ESCOLA ATEMENSE
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@Pikapool não pediu, mas já que fiz uma introdução da Izete e da Corte, vou fazer da Atemense também.
Como dito antes, para as maiores filiações o apoio ou falta de apoio dos deuses fazem toda diferença em sua representatividade. Uma seita, mesmo que com muitos seguidores, nunca chega ao nível de importância de uma grande filiação.
A primeira grande filiação dual (dois elementos) foi a Igreja Cisne Branco, até porque naquele tempo se acreditava que o ar e a água eram os únicos elementos mágicos existentes. Ainda hoje há quem defenda que o ar e a água são os únicos elementos CRIATIVOS, mas isto não é importante para nosso tema por enquanto. Muitos acreditam que as deusas-mães criaram a ICB no dia que fizeram as pazes e criaram o cisne branco como símbolo de paz, mas apesar da ICB ser mesmo criada naquele dia, foi iniciativa dos humanos, seguidores de Anĝelina e Jara que criaram a igreja, MAS as deusas-mães deram consentimento para que a igreja existisse.
Assim, a Igreja Central continua sendo a única a "falar" por Jara e a Sagrada Conduta a única a "falar" por Anĝelina, mas a Igreja Cisne Branco serve como referência para a maioria dos temas cotidianos que não conflitam com as doutrinas de uma ou outra deusa, e para seguidores que querem devotar o mesmo respeito a ambas. Claro que, quanto estudado a fundo, este "meio-termo" nunca será ideal, sempre vão ter seguidores mais próximos da Sagrada Conduta e outros mais próximos da que prega a Igreja Central.
Antes do nascimento dos deuses-filhos a ICB era a única filiação que não era considerada uma seita, e todas as tentativas de seita (como discípulos de Hagreb) eram combatidas com certa veemência. Existiam alguns "estudiosos" ou "filósofos independentes" que bem mais pra frente viriam começar ser conhecidos como "os Sen", este também não eram considerados uma seita pois sequer chegavam a ser uma filiação. Mas depois que os deuses nasceram, a coisa começou complicar.
Devotos de Jara começaram e pedir para que membros da Igreja Central incluíssem doutrinas específicas para exaltar Tamuz tanto como Jara. Muitos apoiaram, afinal era bo exaltar o filho de Jara desde cedo, outros porém não viam muito sentido, já que Tamuz sequer tinha proposto qualquer doutrina diferente do Equilíbrio (O Equilíbrio é a doutrina da Igreja Central) e portanto a doutrina de Jara era a doutrina de Tamuz. Sendo assim nem mesmo Jara deu importância para isto, não apoiando o movimento que viria a se tornar o que hoje é o Yüksek Kan, nem mesmo depois que Tamuz já tinha sua doutrina própria e os Yüksek Kan trabalharam muito para manter sempre unido os interesses dos dois "Deuses do Ocidente".
Por outro lado, Anĝelina, que às vezes mostra um lado, digamos, competitivo em relação à sua gêmea (isto é mais debatido na ICB), quando viu o movimento do ocidente (que depois viraria o Nautikan, e depois o Yüksek Kan) logo quis criar sua própria filiação que reuniria sua doutrina com a de Piro. Portanto a Escola Atemense foi de fato CRIADA pela deusa.
O desenvolvimento dos deuses era mais lento que de qualquer mortal, assim, com 100, 200, anos os deuses ainda eram basicamente crianças, só começaram a agir mais ativamente no mundo mesmo com uns 300 anos. Sendo assim os primeiros séculos da Escola Atemense não havia diferença entre a Escola e a Sagrada Conduta. Até o século 4 ou 5 da era de Piro a Escola Atemense ainda era conhecida como nos "Anos Dourados", onde havia perfeita harmonia entre os Atemense e a Sagrada Conduta.
Alguns anjos mais tradicionalistas, nunca se filiaram aos Atemenses, mesmo nos Anos Dourados, pois a Sagrada Conduta já era mesmo a representante da Verdade, então não faria diferença. Mas muitos anjos, assim como a quase totalidade de humanos seguidores de Anĝelina e até boa parte dos centauros se declarou Atemense, sendo que a filiação chegou ser maior que a Igreja Cisne Branco, só perdendo em número de adeptos para a Igreja Central, pois o número de sirenos era enorme.
Como o desenvolvimento dos deuses era lento, demorou uns séculos para os deuses-filhos começarem fazer suas primeiras cagadas (mas não usem este termo oficialmente, pois, embora seja verdade, dizer isto pode ser considerado heresia). Os primeiros problemas eram relativamente pequenos, e teve muuuuita passada de pano para alguns erros, que foram escalonando à medida que os dois deuses passavam ter uma atitude cada vez mais competitiva, e sair da competitividade para a violência, mas isto já é outra história.
Voltando à Escola Atemense, Anĝelina tinha pretensões de que Piro, ao chegar à maturidade, iria não apenas preservar a Sagrada Conduta, mas tornar a doutrina ainda mais robusta. Anĝelina e os anjos sempre foram contrários a grandes reformas, mas paradoxalmente Anĝelina previa que as reformas que Piro fosse fazer na Escola Atemense fortaleceria a Sagrada Conduta ao invés de enfraquecê-la.
Lembrando que, como Anĝelina tinha investido na Escola Atemense, muitos devotos da Sagrada Conduta passaram a ser Atemenses, por isto os Atemenses eram muito mais numerosos que a própria Sagrada Conduta. Além disto naquele tempo a filiação não era procurada apenas por magos duais. Atualmente as pessoas buscam uma grande filiação quase exclusivamente por causa dos elementos que desperta, mas Anĝelina buscava manter na Escola Atemense os interesses religiosos e políticos além dos mágicos.
Havia um despertar de magos alvi-rubros maior do que os verde-celestes (o que decepcionava o Nautikan) mas menor que dos alvi-celestes, já todas as demais combinações eram ainda mais raras. Porém um número grande de magos de um único elemento fazia parte dos Atemenses, e não apenas os alvi-rubros. Os magos Atemenses tinham um ótimo balanceamento de magias, pois o ar fornecia muitas técnicas defensivas e muitas magias de cura, ao passo que o fogo, apasar de um leque pequeno de magia, oferecia um bom ataque. Além disto, quando dominados com disciplina, um elemento pode potencializar o outro.
Portanto, neste começo tudo parecia bem demais (se eu esqueci alguma coisa importante, menciono depois).
Então onde começaram os problemas? Como da para se imaginar, quando Piro começou fazer mudanças nos dogmas da Escola Atemense.
Há mais de um milênio atrás os centauros eram mais religiosos do que são hoje, ou pelo menos seguiam a Sagrada Conduta por tradição e assim como os anjos, os centauros migraram da Sagrada Conduta para a Escola Atemense nos Anos Dourados. Apesar de seguirem a Sagrada Conduta, os centauros eram dispensados de seguirem a dieta vegetariana da doutrina e seus jejuns: devido sua fisiologia e peso, eles não aguentariam a rigidez da dieta (lembrando que apesar de sua metade equina, centauros NÃO são ruminantes).
Então Piro aboliu a obrigatoriedade desta dieta para os demais seguidores da Escola Atemense. Esta primeira mudança foi considerada pequena, ele aboliu a OBRIGATORIEDADE, mas apesar disto deixou claro que manter a dieta era mais saudável para a vida místico-espiritual da pessoa. Aqui o deus começa mostrar suas tendências, baseando sua doutrina própria num combate contra a hipocrisia, e começa as primeiras advertências aos seus seguidores, que seriam consideradas "alfinetadas" a seus próprios sacerdotes, tanto por alguns amigos como por opositores. Dizia Piro em uma escritura sagrada:
"Ao alimentar-se de carne de outro animal, a pessoa passa a ficar exposta às próprias energias prânicas inferiores do animal [prânicas neste caso abrange todo tipo de esfera energética: física, mágica, mística, espiritual e consequências das ramificações], portanto é bom, para quem busca manter sua pureza, abster-se deste tipo de alimentação. PORÉM o efeito de seguir uma alimentação perfeita é infinitamente inferior a qualquer ato de mal falar.
O que adianta vós, semeadores, [nas igrejas das deusas-mães, "semeador" equivale a "padre" ou "pastor"] se orgulharem de jejuar, se falam mal dos vizinhos pelas costas? Um boato malicioso pesa mais à alma do que três bifes. Alguém que acusa falsamente outro ser superior [a tradução poderia ser simplesmente "outra pessoa", mas falando "outro ser superior" deixa claro que pode ser qualquer raça superior: sereia, humano, anjo ou centauro. Na época os demônios não eram considerados raça superior, mas hoje são] peca mais do que quem come uma vaca inteira.
Melhor seria para vós viveres felizes, fazendo churrasco com amigos e alegrando-se com suas esposas no Mês do Rato [jejuns não são apenas alimentares, mas incluem regras como não praticar sexo no Mês do Rato] do que dranzi infelizes [dranzi, em Yrdok, poderia ser traduzido como "viver", mas a tradução é imprecisa, pois aqui não se trata apenas de alguém que É infeliz, mas que FAZ desta infelicidade um objetivo de vida] fazendo até proselitismo de sua infelicidade para o vizinho."
Como Piro deu valores comparativos, os mais ortodoxos ainda relevaram, pois interpretam que Piro apenas enfatizou que o mal falar e mal agir é muito pior que não seguir as dietas, mas que abster-se ainda é o ideal. Assim os anjos continuaram seguindo a risca sua tradição, e entre os humanos de Ajros a dieta vegetariana continuou-se, e continua até hoje sendo vista como ideal e ignorá-la é visto com maus olhos. Mas em Fajr-Regno os humanos passaram a comer muita carne, não apenas com o consentimento de Piro mas até com seu apoio, pois Piro passou caçar, comer e até cozinhar animais junto com os humanos.
Também neste período as magilogias [teorias sobre como a magia funciona] tinham um "status" quase religioso, e os magos chegavam a perseguir qualquer um que acreditasse em uma magilogia diferente da sua. A visão dominante (90%, talvez até mais) era o purismo oposista, que basicamente prega que cada elemento tem magias únicas, sem QUALQUER relação com outros elementos e que o elemento água é oposto ao fogo, assim como a terra é oposta ao ar.
Mas a magilogia não explicava tudo, e Piro ficou fascinado com a magia e queria decifrá-la/desenvolvê-la por completo, uma tendência que muitos magos caem, mas que no caso de um deus as consequências poderiam acabar sendo bem piores, como de fato foram. Sendo assim ele queria ouvir as opiniões de outros magilogistas diferentes dos puristas oposistas, o que era uma heresia que podia levar até à prisão. Então ele tirou toda a parte criminal de se fazer proselitismo de outras magilogias, e teorias mágicas começaram pipocar em Fajr-Regno.
Esta mudança, embora não fosse tão significativa, já que não atava bases da doutrina religiosa, foi considerada por alguns como fruto do ego de Piro, pois, embora tivesse dado mais liberdade para as pessoas, foi só porque ELE estava interessado em outras teorias, que contêm tantos ou mais buracos que a magilogia oficial e que poderiam prejudicar muito mais do que apenas aceitar a magilogia oficial. Deduza o resto...
Esta mudança (que pros dias atuais seria considerada até bobinha) acabou levando a outra pior (ou melhor, depende do seu ponto de vista): Piro acabou abusando desta liberdade para fazer experimentações com a magia, algo que é indicado até para os magos mais fuleiros, mas que por um tempo Piro perseguiu de forma obsessiva. O problema é que onde há obsessão, a prudência passa longe, e ele foi escalonando erros em função disto.
Um dos objetivo de Piro era "testar" se os elementos eram mesmo tão opostos, e se desafiou a tentar dominar técnicas da água ou terra (algo que dizem que até hoje ele ainda tenta). Numa destas aconteceu que, pela primeira vez (oficialmente pelo menos) Piro acabou matando aliados por acidente: ao buscar um minério muito raro nas Pontas da Morte (um lugar no oceano de Larmmaro mortal até para sereias mais habilidosas) ele purificou este minério magicamente, o problema é que estava perto demais de aliados, e o minério gerou gases extremamente tóxicos, matando todos os mortais próximos.
Até aí poderia ser "apenas" um erro gerado pela inconsequência de um deus imaturo, mas que não representaria um problema para a doutrina religiosa. Só que, vendo a cagada que fez, Piro quis remendar o erro. Não era apenas uma questão de orgulho por ter cometido um erro, mas ele de fato gostava das pessoas que matou sem querer.
E como se conserta a morte? Com ressurreição. O problema é que a ressurreição é, para a Sagrada Conduta, uma das piores de todas as heresias, pois trata-se de necromancia. Portanto neste ponto até Anĝelina proibiu com veemência Piro de ressuscitar seus companheiros. Isto geraria discussões ainda maiores no futuro. Até hoje, na doutrina de Piro, a ressurreição continua proibida como heresia das maiores, MAAAASS... se for realizada até poucos minutos depois da morte (ou outras circunstâncias técnicas muito específicas) nem é considerado ressurreição.
Bom, há quem tenha dúvidas se Piro obedeceu ou não sua mãe neste episódio específico, mas já que não podia recorrer à ressurreição, poderia usar um meio um pouco menos controverso, que é a reencarnação. Para as deusas-mães, e portanto para a Escola Atemense, a reencarnação não é uma heresia em si, até porque segundo as doutrinas delas somente os deuses podem fazer umas alma reencarnar (para variar adivinhem QUEM sugeriu que isto não é absoluto) MAS Jara e Anĝelina só permitem a reencarnação em casos extremos, ou como uma recompensa extraordinária, ou como uma punição extraordinária, p.ex. algum herói importante que, apesar de seu heroísmo cometeu um grande erro e recebe de uma deusa uma segunda chance.
Quando Piro passou definir sua própria doutrina, separada da doutrina da Escola Atemense, a reencarnação passou a ser um ponto importante, e prometeu facilitar a reencarnação para todos que fossem fiéis a ele. Para os demônios isto é inclusive um dos pilares principais da doutrina, embora para os adeptos humanos não seja tããão importante assim.
Mesmo com esta facilitação ainda haveria regras, tipo: as almas destinadas ao inferno (TODOS os demônios são destinados, além dos humanos cujo caráter é maligno) não escapam de ir para o inferno, mas se tiverem sido fiéis a Piro, ele ensinará a alma sair de lá.
Então estas pessoas mortas por acidente foram as primeiras que Piro reencarnou. Mas ainda há uma terceira forma de se "corrigir" a morte, que é a transplanação: a pessoa passa direto do plano espiritual (seja Plano Espiritual Celeste ou Plano Espiritual Infernal) para o plano material, ainda com seu corpo espiritual que vai se materializando aos poucos. A transplanação é outra polêmica para a Escola Atemense (menor que a ressurreição, maior que a reencarnação), pois por um lado não é uma forma natural de nascer, por outro lado, tecnicamente, também não é uma forma de necromancia, mesmo que muitos diga que é. Seja qual das afirmações estiver certa, a transplanação é considerada pecado, ainda que divirjam se é ou não heresia.
Quando um anjo passa para o plano material para cumprir alguma missão dizem que não é um caso de transplanação (embora tecnicamente seja), e para isto dão a desculpa de que não é pecado porque o anjo não pretende permanecer no Plano Material por muito tempo. E para legalizar esse tipo de transplanação que não é transplanação, chamam-na de "evocação".
Futuramente muitos demônios transplanados receberiam cidadania em Fajr-Regno, porém, nesta época em que Piro ainda não tinha reconhecido cidadania para nenhum demônio, fica a dúvida se ele transplanou ou não algum de seus amigos mortos, assim como se ressuscitou ou não algum, apesar da ordem de Anĝelina para que não violasse os dogmas.
E as divergências continuaram: os votos de casamento tradicionais da Sagrada Conduta diziam "Por toda minha vida..." O que impedia que viúvos contraíssem novas núpcias. Um viúvo (ou viúva, já que as regras da Sagrada Conduta sempre foram iguais para ambos os sexos) que se envolvesse amorosamente com outra pessoa era considerado adúltero e poderia até ser condenado ao exílio, uma pena tão severa que igualava estes viúvos a bandidos perigosos. Piro trocou os votos para "Até que a morte nos separe..." Permitindo então que viúvos pudessem casar novamente sem ser considerado crime e nem mesmo pecado. Esta porém foi considerada uma (das poucas?) mudança positiva feita por Piro. Até Anĝelina aprovou a mudança, os Atemenses celebraram o fim dos exílios, e mesmo quem ainda seguia exclusivamente a Sagrada Conduta aceitou a nova forma dos votos.
Só que toda mudança causa reações em cadeia: para um viúvo casar-se novamente, a regra de só poder casar-se virgem tinha que cair também. No começo esta exceção era permitida apenas para um viúvo que quisesse casar com uma viúva; depois foi permitido para qualquer pessoa que quisesse se casar com um viúvo ou viúva; por fim Piro começou casar qualquer não virgem, desde que o outro cônjuge soubesse e aceitasse sua condição. Neste último ponto os mais conservadores começaram reclamar que Piro estava se distanciando demais da doutrina de sua mãe. Porém Piro já não se importava com a opinião dos ortodoxos (se é que algum dia chegou a se importar, mas então começou demonstrar claramente que ele não reconhecia qualquer autoridade moral vinda deles), e as mudanças nos dogmas sexuais continuaram.
Para não ficar muito extenso, vamos resumir que: na atual doutrina de Piro, qualquer relacionamento consensual é permitido. Os mais ortodoxos só não deram mais piti porque Piro enfatizou de forma inequívoca que a pedofilia continua sendo pecado punível de morte, e o incesto igualmente.
À medida que o tempo passava e as mudanças ocorriam, os membros Atemenses iam paulatinamente deixando a Escola Atemense para voltar para a Sagrada Conduta. Tudo isto acontecia antes mesmo de Piro conceder a primeira cidadania a um demônio, igualando-os aos humanos. Quando isso aconteceu então houve uma verdadeira debandada da Escola Atemense, promovendo seu maior declínio.
Os anjos, obviamente, foram os maiores críticos de tal atitude, e uns dois terços dos que ainda permaneciam na Escola Atemense abandonaram-na imediatamente, o último terço ainda se reuniu sobre a liderança de Maahamoor e fizeram uma última tentativa de convencer o deus de que suas atitudes vinham sendo imprudentes, mas que, se ele se retratasse e revogasse as mudanças feitas, os anjos não abandonariam a Escola Atemense. A resposta dada a Maahamoor foi o maior banho de água fria que os anjos já receberam, seguem as palavras do senhor Piro:
Os anjos ameaçam ABANDONAR a Escola Atemense? Pois, na verdadeira verdade, o vosso coração nunca esteve conosco, nunca esteve comigo.
Sois guardiães, mas jamais fostes protetores. Guardar uma fé cega é simples, mas é preciso muito mais fé para se proteger o Justo e o Bom.
Que diferença faria portanto sua presença ou ausência? Desde o princípio vós estais murmurando, então porque ainda estão em dúvida se devem ou não deixar a Escola? Uma escola que nunca vos agradou? Quereis dar a impressão que fizeram tudo que foi possível? Pois, na verdade verdadeira, a única coisa que fizestes até então foram atrapalhar os verdadeiros Atemenses com seus murmúrios.
Dizem-se a encarnação da Luz, enquanto os demônios são a encarnação das Trevas, então, por que uma de minhas seguidoras foi capaz de compreender o real significado de Asafobkabidas, Kabidasbasafo enquanto vocês não? Por que UMA DEMÔNIO foi a única a conseguir sobreviver a um ataque direto de um deus?
Se não estão satisfeitos, vão pela sombra, e que Anĝelina os abençoe!
Não tendo a menor possibilidade de relativizar esta resposta, os anjos abandonaram a Escola Atemense (se existe meia dúzia que ainda segue hoje, deve ser muito). Os centauros também foram perdendo o interesse de acompanhar, não apenas a Escola Atemense mas qualquer outra filiação religiosa, sendo poucos que ainda o fazem por tradição. Os demônios, apesar de terem sido motivo de muitas mudanças que levaram a Escola ao declínio, nunca fizeram parte dela, sendo assim só sobraram os humanos. E atualmente quase apenas humanos alvirrubros buscam a Escola Atemense.