Com o ombro de Braeno já fora de perigo, as conversas começam cair na informalidade.
Andrias deixa Caoilain falando com Lazo, eles começam debater sobre possibilidades (e necessidades) de trabalhos, bem como preços. Tanto na Escola Izete, como na Corte dos Milagres, assim como nos devidos templos de Piro e Jara, haviam pessoas que se dedicavam a caridade gratuita, principalmente os curacistas, mas pelo jeito não era a situação de Lazo.
Apesar disto nem os Izete e nem o pessoal da Corte eram instituições de caridade, então não podiam reclamar caso o mago quisesse receber pelos serviços. Ali na base, os ensinamentos religiosos e mágicos eram dados de graça, mas quem morasse na base tinha que pagar com dinheiro ou trabalho. Até a novata tinha se instalado numa pocilga perto, e não na base. A Corrente, além de professora, trazia recursos da Igreja Central para a Escola e alguns membros ou simpatizantes também ajudavam com doações que permitiam algumas poucas ações de caridade, mas apenas.
Quando um membro precisava de ajuda médica (como Braeno agora e a Kate antes) isto também era de graça, mas também acabavam servindo de cobaias para os outros aprenderem mais, e cada um acabava aprendendo com todos os outros, de certa forma pagando os próprios estudos ensinando os outros. Alguns seguimentos de devotos de Jara dizem que a deusa prega que "nada deve ser de graça", o que pode parecer contraditório com outros ensinos, mas o que não falta nas teologias são contradições.
Estas questões porém não interessavam muito a Andrias
**, e Caoilain também passa, educadamente, Lazo para Cerenis' que cuidava de questões mais burocráticas ou financeiras do grupo. Talvez eles até combinassem trabalhos futuros, mas era bem possível que aquela seria uma das pessoas que apenas teria passado por ali, sem qualquer relevância no futuro da Escola Izete.
- O que achou da apresentação de Helena e da cirurgia realizada pela Mestra Caiolan e Mestre Heitor?- É, foi legal né! - Ela pensa um pouco e emenda
- Sempre dá para aprender com a Calin né? Mas interessante mesmo é ver a dificuldade que é um mago agir contra outro de outro elemento, ainda que beneficamente, né!Fiona era uma maga que dominava quase somente técnicas ofensivas, então não dava para ela ter o mesmo entusiasmo que Andrias quando falava do trabalho dos curacistas, era meio desanimador querer uma conversa com ela neste sentido. A apresentação de Helena e Andrias até animou mais Fiona que ficar vendo Caoilain e Heitor trabalhar, ela elogia como as vozes dos dois se harmonizavam. Mas Fiona, como muitos, via a música apenas como música, não como "algo a mais" como Andrias.
- Espero não precisar de um mago verde tão cedo. o Braeno tá se fazendo de durão, mas aposto que por dentro deve estar quase chorando de dor.Já a diferença entre os elementos interessava mais a Fiona. Mesmo Heitor sendo de fato um mestre, ele teria mais facilidade de curar uma pessoa com o dom verde ou um quieto que rubro-celestes como vocês. Fiona arruma o cabelo para esconder a orelha cortada, um hábito muito comum pra ela, que provavelmente odiava aquela cicatriz, e era um dos motivos para sempre usar o cabelo longo. O gesto não foi pensado, mas como estavam falando de magia da terra, consertar a parte da orelha cortada seria algo que, se ela realmente quisesse, seria algo para um mago verde, e que seria trabalhoso por ela ser mulher e rubro-celeste.
Conversas vão, conversas vem... Andrias questiona Heitor sobre notícias que chegam até o templo de Piro.
- Menos notícias boas ou diferentes do que eu gostaria. Ainda assim, tenho motivos para crer que nossa cidade não ficará muito ainda sobre jugo inimigo, e talvez até toda Akaŝa. Queira Piro!: a notícia mais nova é que ontem tivemos uma boa vitória no planalto no centro da cidade. O ponto era importante para o inimigo gajano e eles terão de recuar. Além disto, Ĵevurá, que já se recuperou do jugo de Gaja há mais de ano, ma'bah, os soldados de Gaja que ainda estavam lá, recuaram, e iriam vir aqui para Heséd, o que seria um reforço aos invasores, mas o pessoal de Heséd, tanto do exército como de algumas escolas, fizeram estes soldados se desviarem para o norte, sendo assim terão de voltar por Burnabad sem passar por aqui. Já faz alguns meses que vivemos em um clima de tréguas ou quase trégua, tipo Ĵevurá já estava, e com isto duvido que as hostilidades piorem. Nosso problema ainda será o porto, o que duvido que recuperaremos neste outono, mas quem sabe, se tivermos boas notícias de Burnabad, poderemos até estar totalmente livres até o próximo verão!Heitor poderia estar sendo otimista, mas mal não faria isto. Enquanto estavam conversando, vocês ouvem o som das poderosas didgeridoos do templo, que deixam o mestre em alerta instantaneamente.
- É um chamado às orações? - Dizia Andrias, desta vez ele querendo ser o otimista. O templo sempre tinha três chamados diários, às vezes até cinco. Mas sua pergunta é quase retórica, pois já imagina a resposta.
- Não! O horário está errado, bem como o toque.Ou seja: só poderia ser problemas.
- Alguma invasão de Gaja?- Algum problema ao sul, mas não deve ser uma grande invasão de Gaja, pois o toque seria diferente. Não é totalmente improvável ser problema com soldados inimigos, ou talvez até um problema menor com monstros. Mas é um alerta. Talvez algo não muito grave... por enquanto.- Você deve ir, mestre? - A pergunta é retórica, pois pela cara e linguagem corporal de Heitor era óbvio que sim, mesmo que ele não soubesse, apenas pelo toque, o que o templo queria.
- Tecnicamente não. Não tenho tanta obrigação com o templo para atender um chamado. E nem é um chamado, apenas um alerta. Mas se haverá algum problema, Chava com certeza vai estar na defesa...Chava não era o tipo de mulher que precisava de proteção, ambos sabiam disto. Ela poderia se virar sozinha em boa parte das situações, e, como maga branca, estaria na retaguarda, não na frente, seja o problema que fosse, protegendo e sendo protegida pelos outros. Ainda assim Heitor não deixaria a mulher sozinha neste continente, nesta época.
Heitor se levanta para ir.
- Posso ajuda-lo em algo mais?- Não será necessário, damos conta sozinhos. Só não sei se poderei mandar notícias em breve. Se nenhum moleque de recados aparecer, é prudente que procure informações do sul. Mas só precisa se preocupar de verdade de ouvir outro som dos didgeridoos, em especial se for o padrão um longo três curtos.
**- Spoiler:
Afirmei que questões menores sobre finanças, políticas e como as filiações se organizam por pura dedução de que os personagens de vocês não vão se importar tanto com isto, mas lembrando que, se quiserem contestar afirmações como esta, podem fazer a qualquer momento rolando História e Geografia, que aí, se a rolagem for boa eu entro em maiores detalhes. Não precisam rolar se de fato não tem nenhum ponto sobre a organização que interessam, mesmo que por pura curiosidade, mas se tiver, lembrem de falar qual ponto específico querem saber.
O windowns desta vez nem me avisou que você já tinha respondido, seja como for, já estamos muito tempo em stand-by, ninguém fez perguntas específicas sobre as filiações, pensei que além do Darius (que tinha pedido), você ou o Pikapool talvez fossem perguntar algo, mas se o
@DariusNovadek não está dando as caras por enquanto, vou arranjar um jeito de te juntar com os outros.
Quando o Heitor disse que não precisa de ajuda, não estava mentindo, ele e a mulher dão conta sem problema do problema que tiver tendo no sul, mas, se quiser pegar o caminho mais óbvio, e segui-lo para o sul, ele também não vai insistir para não ir, e os dois vão pro templo (podendo ou não a Kate acompanha-los, se o Darius aparecer).
Mas isto é apenas o mais óbvio, você pode, se quiser explorar mais a cidade e o cenário, ir buscar informações por si mesmo lá. Com certeza, se for algo grave, mesmo que você não saiba o que está procurando, você vai descobrir o que é o suposto problema. E se não for, você desbrava mais o cenário enquanto vou aproximando os personagens de vocês.
Se quiser conhecer mais sobre algum personagem Izete, considere que poucos estão ali, mas qualquer um que você quiser interagir está coincidentemente ali perto, e pode perguntar para ele ou ela se acha que é interessante ir dar uma olhada no sul e se quer ir com você (tirando obviamente o Braeno que estará se recuperando).
Vou responder o
@Pikapool agora.