturas que não poderiam ser identificadas com o uso do medalhão.

As informações que recebeu dos elfos em Dol Blathanna era preocupante. Disseram sobre mortos que caminhavam pela terra, criaturas que voltavam de seus túmulos e nada os cansava - lutavam como loucos, como bersekers e não paravam por nada. Era difícil derrubá-los. Mesmo sem membros, se rastejam no chão e avançassem para atacar com o que lhes restava, fosse apenas a mandíbula apodrecida e carne pútrida dos lábios. Fora dito que essas criaturas tinham ligação com a Caçada Selvagem, que eles perderam o controle de seus portais e isso tirou o mundo de balanço, mas a investigação apontava para o reino de Havekar, alguma coisa lá estava guiando essas criaturas e seria ali o próximo destino de Zhen.