Dias de um Futuro Esquecido
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Mantendo os olhos sempre na linha do olhar de Celty - claramente evitando a visão do corpo seminu da jovem - o Capitão Luke caminhou na direção do portal, pronto a acompanhá-la na jornada potencialmente perigosa que se abria a frente. Porém, quando cruzou a arcada de pedras e foi banhada na luz verde-místico da passagem, Celty acompanhou a coisa mais improvável EVAR acontecer: da copa das árvores que gemiam nas garras dos terremotos, a criatura humanoide que viu na Praça dos Escravos saltou por sobre a cabeça do Capitão da Ordem do Escudo - diretamente para dentro do portal.
De olhos bem abertos, a Mentalista viu a realidade dissolver e espiralar a medida em que caía de costas, com aquele rosto de antiluz a encará-la bem de perto. Era a incômoda sensação de cair que faz com que alguém desperte segundos antes do monstro alcançar seu pulso nos sonhos. Mas aquele monstro tinha olhos prateados e ferozes como lâminas frias, brilhando com inteligência a medida que a queda acelerava o vento ao redor dos dois, mandando as roupas de Celty voando por toda parte.
Até que bateram de costas na água, mergulhando profundamente. O oceano ao redor de Celty fechou-se em azul marinho e seus pulmões arderam com a ânsia de respirar. Lutando com todas as suas forças para sobreviver, passaram-se minutos como horas até que conseguisse chegar à margem, em uma praia de areias brancas.
A criatura-antiluz não estava em lugar nenhum que pudesse ver.
- Ei, menina! Tudo bem? - virando-se na direção da voz, Celty se percebeu diante de um elfo jovem (não muito mais velho que aquele corpo feminino dela, de toda forma), de olhos azul-violeta e queixo quadrado. E que devia medir quase 1.90m - Você acabou de ser cuspida por um buraco no céu, sabe? Não é algo que vemos por aqui todo dia.
O elfo tinha um brilho naqueles olhos violeta que era absolutamente impactante, parecendo se espalhar como uma aura muito diáfana ao seu redor. Ou talvez Celty tivesse batido a cabeça com muita força. Ao seu redor, um riacho que de modo algum poderia ser o oceano contra o qual lutou para sobreviver. E uma prainha fluvial de areias brancas e pedras redondas e lisas.