E se conheço o
@Kether , vendo vc fazer perguntas, ele vai querer também, então vou fazer uma apresentação da Izete para ele também:
Costuma-se chamar "escola" várias grandes filiações, pois elas reúnem e propagam grande número de ensinamentos, dogmas, filosofias, etc. Apesar disto nem toda "escola" é focada em ensino na forma clássica: professor/aluno/séries; Todas estas escolas têm, em maior ou menor grau, objetivo de treinar magos, mas nem todas têm alinhamento mágico como foco, algumas tem alinhamento religioso, político ou filosófico, portanto o "ensino" de magia é secundário.
As maiores "escolas" são, por motivos óbvios, as fundadas ou pelo menos reconhecidas pelos próprios deuses, e as que não tem ligação nenhuma ou não direta com os deuses normalmente não passam de "seitas" ou grupos sem muita importância. Peguemos a filosofia Sen como exemplo: seu número de membros é significativo, mas não é considerada uma grande escola por dois motivos: o primeiro é que seus membros não buscam isto, ao invés de uma relação professor/aluno eles preferem uma relação mestre/discípulo que é bem mais pessoal, e sem um "plano" de estudo pré-definido; Cada um busca aprender/ensinar o que é mais importante para si. O segundo motivo é seu estudo laico, como não se foca em nenhuma doutrina, ela não se limita mas também não tem as bênçãos dos deuses.
Já a Sagrada Conduta e a Igreja Central foram criadas diretamente pelas deusas, sendo assim possuem regras de conduta bem mais claras e rígidas. Os ensinamentos principais foram escritos em livros diretamente pelas deusas ou seus seguidores mais próximos, e, quando necessário as deusas aparecem de forma pessoal para esclarecer uma questão de interpretação.
A Igreja Cisne Branco por sua vez não foi estabelecida pelas deusas, mas por seguidores de ambas que quiseram se aproximar, e buscar a melhor forma de agradar a ambas deusas-mães. Eles usaram o Cisne Branco como símbolo pois foi um exemplo de cooperação entre as duas deusas; deste sua criação nenhuma das duas deusas interferiu significativamente na Igreja Cisne Branco, permitindo que adeptos de suas doutrinas participassem da filiação, sendo assim a escola não foi criada, mas é considerada como reconhecida pela deusas, e portanto segue forte.
Por outro lado, a Escola Atemense foi criada diretamente pelos deuses, e tanto Anĝelina como Piro apareciam frequentemente em pessoa nos Anos Dourados da Escola, que tinha um alinhamento bem religioso e também aos moldes de "escola tradicional" professor/aluno. PORÉM à medida que os deuses se distanciavam, sua doutrina enfraquecia e a escola perdia sua "razão de ser", tornando-se praticamente apenas um grupo de magos que ainda se juntam para aprender magia.
E por que isto é importante? Pois a Escola Izete surgiu justamente de forma contrária da Escola Atemense: Mahijar* sempre foi o lugar em Fajr-Regno com maior número de mago da água, bem como seguidores de Jara, sendo assim o número de magos rubro-celestes também é maior lá do que em qualquer outro lugar de Akaŝa.
*Mahijar é também capital cultural de Fajr-Regno. Lembrando: a pronúncia é Ma-rrÍ-iar.
Apesar de serem elementos opostos (para quem crê no oposismo), ironicamente as relações entre Piro e Jara são hoje as melhores (ou menos piores) que se tem entre deuses. Mesmo antes do Ragnarök, Piro já buscava aproximar-se de sua tia, e depois da grande destruição, com as relações entre Piro e Anĝelina abaladas, os laços com Jara se fortaleceram ainda mais.
E isto reflete nos seguidores de Piro e Jara. Eles são os que mais facilmente se toleram mutuamente em Mahijar. Magos rubro-celestes frequentemente tinham que buscar mestres do fogo, devotos de Piro e mestres da água, devotos de Jara em separado; Esta demanda acabou criando um "ponto de interesse comum" e eles passaram a se reunir na "escola da Izete". Hoje não se sabe se esta Izete foi uma coordenadora, professora ou outra coisa, ou mesmo se foi uma pessoa, pois há especulações que na verdade seria uma palavra secreta (provavelmente um acróstico ou anagrama). Nem mesmo a Corrente tem certeza sobre a origem do nome. Não seria a primeira vez que devotos de Piro deixam um nome se perder, mesmo entre seus maiores heróis.
Há ainda uma outra especulação de que a Escola Izete foi baseada em um juramento de alguém muito anterior a escola em si, de nome Marizete ou Elizete. É difícil ter certeza se isto realmente foi importante no fundamento da escola, mas o juramento realmente existia, e diz:
"Juro! Juro dar o melhor de mim para desenvolver o maior dom que tenha ganho na vida, não importa qual seja este dom! Juro servir de espelho para pelo menos três almas irmãs! Juro que, mesmo que minha vida não se faça impressionante, ela não será em vão! Juro que derramarei meu próprio sangue e minhas lágrimas para que possa com eles orgulhar ao meu pai e honrar a minha mãe!"Há algumas observações sobre este Juramento de Izete, o primeiro que, apesar dele ter sido relacionado com a escola, ele não é cobrado para ser aceito na escola, e muitos veem nele apenas uma coincidência de nome. Segundo: a doutrina de Piro desincentiva e até mesmo proíbe fazer juramentos, mas eles são permitidos em situações bem específicas, como juramentos que se fazem EXCLUSIVAMENTE para si mesmo, o que encaixaria NESTE juramento. Terceiro, pode ser novamente apenas mais uma coincidência, mas a bandeira da Escola Izete, muitas vezes chamada de "Gota-Chama", pelo seu desenho é também conhecida por "Sangue e Lágrima", que por sua vez são símbolos do fogo e da água.
Mas fato é que esta escola (aqui no sentido clássico mesmo) começou se tornar conhecida em Mahijar, e os devotos de ambos deuses perceberam que suas doutrinas eram relativamente bem compatíveis, Jara é a deusa da paixão, e Piro representa fogo de vida; Ambos possuem doutrinas relativamente simples com poucos dogmas e, justamente por ter poucos dogmas, a maioria de seus devotos não é fanatizada. A Escola Izete conseguiu a façanha de juntar principalmente estes devotos mais moderados, e por isto cresceu rapidamente (devotos mais "ortodoxos" de Piro se ajuntaram mais na Cour des Miracles, enquanto as de Jara se juntaram na parte mais fanática do Yüksek Kan ou outras denominações menores).
Além disto, embora todos os deuses já tiveram que castigar falsos devotos e falsos profetas, Piro faz isto com frequência, preferindo principalmente abordagens onde ridiculariza seus próprios sacerdotes e "sábios", chegando a usar afirmações pesadas tais como "No além vida, quando estiver decidindo quem merecerá meus favores, colocarei meretrizes e ladrões na frente de meus sacerdotes, pois estes me envergonham mais que aqueles."
Sendo assim, Piro é um deus que não faz questão de ser idolatrado (em tese), e mesmo em seu continente, seus devotos são pouco numerosos, e como ele desdenha dos próprios sacerdotes, a profissão não tem grande estatus, atraindo poucos ao ofício. Na Escola Izete isto também reflete sendo que a doutrina de Jara se sobressai, enquanto Piro é mais visto "apenas" com respeito. Mas apesar disto existem certas "disputas" internas entre quem tem mais afinidade com um ou outro deus, mas por incrível que pareça, estas disputas são mantidas em clima amistoso.
Bom, então basicamente a Escola Izete se formou desta união de magos do fogo, da água ou duais rubro-celestes que tinham interesses em comum e se davam relativamente bem, mas como dito antes, ela seguiu um caminho inverso da Escola Atemense, pois, depois de conseguirem se agrupar, este grupo conseguiu chamar a atenção dos próprios deuses.
De todos os deuses, Piro é o que ainda faz aparições pessoais com um pouco mais de frequência para os humanos. Em um dia no qual os Izete estavam fazendo um ritual em agradecimento a Jara e Piro, ele resolveu aparecer no meio deles. Por mais que fossem devotos, óbvio que o aparecimento de um deus deixou todos ou admirados, ou assustados, ou amedrontados, ou em êxtase, ou qualquer mistura de tudo. Mas para resumir: Piro reconheceu a Escola, disse que eles vinham fazendo um bom trabalho, que, mesmo que fosse de forma despretensiosa, eles vinham pregando mais verdades sobre a sua doutrina e sobre O Equilíbrio que os próprios sacerdotes dele e de Jara. Proclamou que a Escola Izete deveria se fortalecer ainda mais e ganhar relevância na política mundial. Por fim Piro ainda deixou uma generosa quantidade de prata para a Escola se ampliar e disse que falaria com sua tia sobre o trabalho (ainda tímido) que a Escola Izete fazia. (nota: isto foi há 76 anos, portanto a Escola Izete é uma filiação muito nova ainda).
Claro que isto deu um novo fogo (com e sem trocadilho) para a escola. Provavelmente seria a única aparição do deus, mesmo assim o reconhecimento dele mudava totalmente a forma da escola se ver a partir de então. Os Izete sempre tiveram (e ainda têm) orientação voltada para magia, e estudavam um pouco sobre religião, porém desde aquele dia eles se aprofundaram bem mais no estudo das religiões e no estudo comparado entre as duas doutrinas. Formaram uma biblioteca com as principais obras de ambos deuses e fizeram reuniões com devotos para que cada um explicasse mais sobre seu deus e aprendesse com o deus do outro.
Além disto a Escola Izete começou a investir em representatividade política também. Eram um bando de amadores, mas eram amadores com vontade honesta. Com a prata compraram uma sede em Mahijar, livros e outras coisas. Fortaleceram os contatos com magos rubros e celestes mesmo que não fossem duais. Tentaram abrir diplomacia com outras denominações. O grupo antes discreto que atuava num pequeno barraco se viu agora crescendo mais a cada dia.
Apesar da aparição de Piro, a maioria acreditava que a Escola não cresceria muito mais ainda. As dificuldades eram muitas: os elementos, mesmo com os dons, eram de difícil dominação, pois eram opostos; Jara era deusa da sabedoria, já Piro, tudo que fazia era desorganizado: sua doutrina, seu exército, sua política, tudo era "meio que" uma bagunça. E como juntar duas religiões com um deus que maltratava seus próprios sacerdotes? Ainda que Fajr-Regno e Akvlando tivessem interesses comerciais, os reinos da água deveriam se unir mais ao reino da terra que ao reino do fogo; Jara tinha as sereias como sua raça preferida, já Piro era defensor dos demônios, inimigos mortais e naturais das sereias; Portanto mesmo que a Escola conseguisse certa importância meramente por alguns interesses em comum, juntar fogo e água era mais impossível que juntar óleo e água.
Mas eles não desanimaram. Daspen, um dos fundadores, definiu a Escola Izete como: "Sabedoria ou loucura? Estratégia ou instinto? Difícil entender nossa escola? Pois a Escola Izete não é para ser entendida, é para ser sentida, é para quem não tem medo da tempestade, e até a deseja."
Pois bem, depois de quatro meses a Escola Izete já era quatro vezes maior do que quando Piro apareceu no culto comemorativo, todos acreditavam que não haveria outro evento assim, mas Piro novamente apareceu na sede, e desta vez ainda trouxe sua tia Jara, que também tinha planos para a escola. O evento parou a cidade, e mesmo eles ficando pouco tempo, nos dias seguintes muita gente correu para Mahijar.
Piro rasgava elogios e mais elogios a sua divina tia, e Jara dizia aprovar as novas atitudes do sobrinho, mas ainda havia muito a consertar no mundo devido ao estrago que ele tinha causado. Jara declarou que queria a Escola Izete ajudando a aproximar os povos de Fajr-Regno e Akvlando.
Para marcar o evento, Piro criou algumas sementes junto com Jara (tal como as deusas-mães fizeram ao criar o cisne branco) e daí surgiu uma flor com sépalas vermelhas e pétalas azuis, grande pistilo e que se pendurava como se fossem gotas d'água caindo. Jara passou até usar as flores como brincos.
Esta presença pessoal de Jara foi também para ela verificar se apesar de todas as aparentemente insolúveis diferenças, os Izete eram mesmo dignos de se tornar uma filiação de importância ímpar, e felizmente ela ficou satisfeita com os avanços feitos nestes quatro meses.
Os devotos pediram para que a deusa ficasse junto com eles pelo menos o tempo de acharem um artista digno de representá-la. Jara disse que não era necessário, e mandou que derretessem parte da prata que Piro havia lhes arrumado. Depois ela mandou que derrubassem a prata derretida em seu corpo. Ela ficou em sua forma sirena, e assim uma estátua perfeita, com cada fio de cabelo e escama da deusa foi criada. A estátua em Mahijar tem 3 metros. Futuramente ela fez o mesmo, desta vez na sede de Heséd, porém nesta cidade ela "posou" em sua forma humana, e a estátua tem apenas 2 metros (deuses podem mudar o tamanho de se corpo a vontade). A Corrente foi uma das que estava presente quando Jara se cobriu de prata para fazer a estátua. Acredita-se que há outra estátua desta em Jaraŝé, Akvlando, pois a cidade também ganhou uma importante sede da Escola Izete.
Embora a Escola Izete tenha a maioria de seus membros humanos (até porque é mais fácil um humano ser um dual do que qualquer outra raça), com Jara reconhecendo a Escola, algumas sereias e até algumas Donas (Donas são os mais altos cargos de Akvlando, destinados sempre às fêmeas de maior destaque: Magi-Donas representam os interesses de magos, Arkedonas representam os interesses da Igreja Central, Gran-Marinas os interesses da marinha de Akvlando e a Maha-Dona está acima das outras três.
(ainda editando)