por 
- Trilha Sonora:
Londres, Inglaterra - 1846
Lady Catherine de Montague, de 14 anos, uma excelente dama com um dote ainda mais excelente. Todos a viam assim, alguns brincavam que ela casaria com Príncipe Eduardo VII, filho da própria Rainha Vitória. Não fazia muito tempo que ela mesma tinha ascendido ao trono. A própria Rainha estaria ali naquela festa dada pelos Montague. O motivo? Para muitos, apenas a bela comemoração do aniversário de seu filho caçula, Edmund Montague, irmão mais novo de Catherine, mas além disso havia um motivo bem mais obscuro por detrás daquela festa e Catherine sabia muito bem apesar de todos negarem. Arrumar um marido para ela agora que sua mocidade tinha finalmente chegado. A decência já permitia que ela e a familia se preocupassem com um marido digno.
Seu pai, Lord Heliot Montague era um nobre de longa família rica mercantil, suas fazendas e investimentos eram dignos de nota e todos invejavam a vasta fortuna que o nobre cultivou embora muitos cochichem por aí, que a família Montague conseguiu todo o dinheiro dela com atos ilegais, inclusive o tráfico de escravos que havia sido abolido em 1807, muito antes de Catherine nascer, ainda na infância de seu pai. Sua mãe, Lady Annabeth Montague veio da família Du Champs da França, então Lady Catherine tinha um lado francês e era fluente na lingua também.
- Familia Montague:
Todos esperavam muito de Catherine, Edmund também, porém diferente do restante da família, Edmund era muito mais sensível ao que Catherine queria e o que ela queria não era se casar, ser uma dama, dar dotes a nobres, muito menos entrar para outra familia, mas ela queria trabalhar com seu pai administrando seus negócio e gerar lucros para a empresa da família Montague e queria que seu pai tivesse orgulho dela por isso, porém essa era uma conversa que ela ainda tinha medo de ter com ele. Catherine era muito boa com números, uma excelente aluna de matemática e para si mesma, já provou que poderia trabalhar muito bem gerenciando o dinheiro da familia, porém seus tutores diziam que era bobagem, uma mulher como ela deveria se casar com um bom pretendente e dar orgulho para sua familia e filhos para a familia de seu marido, além de claro, ser uma excelente dama, nada mais que isso.
Catherine estava em seu melhor vestido, sua mãe lhe ordenou que pegasse o mais elegante e formal, acertou toda a postura de Catherine para garantir que ela não fosse fazer a familia passar vergonha, ajudou ela a manter o tom da voz, não sem antes terem ficado horas na frente do espelho para garantir que tudo fosse impecável. Sua mãe a conduzia até o salão principal onde a festa de Edmund estava acontecendo. O salão era grandioso e estava cheio de pessoas ricas, poderosas e influentes, todas muito importantes, até mesmo os criados eram muito bem uniformizados e polidos, ela escutava risadas, conversas e gestos esnobes de todos os lados. Quando ela entrara no salão, todos os olhares se atentaram a ela. Sua mãe, Lady Annabeth iluminou o ambiente com o sorriso radiante que tinha e as duas saíram acompanhadas, não sem antes sua mãe dizer a ela em tom baixo.
- Seja elegante, querida, como combinamos e não nos decepcione.
Catherine sabia que sua mãe reconhecia sua classe e potencial, mas aquele era um momento muito importante para ela, quer dizer... Para Edmund, afinal era a festa de aniversário de Edmund, não? Não era uma festa desculpa para que Catherine conhecesse o marido ideal hoje mesmo. Catherine falou com muitas familias importantes e seus pretendentes, a maioria deles eram rapazes jovens, bonitos e educados, mas ainda nenhum que encantasse Catherine, também haviam os velhos e viuvos que queriam casar denovo com uma jovem solteira de ótimo dote, esses eram piores para Catherine, no final, Catherina já falara com muitas pessoas na festa e finalmente pode socilizar um pouco com quem queria, seu irmão. Edmund se aproximara e tomava Catherine pelo braço e a levava até a varanda onde veriam a bela Londres a noite coberta por uma nevoa magica com pontos luminosos das lanternas das ruas. Eles estavam sozinhos.
- E então, minha irmã. Alguém lhe interessou? E não venha me dizer que não estava a conhecer pretendentes, sou o mais jovem mas ainda o mais inteligente.
Ela não parecia ressentido, na verdade parecia se divertir com o tédio de Catherine e fazia uma provocação de brincadeira. Em toda a festa ainda não vira seu pai, mas pelo que sabia ele deveria estar presente.
