Lilly nunca chegou a conhecer sua mãe. Seu pai sempre dizia que ela era uma poderosa mulher que possuía deveres maiores por isso ambos tiveram que seguir sem ela. Nunca permanecendo tempo o suficiente em um lugar, Lilly nunca criou qualquer vinculo. Viajando o mundo ao lado de seu pai, a menina sempre foi uma criança solitária que passava a maior parte do tempo brincando com "amigos imaginários".
Aos seis anos de idade, um evento inoportuno ocorreu quando seu pai estava realizando pesquisas no sitio histórico de Port Arthur na Austrália e a garota resolver brincar com um dos livros proibidos do papai. Lilly liberou uma horda de fantasmas sobre o local, que serviu apenas para aumentar a fama de mal-assombrado do local. Apesar de tudo, Lilly sempre acreditou que tal evento era apenas fruto de sua imaginação.
O tempo passou e Lilyanna tornava-se tão bela quanto sua mãe. Pelo menos era isso que seu pai dizia-lhe. Seguindo os ensinamentos de seu pai, tudo indicava que a garota teria uma vida "normal" e pacifica seguindo pelo mesmo caminho que ele. Pelo menos até os dias atuais...
Registros de Viagem
#1Papai pediu para que eu registrasse essa viagem em seu lugar. Bem... Por onde começar? Esse é meu primeiro registro, fizemos contato inicial com o ancião nativo essa manha. Hmm, às sete e vinte e oito da manhã para ser mais exata. Ele pareceu não aprovar nossa presença por aqui. Ele se afastou seguindo por um caverna.
Logo em seguida, recebemos autorização dos guias para seguir à distância e já na entrada da caverna encontramos alguns sinais que papai julgou promissores. Ele esta tentando manter a calma, mas parece uma criança que acaba de receber um grande presente.
#2Algo está muito errado por aqui.
A caverna tinha uma saída que servia de entrada para um Vale. Me perdi de papai e dos guias. Eles... Desapareceram sem deixar rastros. O pior é que acho que estou alucinando. Vejo zumbis e esqueletos caminhando. Não posso confiar nos meus olhos. Não sei dizer o que é real. Não sei nem se existe real. Será que são os olhos?
#3Anoiteceu e está escuro. Estou escondida, mas sei que estão por aí. Posso ouvir a respiração deles. Creio que minha sanidade está se exaurindo a cada segundo aqui. Nem mesmo me recordo por que estou aqui. Esqueci onde estávamos. Mal consigo lembrar que sou.
Existe mais alguém aqui. Ele me segue, enquanto eu tento me esconder daqueles monstros. Espírito. Deus. Demônio. Ele apenas sussurra em meus ouvidos.
#4É ele. Só pode ser ele. Era ele o tempo todo. Em meio a escuridão, ele sufoca minha mente. Foi por causa dele que viemos aqui, só não sabíamos até agora.
Não somos nada e somos dele.
Faremos o que ele ordenar. Fomos feitos para isso.
#5Esta amanhecendo e não tenho palavras para descrever o que acabei de ver agora há pouco. Um gigante tão imenso que podia ocultar o sol. Ele passou do meu lado e quase não saio com vida. Foi como uma... uma daquelas fabulas, mas... Por deus... Isso tudo só poderia estar em minha cabeça. Digo, racionalmente nada daquilo fazia sentido, mas... Tem alguma coisa terrível acontecendo e, apesar de não acreditar em meus olhos, é realmente... Tenho que descobrir o que está acontecendo. Se ao menos eu pudesse ver claramente...
#6Eu estou falando sozinha, apenas para ouvir outra voz. Ela preenche o vazio, mas não tenho nada a dizer. Quando o silêncio me incomoda, tenho que dormir. Espero acordar desse pesadelo...
#7Acho que esse será meu ultimo relato. A bateria esta acabando e não sei se eu aguentarei por muito mais tempo. Sonhei com a morte de meu pai. Espero que meu sonho tenha sido apenas um pesadelo e ele esteja bem...