Kate acha melhor deixar esta coisa de destravar os chacras na força bruta para depois, sabia como isto terminaria: com bastante dor (e possivelmente uma dose de humilhação). Não parecia a opção mais saudável no momento, usava sempre este tipo de tática com as súcubos e até funcionava, mas que tal mudar um pouquinho?
Nos poucos minutos que esteve com aquele grupo, as respostas a suas perguntas vieram de forma indireta e seca, além disto eles já começavam a discutir entre eles ao invés de prestar atenção à novata. Aparentemente não tinha mesmo muita diferença entre demônios e humanos na parte social.
Não conseguira muita informação sobre a guerra, mas também geopolítica não era o forte de Kate que ainda não teve tempo de estudar muito sobre. - off: se quiser contradizer esta afirmativa role História - Então sabia que Sibrah (Kate decidiu se era ele ou ela?) veio de Akvlando, mas o que as informações do continente acrescentavam a Kate?
Tinha também duas indicações secundárias, um raizeiro e um cozinheiro, ela até passara perto do raizeiro novamente, mas não queria chegar atrasada para ser cobaia no que ela esperava ser uma técnica de "força não tão bruta". As casas ali não eram muito afastadas, então não é difícil seguir as informações de onde seria a tal aula da Corrente.
O galpão era bem simples, quatro paredes feitas de madeira clara e um teto. Haviam oito pequenas aberturas próximas ao teto que permitiam entrada de um pouco de luz, mas as duas janelas principais estavam fechadas, o que forçava a terem de usar a luz de tochas em grandes pedestais próximos ao centro. No centro do galpão tinha uma banheira (relativamente grande, mas não muito luxuosa) e algumas cadeiras meio espalhadas dos dois lados da banheira, num canto tinha um biombo, mais algumas cadeiras, uma mesa, um tipo de quadro para se escrever com giz e alguns objetos menos importantes em cima deles, nisto se resumia o local.
Além da Corrente - ela ainda usava a bata cinza-azulada e o lenço escondendo todos os cabelos, não dando para saber se era loira, ruiva ou careca, mas pelo menos não usava mais no rosto, podendo ver seus olhos e boca. Não tinha traços muito diferentes, era uma mulher com quase ou pouco mais de 40 anos. - haviam mais nove pessoas na sala, a Corrente fala o nome delas:
- Bem, esta é Kate Nenomata, ela veio procurar nossa comunidade pois supostamente é uma maga rubro-celeste, mas como boa seguidora de Piro, conseguiu arrumar um jeito de anular o Sekian do Vishuddha totalmente, - Ouve-se algumas risadinhas no lugar, possíveis sinais de preconceito contra seguidores de Piro? Kate não entendera os termos técnicos que a Corrente usou - então vamos aproveitá-la como exemplo, Leyly, você fica para a próxima! - Leyly era a mais nova ali, devia ter uns 12-13 anos, e estava do lado da banheira, enrolada numa toalha. - Estas são: Ahana Cäua - pronuncia Arrana, 23-25 anos, cabelos castanhos compridos e olhos azuis - Ag'na Nenomata - cabelos pretos curtos, 23-27 anos, tinha cara (e corpo) de amazona, se não era, serviu o exército a pouco, ou só gostava de malhar - Bræno Ruĝalum - pode pronunciar Brâê-no ou Brêê-no Rudjalum, ele se destacava ali por ser o único homem e também pela altura, Kate calcula entre 1,80-1,85 - Caoilain Nenomata - Cabelos castanhos, olhos entre verde e azul, gordinha, parecia meio tímida - Fiona Finaguala - o sobrenome pronuncia gu-ala e não gua-la, mas Kate provavelmente só lembraria do nome, loira, olhos verdes, ela tinha uma cicatriz do lado do olho direito e também parte da orelha deste lado cortada, apesar de loira tinha a pele morena, seus pais deveriam ser um de Fajr-Regno e outro de Ajros - Dolfen - esta era a típica akvlandana, alta (pouco menos que Bræno), magra e com pernas longas, mais fortes do que os braços, cabelos negro totalmente lisos e o queixo em forma de triângulo, os olhos também negros seguiam levemente o ângulo do queixo, dando a ela uma beleza exótica, A Corrente não disse "Nenomata" portanto Dolfen devia ser um tipo de apelido, talvez nome de um peixe? - Daânavá Bucardei - Esta já era uma mulher típica do norte de Fajr-Regno principalmente pela pele negra, os cabelos crespos usava curtos, tinha 24-27 anos, braços fortes mas pernas finas (o contrário da anterior) - e Cerenis' Nenomata - Tirando Leyly, era a mais baixinha ali, mas Leyly tinha menos de 15, enquanto Cerenis' tinha pouco mais de 30, fazendo dela a segunda mais velha ali.
- Estamos sem nosso elyn, então vamos ter que nos virar com esta banheira mesmo. - A Corrente dá uma toalha para Kate, ela entende que como vai subistituir Leyly como a cobaia da vez, era pra tirar a roupa e entrar no "elyn" improvisado. Ela se despe atrás do biombo e volta enrolada na toalha.
- Posso entrar com a toalha? - Toalhas são normalmente usadas para se enxugar, não para se molhar, e em se tratando da magia da água, Kate já treinou com Kevla em rios e lagos, ambas nuas, mas teria de se expor direto no primeiro dia? Se fosse tradição ela não teria escolha.
A Corrente revira os olhos, demonstrando pouca paciência com novatos: - A maioria se sente mais confortável com a toalha, ela permite contato suficiente com o elemento.
- Mas é só pra sentir confortável. - Diz o Kito2, digo Bræno, provavelmente já pensando em trabalhar os dois primeiros chacras de Kate - Não é obrigatória de forma nenhuma, e ninguém vai reclamar se não quiser usar. Somos bem profissionais, fica até melhor.
Kate entra enrola na toalha, e a aula começa:
- A água e o ar são os dos elementos femininos, por isto são também os mais potentes em cura. - até fazia um pouco de sentido, apesar de Velora não ensinar nada de cura pra Kate (vai que ela nem sabia), todas que tinham dom da água que Kate conheceu eram fêmeas, Braeno provavelmente seria a primeira exceção. Já os dominantes de fogo da Corte dos Milagres eram na maioria machos, Keela era uma exceção óbvia. Entre humanas, as que conheceu não conseguiam mais do que esquentar uma panela de água com magia vermelha. - Por isto que os homens são tão fracos para doença, a mulher pode estar gripada, menstruada e com fome, mas ainda consegue arrumar uma casa, já um homem pega um resfriadinho e já fica de cama, homem doente é mais inútil que um demônio, ou olho verde em gente feia (risinhos). Como na natureza a água é o elemento que flui facilmente entre tudo, no corpo a mana da água é o que flui melhor. Quando a água passa entre pedras, ela simplesmente dá a volta, esta é a visualização mais básica e batida para dominantes de água, mas tudo que forem usar em cura vai depender de fazer a mana fluir entre as pedras do paciente. No caso você (Kate) está cheia de pedras, portanto sua função será única e exclusivamente baixar suas defesas mágicas, pois elas são as pedras no seu riacho. Você deve imaginar seu fluxo de mana sendo um riachinho correndo no seu corpo, indo da esquerda pra direita e da direita pra esquerda, mudando a cada chacra.
A magia de cura é muito mais suave que a magia ofensiva, portanto ela causa menos dor, mas o mais importante é usar também gestos suaves e femininos em sua evocação...
- Mas magia de cura não devia ser para ACABAR com a dor... a princípio, embora não somente? - Kate começa se preocupar.
- Magia de cura branca pode ser, mas nem tudo é fácil. Para curar, o fluxo mágico muitas vezes precisa diluir as porcariadas que tem no seu corpo, muitas pedras. Quando se tem muita mana negra nas veias, a magia de cura pode causar enjoos e cólicas fortes. Aproveitando que você questionou sobre o ponto, tem um balde do lado da banheira, se você tiver problemas, procure não vomitar na água, pois além de nojento, teríamos de começar tudo da zero, preparar a água novamente, etc. Além da mana negra, ou no caso de alguns de vocês, a vermelha também, a magia de cura também causa muita dor quando se encontra com fatores infecciosos, pois ela tem que expulsá-los do corpo. Quando porém o problema é causado por fatores de desidratação, aí sim a magia tende a causar conforto e aliviar a dor. Porém fique feliz de não precisar de magia de cura verde, pois esta sim causa dor aguda. Já ouvi casos de pessoas que desistiram de regenerar um membro por não aguentar a dor.
O pouco que Kate sabia sobre magia de cura aprendeu com Kevla, mas talvez as magias dela fossem indolores porque ela era alvi-celeste e não uma rubro-celeste, suas magias consistiam em purificação, entorpecimento, bênção, e uma que Kevla chamava de "magia de pulsão" onde infundia a mana no corpo de Kate através de pontos de energia nos dedos e punho, às vezes com pequenos cortes que deixou o braço de Kate com algumas cicatrizes. Além disto lembra que foi tirada da quase morte por Mortalha com mana negra e ainda era capaz de lembrar do gosto ruim que isto deixou na garganta, A Corrente falou que podia ter enjoos...
- Bem, por ser uma bênção da grande deusa Jara, normalmente usamos gemas* em Damba ou Dutannês, que deram origem aos modernos Palla e Sella, mas podemos também usar gemas Asokay que alguns acreditam ser o verdadeiro idioma de Ýar, ou pelo menos bem p´roximo disto.
* Gema em magia são componentes, neste caso palavras mágicas ou mantras ou semelhantes, mas gemas podem ser também gestos, objetos ou mesmo algo mais subjetivo como dogmas.
A Corrente começa fazer movimentos sinuosos com as mãos perto da corpo de Kate, do cóccix para a cabeça, declamando: Alilama ma madaia. Li-la-ma lelama taia. A-alilama ma-madaiataia... Alilama ma madaia. Li-la-ma lelama... os outros começam repetir com ela, pequenas e finas linhas de luz azul podiam ser vistas em volta dos dedos e braços da Corrente, as vezes ela corrigia um ou outro "Daânavá, é taia, não traia, quase não tem r em Asokay, Ag'na, atenção na cadência, é importante"
- Temos que prestar atenção aos pontos de energia, quando temos problemas de bloqueio, normalmente temos problemas perto das glândulas que ficam perto deles, nos homens os testículos ficam quase junto do Muladhara, nas mulheres os ovários estão mais próximos do Svadhisthana, você já parece ter problemas aqui. - a mão da Corrente estava bem no local onde Kate levara uma facada, se estivesse sem toalha veriam a cicatriz - depois tem os nefros, perto do Manipura, e por sinal os seus também não estão dos melhores, depois temos o Vishuddha que é um ponto crítico de fluxo, e claro que é seu problema principal, e a glândula principal está no Ajna, quase no fim da Kundalini.
Kate não entendia metade do que a Corrente falava, talvez só Kundalini, que ela já ouviu muito Velora falar sobre Kurdal-i, que se for a mesma coisa, representa a coluna mágica que fica em volta da coluna vertebral e termina no cérebro.
(off: se quiser pode fazer um rápido resumo do que sabe sobre cura pra Corrente, e levantar algumas questões, depois rola misticismo pra ver quanto você consegue baixar sua proteção mágica para permitir a magia dela no seu corpo.
19-20 - Fudeu tudo, você tem tremores, tontura, e mesmo que consiga alcançar o balde a tempo, a água fica cheia de uma gosma preta. A corrente diz que você não reestabelecerá seus poderes mágicos tão cedo, rola 1d12 para ver o mínimo em semanas que vai demorar com muito trabalho.
18 - Seu bloqueio é forte e ainda vai demorar um tempo para dissolver isto. Rola 1d8 para ver o mínimo em semanas que vai demorar com muito trabalho. Você acaba vomitando na banheira e tendo fortes dores. Além do vômito, algumas coisas pretas, parecidas com larvas, aparecem na água, A Corrente chama isto de "miasmas".
16-17 - Não há muito progresso (visível pelo menos), você se sente enjoada (rola 1d12, se der mais de 5 vou consegue não vomitar), apesar de estar dentro da água você sente sua pele estranha, como se tivesse uma camada de óleo em volta, aparecem alguns miasmas na água também. A Corrente diz que você ainda tem muita energia densa e energia negra no corpo, ela vai ver depois o que terão de fazer pra ir diluindo isto, mas nos próximos dias já é certo que não poderá nada de álcool, nada de carne, nada de sexo, sal e açúcar regrados, a água que beber tem que ser abençoada ou mágica (várias pessoas sabem preparar água mágica, tem até lugares especializados em vender isto), três banhos por dia, seções de meditação, e ela ainda vai avaliar mais algumas coisas.
15 - Você ainda se sente bem, alguns lugares, como na cicatriz que tem no abdômen e qualquer outro que você possa achar que pode estar infeccionado/inflamado causam uma dor pulsante, sente um pouco de enjoo também (rola 1d12, com 1 ou 2 acaba vomitando), apesar disto a Corrente diz que boa parte do problema é sua defesa mágica, que você não aprendeu a reduzir, o que é ruim "mas nem tanto".
14 - Você sente pequenos arrepios causados pelo fluxo tentando se reestabelecer, porém ainda tem muitos problemas (energia negra, energia densa, defesa mágica, baixo magnetismo espiritual, etc.) A Corrente diz que vai demorar um pouco para recuperar suas capacidades (rola 1d4) e diz que tem pelo menos três pontos para trabalhar. Você pode escolher trabalhar o fluxo de baixo para cima, primeiro com o segundo chacra (ovário) e seguir o caminho natural da Kundalini, que é mais natural em cura, mas isto vai demorar um pouco mais. Ou pode escolher desbloquear os chacras superiores mais prejudicados, isto pode ser um pouco mais difícil, mas há uma possibilidade de que, destravando os superiores, os inferiores destravem em reação, sem precisar trabalhar. Você ainda fica um pouco tonta quando sai da banheira, e acaba ficando de quatro pra vomitar no balde, mas pelo menos não vomitou dentro da banheira.
13-12 - Você sente a energia da Corrente te tocar algumas vezes, ele vai explicando sobre os canais de energia, os pontos, resistência, fluxo, etc. mas depois de uma hora vocês ainda estão basicamente no mesmo ponto, e ela parece esgotada. "chega por hoje, trabalhamos o que deu, mas você ainda precisará de uns dias, talvez uma semana ou duas." Depois ela vai passar algumas recomendações para isto. Você ainda fica um pouco tonta quando sai da banheira, e acaba ficando de quatro pra vomitar no balde, mas pelo menos não vomitou dentro da banheira.
11-10 - A Corrente consegue superar suas defesas mágicas, causa certa estranheza em alguns pontos, calafrios, mas pelo menos nenhum enjoo forte. Em pelo menos três pontos você sente dor, e algo como se tivesse alguma coisa mexendo dentro das veias. mas A Corrente diz que a seção estava bem pro primeiro dia, você tinha conseguido "funcionar" com energia externa, agora ainda ia ter que reaprender usar a sua própria.
9-8 - Ela vai dando as explicações de cada parte do corpo que estava usando a magia, os movimentos, as gemas, etc. Sempre que ela fazia um gesto perto de seu corpo (algumas vezes só perto, outras pressionando pontos específicos) você sentia a temperatura da água baixar e um calafrio correr a coluna, fazendo arrepiar. Alguns desconfortos eventuais também, mas era sinal que alguma coisa estava funcionando. Você consegue até relaxar um pouco, no fim ainda não consegue usar nem a percepção mágica, mas sente que deve estar melhor, talvez depois de uma noite de sono e uns exercícios no dia seguinte esteja ainda melhor.
7-6 - Você sente o fluxo de mana forçando para reestabelecer seu caminho normal. O processo é lento, as vezes gelava, outras pulsava,